A ARTE ESCAPA COM INDEPENDÊNCIA NA TRAJETÓRIA BIOPSICOSSOCIAL DA HUMANIDADE?

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501181522


VALÉRIA SÁ GUERRA DE ARAUJO


RESUMO

O artigo aqui delineado traz à baila o posicionamento da arte no mundo. Sua fisiologia, anatomia, e sua representatividade. Problematizando o tema, através do questionamento expresso no título do artigo; que abre possibilidade para uma investigação interessante e incessante sobre a gênese e existência da arte, como testemunha dos fatos, e como prova real dos eventos ontológicos da humanidade, ao longo de sua trajetória biopsicossocial.

1 INTRODUÇÃO

A arte é uma forma de representação. Uma técnica que remonta à pré-história do ser humano no planeta Terra. Platão (2017) definiu a arte como representação ou mimesis, que, em grego, significa “cópia” ou “imitação”. Por isso, o significado primordial da arte foi, durante séculos, a representação ou replicação de algo que é belo ou significativo. Até aproximadamente o final do No século XVIII, uma obra de arte era valorizada com base na fidelidade com que reproduzia seu tema, e isso foi particularmente notório durante o Renascimento. Essa definição de boa arte teve um impacto profundo nos artistas. E o que seria o belo? Bem a filosofia: ciência que significa “amor à sabedoria” tentou conceituar o termo, e isto também será tratado aqui, no delineio de este artigo que na verdade busca através de um questionamento “A arte escapa”? no universo do delineio de antes e depois do boom da escrita, responder através dos parâmetros históricos, filosóficos e sociológicos: como? por quê? De que? e se realmente a arte escapa?

A pesquisa é uma forma metodológica e conceitual de esclarecimento e confirmação de possíveis fatos. Sim, a pesquisa é definida como um processo de investigação meticuloso e sistemático projetado para explorar e desvendar assuntos ou questões específicas com precisão. Essa abordagem metódica abrange a coleta completa, a análise rigorosa e a interpretação perspicaz das informações, com o objetivo de se aprofundar nas nuances de um campo de estudo escolhido.

Justificar uma pesquisa é imprescindível, o problema aqui sugerido nesta ambiência descritiva vem trazer à baila uma investigação historiográfica para responder ao questionamento inicial expressa no título do artigo. A arte está entranhada na história desde os primórdios, afinal o homem primitivo deixou sua expressão artística nas suas primeiras casas: as cavernas. As pinturas rupestres além de arte, hoje reconhecida pelo Homo sapiens, é a linguagem deixada como memorialística dos passos evolutivos da adaptação humanoide a biosfera terrestre.

A problematização de um tema cativa e arrasta o receptor da mensagem, que ávido por uma descoberta ou mesmo uma redescoberta se sente mais à vontade para investigar junto com o pesquisador; ensaísta ou o que o valha. Realmente o objetivo geral é despertar o leitor, o graduando, o autodidata para o senso crítico e profundamente analítico que foge do senso comum.

A história é dividida inicialmente em Pré-História e História, com base na capacidade humana de registrar formalmente os acontecimentos por meio de uma das invenções mais importantes da humanidade: a escrita. Essa invenção permitiu ao homem não só registrar os acontecimentos, como também os transmitir às gerações futuras. Tal divisão vem sendo criticada por muitos historiadores, que argumentam que a forma de registro não se atém somente à escrita: manifestações artísticas, oralidade e cultura material, entre outras, são também uma forma de recuperar o passado e a história. A tarefa dos historiadores é identificar as fontes que podem contribuir de forma mais útil para a produção de relatos precisos do passado. Essas fontes, conhecidas como fontes ou evidências primárias, foram produzidas nas épocas que são objeto de estudo e constituem a base da investigação histórica.

A arte, como forma de expressão das percepções e sentimentos humanos, dá forma a crenças e sentimentos fundamentais, e, também serve como condutora para a cultura e o registro dos acontecimentos de um determinado período. Como a arte nasce em um determinado contexto histórico, é natural que seja considerada um registro e um reflexo de seu tempo. Assim, toda arte vem atrelada a uma simbologia inerente à sociedade e à época em que é executada. Portanto, também oferece um registro histórico que pode revelar as características de uma época.

