Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia, da Faculdade Uninassau, para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientador: Prof. Francisco Carlos Santos Cerqueira
Dedico este trabalho aos meus pais Andreza Limeira e Valzemar Pereira pelo incentivo e apoio. Ao meu esposo, Danilo Soares, admirador e incentivador da minha carreira profissional. OBRIGADA
AGRADECIMENTO
Eu primeiramente agradeço a Deus por ter me dado saúde mental e física para que continuasse a lutar por aquilo que almejo ter e por me ter dado força para enfrentar todos os obstáculos que encontrei pela frente. Agradeço a toda minha família especialmente ao meu esposo Danilo Soares pelo imenso apoio e incentivo nessa jornada acadêmica e na conquista da minha formação profissional.
Agradeço aos meus professores pelos ensinamentos e pelo empenho que tiveram em suas orientações. Um agradecimento especial aos meus orientadores, Professor Francisco Carlos Cerqueira e professora Jeronice Rodrigues, pela sabedoria, paciência, compreensão e incentivo. É através dos Professores e da universidade Uninassau que serei uma excelente profissional.
Muito obrigada!
EPÍGRAFE
“O segredo do sucesso é a constância do propósito”
(Benjamin Disraeli)
RESUMO
A incontinência urinária é caracterizada com uma queixa de qualquer perda involuntária de urina. A incontinência urinária causa grande repercussões na vida das mulheres, principalmente nas idosas afetando seus aspectos físico, social e psicológicos. O objetivo do artigo é esclarecer a atuação da fisioterapia utilizando o exercício de Kegel para tratamento da disfunção miccional e na reeducação de perda urinária em idosas. Foi realizada uma pesquisa explorativa, descritivo, qualitativo e explicativo de natureza bibliográfica que vale como revisão da literatura dirigida especificamente ao trabalho que apresentaram relato sobre a atuação da fisioterapia utilizando o exercício de Kegel no tratamento de incontinência urinária em mulheres idosas. Cerca de 65% das idosas possui algum grau de incontinência urinária. A prevalência de UI foi de 30% entre mulheres, foi possível identificar um aumento significativo em mulheres com 60 anos ou mais. Mas foi avaliado todos os aspectos físicos e psicológicos. Com o estudo realizado pode-se concluir que a abordagem fisioterapêutica em pacientes idosas contribuiu de modo decisivo no tratamento, levando a essas pacientes uma melhora no quadro clínico, no controle miccional, através do aumento da resistência do músculo do assoalho pélvico.
Palavras-chaves: Incontinência urinária, Exercício de Kegel, Atuação da Fisioterapia.
ABSTRACT
Urinary incontinence is characterized with a complaint of any involuntary loss of urine. Urinary incontinence causes great repercussions in the lives of women, especially in the elderly, affecting their physical, social and psychological aspects. The objective of the article is to clarify the role of physiotherapy using the Kegel exercise to treat voiding dysfunction and to re-educate urinary loss in elderly women. An exploratory, descriptive, qualitative and explanatory research of bibliographic nature was carried out, which is valid as a review of the literature directed specifically to the work that presented a report on the performance of physiotherapy using the Kegel exercise in the treatment of urinary incontinence in elderly women. About 65% of elderly women have some degree of urinary incontinence. The prevalence of UI was 30% among women, it was possible to identify a significant increase in women aged 60 and over. But all physical and psychological aspects were evaluated. With the study carried out it can be concluded that the physiotherapeutic approach in elderly patients contributed decisively in the treatment, leading to these patients an improvement in the clinical picture, in the voiding control, through the increase of the resistance of the pelvic floor muscle.
Keywords: Urinary incontinence, Kegel exercise, Physiotherapy performance.
1. INTRODUÇÃO
A incontinência urinária é caracterizada com uma queixa de qualquer perda involuntária de urina. A incontinência urinária causa grande repercussões na vida das mulheres, principalmente nas idosas. Cerca de 65% das pessoas acima de 65 anos possuem algum grau de incontinência urinaria, sendo 20% aproximadamente das mulheres acometida buscam um atendimento ginecológico e se queixam de perda urinaria.
A incontinência urinária é uma patologia do processo anormal do envelhecimento que causa um grande impacto psicossocial levando a paciente a quadros de depressão e disfunção sexual e afetando negativamente a qualidade de vida.
Há três tipos mais comum de incontinência urinária, são: incontinência urinária de esforço (IUE), quando a perda involuntária de urina com o esforço ao tossir, espirrar, dar risada, carregar peso e se agachar; incontinência urinária de urgência (IUU), quando a paciente tem o desejo repetidamente de urinar e não obtém controle sobre os músculos detrusor; incontinência urinaria mista (IUM), que é uma associação concomitante das duas formas supracitadas
A incontinência urinaria começou a ser tratada por vários métodos de fisioterapia, como eletroestimulação, biofeedback, cones vaginais. Mas o DR. Arnold Kegel relatou resultados positivos através de exercícios de Kegel, que são realizados para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, em mulheres acometida com a patologia.
