THE APPLICATION OF IOT (INTERNET OF THINGS) IN AGRICULTURE: A SYSTEMATIC REVIEW.
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8381265
Dione Bueno Rodrigues1
Carlos Junio de Siqueira Santos2
Cleiber Bárbara da Silva3
Francisco Rodrigues4
Gabriel Araújo Macedo de Alcântara5
Kleber Da Silveira Moreira6
RESUMO
A agricultura desempenha um papel crucial na economia brasileira, sendo um dos pilares da economia e da produção nacional. Assim como na indústria, a modernização e a adoção de tecnologias têm sido essenciais para impulsionar a eficiência e a produtividade no setor agrícola. Nesse contexto, a Internet das Coisas (IoT) surge como uma das aplicações tecnológicas, oferecendo a capacidade de coletar e analisar dados em tempo real e otimizar processos. Neste cenário, a IoT representa uma das ferramentas para transformar a agricultura, permitindo uma gestão mais inteligente e sustentável do país. Esta revisão tem como objetivos sintetizar as evidências disponíveis sobre o tema, indicar possíveis lacunas no conhecimento no recorte temático e fornece uma base de informações para apoiar a tomada de decisões. O presente artigo constitui uma revisão sistemática que aborda a aplicação da Internet das Coisas (IoT) na agricultura, visando compreender de forma racional as implicações dessa tecnologia e seus resultados nesse setor por meio de trabalhos acadêmicos selecionados conforme pertinência ao tema. A análise das aplicações da Internet das Coisas (IoT) na agricultura brasileira destaca sua crescente relevância para o setor. A adoção ainda é incipiente no país, mas seu potencial impacto é evidente. Benefícios como a redução de agrotóxicos, promovem uma agricultura mais sustentável. Contudo, desafios persistem, como a falta de conectividade em áreas remotas. A necessidade de mais pesquisas acadêmicas nesse âmbito é válida para preencher lacunas e promover avanços.
Palavras-chave: Agricultura 4.0, Internet das Coisas (IoT), Revisão Sistemática, Agricultura Inteligente, Eficiência Agrícola.
INTRODUÇÃO
Não se pode duvidar que a agricultura desempenha um papel fundamental e estratégico no cenário econômico brasileiro. Sendo um dos pilares da economia do país, com uma produção significativa e uma demanda global crescente, o Brasil se estabeleceu como um dos principais produtores e exportadores mundiais de grãos. Deste modo, a agricultura desempenha um papel crucial na segurança alimentar, na geração de empregos e no desenvolvimento socioeconômico de várias regiões do país.
Nesse contexto em que a agricultura desempenha um papel crucial na manutenção da sustentabilidade econômica do país, surge a demanda por tecnologias aplicáveis nesse setor a fim de tornar mais racionais e eficientes os processos do cultivo da terra. Assim como a indústria, a agricultura também exige o apoio de avanços tecnológicos para otimizar seus processos, aumentar a produtividade e garantir a eficiência. Diante deste quadro, as aplicações da Internet das Coisas (IoT) na agricultura representam um desses avanços da tecnologia que tem redefinido a maneira como é cultivado e gerenciado os recursos agrícolas. Através da interconexão de dispositivos e sensores em ambientes rurais, a IoT oferece aos agricultores uma visão em tempo real das condições do solo, clima e saúde das plantas. Semelhante ao que ocorre na indústria, as aplicações da Internet das Coisas (IoT) na agricultura pode permitir o desenvolvimento de práticas mais sustentáveis, a minimização do desperdício de recursos e uma redução dos impactos ambientais.
Deste modo, surge a relevância de ter uma visão quanto aos trabalhos acadêmicos nacionais abordando a temática das aplicações da Internet das Coisas (IoT) na agricultura no Brasil. Sendo assim, foi elaborado neste trabalho uma revisão sistemática quanto ao tema, aplicando essa metodologia transparente e estruturada, relevante para respaldar argumentos e direcionar decisões informadas quanto ao campo de pesquisa proposto. Essa revisão sistemática analisou trabalhos publicados entre os anos de 2020 a 2023, selecionados através da utilização de ferramentas de bancos de dados de trabalhos acadêmicos, como o Google Acadêmico, Scielo, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD e o Portal de Busca Integrada – Pbi. Esta revisão tem como objetivos:
- Síntese de Evidências: sintetizar as evidências disponíveis sobre a aplicação da Internet das coisas (IoT) na agricultura, formalizando uma análise imparcial dos estudos relevantes e fornecendo uma visão mais das aplicações existentes e seus resultados.
- Identificação de Lacunas no Conhecimento: Indicar possíveis lacunas no conhecimento atual sobre o tema.
- Apoio à Tomada de Decisão: Fornecer uma base de informações para apoiar a tomada de decisões quanto à temática proposta.
DEFINIÇÕES DA METODOLOGIA
A Revisão Sistemática (RS) constitui um método estruturado e meticuloso aplicado para a avaliação de um conjunto de informações originadas de várias pesquisas já divulgadas na literatura. Seu propósito reside em compilar todas as evidências em conformidade com critérios predefinidos de seleção, a fim de orientar uma área de pesquisa específica (HIGGINS et al., 2020). O planejamento deste trabalho de revisão sistemática foi realizado de acordo com os conceitos e estratégias apresentadas por Bandeira, Ana Maria Bezerra; Costa, Claudio; Arita, Emiko Saito; Munhoz, Luciana & Moreira, Lucila M.Y. Akinaga. (2021).
