A ANSIEDADE E O GRADUANDO DE ENFERMAGEM

 ANXIETY AND THE NURSING STUDENT
 LA ANSIEDAD Y EL ESTUDIANTE DE ENFERMERÍA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8088200


Quézia Mendes Gomes de Souza1
Rafaela Ribeiro de Souza1
Stephanie Silva Santos1
Daniele de Oliveira2


RESUMO 

Introdução: Segundo Castillo (2000) a ansiedade provém de quadros clínicos com sintomas primários e não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressão, psicose, desenvolvimento, etc.). Estudantes universitários da área da saúde tendem a apresentar maior nível de estresse em relação aos estudantes de outras áreas. Acredita se que isto se dê pelo fato de que eles geralmente realizam atividades dentro da área da saúde, no turno inverso ao acadêmico (BUBLITZ et al., 2016). Objetivo: relatar os motivos que desencadeiam a ansiedade em estudantes de enfermagem durante a graduação. Método: Revisão sistemática. Inicialmente com a combinação dos descritores utilizando o operador booleano AND, elaborou-se três séries de busca “ansiedade and estudantes”, “ansiedade and enfermagem”, “estudante and enfermagem”, foram coletados 46.454 artigos, disponíveis na base MEDLINE,  LILACS e BDENF. Aplicando-se os critérios de inclusão, texto completo em português e inglês com recorte temporal de 5 anos restringiu-se a busca para 550 artigos, dispostos 508 na MEDLINE, 22 no LILACS e 20 no BDENF. Em seguida, foram retirados 528 artigos que fugiam da temática e 18 artigos duplicados, após a leitura do título e resumo de cada publicação, com a aplicação dos critérios de seleção, deste modo, 4 artigos foram selecionados. Resultados: A amostra deste trabalho teve como resultado 4 artigos, sendo 2 deles no idioma em português, e 2 no idioma inglês, todos publicados entre os anos de 2020 a 2023. Considerações finais: Diante disso, salienta-se a necessidade de buscar alternativas de escape e utilizar ferramentas para o alívio da tensão oriunda da ansiedade, pois essa condição afeta significativamente a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes. No entanto, poucos estudos foram encontrados que avaliaram e compararam os fatores de ansiedade e os níveis desse fenômeno entre estudantes no início e no final do curso. 

Palavra chave: Ansiedade; Estudantes; Enfermagem. 

ABSTRACT: 

Introduction: According to Castillo (2000) anxiety comes from clinical conditions with primary symptoms and is not derived from other psychiatric conditions (depression, psychosis, development, etc.). University students in the health area tend to have a higher level of stress than students in other areas. It is believed that this is due to the fact that they usually carry out activities within the health area, in the opposite shift to the academic one (BUBLITZ et al., 2016). Objective: to report the reasons that trigger anxiety in nursing students during graduation. Method: Systematic review. Initially, with the combination of descriptors using the Boolean AND operator, three search series were elaborated “anxiety and students”, “anxiety and nursing”, “student and nursing”, 46,454 articles were collected, available in the MEDLINE, LILACS and BDENF database. . Applying the inclusion criteria, full text in Portuguese and English with a time frame of 5 years, the search was restricted to 550 articles, arranged 508 in MEDLINE, 22 in LILACS and 20 in BDENF. Then, 528 articles that deviated from the theme and 18 duplicate articles were removed, after reading the title and abstract of each publication, with the application of the selection criteria, thus, 4 articles were selected.Results: The sample of this work resulted in 8 articles, 6 of them in Portuguese and 2 in English, all published between 2020 and 2023. Final considerations: In view of this, the need to seek alternatives is highlighted. escape and use tools to relieve tension arising from anxiety, as this condition significantly affects students’ learning and development. However, few studies were found that evaluated and compared anxiety factors and levels of this phenomenon among students at the beginning and end of the course. 

Keyword: Anxiety; Students; Nursing. 

RESUMEN 

Introducción: Según Castillo (2000) la ansiedad proviene de condiciones clínicas con síntomas primarios y no es derivada de otras condiciones psiquiátricas (depresión, psicosis, desarrollo, etc.). Los estudiantes universitarios del área de la salud suelen tener un mayor nivel de estrés que los estudiantes de otras áreas. Se cree que esto se debe a que suelen realizar actividades dentro del área de la salud, en turno opuesto al académico (BUBLITZ et al., 2016). Objetivo: relatar los motivos que desencadenan la ansiedad en estudiantes de enfermería durante la graduación. Método: Revisión sistemática. Inicialmente, con la combinación de descriptores utilizando el operador booleano AND, se elaboraron tres series de búsqueda “ansiedad y estudiantes”, “ansiedad y enfermería”, “estudiante y enfermería”, se recolectaron 46.454 artículos, disponibles en las bases de datos MEDLINE, LILACS y BDENF . . Aplicando los criterios de inclusión, texto completo en portugués e inglés con un marco temporal de 5 años, la búsqueda se restringió a 550 artículos, ordenados 508 en MEDLINE, 22 en LILACS y 20 en BDENF. Luego, se eliminaron 528 artículos que se desviaban del tema y 18 artículos duplicados, después de la lectura del título y resumen de cada publicación, con la aplicación de los criterios de selección, así, se seleccionaron 4 artículos.Resultados: La muestra de este trabajo resultó en 8 artículos, 6 de ellos en portugués y 2 en inglés, todos publicados entre 2020 y 2023. Consideraciones finales: Ante esto, se destaca la necesidad de buscar alternativas de escape y utilizar herramientas para aliviar la tensión derivada de la ansiedad, ya que esta condición afecta significativamente el aprendizaje y desarrollo de los estudiantes. Sin embargo, se encontraron pocos estudios que evaluaran y comparan los factores de ansiedad y los niveles de este fenómeno entre los estudiantes al inicio y al final del curso. 

