A AROMATERAPIA NO ALÍVIO DA ANSIEDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7362679


Ana Beatriz Santos Castro1,3
Prof. Dr. Darlan Ferreira da Silva2,3


1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos o transtorno de ansiedade vem aumentado entre a população mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2018) o Brasil é o país com maior índice de pessoas acometidas por esse transtorno. Estimativas apontam que 29,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e que mundialmente, são em torno de 264 milhões de pessoas que sofrem com esse transtorno.

Diante do constante aumento de pessoas acometidas por esse transtorno, mostrou-se uma crescente busca por alternativas paralelas aos tratamentos medicamentosos conhecidas como Práticas Integrativas Complementares (PICS) que visa melhorar a condição física e psicológica, proporcionando uma melhor qualidade de vida a esse paciente (FILHO, 2020).

Dentre essas práticas alternativas, a aromaterapia tem sido bastante difundida por apresentar uma boa aceitabilidade dos pacientes, não apresentar efeitos colaterais indesejáveis e ser de baixo custo, tornando-se uma prática constante. O uso de óleos essenciais nessa prática, permite a prevenção e o combate a diversas doenças, pois trata o corpo de maneira geral (FILHO, 2020).

Com a busca avançada por tratamentos alternativos para a ansiedade, o aprofundamento nas pesquisas sobre a utilização dos óleos essenciais têm ganhado espaço já que alguns estudos têm demonstrado seu efeito terapêutico que auxilia no alívio dos sintomas da ansiedade. O profissional farmacêutico pode atuar nesse campo, pois é devidamente qualificado para conduzir pesquisas nessa área, por ter conhecimento aprofundado em farmacologia podendo compreender seus mecanismos de ação, química farmacêutica, reconhecendo suas estruturas químicas e farmacognosia, todos esses estudos, são importantes para uma melhor compreensão de como esses óleos podem atuar de maneira benéfica, para proporcionar uma melhora dos sintomas (CASTILLO et al., 2020). 

Considerando a temática em questão, o presente trabalho tem como problema de pesquisa: Diante de várias opções de tratamento para o transtorno de ansiedade, como a aromaterapia pode ser aceita como Práticas Integrativas e Complementares (PICS) por pacientes que sofrem desse transtorno e como o farmacêutico pode atuar nesse contexto?

Quanto ao objetivo geral, a pesquisa propõe-se compreender a importância da aromaterapia sob a ótica do uso de óleos essenciais para o tratamento da ansiedade. No que concerne os objetivos específicos, a pesquisa objetiva: conceituar aromaterapia; discorrer sobre a ansiedade e suas possibilidades de tratamentos não farmacológicos e, por fim, discutir acerca da prática do profissional da Farmácia quanto à utilização dos óleos essenciais com finalidade terapêutica para o tratamento da ansiedade. 

Face o exposto, a pesquisa têm sua relevância em ampliar as discussões na seara acadêmica acerca dos desdobramentos benefícios da aromaterapia a partir do uso de óleos essenciais no tratamento da ansiedade, uma vez que o conhecimento promove sobretudo, a elucidação de questões pertinentes à sociedade. Logo, possibilitar arcabouço teórico e científico acerca da aromaterapia como uma alternativa de tratamento da ansiedade na contemporaneidade mostra-se pertinente.

2 MÉTODOS 

2.1 Tipo de estudo

Este estudo trata-se de uma revisão integrativa de caráter exploratório do tipo bibliográfico e de perspectiva qualitativa. 

2.2 Estratégia de busca 

As buscas foram realizadas nas seguintes bases de dados eletrônicas: Scientific Eletrônic Library Online (SCIELO) e LILACS, utilizando-se descritores associados previamente consultados nos Descritores em Ciências da Saúde da BIREME (DECS), em língua portuguesa, são estes: aromaterapia; óleos essências; ansiedade; tratamento da ansiedade com aromaterapia; atuação farmacêutica. Recorreu-se aos operadores lógicos “AND “OR” e “AND NOT” para combinação dos descritores e termos utilizados para rastreamento das publicações.

