A ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA EM (UTI) NO CONTROLE DA PNEUMONIA NOSOCOMIAL: REVISÃO DE LITERATURA

THE ROLE OF THE DENTAL SURGEON IN (ICU) IN THE CONTROL OF NOSOCOMIAL PNEUMONIA: LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411240741


Ádria Marcelly Mota Rêgo1;
Daniel Berretta Moreira Alves2;
Nicole Vinagre Ponte3


RESUMO  

O estudo dialoga sobre a pneumonia nosocomial, também versada como pneumonia hospitalar, uma infecção pulmonar contraída durante a estadia do paciente em um ambiente de saúde, como hospitais ou unidades de terapia intensiva (UTIs) e alerta também sobre a importância da presença do Cirurgião Dentista nesse contexto. O objetivo geral foi evidenciar a importância da presença do cirurgião dentista na UTI para o controle da infecção e evolução do quadro de Pneumonia Nosocomial. A metodologia foi resultado de averiguação da literatura, concretizada na biblioteca virtual SCIELO, LILACS, plataforma digital Google Scholar. Na procura foram usados os descritores: “odontologia”, “cirurgião dentista”, “pneumonia nosocomial”, e “UTIs” “economia”, os artigos utilizados foram publicados nos últimos 10 anos. Dessa maneira, os resultados foram pautados no interesse e nos diálogos em corroborar para a melhor compreensão do tema abordado de maneira científica e acadêmica, visto que é de suma importância a presença do trabalho do cirurgião dentista na UTI, gerando economia e promovendo resultados mais efetivos nesse contexto da saúde.   

Palavras-chave: Odontologia; Condição Bucal; Cirurgião Dentista.   

ABSTRACT

The study talks about nosocomial pneumonia, also known as hospital pneumonia, a lung infection contracted during the patient’s stay in a healthcare environment, such as hospitals or intensive care units (ICUs), and also warns about the importance of the presence of the Dental Surgeon in this context. The general objective was to highlight the importance of the presence of a dental surgeon in the ICU for controlling infection and the evolution of Nosocomial Pneumonia. The methodology was the result of researching the literature, carried out in the virtual library SCIELO, LILACS, Google Scholar digital platform. The following descriptors were used in the search: “dentistry”, “dental surgeon”, “nosocomial pneumonia”, and “ICUs” “economy”, the articles used were published in the last 10 years. In this way, the results were based on interest and dialogue in supporting a better understanding of the topic covered in a scientific and academic manner, since the presence of the dental surgeon in the ICU is extremely important, generating savings and promoting more effective results. in this health context.  

Keywords: Dentistry; Oral Condition; Dental Surgeon.  

INTRODUÇÃO    

A Pneumonia Nosocomial, ainda versada como pneumonia hospitalar, é um contágio pulmonar contraída durante a estadia do paciente em um ambiente de saúde, como hospitais ou unidades de terapia intensiva (UTIs). Isto posto, essa condição pode ser causada por uma variedade de agentes patogênicos incluindo bactérias, vírus e fungos, e é frequentemente associada a uma estadia prolongada no hospital, procedimentos invasivos, uso de ventiladores mecânicos e/ou comprometimento do sistema imunológico do paciente.  

Consoante, este estudo mostra que a presença do cirurgião-dentista nas UTIs cumpre um papel expressivo no desenvolvimento de combate e controle da pneumonia nosocomial por várias razões: higiene bucal inadequada, aspiração de secreções orais, identificação de fatores de riscos bucais, educação e conscientização e principalmente a questão da economia.  

Nesse campo da economia,  a atuação do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar visa prevenir, diagnosticar e tratar doenças bucais que podem agravar o quadro clínico do paciente, gerando economia para o hospital com a redução no tempo de internação, prevenção de pneumonias hospitalares que hoje oneram muito o tratamento do paciente (Brasil, 2017). 

Por meio deste entendimento, a relevancia do estudo, deve-se a importância da presença dos profissionais (Cirurgião Dentista) envolto no trabalho multidisciplinar junto aos pacientes internados em nas unidades de terapias intensivas. Para tanto, aumentar a credibilidade do conjunto e seus colaboradores para uma atenção mais completa para com os usuários, fortalecendo o campo da Odontologia. 

