A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO  DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11095589


Carla Aline Pinto da Silva¹


RESUMO – Trata-se de uma revisão bibliográfica, com o objetivo de ressaltar a importância de ações de enfermagem e demais membros da assistência hospitalar na prevenção das doenças cardiovasculares. As doenças cardíacas representam 70% dos óbitos ocorridos em todo o mundo. Os principais fatores de risco para doença cardiovascular são comportamentais, sendo assim, é possível diminuir o número de incidência da doença, e consequentemente, dos óbitos, diminuindo os fatores de risco. Foram realizadas pesquisas por artigos no período entre março e março de abril de 2024. Para seleção dos artigos aplicou-se os seguintes descritores encontrados no “DeCS – Descritores em Ciência da Saúde: “Doenças cardiovasculares”, “Assistência de enfermagem”, “Enfermeiro”. As bases de dados utilizadas para busca foram: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), todas pelo portal da Virtual Health Library (BVS). Os critérios de inclusão definidos para esse estudo foram: temas que destacassem a atuação da enfermagem na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, idioma em português, textos disponíveis em versão integral e gratuita, artigos publicados nos últimos cinco anos. Também foram utilizadas obras como diretrizes clínicas do Ministério da Saúde, OMS, OPAS, portarias, decretos associados, Cofen e Coren.

PALAVRAS-CHAVE: Doença cardiovascular. Enfermagem. Assistência

1 INTRODUÇÃO

No Brasil e no mundo, as mortes por DCV aumentou muito nos últimos anos, representando 70% dos óbitos.

Os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares são comportamentais, como exemplo o uso de tabaco, dietas inadequadas e sedentarismo, sendo assim, é possível controlar os riscos, principalmente com ações de promoção da saúde, para diminuir a incidência da doença cardíaca.

A justificativa para realização deste trabalho está na constante necessidade do enfermeiro em agregar conhecimento sobre a temática doenças cardiovasculares, pois constantemente surgem atualizações sobre assunto, e busca ressaltar a importância da atuação da equipe de enfermagem. 

O objetivo deste estudo foi descrever a atuação do Enfermeiro na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares. 

Para orientar este estudo, foi elaborada a seguinte questão norteadora da pesquisa: Como deve ser a assistência da enfermagem para prevenir e tratar doenças cardiovasculares?

Para tanto foram realizadas pesquisas por artigos no período entre março e março de abril de 2024. Para seleção dos artigos aplicou-se os seguintes descritores encontrados no “DeCS – Descritores em Ciência da Saúde: “Doenças cardiovasculares”, “Assistência de enfermagem”, “Enfermeiro”. As bases de dados utilizadas para busca foram: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), todas pelo portal da Virtual Health Library (BVS).

Os critérios de inclusão definidos para esse estudo foram: temas que destacassem a atuação da enfermagem na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, idioma em português, textos disponíveis em versão integral e gratuita, artigos publicados nos últimos cinco anos. Também foram utilizadas obras como diretrizes clínicas do Ministério da Saúde, OMS, OPAS, portarias, decretos associados, Cofen e Coren.

No que tange aos critérios de exclusão dos resultados obtidos em todos os endereços eletrônicos consistem: que não respondiam à questão norteadora, duplicatas encontradas em mais de uma base utilizando-se apenas de uma das bases de dados, o idioma em inglês e espanhol, textos indisponíveis na versão completa e não gratuita, artigos desassociados com a área da enfermagem, artigos que não abordassem os objetivos do tema da pesquisa além de artigos publicados anterior ao ano de 2019.

Após o emprego dos critérios de exclusão citados no parágrafo anterior e leitura dos títulos e resumos, foram selecionados XX artigos para este estudo.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A ASSITEÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS CARDIOPATIAS

Desde o surgimento da enfermagem, que deu início em 1853, através de Florence Nigntingale, é possível notar que a assistência destes profissionais interfere diretamente no êxito da assistência hospitalar e contribui para a promoção da saúde, recuperação dos pacientes e diminuição dos índices de mortalidade. Com o avanço da ciência e aprimoramento de técnicas, hoje, a enfermagem atua em diversas áreas, dentre elas, a cardiologia. RIBEIRO et.al., 2022.

Define-se doenças cardiovasculares como um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos. São exemplos de cardiopatias: doenças coronarianas, doença cerebrovascular, doença arterial periférica, doença cardíaca reumática e trombose venosa profunda. OMS.

As doenças cardiovasculares merecem atenção especial de toda a equipe de saúde, pois somada com outras doenças crônicas não transmissíveis, é responsável por 70% dos óbitos de indivíduos com idade entre 30 e 70 anos, e, ao longo dos anos, o número de mortes vem aumentando de forma considerável. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022.

Mediante à gravidade das doenças cardíacas, é necessária a atuação da enfermagem na promoção da saúde. Muitos fatores de risco para cardiopatias são comportamentais, como dietas inadequadas, uso de tabaco e sedentarismo, sendo assim, o enfermeiro, junto com a equipe multidisciplinar, deve investir na educação em saúde. COREN SP, 2017.

2.2 DOENÇAS CARDÍACAS MAIS INCIDENTES

2.2.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição multifatorial sistêmica caracterizada por níveis elevados de pressão arterial (PA) sustentada. Considera-se hipertensão arterial quando o nível pressórico se mantém com frequência acima de 140×90 mmHg. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004H

A hipertensão arterial sistêmica pode ser herdada, mas existem diversos fatores de risco modificáveis que podem resultar no desenvolvimento da doença, dentre eles o sedentarismo. Estudos comprovam que a prática regular de exercícios é capaz de diminuir o risco de mortalidade, melhorar a pressão arterial e marcadores de doença cardiovascular. SILVA. PSC, BOING. AF, 2020.