No que concerne ao Google Acadêmico, enquanto base de dados utilizadas também na construção desta revisão integrativa, foram utilizados os seguintes descritores: aromaterapia; óleos essenciais; ansiedade; tratamento da ansiedade com aromaterapia; atuação farmacêutica. O operador utilizado para combinação dos descritores e/ou termos foi o sinal de mais (+). 

2.3 Critérios de inclusão e exclusão

Foram considerados como critérios de inclusão: (a) estudos que abordavam sobre aromaterapia; óleos essências; ansiedade; tratamento da ansiedade com aromaterapia; atuação farmacêutica; (b) Disponíveis na íntegra e de acesso livre; (c) Publicações no recorte temporal dos últimos dez anos (2015-2022). Foram excluídos artigos que não respondiam aos objetivos do estudo, bem como artigos duplicados e que não estavam disponíveis na íntegra. 

2.4 Análise de Dados 

Para a análise de dados foi necessária uma leitura exploratória de todo o material utilizado e posteriormente uma leitura seletiva, além de analisar os registros de informações obtidos nos artigos selecionados, como por exemplo, os resultados e discussões encontrados, destaca-se que a pesquisa foi submetida a uma leitura analítica a partir de uma análise descritiva.

3 RESULTADOS  

Considerando a metodologia proposta para estudo, inicialmente foi encontrado um total de 310 estudos, e após leitura dos resumos de cada artigo, foram pré-selecionados 22 artigos para uma leitura completa. A partir desta, apenas 10 artigos foram finalmente selecionados para o desenvolvimento deste estudo (Quadro 1). 

Quadro 1: Artigos utilizados nesta revisão integrativa

ProcedênciaTítulo do TrabalhoAutoresPeriódicoConsiderações relevantes do trabalho
Google AcadêmicoFármacos AromáticosCUNHA, PP.Revista Saúde Multidisciplinar, v. 7, n. 1, 2021.Conclui-se que a presença do profissional farmacêutico no controle e orientação de medicamentos fitoterápicos, especialmente os óleos essenciais, contribuiu para o uso correto e eficiente destes no tratamento de doenças.
Google AcadêmicoO uso da aromaterapia no alívio da ansiedade GNATTA; DORNELLAS; SILVARevista Eletrônica Acervo Médico, 6, 2019.O grupo que utilizou Lavanda teve uma redução de -11,80 na média dos escores de ansiedade
LILACSAromaterapia no tratamento da ansiedadeMACHADO; SILVA.Revista Referências Em Saúde Do Centro Universitário Estácio De Goiás, 2019.Os autores relatam a eficácia da aromaterapia no tratamento da ansiedade com a utilização de óleos essenciais de várias fragrâncias
Google AcadêmicoO uso da aromaterapia no alívio da ansiedadeALMEIDA; CHECHETTORevista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 7(9), 2020.Considera-se que os resultados deste estudo apontam para o aproveitamento dos óleos essenciais na utilização da aromaterapia como importante combinação para o alívio da ansiedade.
LILACSAromaterapia e ansiedade: revisão integrativa da literatura DOMINGOS; BRAGARevista Científica De Estética E Cosmetologia, 2(1), 2019.  Permitiu afirmar que a aromaterapia representa uma prática terapêutica segura, embora ainda subestimada nas práticas de cuidado em saúde 
Google Acadêmico
Aromaterapia inalatória para a redução da ansiedade: uma revisão sistemática
BORGES, BGH.Monografia realizada no âmbito da unidade Estágio Curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, apresentada à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, 2021.A aromaterapia inalatória com óleos essenciais se mostrou eficaz para reduzir a ansiedade em 82% dos estudos analisados. É uma terapêutica de fácil aplicação e de baixo custo. Destaca-se a dificuldade em analisar os dados devido à heterogeneidade dos estudos, no que se refere à concentração dos óleos essenciais e posologia
Google AcadêmicoUso da aromaterapia no controle da ansiedadeDIAS; SOUSA; PEREIRAUniversidade Federal da Paraíba CNPQ: Ciências da Saúde: Farmácia,2019.A aromaterapia mostrou-se ser eficaz na diminuição dos níveis de ansiedade
Google AcadêmicoÓleo essencial de lavanda (Lavandula angustifolia) no tratamento da ansiedade ALVES, LLM.Revista ibero- americana de humanidades, ciências e educação. V. 8 n. 4, 2018
Foi possível perceber que a atividade ansiolítica do óleo essencial, bem como, a extensão dos resultados que ele permite ao indivíduo que faz seu uso, está diretamente relacionada à composição do óleo e as concentrações dos seus constituintes.
Google AcadêmicoPotencial terapêutico da aromaterapia no manejo de transtornos de ansiedadeCONCEIÇÃO, DMF. Revista eletrônica Estácio saúde, vol. 5, no 1, 2019.Os resultados obtidos evidenciam o elevado e versátil potencial da aplicação da Aromaterapia para indivíduos que sofram algum tipo de transtorno de ansiedade 
LILACSOs benefícios provenientes da aromaterapia no tratamento da ansiedade: revisão de literatura SAHD; BERLIM; MACHADO Revista Artigos. Com, 29, e7563, 2021Apesar de muitos estudos ainda buscarem elucidar totalmente o mecanismo envolvido na ação da aromaterapia sobre a redução da ansiedade e do estresse, são notórios a evolução e os resultados efetivos que se apresenta com o tratamento.