Conforme o autor Williams et al. (2015), os profissionais da classe odontológica devem se conscientizar sobre a importância do trabalho em equipe, investindo em um conhecimento maior sobre as condições sistêmicas dos pacientes. Tal postura aumenta a credibilidade da categoria e colaboraria para um cuidado mais completo para com o paciente, trabalhando lado a lado com outras profissões, como a medicina e a enfermagem. 

  Para confirmar esta relação, o conhecimento sobre determinada doença é uma necessidade do ser humano. Por meio deste entendimento é possível a recuperação e a manutenção da saúde. A OMS4 define saúde sem se referir à ausência de doenças, mas ao “bem-estar físico, psíquico e social” (Dávila, 2020). 

Portanto, segundo Williams e seus colaboradores (2015), alertam que a ausência do cirurgião-dentista nas UTIs pode contribuir para o aumento do risco de pneumonia nosocomial devido à falta de cuidados bucais adequados, maior probabilidade de aspiração de secreções orais contaminadas e falta de identificação precoce de fatores de risco bucais. Sua presença na equipe de saúde é crucial para garantir uma abordagem holística na prevenção dessa condição grave em pacientes hospitalizados.  

Assim, o estudo fundamentou no objetivo de evidenciar a importância da presença do cirurgião dentista na UTI para o controle da infecção e evolução do quadro de Pneumonia Nosocomial com ênfase na economia.  

METODOLOGIA 

 A metodologia utilizada para elaboração desse estudo foi definida em dois momentos, sendo que, o primeiro foi um levantamento bibliográfico, que é o estudo sistematizado com base em artigos, dissertações, livros, revistas e eletrônicos que tratavam do tema abordado. O segundo um estudo bibliográfico científico uma técnica na abordagem descritiva, integrativa, qualitativa, contendo as descrições dos fichamentos realizados para obter os dados do estudo a partir das discussões e debates dos autores. 

Segundo Lakatos et al. (2006) “é uma pesquisa já publicada”. É o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência, é o mesmo que, 

“uma metodologia de forma abrangente e concomitante (…) a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou o objeto de investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas” (MINAYO, 2007, p. 44).  

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2022). Quanto aos objetivos, para Gil (2007), “A pesquisa explicativa e descritiva exige que os fatos sejam descritos com detalhe”.   

Por conseguinte, à seleção dos artigos, realizou-se o fichamento das obras selecionadas afim de organizar a coleta e analisar os dados. Desse modo, os  dados coletados foram disponibilizados em um quadro, possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão da literatura elaborada, de forma a atingir o objetivo desse estudo. A Figura 1 demonstra o processo de seleção dos artigos por meio das palavras-chaves de busca e da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão citados na metodologia. O fluxograma leva em consideração os critérios elencados pela estratégia Prisma: 

Figura 1–Processo de seleção de artigo

Fonte: (PRISMA). Page et al., (2021)  

As buscas dos artigos ocorreram entre os meses de janeiro a setembro de 2024. Foram necessários também dentro dos critérios de inclusão e exclusão, definir obras atuais que fariam parte deste estudo. Nesta busca, foi inicialmente encontrado 35 trabalhos (entre artigos e dissertações).  

Usando o critério de exclusão e inclusão, estudos voltados para a questão da economia da presença do cirurgião dentista nas UTI, apenas três artigos, mencionando superficialmente esse contexto, devido a vetação de muitas leis;  outros por discutirem conceitos como a presença deste Cirurgião-Dentista na redução de 22,5% para 3,5% a incidência de infecção apenas com adição do protocolo de higiene oral. Também ocorre a redução de 18,7% para 9,1% a taxa de pneumonia associada a ventilação mecânica, principal causa de morte na UTI.  

Assim, selecionamos 20 os quais alguns foram lidos na íntegra outros apenas os resumos, após a leitura dos textos, foram selecionados 6 para compor o trabalho e servir de base para nossas análises. As etapas deste processo estão descritas na tabela a seguir. 

RESULTADOS 

Os resultados e discussão foram apresentados em forma de tabela e de forma descritiva para promover melhor visualização da temática aqui delineada.  

Tabela 1: Artigos relacionados aos estudos sobre a Pneumonia Nosocomial e a importância da presença do Cirurgião Dentista na UTI. 

Fonte: (Dados da pesquisa, 2024). Com base nas obras selecionadas a partir de: Autor, Objetivo, Metodologia, Resultados e Conclusão.  

