A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO INTENSIVISTA NAS COMPLICAÇÕES APRESENTADAS EM PACIENTES NA TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA: REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411300645


Gustavo Pires de Castro¹
Daniella Valença Daher de Almeida²
Layane Cristine da Silva Sousa³


RESUMO

A terapia renal substitutiva (TRS) é frequentemente empregada em unidades de terapia intensiva (UTIs) para o tratamento de pacientes gravemente doentes com lesão renal aguda (LRA). O enfermeiro de terapia intensiva tem uma função crucial na detecção antecipada de complicações relacionadas ao tratamento de reanimação cardiopulmonar, tais como hipotensão, hipocalemia, hipovolemia, infecções e mudanças hemodinâmicas, que podem prejudicar o prognóstico do paciente. A finalidade deste estudo, uma revisão integrativa da literatura, foi identificar as principais complicações de pacientes que foram submetidos ao TRS em Unidades de Terapia Intensiva e detalhar a função do enfermeiro na prevenção e gestão dessas complicações. A análise incluiu 17 estudos publicados entre 2012 e 2023 em bases de dados pertinentes, como PubMed , CINAHL, Elsevier, BVS, Scielo e Lilacs.

Os achados apontaram que a gestão apropriada das complicações está diretamente ligada à formação técnica do enfermeiro, supervisão constante, implementação de protocolos fundamentados em evidências e colaboração com a equipe multidisciplinar. O debate destaca a relevância da capacitação especializada e da aplicação de tecnologias no atendimento ao paciente crítico em terapia renal substitutiva. A conclusão é que o papel do enfermeiro de terapia intensiva é crucial para assegurar a segurança, diminuir a morbimortalidade e aprimorar os desfechos clínicos desses pacientes. Pesquisas subsequentes são imprescindíveis para analisar estratégias inovadoras e expandir as provas acerca da prática assistencial no TRS.

Palavras-chave: Terapia renal substitutiva, lesão renal aguda, enfermeiro intensivista, complicações.

ABSTRACT

Renal replacement therapy (RRT) is frequently employed in intensive care units (ICUs) to treat critically ill patients with acute kidney injury (AKI). The intensive care nurse has a crucial role in the early detection of complications related to cardiopulmonary resuscitation treatment, such as hypotension, hypokalemia, hypovolemia, infections and hemodynamic changes, which can harm the patient’s prognosis. The purpose of this study, an integrative review of the literature, was to identify the main complications of patients who underwent RRT in Intensive Care Units and to detail the role of nurses in preventing and managing these complications. The analysis included 17 studies published between 2012 and 2023 in relevant databases, such as PubMed, CINAHL, Elsevier, BVS, Scielo and Lilacs.

The findings showed that the appropriate management of complications is directly linked to the nurse’s technical training, constant supervision, implementation of evidence-based protocols and collaboration with the multidisciplinary team. The debate highlights the relevance of specialized training and the application of technologies in the care of critical patients undergoing renal replacement therapy. The conclusion is that the role of the intensive care nurse is crucial to ensure safety, reduce morbidity and mortality and improve the clinical outcomes of these patients. Subsequent research is essential to analyze innovative strategies and expand the evidence on care practice in RRT.

Keywords: Renal replacement therapy, acute kidney injury, intensive care nurse, complications.

1 INTRODUÇÃO

A lesão renal aguda (LRA) é definida como uma rápida perda da função de filtração glomerular. E é encontrado em muitos pacientes atendidos em Unidades de Terapia Intensiva. As diferentes etiologias e os diferentes níveis de gravidade figuram uma situação difícil para conhecer o manejo inicial da patologia. A insuficiência renal pode ser aguda (IRA), quando a função renal diminui repentina e rapidamente, ou crônica (IRC), quando a perda é lenta, progressiva e irreversível.