4 DISCUSSÃO 

A partir dos estudos realizados para a construção da presente pesquisa, percebe-se a importância de discutir sobre a importância de considerar a aromaterapia como uma alternativa pertinente no tratamento da ansiedade, uma vez que esta se configura como um transtorno que diminui a qualidade de vida do acometido. Cabe explicitar que a ansiedade é um transtorno que afeta de forma direta a percepção do indivíduo sobre a vida (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2019).

Nos estudos de Gnatta, Dornellas e Silva (2019) verificou-se a importância da aromaterapia como uma ferramenta auxiliar para a minimização dos níveis de ansiedade. Desta forma, os autores discorrem acerca do óleo essencial – OE de lavanda, que demonstrou melhora significativa na redução da ansiedade após 60 dias de uso. Contudo, é pertinente destacar que este OE se mostrou efetivo nos casos de ansiedade considerada moderada, ou seja, em situações em que a ansiedade não se desdobrou para casos graves.

Ainda, os autores explicitam que a maior efetividade do OE de Lavanda foi observada em pacientes com este grau de ansiedade, tendo em vista que este OE trata emoções que são mais esperadas no perfil dessas pessoas. Destaca-se que esse óleo essencial atinge mudanças emocionais mais relacionadas aos sentimentos de: estresse, medo, agitação e insônia (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2019).

No tocante aos estudos de Machado e Silva (2019) estes refuta a concepção de que os óleos essenciais podem contribuir no tratamento da ansiedade, tornando-se uma alternativa para a melhora dos fatores e sintomas que configuram esse transtorno. Neste estudo, verifica-se que as moléculas que compõem os óleos essenciais na aromaterapia liberam neurotransmissores como as encefalinas e endorfinas, que geram efeitos analgésicos e produzem uma sensação de bem-estar e relaxamento.

Em um experimento realizado por Almeida e Checheto (2020), foi realizada uma pesquisa com puérperas com alta propensão a desenvolver depressão e ansiedade no pós-parto. Estas foram submetidas a inalação de 8 gotas de óleo de rosas e 2% misturada ao óleo de lavanda, aplicado em uma almofada de algodão. Ao fim do estudo, observou-se a redução dos níveis e sintomas de ansiedade desde que usado de forma contínua. 

Domingos e Braga (2019), discorrem que 50 pacientes internados entre maio e outubro de 2013, diagnosticados com Transtorno de Ansiedade, foram submetidos a massagem relaxante e posteriormente, submetidos a aromaterapia com óleo essencial de lavanda e gerânio, conferindo ação tranquilizante e relaxante, sendo assim no final da pesquisa os participantes obtiveram resultados positivos de redução da ansiedade.

Segundo Borges (2021), a função inalatória dos óleos essenciais de Lavanda, Laranja e Rosa Damascena demonstram eficácia nos processos de ansiedade. Esses três OE possibilitam a redução de sintomas físicos que se associam ao transtorno, como por exemplo: náuseas, falta de ar, irritabilidade e insônia e, mostram-se eficazes na minimização de sintomas emocionais, como: preocupação excessiva, agitação, medo e sensações de perigo iminente. O autor explicita ainda, que a aromaterapia é uma importante alternativa terapêutica ao tratamento, uma vez que é de baixo custo e de fácil aplicação. 