A primeira tabela, apresenta artigos relacionados a pesquisa bibliográfica sobre a fala dos autores em relação a temática. Logo, a instrução normativa dos autores, orientam no cenário da economia, mais diálogos que devem ser disponibilizados a partir do Conselho Federal de Odontologia, no uso das atribuições conferidas pela Lei Federal nº  4.324, de 14 de abril de 1964, regulamentada pelo Decreto nº 68.704, de 03 de junho de 1971, “ad referendum” do Plenário: 

Art. 1º. Reconhecer a Odontologia Hospitalar como Especialidade Odontológica. Parágrafo único: A Odontologia Hospitalar compreende um conjunto de ações preventivas, diagnósticas e terapêuticas de doenças orofaciais, manifestações bucais de origem sistêmicas ou de sequelas de seus respectivos tratamentos, em pacientes em ambiente hospitalar, internados ou não, ou em assistência domiciliar, inseridas no contexto de atuação da equipe multiprofissional, visando à manutenção da saúde bucal e à melhoria da qualidade de vida (CFO, 2024).  

DISCUSSÃO 

Todavia como nosso objetivo principal foi evidenciar a importância da presença do cirurgião dentista na UTI para o controle da infecção e evolução do quadro de Pneumonia Nosocomial, dos 6 textos selecionados 2 tratavam diretamente sobre a comprovação da importância da implementação do cirurgião-dentista nas UTI´s. os temas fizeram comparação no desenho do estudo e nos dados coletados em artigos para desenvolvimento deste assunto. 

Dos textos analisados 1 usou teste de desempenho, sendo que este teste foi validado e envolveu componentes da randomização que foi feita, por turma (n=4), por meio de sorteio realizado por uma pessoa alheia ao estudo, porém que dialogava sobre a importância da presença do cirurgião dentista na UTI. Assim, segundo Wysoski (2020), este é um teste validado e envolve componentes da averiguação de melhorias dos pacientes nas UTIs em relação a presença dos cirurgiões dentistas, “a prestação de assistência odontológica aos pacientes em regime de internação hospitalar e ambulatorial, urgências e emergências a pacientes de alta complexidade em situações críticas que necessitem suporte básico de vida é essencial” (Wysoski, 2020, p. 19). 

Dos textos relacionados, nenhum fez entrevistas, pesquisa de campo ou estudo de caso. Outros textos, trabalharam com revisão de literaturas, sobre o referido estudo. 

Outro fator em destaque é que os temas convergem na ideia da falta de apoio e incentivo para que seja concretizado de maneira mais efetiva a presença do cirurgião dentistas nas UTIs nos cuidados de pacientes com Pneumonia Nosocomial. A falta de publicações específicas sobre este assunto, se mostrou como um entrave no processo, poucos são os artigos que dialogam sobre o campo da economia, por isso a relevância deste estudo. 

Nestes temas escolhidos para análise observou-se uma discussão moldada em argumentos científicos que a prática do controle e presença dos cirurgiões dentistas está cada vez mais em evidência. Presença de Serviço de Odontologia e de treinamentos e protocolos de prestação de serviço em saúde bucal estiveram correlacionados. Os métodos de cuidados orais variaram sobremaneira entre as em unidades de terapia intensiva pesquisadas (Blum et al., 2018). 

Nesse sentido a Bender et al. (2016), apesar da maioria dos estudos ressaltarem a importância do cirurgião-dentista em ambiente hospitalar, são necessárias mais pesquisas para confirmar essa relação. O mesmo autor ainda alerta sobre a relação entre o papel odontológico e sua inserção em Unidades de Terapia Intensiva, assim como a importância da abordagem odontológica com a pneumonia associada à ventilação mecânica e as formas de higienização para prevenção desse e de outros problemas sistêmicos. 

O texto (1), desta análise traz inicialmente uma discussão sobre os objetivos dos programas voltados ao cenário da importância do cirurgião dentista nas UTIs. O qual denota a responsabilidade dos órgãos competentes na elaboração de projetos de natureza científica e técnica, bem como a realização de pesquisas destinadas a fomentar o uso de novas tecnologias, métodos e fármacos no âmbito da Odontologia Hospitalar; junto a ação na integração de programas de promoção, manutenção, prevenção, proteção e recuperação da saúde do paciente em ambiente hospitalar (Cabral et al., 2023). 