De acordo com Sociedade Brasileira de Nefrologia (2007) traz a Lesão Renal Aguda (LRA) como uma mudança que pode acontecer em um curto espaço de tempo, algumas horas ou alguns dias, diminuição da capacidade de filtração glomerular e, subsequentemente, diminuição do volume urinário, causando distúrbios eletrolíticos e acidobásicos. A LRA pode se manifestar de diversas formas, como hipotensão, desidratação, oligúria, anúria, sedimento urinário, retenção de líquidos, convulsões e outros.

A maioria dos estudos epidemiológicos de IRA foram efetuados na América do Norte, Europa e na Ásia, por isso temos pouca informação de estudos na América Latina. Assemelha que os resultados observados de pacientes com LRA em países desenvolvidos são diferentes em comparação com aqueles em países menos desenvolvidos. Existem poucas evidências de estudos epidemiológicos de LRA no Brasil, os poucos existentes apresentam modelos retrospectivos ou uma pequena amostra representativa. (FILHO et. al., 2020)

Pacientes internados em UTI têm maior probabilidade de apresentar Lesão Renal Aguda (LRA) e de permanecer internado por mais tempo (Benichel e Meneguin, 2020). De acordo com Coelho et. al. 2016, em um estudo nacional demonstrou que a incidência LRA chega a 44,2% em pacientes de UTI e dentre esses, uma mortalidade de 33,3%, sendo uma das complicações apresentadas.

Nesse sentido, considerando a relevância da temática, esta revisão tem como objetivo sintetizar o que diz a literatura sobre a atuação do enfermeiro nas complicações da hemodiálise na terapia intensiva.

2 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A revisão integrativa, de maneira ordenada, tem o objetivo de sintetizar os resultados de estudos sobre uma temática, visando o aprofundamento do respectivo tema. O produto da revisão permite a implementação de intervenções e a identificação de lacunas que culminam em outros estudos. (MENDES, 2008).

De acordo com autores, são seis passos para o desenvolvimento da revisão integrativa:

  • Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a elaboração da revisão integrativa
  • Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem ou busca na literatura
  • Definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/ categorização dos estudos
  • Avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa
  • Interpretação dos resultados
  • Apresentação da revisão/síntese do conhecimento

Para a elaboração da questão de pesquisa, foi utilizado o acrônimo PICO, em que P: população/pacientes; I: intervenção; C: comparação/controle; O: desfecho/outcome. Considerou-se, assim, a seguinte estrutura: P: pacientes com LRA internados em UTI; I: terapia renal substitutiva; C: complicações apresentadas durante as sessões de terapia renal substitutiva; O: atuação do enfermeiro durante as complicações. Deste modo, construiu-se a seguinte questão norteadora: Quais as complicações evidenciadas em pacientes adultos em terapia renal substitutiva durante a internação em uma unidade de terapia intensiva? O levantamento bibliográfico será realizado através do acesso virtual às bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Scopus (Elsevier), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/Pubmed), Scientific Electronic Library Online (SciELO).

Tendo como base os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e do Medical Subject Headings (MeSH), os quais serão todos agrupados utilizando-se as expressões boleanas AND e OR, foram selecionados os seguintes descritores: Paciente crítico; Complicações paciente crítico; Diálise renal; Unidade de Terapia Intensiva e seus correspondentes nas línguas inglesa e espanhola.

Com o objetivo de minimizar possíveis viéses, a busca na literatura, avaliação, seleção dos estudos e discussão sobre os artigos a serem incluídos foram realizados por 5 pesquisadores.

Por fim, tratando-se de revisão integrativa, a pesquisa não necessitou ser submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa.

Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão para seleção dos artigos: Ser artigo original; Estudos disponíveis na íntegra eletronicamente, publicado entre maio de 2012 a dezembro de 2023; com texto completo disponível em sua totalidade de forma gratuita; Estudos disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol; Estudos realizados em pacientes adultos;  Responder à questão norteadora ou envolver pacientes críticos com LRA, complicações apresentadas na Terapia Renal Substitutiva (TRS) contínua e atuação do enfermeiro intensivista.