Em um estudo experimental realizado por Dias, Sousa e Pereira (2019), dois grupos foram avaliados no tocante à redução da ansiedade. O grupo 1 que utilizou a aromaterapia a partir dos óleos essenciais de Lavandula angustifolia e Matricaria recutita apresentaram 12% e 30% de redução dos níveis de ansiedade. Enquanto o grupo 2 que apenas foi aplicada a massagem com os óleos descritos, teve uma redução menor (2,6% de ansiedade). Apesar do estudo demonstrar a importância da aromaterapia na diminuição de níveis de ansiedade, são necessários mais estudos para compreender quais os compostos e mecanismos de ação inerentes a cada óleo essencial utilizado.

De acordo com Alves (2018) as atividades analgésicas, anti-inflamatória, ansiolíticas, antidepressivas do óleo de L. angustifolia a partir dos seus dois compostos principais, o linalol e o acetato de linalila, devem ser expandidas na comunidade científica e no mercado fitoterápico no Brasil, uma vez que essas propriedades possibilitam a redução dos sintomas ansiosos. 

Já para Conceição (2019), a aromaterapia para o tratamento da ansiedade quando realizada de forma isolada apresenta melhores resultados, do que quando associada a outra técnica como massagem e/ou meditação. Nesse sentido, suas pesquisas corroboram com demais estudos, que comumente associam o OE de lavanda como o principal tratamento ansiolítico, devido à sua composição química rica em grupos funcionais do tipo éster, principais responsáveis pela ação tranquilizante e calmante.

No tocante a administração dos OEs, os estudos revelam que em sua forma inalatória os resultados são mais expressivos, também em termos de preferência, eficácia, baixo custo e conveniência em comparação à via tópica. Segundo a análise realizada por Conceição (2019), a administração por via inalatória caracterizou-se principalmente pelo uso de vaporizadores e difusores, extremamente úteis para difundir os OEs no ambiente para posteriormente serem absorvidos e executarem a sua ação no sistema límbico.

A partir dos estudos de Sahd, Berlim e Machado (2021), observa-se que a aromaterapia a partir dos estudos científicos e técnicos farmacocinéticos, esta pode viabilizar uma alternativa de tratamento para a ansiedade, uma vez que alguns óleos essenciais possuem a capacidade de buscar a prevenção, o tratamento e o equilíbrio do corpo, da mente e das emoções. 

Os autores destacam o OE de gerânio (Pelargonium graveolens) e a lavanda (Lavandula angustifolia), uma vez que estes por possuir uma elevada concentração de éster, favorecendo uma ação calmante e tranquilizante. O óleo essencial de gerânio, pode ser comumente usado no tratamento de agitação, raiva, medo, ansiedade, fadiga mental e nervosa, mudança de humor decorrente de alteração hormonal e desequilíbrio nervoso (SAHD; BERLIM; MACHADO, 2021).

Já o óleo essencial de lavanda, detém efeitos sutis e expressivos devido a sua atividade ansiolítica, em razão das concentrações de acetato de linalila e do composto linalol, como outrora citado. Destarte, quanto maior a concentração dos compostos mencionados, mais elevada será sua efetividade e eficiência no organismo desencadeando maior ação analgésica, ansiolítica, antidepressiva e anti-inflamatória. Ademais, o óleo essencial de lavanda possui poucos efeitos colaterais, positivando seu uso terapêutico no tratamento de patologias e diminuindo expressivamente o custo com medicamentos e outros tratamentos (SAHD; BERLIM; MACHADO, 2021).

Outra planta com atividade terapêutica ansiolítica e antidepressiva, é a Citrus bergamia, conhecida como Bergamota. Para o uso desta planta enquanto OE é necessário que sua composição seja a norma ISO 3520:1998 os componentes representativos deste óleo são limoneno (entre 30-45%), acetato de linalilo, γ-terpineno, pineno, linalol, geranial e βbisaboleno (DIAS; SOUZA; PEREIRA, 2019).