As artes rupestres, uma das primitivas formas de comunicação humana, datam do período de 32.000 a. C. a 12. 000 a. C. As primeiras técnicas utilizadas eram bastante simples, consistindo em linhas e traços e em “mãos em negativo”. Esse método resumia-se em colocar as mãos nas paredes das cavernas e assoprar pigmentos em pó sobre elas, a fim de obter a silhueta das mãos

Outras formas de representação surgiram até que o homem primitivo passasse a dominar técnicas claro-escuro, e pinturas com várias nuances de cores distintas. Retratavam-se cenas do cotidiano como caça, dança, luta e sexo. Os pigmentos utilizados eram materiais facilmente encontrados na natureza, como: Inclusive com o advento da escrita e literatura.

        Alguns povos, como os indígenas brasileiros, mantiveram sua cultura por meio da linguagem oral. É difícil reconstruir o caminho para a criação da escrita, mas supõe-se que partiu da representação figurativa do mundo, com desenhos de objetos concretos: sol, homem, animais etc. É a chamada escrita ideográfica, que se resume ao objeto representado. Na escrita ideográfica existe um afastamento das figuras originais no significado e na forma, que se torna 2.2 As sociedades da era pós-escrita.

        Na Europa Antiga, Austrália e China, os mensageiros usavam bastões de madeira, com sinais gravados, para ajudar a lembrar das mensagens. Os antigos incas tinham os “quipos”, cordinhas com fios entrelaçados de várias cores e tamanhos, conosco de diferentes quantidades e distâncias que ajudavam a marcar as informações. estilizada; temos como exemplo a escrita de alguns povos orientais, como os japoneses e os chineses. Assim como as formas de transmissão de informações entre formigas e entre abelhas, a escrita é uma forma de comunicação, e escrever faz parte da evolução da tecnologia. No entanto, ao contrário dos sistemas de comunicação regidos pela evolução genética, a comunicação escrita seguiu as regras da evolução cultural.

         A escrita humana evoluiu ao longo do tempo. Essa evolução está longe de ser aleatória: aconteceu para tornar os processos de transmissão de conhecimento do homem mais fáceis de aprender e para fornecer mais informações com mais rapidez e sem equívocos. A escrita transformou o mundo e fez com que ele caminhasse por meio do conhecimento e da transmissão da cultura até os dias atuais

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A arte começou a ser objeto de estudo no Renascimento, embora apenas se analisasse a produção artística ocidental. Com o passar do tempo, procurou-se também compreender e analisar a produção artística de todas as civilizações, levando sempre em consideração os valores culturais e o momento em que tal arte foi produzida.

Ao estudar a estética como disciplina filosófica, é possível identificar uma grande variedade de definições da arte e do belo. Para São Tomás de Aquino, são três condições necessárias para a beleza: primeiro a integridade ou perfeição, pois o que é incompleto é feio por isso mesmo: depois, a devida proporção ou harmonia: e, por último, a claridade, pois aquilo que chamamos belo tem cor brilhante. Há de se destacar, no entanto, que, ao estudar a estética com disciplina filosófica, é possível identificar uma grande variedade de definições da arte e do belo

Em Platão, por exemplo, o belo existe em si mesmo, separado do mundo sensível, pertencendo ao mundo das ideias num plano superior e absoluto. Seu conceito afasta-se da participação do juízo humano. Para o filósofo, o homem tem uma atuação apática diante da ideia do belo. Por isso, tudo aquilo que está fora do mundo das ideias, pertencendo ao mundo do homem, estaria vinculado à imitação e à cópia: o pintor só faz reproduzir a aparência do

Foi no século XX que a humanidade começou a olhar para a arte de uma forma mais preservativa, e os estudos e a difusão dessas obras passaram a ser protegidos. Então, surgiram instituições, museus, galerias e fundações na iniciativa privada e na pública com a finalidade de preservar e catalogar as obras, levando-as à exibição pública. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio da criação de listas do Patrimônio Mundial, apoiam a conservação de monumentos nos mais variados lugares, independentemente do país em que se encontram.