Os critérios de exclusão são: Estudos repetidos em uma ou mais base de dados; Estudos fora do escopo temático pretendido; Estudos realizados em crianças e adolescentes Relatos de experiências, cartas ao editor, revisões, comunicações livres, resumos de congresso, protocolos clínicos, opiniões de especialistas, relatórios, documentos oficiais e capítulos de livros. 

A pesquisa exploratória foi realizada no período de abril de 2012 a  dezembro de 2023. A busca e inclusão das publicações foram inicialmente realizadas pela leitura do título e resumo. Posteriormente foram selecionados 17 estudos para base final de dados desse estudo.

3 DESENVOLVIMENTO

Portanto, com base em evidências encontradas na literatura, busca-se esclarecer e listar as principais complicações encontradas na TRS, bem como a intervenção do enfermeiro intensivista diante dessas complicações.

O papel do profissional de enfermagem intensivista no gerenciamento das complicações ligadas à terapia renal substitutiva (TRS) em unidades de terapia intensiva (UTIs) tem sido amplamente debatido devido à complexidade do cuidado necessário. De acordo com Costa et al. (2021), ocorrências durante sessões de hemodiálise à beira-leito podem incluir complicações intradialíticas, instabilidade hemodinâmica e mudanças eletrolíticas, exigindo ações rápidas e precisas da equipe de enfermagem. A detecção e o gerenciamento desses eventos são fundamentais para diminuir a taxa de mortalidade e aprimorar os resultados clínicos.

A hipotermia, uma ocorrência comum durante a terapia renal contínua, foi ressaltada por Frediani et al. (2021) como uma complicação ligada a elementos como o tipo de solução dialítica e o método empregado. Esta descoberta enfatiza a importância do acompanhamento constante da temperatura e ações para evitar essa complicação, que pode afetar adversamente a recuperação do paciente.

Fretes et al. (2021) notaram uma elevada taxa de mortalidade em pacientes com insuficiência renal aguda tratados com Terapia Renal Substitutiva em Unidades de Terapia Intensiva, enfatizando a severidade da situação e a importância de estratégias de cuidado integradas. A gestão de complicações como a acidose metabólica e as mudanças cardiovasculares requer uma colaboração entre os enfermeiros e a equipe de profissionais de diversas disciplinas.

Em contrapartida, Fernando e colaboradores (2021) trataram da lesão renal aguda em pacientes com COVID-19, destacando um crescimento considerável na demanda por TRS e nas complicações relacionadas, como hipervolemia e desordens metabólicas. Este cenário evidencia a importância vital do enfermeiro na modificação de protocolos de assistência para satisfazer as particularidades dessa comunidade.

Santos e colaboradores (2021) detalharam os riscos associados às complicações intradialíticas, como cãibras musculares e hipotensão, enfatizando a relevância do domínio técnico e do monitoramento constante do paciente para reduzir os perigos. A formação contínua e a capacitação da equipe de enfermagem foram destacadas como táticas cruciais para aprimorar a proteção do paciente.

Buffon et al. (2022) examinaram o perfil de pacientes críticos com COVID-19 e encontraram relações entre a carga de trabalho da enfermagem e os resultados clínicos, enfatizando a relevância de dimensionar corretamente as equipes para suprir a elevada necessidade de cuidados em terapia intensiva.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados desta revisão integrativa indicam um papel crucial do enfermeiro de terapia intensiva na prevenção e gestão das complicações ligadas à terapia renal substitutiva (TRS) em pacientes críticos, fundamentados na literatura analisada. A seguir, as principais observações feitas.

Incidências e fatores de risco em TRS

Segundo Costa et al. (2021), as ocorrências mais frequentes em sessões de hemodiálise à beira-leito englobam a hipotensão arterial, alterações eletrolíticas e problemas ligados a aparelhos, como vazamento de cateter e infecções correlatas. Esses acontecimentos requerem ações rápidas e precisas do profissional de enfermagem, ressaltando a importância de competências técnicas sofisticadas e de um monitoramento constante para evitar desfechos negativos.