Destarte, outro óleo essencial pertinente com atividades terapêuticas ansiolíticas e antidepressivas é o óleo de Jasmim, cujo nome científico é Jasminum officinalis. Sua funcionalidade terapêutica é oriunda dos seus componentes, são eles: Acetato benzílico, linalol, álcool benzílico, benzoato de benzilo, farnesol, antranilato de metilo são os constituintes principais, em menores quantidades pode encontrar-se cis-jasmona eugenol, nerol, creosol, ácido benzoico, benzaldeido, γ-terpineol, nerolidol entre outros (CUNHA et al., 2021).

Os ativos psicoativos que conferem atividade terapêutica da aromaterapia possibilitam sobretudo a redução dos níveis de estresse e ansiedade, principalmente quando usados em massagens e em forma de inalação. Dentre os efeitos citados por Domingos (2019) destacam-se o efeito tônico revigorante e calmante, decorrente da absorção pelo epitélio pulmonar e no sistema nervoso central. 

Ainda, os OE citados anteriormente possibilitam o reequilíbrio emocional no sistema límbico via bulbo olfatório. Permitem ainda, a diminuição da pressão arterial, aumento da temperatura da pele imbricada ao aumento das sensações de calma e relaxamento muscular. Destacam-se ainda, o efeito antiestresse dos referidos óleos essenciais via modulação da atividade de 5-HT e DA (DOMINGOS, 2019). 

Quando os OE são inalados, ou seja, ministrados via aroma, observa-se a redução dos níveis de ansiedade-estado. Logo após, os níveis de concentração do OE no sangue vão diminuindo de forma gradativa após cada sessão, uma vez que o organismo metaboliza o óleo essencial, excretando-o aos poucos (SAHD; BERLIM; MACHADO, 2021).

Quando age no sistema nervoso central, os óleos essenciais tendem a bloquear os mecanismos que impulsionam o surgimento de sintomas de ansiedade e/ou depressão, ou seja, a aromaterapia possui uma ação interventora dos efeitos fisiológicos e psíquicos destes transtornos, configurando-se como uma prática integrativa e complementar para a saúde mental dos seus beneficiários (SAHD; BERLIM; MACHADO, 2021).

À vista disso, o relaxamento e a exposição são as formas mais comuns na prática da aromaterapia para o controle da ansiedade e depressão, apresentando resultados positivos na redução dos níveis de estresse. Através da volatização das moléculas químicas, ocorre, simultaneamente, à queda das atividades do sistema nervoso simpático, responsável pelas alterações no organismo em situações emergenciais, fomentando estímulos as reações parassimpáticas que induzem o organismo ao retorno do estado de equilíbrio (MONTIBELLER, et al., 2018).

Esse processo está relacionado às atividades moleculares que emite sinais biológicos para as células receptoras nasais, promovendo assim a transmissão para o sistema límbico e hipotálamo ligado ao tronco cerebral onde são coordenadas as atividades de emoções e sentimento contribuindo para a liberação de neurotransmissores (MONTIBELER, et al., 2018).

Destarte, o sistema olfativo irá agir como um instrumento que permite a entrada dos componentes químicos dos óleos essenciais. Ao atingir as regiões cerebrais, o sistema límbico e o hipotálamo são ativados através de impulsos elétricos conduzidos pelos neurônios, possibilitando o aumento da produção de neurotransmissores como acetilcolina, noradrenalina, endorfina e a serotonina (5-HT) e assim proporcionando efeito estimulante, relaxante e calmante, ou seja, minimizando os sintomas que conferem sensações de ansiedade e depressão nos pacientes (MONTIBELER, et al., 2018).

A partir da literatura estudada, observou-se a importância de ampliar os estudos acerca da aromaterapia na contemporaneidade, uma vez que a medicina alternativa tem se apresentado como um importante método curativo. Assim, estudos e pesquisas discutem continuamente a relevância das plantas nos processos curativos e terapêuticos, em especial, em sua forma de óleo para o tratamento de transtornos. Deste modo, estudos farmacológicos, bioquímicos, dentre outros, corroboram com o avanço das informações sobre os agentes presentes nas plantas, em especial, os seus benefícios e influências positivas no tocante ao tratamento de patologias (SAHD; BERLIM; MACHADO, 2021).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A partir do estudo, observou-se que a aromaterapia possui grande relevância no tratamento da ansiedade, em especial, por reduzir os sintomas físicos e emocionais associados ao transtorno. Destaca-se que o óleo essencial de Lavanda, Bergamota, Gerânio, Laranja e Rosa Damascena possuem propriedades que corroboram positivamente para a minimização de sintomas como: irritabilidade, medo, nervosismo e agitação. Destarte, o conhecimento científico acerca da aromaterapia como uma alternativa para o tratamento da ansiedade ainda é muito pequeno na contemporaneidade, contudo, os estudos desvelam de forma expressiva evidências sobre a eficiência dos óleos essenciais no combate a este transtorno. 