Nesta seção, são apresentados os pontos principais do plano elaborado. Tanto as revisões e ajustes foram discutidas pelos autores deste trabalho e implementadas no plano final. Durante a fase de planejamento desse processo de revisão sistemática, foram definidos os objetivos dessa revisão, estabelecido o passo a passo empregado na estratégia de busca e filtros da seleção de trabalhos acadêmicos e, por último, a definição critérios e procedimentos para seleção dos estudos.
Por apresentarem uma vasta gama de trabalhos científicos, incluindo artigos, teses e dissertações, é imprescindível a definição de quais buscadores têm maior relevância e facilidade quanto à área e tema escolhido. Desta forma, para esta revisão sistemática foram definidos os mecanismos de busca Google Acadêmico (no endereço de site ” https://scholar.google.com.br/?hl=pt), Scielo (no endereço de site https://www.scielo.br/), Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD (no endereço de site https://bdtd.ibict.br/vufind/) e o Portal de Busca integrada – PBi – da Universidade de São Paulo (no endereço de site https://buscaintegrada.usp.br/primo_library/libweb/action/search.do). Essas plataformas escolhidas são amplamente reconhecidas na coleta de trabalhos acadêmicos, uma vez que apresentam facilidade de acesso aos trabalhos acadêmicos, oferecendo recursos de busca avançados que permitem filtrar resultados por área de conhecimento, idioma e outros critérios relevantes que foram definidos para este trabalho.
Foram deliberadamente escolhidos trabalhos acadêmicos redigidos em língua portuguesa, refletindo a intenção da revisão sistemática de avaliar exclusivamente as publicações relacionadas ao contexto brasileiro. Diferentemente da área da saúde, a área de tecnologia nem sempre tem descritores bem definidos, mas isso é compensado por uma variedade de sinônimos bem simples de deduzir, uma vez que essas tecnologias encontram sua nomeação na língua inglesa.
No recorte temporal, foram definidas publicações de artigos acadêmicos nos anos 2020 a 2023, devido ao foco na identificação das aplicações mais recentes da Internet das Coisas (IoT) na agricultura. Essa abordagem de selecionar publicações de artigos acadêmicos específicos neste recorte temporal foi adotada também com a intenção de capturar as tendências mais contemporâneas e os avanços tecnológicos mais recentes no campo da agricultura. Um outro detalhe relevante, é que a escolha desse recorte temporal reflete a compreensão de que a evolução das tecnologias, especialmente na área de IoT, é constante e acelerada.
A busca de documentos por esses buscadores ocorreu entre os meses de junho a agosto de 2023. Mantendo um procedimento sistemático e valido, para garantir a inclusão de trabalhos atuais e relevantes que apresentassem de forma imparcial e objetiva as perspectivas do tema o período de publicações dos trabalhos selecionados foram entre os anos de 2020 a 2022, e publicações de 2023 até o período em que foi executada a pesquisa. Os tipos de literaturas mais encontrados foram do tipo Artigo, mas também foram incluídos Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e revisões.
Figura 1 – Representação das fases para seleção dos trabalhos
Fonte: dos autores (202
Dentre as palavras chaves empregadas foram utilizadas: INTERNET DAS COISAS” AND “AGRICULTURA, IOT” AND “AGRICULTURA, AGRICULTURA 4.0” e AGRICULTURA INTELIGENTE. Através da busca, num primeiro momento foram encontrados um total de 149 documentos. Na BDTD, foram encontrados 23 documentos, excluídos os duplicados e utilizando as palavras-chaves “Internet das Coisas+Agricultura” e “Agricultura+4.0”. Já no Google Acadêmico, utilizando na busca a string “IoT aplicado na agricultura”, foi definido o filtro entre os anos de 2020 a 2023 no campo “Período específico”, selecionado “Pesquisar páginas em Português” e considerado os 100 primeiros artigos resultantes da busca. Na plataforma Scielo, foram utilizadas as palavras chaves “INTERNET DAS COISAS” AND “AGRICULTURA”, “AGRICULTURA 4.0”, resultando em 22 documentos encontrados. Por último, no Portal de Busca integrada (PBi) da Universidade de São Paulo, aplicando as palavras-chaves “Internet das coisas” AND “agricultura”, foram encontrados 55 documentos.
Em seguida, foram selecionados os trabalhos acadêmicos incluídos no estudo por meio de avaliação dos títulos e leitura dos resumos, de forma independente por dois pesquisadores, seguindo o seguinte critério de inclusão: publicados no idioma português; abordam a ideia da utilização da Internet das coisas na agricultura ou aplicações da Internet das Coisas no âmbito da Agricultura 4.0; publicações compreendidas entre os anos 2020 e 2023. Após a leitura dos títulos e resumos foram selecionados 50 documentos para leitura de texto integral. Cinco artigos, indisponíveis na versão on-line, foram também excluídos da revisão. Ao todo foram excluídos 150 documentos nessa fase de leitura de título e resumos.
Como critério de exclusão foram utilizadas as seguintes ponderações: trabalhos que fujam da temática principal proposta neste trabalho; trabalhos onde o foco seria meramente comercial; trabalhos em outros idiomas que não seja português; trabalhos com resultados inconsistentes, contraditórios ou sem dados confiáveis para apoiar as conclusões; trabalhos que foram publicados anteriormente em outras fontes, como duplicatas ou reutilização de dados; trabalhos não disponíveis em versão on-line.