Frediani e colaboradores (2021) destacaram a hipotermia como uma complicação comumente subavaliada durante a TRS contínua, afetando diretamente o prognóstico clínico. Ações preventivas, como o aquecimento de soluções e aparelhos extracorporais, são essenciais e necessitam de um monitoramento cuidadoso do enfermeiro intensivista para assegurar sua efetividade.

Mortalidade em pacientes críticos submetidos à TRS

Fretes e colaboradores (2021) identificaram um elevado índice de mortalidade em pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) que precisam de hemodiálise nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), destacando fatores de risco como idade avançada, presença de comorbidades e instabilidade hemodinâmica. Este contexto destaca a relevância do profissional de enfermagem na prestação de cuidados personalizados e na melhoria de protocolos para reduzir perigos e aprimorar resultados.

Desafios durante a pandemia de COVID-19

Os pacientes gravemente doentes com COVID-19 criaram uma necessidade para as Unidades de Terapia Intensiva e para a equipe de enfermagem. Pesquisas como as realizadas por Fernando et al. (2021) e Buffon et al. (2022) ressaltaram o crescimento da demanda por TRS em pacientes com lesão renal aguda, principalmente por causa da inflamação elevada e da hipoperfusão sistêmica. Estes obstáculos tornaram os enfermeiros intensivistas fundamentais na adaptação de protocolos e na administração da sobrecarga de trabalho, destacando a relevância de estratégias de formação contínua e apoio psicológico para as equipes.

Segurança do paciente e intervenções preventivas

Suárez et al. (2023) ressaltam a importância da segurança do paciente na prática clínica em Terapia Renal Subcutânea, implementando protocolos para evitar infecções e reduzir complicações intradialíticas. A supervisão estrita do enfermeiro de terapia intensiva é crucial para assegurar a conformidade com essas diretrizes, fomentando um atendimento fundamentado em evidências e focado no paciente.

Papel educacional e treinamento

A falta de conhecimento técnico é um dos principais obstáculos para a eficácia da TRS nas Unidades de Terapia Intensiva. Andrade e colaboradores (2019) destacam a importância de programas de formação contínua, voltados para atualizações em tecnologias dialíticas e gestão de intercorrências. A formação contínua habilita os enfermeiros a fazer escolhas conscientes, diminuindo a incidência de falhas e aprimorando os resultados clínicos.

Abordagem multidisciplinar

A cooperação entre o time multidisciplinar é crucial para o êxito da TRS em UTIs. Pesquisas como as de Abdel-Latif et al. (2019) e Cho et al. (2018) destacam a importância da comunicação efetiva entre médicos, enfermeiros e outros profissionais para detectar precocemente complicações, como o excesso de água e a acidose metabólica, e estabelecer as intervenções adequadas. Assim, o enfermeiro de terapia intensiva exerce uma função de coordenação e liderança na equipe.

Perspectivas futuras

A adoção de tecnologias inovadoras, como o monitoramento online do volume sanguíneo e da temperatura do corpo durante a hemodiálise, conforme mencionado por Du Cheyron et al. (2012), abre novas possibilidades para aprimorar a segurança e a efetividade da TRS. Como facilitador do uso dessas tecnologias, o enfermeiro intensivista é crucial para incorporar inovações ao cuidado cotidiano.

Em resumo, a análise mostra que o enfermeiro intensivista desempenha um papel estratégico na administração de complicações durante a Terapia Respiratória Substitutiva em pacientes críticos, utilizando uma estratégia que une conhecimento técnico, competências de liderança e um compromisso com a segurança e o bem-estar do paciente. Essas qualidades fazem dela essencial em cenários de alta complexidade e exigem uma valorização e formação contínua desses profissionais.