REFERÊNCIAS

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ALVES, Bárbara. Óleo essencial de lavanda (Lavandula angustifolia) no tratamento da ansiedade. 2018. Disponível em: https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/coqui/TCC/Monografia-TCC-Barbara.pdf. Acesso em: 30 de nov. de 2021.

BORGES, Theonys Luiz Silva. Aromaterapia inalatória para a redução da ansiedade: uma revisão sistemática. 2021. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/20515?locale=pt_BR. Acesso em: 02 de nov. de 2022.

CONCEIÇÃO, Rejane Evangelista de. Potencial terapêutico da aromaterapia no manejo de transtornos de ansiedade.2019. Disponível em: https://monografias.ufop.br/handle/35400000/1851. Acesso em: 05 de nov. de 2022.

CUNHA, A. P. Fármacos aromáticos (Plantas aromáticas e óleos essenciais). In: Cunha, A. P. d. (ed.) Farmacognosia e Fitoquímica. 2ª ed. 2021. Lisboa Fundação Caloust Gulbenkian pp.339 – 401

DIAS, Paula; SOUSA, Maria João; PEREIRA, Olívia R. 2019. Uso da aromaterapia no controlo da ansiedade. In X Colóquio de Farmácia da ESTSP. Porto. p. 54-59. ISBN 978-989-97801-2-5. Disponível em: https://bibliotecadigital.ipb.pt/handle/10198/11484. Acesso em: 9 de nov. de 2022.

DOMINGOS, Thiago. BRAGA, Eliana Mara. Aromaterapia e ansiedade: revisão integrativa da literatura. Cad. Naturol. Terap. Complem – Vol. 2, N° 2 – 2019. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/312287273_AROMATERAPIA_E_ANSIEDADE_REVISAO_INTEGRATIVA_DA_LITERATURA. Acesso em: 2 de nov. de 2022.

FILHO, J. Guia completo de aromaterapiaUm curso estruturado para alcançar a excelencia profissional. São Paulo: Pensamento, 2020.

GNATTA; J.R. DORNELLAS; E.V. SILVA, M.J.P. O uso da aromaterapia no alívio da ansiedade. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/zP7pm4cSFTr45VqTCzrz7NM/?lang=pt. Acesso em: 01 de nov. de 2022.

MACHADO; C.S.S. SILVA, D.P. Aromaterapia no tratamento da ansiedade. Revista Saúde em Foco – Edição nº 11 – Ano: 2019. Disponível em: https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/11/AROMATERAPIA-NO-TRATAMENTO-DA-ANSIEDADE.pdf. Acesso em: 8 de nov. de 2022.

MONTIBELER, J; ET. AL. Efetividade da massagem com aromaterapia no estresse da equipe de enfermagem do centro cirúrgico: estudo-piloto. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo. v. 52, n. 23, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62342018000100439&script=sci_arttext. Acesso em: 28 de set. 2022.

SAHD, C.S. BERLIM, M.A. MACHADO, R.C.B.R. Os benefícios provenientes da aromaterapia no tratamento da ansiedade – revisão de literatura. 2021. Disponível em: https://conferencias.unb.br/index.php/MCCBSIE/saudeintegrativafsunb1/paper/view/35248https://conferencias.unb.br/index.php/MCCBSIE/saudeintegrativafsunb1/paper/view/35248. Acesso em: 01 de nov. de 2022.

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1 Acadêmico do Curso de Farmácia, Universidade CEUMA.
2 Docente do Curso de Farmácia, Universidade CEUMA.
3 Laboratório de Biotecnologia, Universidade CEUMA.