Após a análise minuciosa dos textos integrais, um total de 21 trabalhos foram selecionados para compor o conjunto de fontes que embasaram esta revisão sistemática. Essa seleção rigorosa foi realizada com o objetivo de garantir que apenas estudos que atendessem aos critérios pré-estabelecidos e contribuíram de maneira significativa para o entendimento das aplicações da Internet das Coisas na agricultura fossem incluídos. Critérios como a relevância temática e a consistência de dados foram mais uma vez ponderados nessa fase de leitura integral dos textos. Assim sendo, nessa etapa de refinamento assegurou-se que os trabalhos selecionados sejam representativos, confiáveis e relevantes para a construção de uma análise válida e imparcial. Um total de um total de 29 trabalhos foram excluídos nesta fase de análise.
Deste modo, depois da análise crítica dos artigos selecionados, realizada por dois pesquisadores de forma independente, os 21 trabalhos finais selecionados foram classificados por qual buscador foi encontrado, ano de publicação, autor, objetivos e tipo de literatura, ajudando a ter uma visão sobre as fontes selecionadas.
Tabela síntese dos trabalhos inclusos
Fonte: dos autores (2023)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um consenso entre os trabalhos analisados é que o avanço tecnológico tem moldado profundamente a forma como interagimos com o mundo, é um marco importante nessa evolução é o conceito de Internet das Coisas, também conhecido como Internet of Things (IoT). Foi Kevin Ashton, do MIT, quem lançou as bases desse conceito inovador em 1999, durante uma apresentação para uma grande corporação. No entanto, foi a partir de 2008 que o termo IoT começou a ganhar destaque e popularidade, impulsionado, em grande parte, pela sua ampla disseminação no Twitter (ELDER, 2019 apud GUILHERME, 2023).
A IoT se manifesta como uma das grandes tendências tecnológicas contemporâneas, redefinindo os limites do que é possível em áreas diversas. A automação residencial, a otimização de processos industriais e até mesmo a modernização da agricultura são exemplos do impacto que a IoT pode ter na nossa vida cotidiana. Ao aliar o mundo físico ao digital, essa tecnologia oferece um horizonte promissor de oportunidades e transformações (COSTA, 2018 apud DE OLIVEIRA, LIGIA, et al., 2020).
Outra recorrência de conceito é a compreensão de que a expressão “Internet das Coisas” (ou IoT) representa um conceito que abrange um sistema complexo e em constante evolução. Ela se refere a uma rede interconectada de objetos inteligentes que operam de forma autônoma, gerando e consumindo informações de maneira dinâmica (Miorandi et al., 2012; Tan & Wang, 2010 apud CORNETO, MARIA, et al., 2020). Esse ecossistema engloba uma variedade de dispositivos, desde sensores minúsculos a equipamentos robustos, todos capazes de se comunicar e interagir entre si. A base dessa tecnologia é a capacidade dos objetos de coletar, transmitir e processar dados por meio de sensores e atuadores incorporados.
Dessa forma, o ambiente físico torna-se um espaço digitalmente conectado, onde informações são compartilhadas instantaneamente. Por exemplo, a implementação de sensores em uma lavoura possibilita o monitoramento contínuo da umidade do solo, níveis de nutrientes e outros fatores cruciais para o cultivo. Contudo, vale ressaltar que o desenvolvimento da IoT também traz consigo desafios. A gestão de grandes volumes de dados, a segurança da informação e a interoperabilidade entre dispositivos são aspectos que requerem atenção cuidadosa para garantir que a tecnologia seja aplicada de forma eficaz e segura. Nesse contexto, a compreensão clara e precisa da IoT, como abordada por Miorandi et al. (2012) e Tan & Wang (2010) (apud CORNETO, MARIA, et al., 2020, p2), é essencial para explorar todo o potencial dessa revolução tecnológica em diversos setores, incluindo a agricultura.
Um ponto relevante quanto ao funcionamento e ressaltado no trabalho de CORNETO, MARIA, 2020 é que dois pilares tecnológicos formam a base essencial para viabilizar o funcionamento da Internet das Coisas (IoT). A primeira dessas tecnologias é conhecida como Identificação por Rádio Frequência (Radio Frequency IDentification – RFID). Esta tecnologia desempenha um papel crucial, permitindo que microchips transmitam informações de identificação de forma sem fio para leitores específicos, os quais operam com dispositivos que empregam a mesma tecnologia (Da Xu et al., 2014; Gershenfeld et al., 2004 apud CORNETO, MARIA, et al., 2020, p4).
A segunda tecnologia que atua como fundamento para a IoT é a Rede de Sensores Sem Fio (Wireless Sensor Networks – WSNs). Sob esse paradigma, sensores inteligentes são interconectados para formar uma rede capaz de detecção e monitoramento. Por meio dessa rede, uma infinidade de dispositivos é capaz de coletar dados de maneira autônoma e transmiti-los de maneira eficaz (Da Xu et al., 2014; Gershenfeld et al., 2004 apud CORNETO, MARIA, et al., 2020, p4).
Esses dois componentes tecnológicos estabelecem as bases para o funcionamento da IoT. A RFID possibilita a identificação e rastreamento de objetos e dispositivos, permitindo que informações específicas sejam associadas a cada um deles e compartilhadas de forma remota. A WSNs, por sua vez, promove a coleta e transmissão de dados de sensores inteligentes, capacitando a rede a adquirir informações relevantes sobre o ambiente e os objetos monitorados, como abordado por Da Xu et al., 2014 e Gershenfeld et al., 2004 (apud CORNETO, MARIA, et al., 2020, p4). É importante notar esses requisitos de funcionamento para verificar seus impactos quanto aplicado na agricultura (CABREIRA et al., 2022, p 98).