De acordo com Propus (2019, p. 27): Os sítios arqueológicos são preciosos para pesquisar a história. A arqueologia nos oferece a oportunidade de aprender sobre as culturas do passado através do estudo de artefatos, ossos de animais e, muitas vezes, ossos humanos. O estudo desses artefatos ajuda a nos fornecer alguns insights sobre como era a vida das pessoas que não deixaram nenhum registro escrito. No caso da arqueologia histórica, os artefatos podem nos ajudar a identificar uma cultura e resgatar a história de como era a vida das pessoas que não podiam se expressar pela escrita

E quase sempre os artefatos artísticos transmitem com sua linguagem silenciosa o que se passava culturalmente em cada sociedade primitiva ágrafas. A arte é uma ferramenta maravilhosa que é determinada culturalmente e se modifica com o passar do tempo. As teorias elaboradas pelos artistas oferecem vários caminhos, tanto para as alusões de arte historicamente específicas quanto para as não específicas.

Em um período repleto de condições sociais e culturais contraditórias, de ideologias políticas, de práticas visuais e textuais diversas, e de tecnologias que evoluem constantemente, modificando assim o comportamento social, as teorias dos artistas são parte do processo por meio do qual a cognição e recepção tornam-se um registro da experiência e consciência humana. Mesmo assim, atualmente, historiadores de arte negligenciam a proposta metodológica apresentada por eles

Toledo (2009) publica um comovente depoimento da artista.

Talvez o núcleo da minha obra tenha se tornado a experiência da multidão, esperando passivamente em fila, mas sempre pronta para esmagar, destruir e adorar a partir do simples comando de um líder. Talvez seja o desejo de determinar qual é a quantidade mínima de pessoas necessárias para que elas desapareçam e transformem-se em uma multidão.

Impressiona-me as situações em que a quantidade de pessoas deixa de importar e, então, quantificá-las deixa de fazer sentido.

Relembrando, o pós-modernismo considerou que as esferas da cultura estão interconectadas e que o conhecimento é construído e determinado pelas relações de poder: “A homogeneidade do discurso universal no modernismo deu lugar à concepção de heterogeneidade social e uma perspectiva multicultural” (STILES; SELZ, 2012, p. 3).

Um governo que cai, um ditador prestes a ser derrubado, ou mesmo uma simples troca de governo em uma democracia são acompanhados, habitualmente, de grande queima de documentos. Poucas coisas escapam ao furor destrutivo dos homens. É o caso dos espanhóis derretendo centenas de imagens – e destruindo a memória indígena – para transformar em barras de ouro no século XVI (LINHARES, 2010).

Pode-se dizer que, em boa parte, o teatrólogo e ator português Gil Vicente é fruto de uma época. Criou o que se convencionou chamar de teatro vicentino, caracterizado pelo poder da sátira. Sua biografia repleta de incertezas se dá aproximadamente entre 1465 e 1536, no contexto do que se convencionou chamar de Humanismo português. É um período iniciado em 1418, quando D. Duarte nomeia Fernão Lopes como guardador da Torre do Tombo, o arquivo central do Estado Português desde a Idade Média, e termina quando Sá de Miranda retorna da Itália, em 1527, trazendo para Portugal a cultura clássica. O Humanismo é um período de transição entre o fim da Idade Média e a Idade Moderna. Caracteriza-se pelo crescimento das cidades e o enfraquecimento do feudalismo. Com a perda de poder dos senhores de terras, os reis se aliam aos burgueses, principalmente comerciantes, passando a dividir com a Igreja o poder político.

Monólogo do vaqueiro ou Auto da visitação, de Gil Vicente, dá início ao teatro em Portugal. A apresentação do monólogo foi feita em comemoração ao nascimento do filho de D. Manuel e D. Maria Castela, D. João III. A peça foi encenada pelo próprio autor que assumiu a personagem como se fosse um vaqueiro e recitava saudava o nascimento de D. João III. Após isso, Gil Vicente passou a ser protegido pela rainha-mãe, D. Leonor, e foi incumbido de divertir a corte da sua época. Os primeiros trabalhos do teatrólogo receberam influências de autores espanhóis, dentre eles Torres de Navarro que escrevia farsas. Porém, com o tempo, Gil Vicente começou a produzir textos com características extremamente particulares, sendo adepto do lema moralista. “Rindo, castigam-se os costumes” é, talvez, uma das frases mais famosas do teatrólogo e era nisso que ele acreditava, isto é, por meio do humor é possível corrigir os costumes e denunciar a hipocrisia da sociedade.