Estudo comprova que a atuação na fisioterapia nessa patologia contribuí de modo decisivo no tratamento, levando a essas pacientes, uma melhora no quadro clínico, no controle miccional, através do aumento da resistência do músculo do assoalho pélvico.
A Fisioterapia realiza um trabalho muito importante no tratamento dessa patologia que ampliou o meu conhecimento sobre o assunto na pratica da Fisioterapia.
O artigo tem como tema a atuação do Fisioterapia utilizando o exercício de Kegel no tratamento de incontinência urinária em mulheres idosas. É uma revisão bibliográfica que verifica a eficácia do exercício de Kegel na incontinência urinária. Está desenvolvido a seguir em quatro capítulos.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Incontinência Urinária em mulheres idosas.
A incontinência urinária é caracterizada como qualquer ocorrência de perda de urina involuntária. O que pode ser influenciado no aumento da pressão abdominal, devido à ausência da contração do músculo detrusor, sendo considerada uma condição causada por vários fatores que afetam muitas pessoas. Estima-se que mais de 8 milhões de pessoas tenha incontinência urinária. As mulheres idosas são as que tem a maior prevalência desse acometimento.
O envelhecimento humano procede com acompanhamento de um esgotamento físico funcional do corpo e mente, assim como a diminuição das respostas fisiológicas. Isto contribui para alterar a qualidade de vida das pessoas com a evolução do processo do envelhecimento, especialmente, a independência e autonomia. Diante das alterações do processo do envelhecimento podemos citar a incontinência urinária, a mesma possui múltiplas etiologias.
Com o conhecimento de diversos autores ao longo dos anos, de que a fisiopatologia da IU envolve vários mecanismos. Petros e Ulmsten propuseram a teoria integral da continência, com objetivo de explicar a incontinência urinária.
De acordo com a teoria, esses sintomas se originam de alterações ou frouxidão teciduais dos elementos de suporte uretral e dos ligamentos e músculos do assoalho pélvico, pois as alterações de tensão dos músculos e ligamentos sobre as fáscias juntas posta à parede vaginal, determina o fechamento ou abertura do colo vesical e da uretra. A tensão sobre a vagina ativa prematuramente o reflexo miccional, desencadeando contrações involuntárias do detrusor e isso causa disfunções da musculatura e tende a piorar na menopausa.
Isso porque a menopausa é caracterizada por redução de nível de estrogênio e progesterona circulante, devido à perda da função ovariana. Dentre essas alterações, está perda da elasticidade dos músculos esquelético.
2.2. Incontinência Urinária verso qualidade de vida das idosas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a qualidade de vida (QV) como uma forma de percepção individual em vinculação a própria posição na vida não estabelecido no contexto cultural e sistema de valores na qual o indivíduo vive, e em correlação aos seus intuitos, perspectivas, metas e interesse. Essa idealização positiva de saúde enfatiza os recursos humanos pessoais e sociais, assim como sua capacidade físicas.
Diante do estudo a pesquisa comprovou que a incontinência urinária afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. Por gerar vários problemas de ordem física, com infecções. Prejudicando a participação de até mesmo uma simples atividade física, o que promove uma baixa autoestima, a impedindo de frequentar lugares públicos, podendo levar a um quadro de depressão, até mesmo por isolamento, alterando o convívio social.
De acordo com Ponte et al, (2010) a alteração do convívio social dá-se basicamente pelo medo de perda de urina, pela percepção do odor de urina, a obrigação de utilizar absorventes e a frequência ida no banheiro.
Segundo Silva et al, (2011) a incontinência urinária trata-se de uma circunstância que
pode caucionar impactos na qualidade de vida da pessoa acometidas.
2.3 A atuação da fisioterapia utilizando o exercício de Kegel no tratamento de incontinência urinária em idosas.
A Fisioterapia Visa a prevenção e o plano de tratamento mais adequado para idosa por meio de educação da função miccional, informação a respeito do uso apropriado da musculatura do assoalho pélvico, com objetivo e principais de Reeducação do assoalho pélvico, fortalecimento muscular. (PINCELI, 2013).
O papel da cinesioterapia é reforçar resistência uretral e melhorar os elementos da sustentação dos órgãos pélvicos. Com auxílio de técnicas dos exercícios de Kegel que são fundamentais para trabalhar a musculatura perineal para o tratamento da hipertonia do assoalho pélvico. (CARVALHO, et al. 2014).
O exercício de Kegel tem o objetivo de melhorar os tônus muscular pélvico pelo fortalecimento dos músculos pubo coccígeos do assoalho pélvicos, além de demonstrar uma melhora significativa no combate a perda involuntária da urina. (DELANCEY, et at.2014).