No entanto, é fundamental reconhecer que o sucesso da IoT vai além da mera utilização dessas tecnologias. A interação e interoperabilidade eficazes entre dispositivos, a gestão de grandes volumes de dados gerados e a segurança da informação são desafios que acompanham a implantação da IoT em diversos setores, incluindo a agricultura. Portanto, compreender a contribuição dessas tecnologias, conforme delineado por Da Xu et al. (2014) e Gershenfeld et al. (2004) (apud CORNETO, MARIA, et al., 2020, p4), é crucial para explorar plenamente o potencial revolucionário da IoT e superar os desafios que ela apresenta.
A integração de sensores constitui um aspecto central na arquitetura dos dispositivos da Internet das Coisas (IoT), uma vez que esses componentes desempenham um papel de destaque ao permitir o monitoramento de variáveis em uma ampla gama de ambientes e contextos (N. AVELAR, O C. DOS SANTOS et al., 2022, p 4). Por meio da incorporação de sensores inteligentes, os dispositivos IoT são capazes de adquirir dados relevantes e, muitas vezes, em tempo real, o que oferece um panorama detalhado das condições ambientais ou das operações dos dispositivos.
Os sensores atuam como as “janelas” da IoT para o mundo real, pois permitem a captação de dados que antes poderiam passar despercebidos. Eles possuem a capacidade de traduzir eventos e fenômenos físicos em sinais elétricos que podem ser interpretados e processados pelos sistemas digitais (N. AVELAR, O C. DOS SANTOS et al., 2022, p 4). Isso se revela especialmente valioso na agricultura, onde os sensores podem monitorar aspectos como a umidade do solo, a saúde das plantas, a presença de pragas e doenças, além de fatores climáticos que afetam diretamente a produção agrícola.
A análise das publicações acadêmicas sobre a Internet das Coisas (IoT) revela uma série de insights interessantes e reveladores sobre a adoção dessa tecnologia no contexto brasileiro. Um aspecto notório é a presença dominante de artigos em inglês citados, o que aponta para a necessidade contínua de aprimorar o uso da IoT no Brasil. Isso sugere que, embora haja pesquisas e contribuições no campo da IoT, há espaço para um maior engajamento e divulgação em nível local, a fim de fortalecer o conhecimento e a aplicação dessa tecnologia em território nacional. Além disso, o estudo também evidenciou um aumento constante na publicação de trabalhos por autores com sobrenomes de origem asiática. Essa tendência pode ser interpretada como um indício de que países como a Ásia estão dedicando um esforço significativo para desenvolver tecnologias eficientes e acessíveis, em linha com as necessidades e demandas atuais (DE OLIVEIRA, LIGIA, et al., 2020, p 14). Esse enfoque em soluções de baixo custo e alto impacto pode ser reflexo da busca por alternativas que possam ser aplicadas em escala, promovendo a inovação de maneira acessível e tangível. Ambos os aspectos ressaltam a importância de um compromisso contínuo com a pesquisa e a aplicação da IoT no Brasil.
Um ponto relevante levantado por AUGUSTO VARELA, 2022, é que diante do contexto global de crescimento populacional e, consequentemente, da demanda por alimentos em maior volume, qualidade e acessibilidade, torna-se essencial a incorporação de avanços tecnológicos em toda a cadeia de produção agrícola. Essa necessidade se torna ainda mais premente ao considerarmos que a agricultura é um dos setores econômicos mais afetados pelas flutuações climáticas. A interconexão dos dispositivos também contribui para a coleta e análise de dados em tempo real, permitindo que os agricultores tomem decisões informadas e oportunas.
No contexto da revolução digital, a conectividade emerge como o ponto de partida essencial para a transformação do setor agrícola, abrindo as portas para a adoção de tecnologias inovadoras. A capacidade de se conectar à rede global é o que possibilita às operações agrícolas explorar tecnologias de computação em nuvem e aproveitar algoritmos de inteligência artificial para otimização de processos (Bronson, 2016 apud BERNARDCKI, GUEM, ANDRADE et al., 2023, p 3). Esse movimento representa um avanço significativo no sentido de aumentar a produtividade por meio da automação.
A digitalização da agricultura não é apenas uma questão de eficiência operacional, mas também de competitividade global. O Brasil, como um importante player na produção de commodities agrícolas, tem uma oportunidade crucial de posicionar-se vantajosamente na cadeia internacional. A adoção de tecnologias que promovem a digitalização pode ser um fator determinante nesse contexto (Brito, 2021 apud BERNARDCKI, GUEM, ANDRADE et al., 2023, p 3). A capacidade de conectar, coletar e processar dados em tempo real possibilita um controle mais preciso e uma tomada de decisão informada. Com a Internet das Coisas (IoT) desempenhando um papel crucial nessa transformação, as operações agrícolas podem alavancar dados e insights para melhorar a eficiência e a sustentabilidade. Infere-se que a conectividade não é apenas um passo inicial na jornada de transformação digital na agricultura, mas também um elemento fundamental para que o setor possa abraçar plenamente as oportunidades oferecidas pelas tecnologias emergentes. Ao adotar uma abordagem proativa e estratégica para a conectividade e a digitalização, o Brasil pode se destacar como um protagonista na nova era da agricultura inteligente e eficiente.