 Em suas obras satirizou o povo, o clero e a nobreza, maiores alvos de suas críticas o segmento acima surge como parâmetro que embasa a investigação da problematização proposta neste artigo: “A arte escapa”? Visto que o teatro, a obra cênica, vem funcionando como um porto seguro da liberdade de expressão em termos artísticos, há milênios, segmento a seguir corrobora com a investigação sobre o escape da arte desde seu nascimento:

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 Na presente seção, é detalhado o procedimento aplicado na coleta de dados da pesquisa de revisão bibliográfica, adicionando referências a fontes acadêmicas relevantes. O objetivo principal está baseado na análise crítica e na síntese das contribuições existentes nas literaturas relacionadas ao tema em estudo.

Qual a aplicação prática para esta pesquisa, que usa como metodologia Bibliográfica, documental e de levantamento, que de forma qualitativa busca em fontes fidedignas a verdade dos fatos históricos?

Que tal elucidação e comparação venha trazer à sociedade brasileira um olhar mais apurado sobre a arte como instrumento histórico, que além de informar, também conta a trajetória das eras, épocas e coloca o ser humano no palco da descoberta e da redescoberta de sua evolução.

E lembrando da frase do dramaturgo inglês Oscar Wilde pensamos em nunca conceituar ou definir qualquer questão. A filosofia nos diz na figura de Heráclito: “Não entramos no mesmo rio, duas vezes”, já que quando entramos, não encontramos as mesmas águas”.

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Que tal elucidação e comparação venha trazer aos grupos sociais brasileiros um olhar mais apurado sobre a prática da reflexão em relação a retórica nossa de cada dia e de cada obra artística, desde a arte rupestre até a arte visual, perpassando pela literatura e o jornalismo, que o trabalho seja despertamento, já que nossa pirâmide social nos revela uma intensa desigualdade: com desrespeito redistribuído ao povo dentro de um status quo que incrementa o inchaço da base de esta pirâmide que mantém uma minoria mandatária e neoliberal em seu ápice; gerando assim um mecanismo cíclico de deseducação que continua estimulando a formação geracional de maioria populacional com déficit cognitivo.

Tal déficit ocasiona um esvaziamento da capacidade intelectiva humana, que como náufraga não consegue separar o “joio do trigo”; ou seja, não consegue enxergar que a vida imita a arte, e vice-versa.

Descrição dos principais achados da pesquisa de revisão bibliográfica, respondendo aos objetivos do trabalho.  Há outra arte imprescindível: a arte da hermenêutica, “Hermenêutica é uma palavra cuja origem está na mitologia grega, envolvendo o deus Hermes, em latim Mercúrio” (ROHDEN, 1999, p. 112). No Panteão grego ele era associado à linguagem ou fala, pois como deus, poderia nomear as coisas e as pessoas. Também era o intérprete da vontade dos deuses aos seres humanos.

A hermenêutica, como um conjunto do saber humano ocidental, nasceu no século XVII, da necessidade de superar a distância cultural e/ou cronológica que prejudicava a compreensão dos textos antigos, pretendendo determinar o seu significado e demonstrar sua pertinência na atualidade. Ela foi nomeada ou arte da interpretação”

E em função desta modalidade artística, hoje poder-se-á redigir trabalhos acadêmicos como este aqui apresentado, e que ficará perpetrado através das páginas da história.

5 Considerações Finais

 A arte é uma técnica milenar, recheada de prospecção e imagética, o segmento a seguir demonstra claramente que refletir é fundamental para entender o destino, a origem, e a trajetória da arte no universo histórico dos tempos:

“A arte escapa ela é mais forte que a dor, que o desamor, que a blasfêmia, que a mediocridade, e que a injustiça. A arte escapa, pois denota em sua etimologia: capacidade de fazer algo, uma realização nata. Ela transforma corações e mentes, com sua integridade. E como disse Nietzsche “Temos a arte para não morrer de verdade”.