Arnold Kegel enfatizou o valor dos exercícios de fortalecimento perineal na recuperação das funções dos músculos do assoalho pélvico, em mulheres com incontinência urinária. (LIMA et al, 2007).
2.4 A comprovação que a Fisioterapia é eficaz no tratamento da incontinência urinária
A Fisioterapia atua de forma abrangente no tratamento, e que visa também de forma preventiva da incontinência urinária por meio da educação da função miccional, informando a respeito do uso adequado da musculatura do assoalho pélvico. O papel da fisioterapia é promover uma melhor conscientização corporal e perineal, utilizando um treinamento muscular do assoalho pélvico, que tem como finalidade melhorar a força de contração das fibras musculares, que será elaborado de acordo com grau de força, propriocepção e tolerância da paciente. Assim, estes poderão ajudar a fortalecer os músculos necessários para manter a continência urinária. Afim de ajudar a mulher a volta sua rotina normalmente.
2.5 Análise
A incontinência urinaria é um tratamento que envolve tabus e preconceitos, porque lida com a intimidade das pessoas. É preciso explicar ao paciente todos os procedimentos e técnicas, para que o Fisioterapeuta possa atuar de forma adequada utilizando o exercício de Kegel para o fortalecimento da musculatura. Sendo assim torna-se importante ensinar ás mulheres idosas a eficácia e benefícios através dos exercícios de Kegel.
Muitas mulheres não procuram o serviço de saúde para tratamento adequado por vergonha ou mesmo por não ter o conhecimento do tratamento e considera normal associado ao o envelhecimento.
A fisioterapia atua de maneira significativa e fundamental no tratamento da incontinência urinária e contribuindo com resultado positivo na reabilitação do assoalho pélvico e fazendo com a reiteração da paciente na sociedade.
2.6 Discussão
No estudo de Aslan et al. (2008), é relatado que existe uma variedade de tratamentos para pessoas com incontinência urinária, e que esses tratamentos podem levar a diminuição das reclamações da perda de urina. Já o estudo do Aksakal et al (2014), enfatiza que as paciente utilizando apenas os exercícios de Kegel, descrito por Arnold Kegel (1948) mostraram-se eficazes para melhora das queixas das idosas com incontinência urinária.
Com base no levantamento do estudo realizado por Eder, SE, et al. (2014), analisou que após 12 semanas de tratamento com o dispositivo dos exercícios Embagyn junto com exercícios de Kegel resultaram em reduções significativa na perda de urina. E dando uma qualidade de vida para as pacientes. Foram 205 pacientes, mas só 69 pacientes completaram o estudo com eficácia.
De acordo com Souza (2011), a atuação fisioterapêutica no fortalecimento do assoalho pélvico, tem como proposito quantificar a força de contração das fibras musculares, oportunizar a redução da pressão abdominal.
Segundo Kessler, et al. (2018), enfatizou que a prevalência de incontinência urinária foi de 26,9% entre mulheres, foi possível identificar um aumento significativo da prevalência entre mulheres com 60 anos ou mais, onde foi avaliado como um todo os seus aspectos físicos, sociais e psicológico.
2.7 Resultados
Para se ter um excelente resultado foi realizado por meio de sistema informatizado de busca tendo como base artigo que validasse o exercício de Kegel na incontinência urinária. E os artigos aptos para serem utilizados no presente estudo tiveram suas colocações na referência.
E constatou que grande parte das mulheres não tem conhecimento do exercício de Kegel. E esse exercício deve ser sempre recomendado não apena como tratamento inicial das incontinências urinária, mas sobretudo como forma de prevenção.
3. CONCLUSÃO
Conclui-se que a incontinência urinária afeta a qualidade de vida e comprou que a atuação da fisioterapia com a utilização do exercício de Kegel é eficaz no tratamento da incontinência em mulheres idosas.
Porém, ainda tem idosas que não tem tanta informação sobre o assunto e não buscam tratamento, mantendo a situação de sofrimento e a necessidade de constante adaptação a patologia, atribuído à desesperança, a depressão e ao constrangimento de ter que compartilhar sua condição com os outros indivíduos. Levando um desgaste físico e emocional acentuado, por isso vale ressaltar a grande importância de divulgar o tratamento dessa patologia através da fisioterapia, que vai fortalecer a musculatura do assoalho pélvico e com isso melhorando a qualidade de vida das idosas.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Limeira, Delione
A atuação da Fisioterapia Utilizando o Exercício de Kegel no Tratamento de Incontinência Urinária em Mulheres Idosas/ Delione Limeira, -Amazonas, 2020.
10f
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Mauricio de Nassau. Curso de Fisioterapia. Amazonas, 2020.
Orientador: Francisco Carlos Santos Cerqueira.
1. Incontinência Urinária. 2. Qualidade de vida das idosas. 3. A atuação da Fisioterapia. 4. Comprovação da Fisioterapia é eficaz no tratamento.