A influência da revolução digital na agricultura é inegável, impulsionando a evolução para o que é conhecido como Agricultura 4.0. Nesse contexto, fazendas inteligentes, também conhecidas como smart farms, têm se destacado como um exemplo concreto dessa transformação. Uma das estratégias essenciais adotadas pelas smart farms é o Manejo Integrado de Pragas (MIP), o qual está sendo revitalizado por meio de inovações tecnológicas. O monitoramento digital da variabilidade espacial das lavouras representa um dos pilares dessa evolução. Através da aplicação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), telemetria e análise de big data, as smart farms estão redefinindo a forma como abordam a gestão de pragas e doenças nas plantações (ANZILIERO et al., 2022).
A Agricultura 4.0 representa uma fase marcante na evolução do setor agrícola, caracterizada pela incorporação intensiva de tecnologias digitais e conectividade. Nesse contexto, a automação e a troca de dados emergem como elementos-chave para otimizar os processos nas fazendas agrícolas, levando a um novo nível de eficiência e produtividade. O cerne da Agricultura 4.0 reside na interconexão de máquinas e implementos agrícolas, os quais são habilitados pela internet. Essa conectividade inteligente permite a comunicação e a colaboração entre diferentes dispositivos, resultando em um ecossistema agrícola altamente integrado. A automatização não apenas economiza tempo e esforço, mas também melhora a consistência e a qualidade das operações. (ANZILIERO et al., 2022, p 11 ).
A evolução da agricultura para o que é conhecido como Agricultura 4.0 introduz uma perspectiva totalmente nova, aproveitando uma série de conceitos tecnológicos avançados. Nesse contexto, a Internet das Coisas (IoT), a big data e a agricultura digital desempenham papéis fundamentais, formando um alicerce sólido para a transformação do setor. A base da Agricultura 4.0 é a aplicação integrada da IoT, que se traduz na interconexão inteligente de uma variedade de dispositivos e sistemas agrícolas. Essa rede de conexões permite que máquinas, equipamentos e sensores colaborem de maneira sinérgica, gerando uma enorme quantidade de dados que podem ser coletados e analisados em tempo real. Isso, por sua vez, proporciona insights valiosos para a tomada de decisões informadas. O conceito de big data complementa essa estrutura, uma vez que a grande quantidade de informações geradas na Agricultura 4.0 requer soluções robustas de gerenciamento e análise. segundo BONGOMIN, 2020 (apud ANZILIERO 2022, p 11).
A Agricultura 4.0 representa uma revolução significativa na forma como as atividades agrícolas são conduzidas. Em seu cerne, encontra-se a utilização estratégica da conectividade para promover a automação e a troca eficiente de dados nas fazendas. Por meio dessa abordagem, as fazendas podem alavancar a tecnologia para otimizar uma série de tarefas, desde o monitoramento das condições climáticas até a aplicação precisa de insumos. Máquinas agrícolas conectadas e autônomas podem executar tarefas com maior precisão e consistência, reduzindo o desperdício de recursos e aumentando a produtividade. Por exemplo, sistemas de irrigação podem ser controlados automaticamente com base nas necessidades hídricas reais das plantas, contribuindo para a economia de água. (ANZILIERO et al., 2022, p 34 ). No entanto, é importante ressaltar que a adoção da Agricultura 4.0 não se trata apenas de incorporar tecnologia por si só.
No âmbito do agronegócio e suas diversas áreas de atuação, as pesquisas que abordam a aplicação da Internet das Coisas (IoT) apontam para um vasto leque de possibilidades. Dentre essas oportunidades, destacam-se seu emprego no monitoramento, controle, logística e predição das operações. Estudos têm demonstrado como a IoT pode ser incorporada para acompanhar de maneira precisa e em tempo real as condições das lavouras, avaliar a qualidade do solo e até mesmo monitorar a saúde dos animais (Dinesh & Ramesh, 2018; Talavera et al., 2017 apud CORNETO, MARIA, et al., 2020, p2). A capacidade da IoT de coletar uma vasta quantidade de dados a partir de sensores distribuídos em várias partes das atividades agrícolas possibilita um monitoramento detalhado e em tempo real. Isso possibilita que os produtores tomem decisões informadas, ajustem práticas de manejo e otimizem a alocação de recursos, resultando em maior eficiência e produtividade.
A crescente integração de sistemas automatizados têm desempenhado um papel crucial na revolução da agricultura moderna. Essa abordagem baseada em dados também tem contribuído para uma tomada de decisão mais precisa e estratégica, proporcionando um apoio valioso aos agricultores (LEZOCHE et al., 2020; TRIVELLI et al., 2019; MAVRIDOU et al., 2019; KLERKX; ROSE, 2020; MONTELEONE; MORAES; FARIA, 2020a; ZHAI et al., 2020 apud AUGUSTO VARELA, et al., 2022, p 18).
A evolução para a Agricultura 4.0 surge como um desdobramento natural do fenômeno da Indústria 4.0, um marco que promoveu uma transformação digital nas operações industriais e que também é conhecido como a quarta revolução industrial. Esse movimento teve início em nações desenvolvidas, como a Alemanha, Estados Unidos e China, onde a conectividade foi estendida às etapas produtivas industriais por meio da aplicação de tecnologias de internet e automação. Essa mesma mobilização, que inicialmente se manifestou nos setores industriais, têm encontrado terreno fértil na agricultura, dando origem à Agricultura 4.0, que traz consigo a promessa de revolucionar a forma como as práticas agrícolas são conduzidas (TADEU et al., 2021, p. 17).