O tratamento da HAS está relacionado com o estágio da doença e os fatores de risco para DCV. Os fármacos utilizados são das seguintes classes: Diuréticos Tiazídicos, Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA), Bloqueadores dos Canais de Cálcio e Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina (BRA). A terapia farmacológica deve ser combinada com a redução dos fatores de risco modificáveis, como por exemplo, diminuição do uso de tabaco e álcool, prática regular de exercícios físicos e adequação da dieta. OPAS, 2022

É importante manter os níveis pressóricos regulados, pois a HAS é fator de risco para muitas outras doenças.

2.2.2 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)

O infarto agudo do miocárdio consiste na morte de células cardíacas, causada por isquemia prolongada. Geralmente, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. A evolução da isquemia cursa com lesão e necrose. Inicialmente, cursa com distúrbios eletrolíticos, alterações morfológicas reversíveis e por último, a mote celular/ necrose do tecido. PESARO. Et.al, 2023.

Os principais fatores de risco para IAM são o tabagismo e a dislipidemia, logo, para prevenir o infarto, é ideal cessar o uso de tabaco, manter uma alimentação saudável e realizar a prática de exercícios físicos. VARELLA, 2018

 

2.3 A ESTRATÉGIA DE SAÚDE CARDIOVASCULAR

Com o intuito de auxiliar e capacitar os profissionais e gestores de saúde quanto a prevenção de doenças cardiovasculares, o Ministério da saúde desenvolveu a Estratégia de saúde cardiovascular (ECV), que foca na qualificação da assistência prestada à pessoas com condições consideradas fatores de risco. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021.

Os eixos de atuação da ECV são a promoção e prevenção, educação em saúde, cuidado, gestão e pesquisa e estão voltados para a Atenção Primária à Saúde (APS), visto que está mais próxima da população, facilitando ações de promoção da saúde, prevenção dos fatores de risco, diagnóstico precoce e acompanhamento das pessoas com doença cardiovascular. Nesta estratégia, a APS contribui para o controle de níveis pressóricos e glicêmicos, adesão ao tratamento, e redução de hospitalizações e complicações, fortalecendo a rede de atenção à saúde e qualificando o atendimento da pessoa com doença crônica.  MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022.

A ECV deve ser implementadas seguindo passos importantes que já estão definidos: Análise situacional; Definição de estratégias; Organização da equipe; Implementação de melhorias; Monitoramento e ajustes. Seguindo estes passos, a equipe de saúde reconhece as necessidades de saúde da região e consegue traçar uma linha de cuidados personalizada. Além disso, é possível acompanhar os resultados da assistência prestada.

3 CONCLUSÃO

As doenças cardiovasculares precisam continuar sendo alvo de atenção da enfermagem, dos demais profissionais de saúde e da população como um todo, pois os estudos mostram um aumento do número de mortes por esta causa, mesmo com a evolução da ciência e dos tratamentos. Sendo assim, se faz necessária a busca da equipe de saúde por atualizações, para identificação precoce dos riscos e realização da intervenção assertiva.

Existem os fatores de risco genéticos, mas conforme estudado, muitos fatores de risco são comportamentais, cabendo à equipe multidisciplinar realizar a promoção de saúde, utilizando os meios disponíveis para prestar uma assistência direcionada, como, por exemplo, a Estratégia de saúde cardiovascular.

O emprego da promoção de saúde impacta diretamente na diminuição dos fatores de risco, sendo assim, é possível diminuir a incidência da doença cardíaca e diminuir o índice de mortalidade.

4 REFERÊNCIAS

RIBEIRO BMSS, COMIN FS et.al A enfermagem brasileira em tempos de pandemia e o bicentenário de Florence Nightgale. Revista brasileira de enfermagem. Vol.75 p1-5, 2022. Acesso em 01 março 2024. Disponível em: scielo.br/j/reben/a/nYJX3xsygdYLWZsbrNwpXMB/?format=pdf&lang=pt

BRASIL. A estratégia de saúde cardiovascular na atenção primária à saúde. 2022, Brasília. Acesso em 10 março 2024. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_ecvok.pdf

ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE. Doenças cardiovasculares. Acesso em 20 abril 2024. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/doencas-cardiovasculares

COREN – SP. A assistência de enfermagem na cardiologia.2017. Acesso em 20 abril 2024. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/noticias/a-atuacao-da-enfermagem-na-cardiologia

SILVA. PSC, BOING.AF. Fatores associados à prática de atividade física no lazer: análise dos brasileiros com doenças crônicas. Ciência e saúde coletiva. Vol. 26, p. 5727-5738. Acesso em 21 abril 2024. Disponível em: scielo.br/j/csc/a/r6Fvw8C9MGLzFF37GV9DLkv/?format=pdf&lang=pt

ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE. Qual o tratamento de primeira linha para hipertensão? 2022. Biblioteca virtual de saúde Acesso em 21 abril 2024. Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/qual-o-tratamento-de-primeira-linha-para-hipertensao-2/

VARELLA. D. Ataque cardíaco (infarto). Biblioteca virtual de saúde. Acesso em 22 abril 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/ataque-cardiaco-infarto


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