O teatro é uma arte milenar de transformação e vanguarda, possui a missão sagrada de transmutar, desconstruir e construir o mundo, através de um sujeito/arte e/ou objeto/arte, solicita seu consentimento de apreciá-lo, no caso do ator, por exemplo, ele empresta sentimento ao personagem, até mesmo a sua alma. A alma do ator volita em meio ao A alma do ator volita em meio ao sonho, e faz de um palco um oceano navegável, ou um prostíbulo abjeto, realizando o que o termo exige dele: Ser um HIPÓCRITA. (palavra grega usada como ator)

E o termo grego empregado desde a antiguidade clássica não é de uma hipocrisia sórdida, mas expressa todo esse estilo de espírito que deseja representar todos os atos da trama da vida.   “Teatro só faz sentido quando o palco é uma tribuna livre, onde se possa discutir até as últimas consequências os problemas do homem. “Disse com propriedade o ator e dramaturgo Plínio Marcos”.

Homens, mulheres, crianças como estes artistas aqui apresentados e representados; perambulam nauseabundos por ruas, avenidas, estradas: São malabaristas, equilibristas, cantores, atores, pintores, desenhistas, que arrastam correntes em um submundo particular de fome, sede e desesperança.

A canção já dizia: “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte, a gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão, balé” e nesse rodopio mágico que faz a arte brotar dos olhos úmidos de um palhaço, que precisa fazer rir; mesmo que seu estomago esteja vazio… a arte escapa, ela sofre uma eterna metamorfose que tornará a lagarta enfadonha e morosa em uma borboleta bailarina e célere no palco iluminado do teatro; no palco iluminado da vida.

O sonho, faz de um palco um oceano navegável, ou um prostíbulo abjeto, realizando o que o termo exige dele: Ser um hipócrita (palavra grega usada como ator)

E o termo grego empregado desde a antiguidade clássica não é de uma hipocrisia sórdida, mas expressa todo esse estilo de espírito que deseja representar todos os atos da trama da vida”.

“A arte da hermenêutica, que etimologicamente é uma palavra cuja origem está na mitologia grega, envolvendo o deus Hermes, em latim Mercúrio” (ROHDEN, 1999, p. 112). No Panteão grego ele era associado à linguagem ou fala, pois como deus, poderia nomear as coisas e as pessoas. Também era o intérprete da vontade dos deuses aos seres humanos.

Sim, a Hermenêutica também é arte, e leva o indivíduo a realizar a ação da interpretação. Tal ciência aliada ao senso crítico humano – por vezes embotado pelo senso comum – fará da arte um elemento que pode escapar de todo o dilema ditatorial dentro de um sistema desigual e combinado, na trajetória biopsicossocial do ser humano, especialmente com o avento da arte literária.

O Homo sapiens está seguindo o curso natural da arte, e dessa forma, verifica-se que a sociologia da arte é tema recente na área sociológica, mas que vem ganhando espaços cada vez mais importantes, rompendo preconceitos e demonstrando que a arte é a relação social de um grupo, de um momento histórico, assim, dever ter seu campo de pesquisa intercruzado com as outras áreas.

 E a literatura, que é a arte número 4 no olimpo artístico é uma forma de arte. As representações artísticas tiveram início quando os seres humanos registraram tal arte nas paredes das cavernas para criar representações do mundo e da própria vida. Desde então, foram surgindo muitas manifestações artísticas a fim mostrar os mundos real e ficcional, registrando e representando nossa cultura e nossa história. Então nos primórdios de sua existência o Homo vem contando sua trajetória.

E então foi através de esta arte milenar, que se tornou um marco entre o mundo pré-histórico para o mundo histórico, que o ser humano inicia uma outra epopeia: a memorialística; o gênero literário de memórias, que sai da caixa de Pandora, para garantir ao gênero humano conhecer sua gênese através da grafia documental.

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