A agricultura, assim como diversos outros setores, não permanece imune aos impactos da quarta revolução industrial. As mudanças trazidas por esse fenômeno também se refletem no campo agrícola, reforçando a necessidade de adaptação e incorporação de tecnologias avançadas para otimizar as práticas agrícolas. A agricultura está sendo remodelada pela convergência de tecnologias digitais, conectividade e automação, representando um novo paradigma na forma como as atividades rurais são planejadas, executadas e gerenciadas (BARRETT; ROSE, 2020; YAHYA, 2018 apud MONTELEONE, 2022, p 20). Diante das transformações trazidas pela revolução industrial, a agricultura emerge como um setor que também deve se modernizar e se adaptar às novas metodologias de trabalho. Assim como a indústria, a agricultura é impulsionada a adotar práticas inovadoras e tecnológicas para melhorar a eficiência e a produtividade. (GUILLÉN-NAVARRO; PEREÑÍGUEZGARCÍA; MARTÍNEZ-ESPAÑA, 2017 apud MONTELEONE, 2022, p 20).
No cenário atual, a Agricultura 4.0 emerge como um resultado da convergência de uma ampla gama de tecnologias originárias de diversas áreas distintas. Esse conceito, ainda em estágio inicial, representa um fenômeno transdisciplinar que carrega consigo um grau de complexidade pouco explorado até então. A interseção de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, análise de dados, automação e outras, possibilita a criação de um ambiente agrícola altamente conectado e eficiente. A Agricultura 4.0, apesar de estar nos estágios iniciais de sua compreensão e aplicação, oferece um grande potencial para transformar a maneira como a agricultura é conduzida, promovendo avanços significativos na produtividade e sustentabilidade do setor. (CIGAINSKI, DURANTE, DE OLIVEIRA, ARRUDA et al., 2020 p 2).
Nesse contexto de Agricultura 4.0, as fazendas inteligentes, ou smart farms, ganham destaque ao adotar uma abordagem baseada em dados para otimizar a produtividade e reduzir os custos de produção, visando aprimorar tanto a eficiência quanto a sustentabilidade do processo. Uma das facetas desse avanço é a aplicação de tecnologias como aplicativos especializados, capazes de coletar informações sobre plantas daninhas e pragas, permitindo uma análise mais precisa e embasada para a tomada de decisões. A interseção entre dados, tecnologia e práticas agrícolas é um testemunho claro do progresso em direção a um setor agrícola mais resiliente e inovador, capaz de enfrentar os desafios complexos do panorama contemporâneo, segundo JAKKU, 2019 (apud ANZILIERO (2022, p 11).
A utilização desses aplicativos de monitoramento insere-se no âmbito do conceito de Agricultura 4.0, que é uma manifestação da tecnologia disruptiva, originada a partir do desenvolvimento tecnológico da indústria, mais conhecido como a Indústria 4.0. Contudo, no contexto dos agronegócios, esse conceito encontra-se em estágio inicial, com ainda poucas aplicações efetivas nas áreas agrícolas. À medida que os princípios da quarta revolução industrial se mesclam com a agricultura, as oportunidades e desafios emergem de forma intrínseca. O uso de aplicativos de monitoramento na agricultura, embora em estágio embrionário, sinaliza um movimento que visa revolucionar a forma como a agricultura é planejada, executada e gerida, alinhando-a às novas demandas tecnológicas do século XXI. (ANZILIERO et al., 2022, p 11 ).
É evidente a demanda por uma contínua pesquisa nesse setor, com o propósito de ampliar a adoção e disseminação das tecnologias envolvidas em diferentes áreas agrícolas. Como ressalta BONGOMIN 2020 (apud ANZILIERO et al., 2022, p 11), há uma necessidade premente de expandir o alcance da Internet das Coisas na agricultura, de forma a abranger uma gama mais ampla de atividades e regiões. Essa imperatividade é movida pela compreensão de que as inovações tecnológicas, como a IoT, são os alicerces para a modernização da agricultura, impulsionando sua eficiência e capacidade produtiva. Portanto, a pesquisa contínua é um elemento chave para alargar os horizontes da aplicação da IoT no campo agrícola e para assegurar que seus benefícios se estendam além de contextos específicos, contribuindo para o avanço geral do setor.
A influência da Agricultura 4.0 é inegável na maneira como as atividades agrícolas são monitoradas e gerenciadas, adotando recursos de conectividade, software e hardware para aprimorar a tomada de decisões. Esse conceito abrange uma abordagem abrangente, como destacado por ANZILIERO et al. (2022), que engloba a coleta, transferência, transformação, análise e aplicação dos dados obtidos no ambiente agrícola. Dessa maneira, essa revolução digital está moldando uma nova era na agricultura, onde a tecnologia se tornou uma ferramenta vital para enfrentar os desafios e oportunidades desse setor vital da economia. (ANZILIERO et al., 2022, p 11).