O texto (2), aborda as diversas capacidades desenvolvidas através dos atendimentos nas UTIs pelos cirurgiões dentistas no concerne de que a higiene bucal deficiente é comum em pacientes internados em UTI, o que propicia a colonização do biofilme bucal por microrganismos patogênicos, especialmente por patógenos respiratórios (Barozzi et al., 2021). 

Este processo de acompanhamento que deve ser feito pelo profissional competente neste campo, no caso de se encontrar na UTI fica evidente que é definida como uma doença progressiva e não totalmente reversível, na qual ocorre uma resposta inflamatória em relação a medicação utilizada pelo paciente devido à exposição frequente a gases tóxicos e partículas nocivas gerando uma limitação ao fluxo bucal do paciente internado (MARTIN, 2020). 

O texto (3), Pereira et al. (2028), trata especificamente de fortes possibilidades de que estas hipóteses sejam verdadeiras, se faz necessário à aquisição e manutenção da saúde bucal, além de maior integração da Odontologia e da Medicina, visando o tratamento global dos pacientes, a prevenção de doenças e maior humanização dos pacientes internados em UTI.  

O texto (4) o autor Oliveira (2019), fez uma pesquisa mostrando os termos utilizados nos buscadores que foram: PAVM, pneumonia nosocomial, odontologia hospitalar, unidade de terapia intensiva e saúde bucal dos pacientes hospitalizados. Dentre os artigos encontrados por meio destes termos, foram selecionados aqueles com maior relevância ao tema da presente pesquisa, o que foi apurado por meio da leitura dos respectivos resumos e dialogava “é de fundamental importância na prevenção de infecções, em especial a pneumonia associada à ventilação mecânica e, com isso, é capaz de reduzir o tempo de internação e os gastos hospitalares”. 

O texto (5), faz parte de uma coletânea de textos que mostrou fortes possibilidades reforçando o objetivo deste estudo, onde o cirurgião-dentista deve estar presente nos hospitais e deve estar preparado para o atendimento odontológico, em condições específicas e diferenciadas do cotidiano do consultório. Para o paciente em regime de convalescença ou tratamento, a assistência odontológica em ambiente hospitalar é favorecida por contar com maiores recursos diante de situações de urgência e emergência, além do trabalho, quando em equipe, proporcionar melhores condições de saúde ao paciente (Wysoski, 2020). 

Finaliza-se com o texto (6), mostrando a questão da economia em relação a presença do cirurgião dentista nas UTIs. Entretanto, a atuação em equipes multiprofissionais, interdisciplinares e transdisciplinares, com objetivo de promoção da saúde baseada em evidências científicas; a prestação de assistência odontológica aos pacientes em regime de internação hospitalar e ambulatorial, urgências e emergências a pacientes de alta complexidade em situações críticas que necessitem suporte básico de vida; a participação na dinâmica de trabalho institucional, reconhecendo-se como agente desse processo. 

Após a análise dos textos selecionados, fica evidente que o desenvolvimento ou agravamento de problemas relacionados a higiene bucal dos pacientes internados, consiste em uma das principais alterações dos pacientes. Os principais mecanismos envolvidos são: mal hálito, inchaço frequente, fluxo baixo, inflamações nas gengivas, acompanhado de redução da retração elástica das mandíbulas. Todos esses fatores, resultam em prolongamento de outros problemas que pode fazer parte da vida dos pacientes após serem liberados. 

Dessa maneira, ainda de acordo com (LOIVO, 2019), todo este estudo para alcançar a prática teórica e referencial que este trabalho sugere, tendo como foco o desenvolvimento dos assuntos relacionados com essa terapia e seus avanços, servindo de estudos para mais diálogos na área, uma vez que os cirurgião dentistas devem ter mais credibilidade para desenvolver um trabalho mais efetivo neste campo contando com a participação ativa das equipes nos hospitais. 

Os pacientes internados na UTI necessitam de acompanhamento direto de um Cirurgião Dentista. Portanto, existem muitos obstáculos para que o trabalho deste profissional seja realizado efetivamente. Assim, esta interação vem tendo um grande destaque no meio da saúde nos últimos anos em vista da tomada de consciência da sua importância como fator de morbidade e mortalidade.  