Impacto das complicações intradialíticas na evolução clínica

Santos et al. (2021) indicam que complicações relacionadas à diálise, como cãibras musculares, dores de cabeça e náuseas, estão comumente ligadas a flutuações hemodinâmicas e mudanças no equilíbrio hidroeletrolítico. Apesar de serem frequentes, essas ocorrências podem evoluir para problemas mais sérios se não forem prontamente detectadas e tratadas. O papel do enfermeiro intensivista é fundamental ao acompanhar constantemente os sinais vitais e adaptar a terapia conforme a necessidade, a fim de prevenir a evolução desses eventos adversos.

Ademais, problemas metabólicos, tais como hipocalcemia e hipercalemia, são comuns durante a TRS e constituem um desafio considerável. A revisão bibliográfica realizada por Luis et al. (2018) ressalta a importância de um protocolo estrito de avaliação laboratorial regular para prever tais mudanças e assegurar intervenções antecipadas. Neste cenário, a função do enfermeiro não se limita apenas à detecção antecipada, mas também à comunicação eficiente com a equipe multidisciplinar para o tratamento adequado.

Lesão renal aguda associada à sepse e COVID-19

Cho et al. (2018) descobriram que a lesão renal aguda causada pela sepse é uma das principais causas de Transtorno Renal Crônica em unidades de terapia intensiva. Os estudos de Hsu et al. (2021) e Burke et al. (2021) durante a pandemia de COVID-19 mostraram que a inflamação sistêmica e a disfunção multiorgânica aumentaram consideravelmente a ocorrência de lesão renal aguda, elevando a demanda por assistência renal contínua. A Terapia Respiratória Subcutânea nesses cenários requereu modificações específicas, como a modulação dos parâmetros dialíticos e a atenção à hipocoagulação, campos onde o enfermeiro de terapia intensiva desempenhou um papel técnico crucial.

Infecções relacionadas ao acesso vascular

Segundo Buffon et al. (2022), as infecções ligadas ao cateter de hemodiálise constituem um dos maiores obstáculos na Terapia Renal Subcutânea. Esses problemas podem resultar em septicemia e elevar a taxa de mortalidade em pacientes em estado crítico. Os enfermeiros de terapia intensiva são encarregados de manter técnicas assépticas estritas ao manipular acessos vasculares e de instruir a equipe sobre métodos de controle de infecção. Ademais, o monitoramento constante de indícios de infecção possibilita a detecção antecipada e a ação imediata, reduzindo perigos.

Manejo de sobrecarga hídrica

A sobrecarga de água é um problema frequente em pacientes que passam pela TRS, especialmente naqueles com limitações cardiovasculares, como mencionado por Ricci et al.  (2006). O profissional de enfermagem intensivista desempenha um papel ativo na avaliação clínica diária, incluindo a observação de indícios de congestão, como edema e crepitações pulmonares, além de tomar decisões em conjunto sobre a quantidade apropriada de ultrafiltração. Esta estratégia previne episódios de hipotensão aguda e aprimora os resultados hemodinâmicos.

Abordagem personalizada e segurança do paciente

A pesquisa de Suárez et al. (2023) ressalta que a segurança do paciente durante a TRS está atrelada à personalização das estratégias de assistência. Ajustes individuais devem ser feitos para parâmetros como a taxa de ultrafiltração, a composição do dialisado e a duração da sessão, levando em conta as condições clínicas e as condições associadas ao paciente. Assim, o enfermeiro de terapia intensiva desempenha um papel estratégico ao unir as demandas clínicas à implementação prática da TRS, empregando protocolos fundamentados em evidências.

Educação e capacitação da equipe de enfermagem

Melo et al. (2021) destacam que o treinamento dos profissionais de enfermagem é uma tática eficiente para aprimorar a qualidade do atendimento em Terapia Respiratória Subcutânea. Programas de formação contínua que tratam de problemas recorrentes, progressos tecnológicos e protocolos de segurança podem diminuir consideravelmente os erros e fortalecer a confiança do time na execução de procedimentos intrincados. Este ponto ressalta o papel do enfermeiro intensivista como um facilitador educacional, incentivando a consolidação da prática profissional em contextos de alta complexidade.