A evolução na área da ciência agrícola tem sido marcada por estudos que evidenciam a crescente importância da coleta de dados por meio de diversas tecnologias digitais. Conforme apontado por WOLFERT 2017 (apud ANZILIERO 2022, p 11), essa coleta de dados está se tornando cada vez mais estratégica para os agricultores. O advento da Agricultura 4.0 trouxe consigo uma gama de ferramentas e dispositivos que possibilitam a obtenção de informações precisas e em tempo real sobre diversos aspectos das atividades agrícolas. Sensores de solo, drones, dispositivos de monitoramento climático e outras soluções tecnológicas têm revolucionado a forma como os agricultores tomam decisões e gerenciam suas plantações. Com isso, a coleta e interpretação de dados digitais estão se consolidando como ferramentas indispensáveis para otimizar a produção agrícola, melhorar a qualidade dos produtos e aumentar a eficiência operacional (WOLFERT, 2017 apud ANZILIERO 2022, p 11).
A utilização de sistemas inteligentes na agricultura tem se destacado como uma abordagem promissora para otimizar os processos de manejo e controle de plantas daninhas. Esses sistemas têm o potencial de reduzir significativamente os custos associados a essas atividades, ao permitir a identificação e classificação precisa das plantas daninhas. Isso não apenas contribui para a economia de insumos, como também minimiza potenciais impactos negativos ao meio ambiente, já que a aplicação localizada reduz a quantidade de produtos químicos utilizados. Além disso, essa abordagem alinhada à Agricultura 4.0 demonstra o potencial de aliar a tecnologia à sustentabilidade, promovendo práticas agrícolas mais eficientes e responsáveis. (LIU; ABBAS; NOOR, 2021 apud ANZILIERO, 2022, p 43).
A aplicação da Internet das Coisas (IoT) na agricultura tem suscitado pontos de vista diversos sobre seus impactos e benefícios. Uma das abordagens considera o potencial da IoT para mitigar o uso excessivo de agrotóxicos, o que poderia beneficiar diretamente a saúde dos trabalhadores agrícolas. De acordo com a World Health Organization (WHO), a intoxicação aguda por agrotóxicos (APP) é uma preocupação global, com significativa morbidade e mortalidade associadas a esse problema (ANZILIERO et al., 2022, p 43).
Essa visão é corroborada por MEENA, 2020 (apud ANZILIERO 2022, p 43), que enfatiza os benefícios da redução no uso de agrotóxicos para a saúde do solo. A aplicação excessiva e indiscriminada de agrotóxicos ao longo do tempo pode impactar negativamente a biodiversidade do solo, com efeitos de longo prazo na segurança alimentar e na sustentabilidade agrícola.
Em um contexto mais amplo, JORGENSEN 2018 (apud AUGUSTO et al., 2022, p 18) destaca que os agricultores com unidades de produção maiores já estão adotando tecnologias da Indústria 4.0 em operações como pulverização e preparação do solo, visando a ganhos econômicos e ambientais. Os dados gerados por essas práticas são compartilhados em ambientes de nuvem, beneficiando a tomada de decisões tanto dentro quanto fora das operações agrícolas (SAIZ-RUBIO; ROVIRA-MÁS, 2020 apud AUGUSTO et al., 2022, p 18). Essa colaboração de dados é um passo importante para aprimorar a gestão e a eficiência na agricultura (AUGUSTO et al., 2022, p 18).
A introdução da Agricultura 4.0 traz consigo uma mudança na mentalidade da gestão das propriedades rurais. Em vez do método convencional, a Agricultura 4.0 busca a integração de práticas sustentáveis e precisas, alimentada por conceitos como IoT, Big Data e Inteligência Artificial, resultando em uma gestão mais eficaz e em tempo real (LIOUTAS et al. 2019 apud TADEU et al., 2021, p 17). Esse movimento também é conhecido como “Agricultura Digital” ou “Agricultura Inteligente” no Brasil (TADEU et al., 2021, p 17).
Apesar dos benefícios, a adoção da Agricultura 4.0 ainda está em estágio inicial e enfrenta desafios, incluindo a falta de conectividade em áreas rurais remotas. A necessidade de infraestrutura de conectividade é um requisito fundamental para o sucesso dessa transformação (BERNARDOCKI, GUEM, ANDRADE et al., 2023, p 15).
No que diz respeito à aplicação prática, pesquisas têm explorado o uso de sensores e tecnologias IoT para melhorar a eficiência na agricultura. Um exemplo é o monitoramento dos níveis de CO2 para detectar a deterioração do milho em armazéns nos EUA, demonstrando a capacidade de coletar e transmitir dados em tempo real (CARVALHO, ANTONIO, et al., 2023, p 3).
Apesar do progresso, a pesquisa na área ainda é relativamente recente, com um aumento significativo de publicações a partir de 2017. Essa tendência indica que a Agricultura 4.0 é um campo em crescimento, com uma ampla gama de aplicações e desafios a serem abordados (CORNETO, MARIA, et al., 2020, p 16).
Nesse cenário, a tecnologia IoT se destaca como uma ferramenta valiosa para otimizar a produção agrícola em todas as suas etapas, contribuindo para a redução do uso de agrotóxicos de forma precisa e econômica (MILKIEWICZ, GONÇALVES et al., 2023, p 22). No entanto, é importante ressaltar que o avanço pleno da Agricultura 4.0 no Brasil requer a superação de desafios tecnológicos e de infraestrutura, garantindo que os benefícios sejam alcançados de maneira sustentável e inclusiva (PALHARES, MIRANDA et al., 2022, p 13).
A adoção de práticas tecnológicas como a IoT na agricultura familiar também tem despertado interesse. Embora haja desafios relacionados à durabilidade dos dispositivos e à interconexão de tecnologias, a IoT pode impulsionar a transição para uma agricultura mais inteligente e sustentável, promovendo eficiência e economia de recursos naturais (DAISY, PASSOS et al., 2021, p 13).