No Brasil, ela já ocupa a 5ª posição em causa de morte e 290 mil pacientes são internados anualmente em UTI, trazendo um gasto enorme ao Sistema de Saúde do país. Tão importante quanto os gastos diretos são os gastos indiretos, computados como dias perdidos de trabalho, aposentadorias precoces, morte prematura e sofrimento familiar e social causado pelas infecções bucais nos pacientes internados em UTI (Dávila, 2020, p. 42). 

Cabe mencionar neste contexto, que o tratamento deve ser realizado pelo cirurgião dentista, pois é um suporte necessário de intervenção clínica com pacientes internados. Um fator determinante é o nível de consciência do paciente e da colaboração da equipe multidisciplinar do hospital (MARTIN, 2020, p. 28). 

Dentro desses sistemas inclui-se o sistema estomatognático, composto pela cavidade bucal, seus órgãos e tecidos que necessita de atenção especial. Como declara Godoi et al., (2019, p. 46): 

E, quando o fazem, são cirurgiões bucomaxilofaciais, responsáveis pelo atendimento cirúrgico a traumas e lesões de face, ou pelo atendimento de pacientes que possuem contraindicação para atendimento ambulatorial, sendo referenciados para tratamento sob anestesia geral (o qual costuma ser bastante radical e mutilador).  

Assim, os cuidados de higiene bucal contribuem para a prevenção de infecções hospitalares e favorecem a preservação da saúde e recuperação dos pacientes, o que beneficia não só o bem-estar dos pacientes hospitalizados, como também a própria instituição hospitalar, pois melhoram o quadro clínico e o prognóstico, reduzem a utilização de antibióticos profiláticos e terapêuticos, diminuem o período de internação e aumentam a possibilidade de vagas, reduzindo os gastos hospitalares. Além disso, os gastos envolvidos na atenção odontológica aos pacientes em UTI são irrelevantes, pois grandes benefícios são obtidos a partir de procedimentos simples e de baixo custo e gerando economia tanto para o SUS6 como para a sociedade de maneira geral (Godoi et al., 2019). 

CONCLUSÃO 

Concluiu-se nesse diálogo, a partir da revisão literária que a temática ainda é pouco mencionada, porém necessita de mais debates nesta área, uma vez que a higiene bucal deficiente, prevalece a presença de doença periodontal no paciente de UTI, sem dúvida constituem-se em mais um fator que pode favorecer o desenvolvimento de pneumonia nosocomial. 

Para tanto, esta condição bucal no cenário dos debates e desenvolvimento da temática deve sempre estar em alta, pois a concentração de patógenos na saliva, pode ser aspirado para o pulmão em abundância, segundo, o biofilme bucal pode abrigar patógenos pulmonares e promover o crescimento de maneira desordenada, por isso a relevância deste conhecimento. 

Logo, mais do que promover uma humanização na resolução destes conhecimentos para ambos os envolvidos neste estudo é perceber que muito ainda deve ser debatido neste cenário, pois não obstante de conjeturas bem baseadas que demonstram as relações entre contágios, contaminações, infecções, economia e a categoria relacionada ao cuidado da boca dos pacientes na UTI, os desenhos ainda não estão totalmente acentuados e necessita de mais diálogos na área. 

Outro fator relevante está envolto das muitas mudanças que ainda são necessárias para ocorrências nesta área, pois os profissionais de cuidados da influência bucal com pacientes na UTI, não desenvolvem um trabalho efetivo, pois estes profissionais que atualmente integram as equipes multidisciplinares responsáveis pelo cuidado dos pacientes internados, em especial médicos e enfermeiros, normalmente não dão importância aos cuidados relacionados com a cavidade bucal dos pacientes. Muitas vezes isso acontece por falta de conhecimento, tempo ou interesse. Assim, é importante que a equipe multidisciplinar que atua em uma UTI conte com um profissional da área odontológica. 


4(Organização Mundial de Saúde)  

5O Conselho Federal de Odontologia – CFO, Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do SulCRO/MS, e demais Conselhos Regionais da Federação, foram criados pela Lei nº 4324 de 14 de abril de 1964. 

6Sistema Único de Saúde 


REFERÊNCIAS 

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1ORCID: https://orcid.org/0000-0000-0000-0000
Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES, Brasil
E-mail: adrya_mr@hotmail.com

2ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7986-7242
Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES, Brasil
E-mail: danielberretta@hotmail.com

3ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6675-1702
Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES, Brasil
E-mail: nicole.ponte@uepa.br