Perspectivas para a gestão de complicações

Os progressos tecnológicos na Terapia Renal Subcutânea, conforme apontado por Du Cheyron et al. (2012), englobam a implementação de sistemas de monitoramento automático de variáveis vitais e metabólicas durante a hemodiálise. Essas ferramentas proporcionam apoio ao enfermeiro de terapia intensiva, possibilitando intervenções mais ágeis e exatas. No entanto, a adaptação a essas tecnologias exige capacitação apropriada e uma estratégia multidisciplinar para potencializar suas vantagens.

Considerações sobre mortalidade e prognóstico

Fretes et al. (2021) destacam a elevada taxa de mortalidade em pacientes tratados com TRS, particularmente em situações de disfunção multiorgânica. A estratégia proativa do enfermeiro de terapia intensiva, que engloba a prevenção de complicações e a aplicação de táticas fundamentadas em evidências, pode aprimorar os resultados clínicos e auxiliar na diminuição da taxa de mortalidade. Ademais, o apoio emocional e psicológico ao paciente e à sua família tem um papel crucial na superação dos desafios ligados à TRS.

Estes desenvolvimentos e debates destacam o papel crucial do enfermeiro intensivista em todas as facetas da Terapia Respiratória Subaquática, desde a prevenção e gestão de complicações até a melhoria da segurança e prognóstico do paciente. A formação constante e a atualização profissional são imprescindíveis para que esses profissionais mantenham sua função crucial na melhoria do atendimento intensivo.

CONCLUSÃO

O papel do enfermeiro intensivista na administração de pacientes críticos em terapia renal substitutiva (TRS) se sobressai como um elemento crucial na prevenção e controle de complicações, contribuindo diretamente para a segurança e a excelência do atendimento. Esta pesquisa destaca a intrincada situação clínica em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), onde a detecção antecipada de complicações, tais como infecções, problemas hidroeletrolíticos e hemodinâmicos, é crucial para reduzir os perigos ligados ao TRS e aprimorar os desfechos clínicos.

A revisão integrativa demonstra que práticas fundamentadas em evidências, protocolos bem-organizados e a formação constante da equipe de enfermagem aumentam a efetividade do cuidado, diminuindo a incidência de eventos adversos e melhorando o prognóstico dos pacientes. Ademais, a colaboração multidisciplinar e o uso de tecnologias de ponta permitem a customização das intervenções, assegurando a abordagem personalizada que os pacientes críticos necessitam.

Outro ponto importante é a demanda por investimentos em programas de formação contínua e capacitação especializada para os enfermeiros de terapia intensiva, considerando a dinâmica complexa e diversificada do ambiente de UTI. A capacitação constante aprimora não só as habilidades técnicas, mas também o respaldo científico indispensável para a tomada de decisões ágeis e precisas em contextos de alta complexidade.

Assim, o papel do enfermeiro intensivista vai além das responsabilidades técnicas, constituindo-se como um elemento crucial na administração integrada e humanizada do cuidado. Progressos na prática clínica e novas pesquisas acerca das melhores estratégias em TRS são essenciais para lidar com os desafios atuais e elevar os padrões de atendimento no cenário crítico.

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1 Gustavo Pires de Castro – Enfermeiro Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Instensiva pela Escola de Saúde Pública do Distrito Federal vinculada a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Email: gustavoptu0210@gmail.com
2 Daniella Valença Daher de Almeida – Enfermeira servidora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e Tutora do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Instensiva pela Escola de Saúde Pública do Distrito Federal vinculada a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Email: daniella-almeida@fepecs.edu.br
3 Layane Cristine da Silva Sousa – Enfermeira servidora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e Preceptora do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Instensiva pela Escola de Saúde Pública do Distrito Federal vinculada a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Email: laynecristinesousa@gmail.com