Em resumo, a aplicação da IoT na agricultura representa uma revolução em curso, capaz de melhorar a produtividade, reduzir custos e impactos ambientais. No entanto, a infraestrutura de conectividade, o compartilhamento de dados e a capacitação dos agricultores são fatores críticos para o sucesso dessa transformação no agronegócio brasileiro (TIAGO et al., 2021, p 141). A combinação de tecnologia e sustentabilidade emerge como um caminho promissor para enfrentar os desafios do setor, garantindo a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável (CIGAINSKI, DURANTE, DE OLIVEIRA, ARRUDA et al., 2020 p 4 ).
Um aspecto importante que merece destaque é a caracterização da agricultura familiar e seu relacionamento com a tecnologia. A agricultura familiar é reconhecida como fundamental para a segurança alimentar e nutricional, contribuindo para a variabilidade de culturas e o desenvolvimento sustentável, conforme os preceitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Embora haja desafios, como a durabilidade dos dispositivos e a interconexão de diferentes tecnologias, a IoT pode transformar a agricultura familiar em um modelo mais inteligente e sustentável, trazendo economia de recursos e reduzindo externalidades negativas (DAISY, PASSOS et al., 2021, p 13).
A transformação digital também está impactando a forma como a agricultura irrigada é conduzida. Com a aplicação de eletrônica embarcada, especialmente voltada para o manejo da água, a agricultura irrigada pode se beneficiar de soluções de baixo custo, adaptadas às características locais. Isso não apenas aprimora o desempenho das atividades agrícolas, mas também contribui para uma exploração mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos, garantindo a manutenção da umidade do solo e a saúde das plantas (TIAGO et al., 2021, p 141).
Além disso, a pesquisa acadêmica tem observado a crescente importância da Agricultura 4.0 e suas implicações. A modernização tecnológica no agronegócio brasileiro não só beneficia a produção, mas também impacta positivamente os preços dos alimentos. O aumento da produção agrícola é essencial para atender à demanda mundial crescente por alimentos, e a automação de processos pode ajudar a enfrentar a escassez em diversos países. No entanto, para a adoção plena da Agricultura 4.0, é necessário abordar os desafios tecnológicos e garantir infraestrutura de conectividade em todo o país (PALHARES, MIRANDA et al., 2022, p 8, 13).
Conclusivamente, a aplicação da IoT e a adoção da Agricultura 4.0 estão redefinindo a forma como a agricultura é conduzida, abrindo caminho para práticas mais sustentáveis, eficientes e conectadas. No entanto, o sucesso dessa transformação requer a superação de desafios tecnológicos, a garantia de infraestrutura adequada e a capacitação dos agricultores, visando a alcançar uma agricultura inteligente, sustentável e inclusiva (TIAGO et al., 2021, p 141; PALHARES, MIRANDA et al., 2022, p 13).
CONCLUSÃO
A análise das aplicações da Internet das Coisas (IoT) na agricultura brasileira destaca sua crescente relevância para o setor. A adoção da IoT ainda está em seus estágios iniciais no Brasil, com um número crescente de publicações nacionais sobre o tema. No entanto, isso não diminui o impacto potencial que a IoT pode ter sobre a agricultura brasileira. A redução do uso de agrotóxicos, conforme mencionado por Anziliero et al. (2022), oferece vantagens significativas para a saúde humana e a biodiversidade do solo, contribuindo para uma agricultura mais sustentável e saudável. Além disso, a automatização e a coleta de dados em tempo real proporcionam maior eficiência na gestão das operações agrícolas, permitindo o uso mais racional dos recursos hídricos e a tomada de decisões mais informadas.
No entanto, os desafios não podem ser negligenciados. A falta de conectividade em áreas rurais remotas ainda é uma barreira, como ressaltado por Cabreira et al. (2022), dificultando a implementação efetiva da IoT. A necessidade de mais abordagens acadêmicas sobre a IoT na agricultura brasileira é crucial. Como destacado por Tadeu et al. (2021), as publicações nacionais ainda são limitadas, indicando uma lacuna que precisa ser preenchida. Quanto mais pesquisas e estudos foram conduzidos nesse campo, mais clareza será obtida sobre as melhores práticas, desafios específicos e oportunidades de aprimoramento. Por fim, os trabalhos acadêmicos publicados no Brasil sobre a Internet das Coisas (IoT) na agricultura têm desempenhado um papel significativo ao fornecer informações valiosas e embasamento técnico para auxiliar os agricultores em suas tomadas de decisão. No decorrer desta revisão sistemática, identificamos e abordamos lacunas significativas no campo da Agricultura e este estudo contribuiu para uma compreensão mais clara e aprofundada do papel da Internet das Coisas (IoT) na transformação da agricultura moderna.
REFERÊNCIAS
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1Discente do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial da Faculdade Senai Roberto Mange
e-mail: BUENO2026@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial da Faculdade Senai Roberto Mange
e-mail: carjunior1989@gmail.com
3Discente do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial da Faculdade Senai Roberto Mange
e-mail: cleiberbarbara@gmail.com
4Discente do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial da Faculdade Senai Roberto Mange e-mail:gabrielaraujo.senai@fieg.com.br
5Docente do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial da Faculdade Senai Roberto Mange
e-mail: gabrielaraujo.senai@fieg.com.br
6Coorientador docente do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial da Faculdade Senai Roberto Mange. e-mail: klebersilveira.senai@fieg.com.br