Palabra clave: Ansiedad no; Estudiantes; Enfermería. 

INTRODUÇÃO 

        A Ansiedade teve um novo destaque dentro do universo acadêmico a partir do ano de 2020, quando foi decretada a crise sanitária mundial em razão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), a COVID-19. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 2009, do ponto de vista da saúde mental, uma pandemia pode desencadear problemas psicossociais, especialmente pela magnitude do evento e o grau de vulnerabilidade no qual a pessoa se encontra no momento, ultrapassando a capacidade de enfrentamento da população afetada. 

        A ansiedade e suas ramificações são consideradas o “mau do século” (LISBÔA et al., 2022). Segundo Vorkapic e Rangé (2011) , na população adulta em geral a ansiedade vem crescendo exponencialmente. Entre os transtornos psiquiátricos a ansiedade está entre os mais frequentes, com prevalências de 12,5% ao longo da vida e 7,6% ao ano. Os sintomas ansiosos são os mais comuns, podendo ser encontrados em qualquer pessoa em diferentes períodos da vida. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 2019 revelam que já são mais de 350 milhões de pessoas, de todas as idades, que sofrem com a doença. O Brasil assume o ranking da ansiedade, com 18,6 milhões de pessoas com a doença. 

        A ansiedade é um estado emocional presente em todos os seres humanos, se mostra principalmente diante de adversidades, pois faz parte da reação normal do corpo humano quando se faz necessária à ação, podendo causar alterações no padrão respiratório, ritmo cardíaco e tensões musculares. Porém ela se torna patológica quando se apresenta desproporcionalmente à situação que a desencadeia, ou seja, quando há um descontrole nessas alterações, provocando estímulos corporais exagerados e assim prejudicando o indivíduo nas suas atividades diárias (MARCOLAN, 2013). 

        Segundo Castillo (2000) a ansiedade provém de quadros clínicos com sintomas primários e não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressão, psicose, desenvolvimento, etc.). A ansiedade pode surgir durante a infância e se não for tratada tende a persistir, sendo que na maioria das vezes ocorre mais em indivíduos do sexo feminino que no sexo masculino. Alguns dos tipos de transtornos ansiosos segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais V 2013 (DSM-V) são: transtorno de pânico, agorafobia, transtorno de ansiedade generalizada, fobia social, fobias específicas, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno obsessivo compulsivo. 

       Os jovens adultos são a população que mais apresenta ansiedade, sendo uma fase da vida onde o indivíduo encontra-se frente a novos desafios, mudanças psicossociais, metas e objetivos (SILVA et al., 2018). Frente a esse cenário, existe um crescente aumento no número de Instituições de Ensino Superior (IES) preocupadas com a saúde mental de seus estudantes (CERCHIARI et al.,2005; MALAJOVICH et al., 2017). Dados do V Relatório do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários Estudantis 2018, em uma amostra de 424.128 universitários, distribuídos em 65 Instituições de Ensino Superior, apontaram que 83,5% dos estudantes relataram ter passado por alguma dificuldade emocional nos últimos 12 meses, apresentando sentimentos de ansiedade (63,6%) e desânimo para desempenhar suas atividades (45,6%). 

        A vida no meio universitário é um ambiente repleto de incertezas e os problemas emocionais dos estudantes universitários são ainda maiores do que os da população em geral (IBRAHIM et al., 2013). Isso ocorre porque a rotina dos estudantes universitários envolve pressão gerada no meio acadêmico, a grande quantidade de tempo necessária às atividades acadêmicas e às cobranças referentes a essas atividades (ELANI et al., 2014), preocupação com a própria saúde (BORST et al., 2015), preocupações financeiras (WEGE et al., 2016), exposição ao sofrimento dos pacientes, no caso de estudantes da área da saúde (BERTMAN, 2016), a indisponibilidade de tempo dedicado ao lazer (COOK et al., 2014), abuso psicológico, abuso verbal, discriminação sexual e algum tipo de violência física, insegurança em relação ao ingresso no mercado de trabalho, além da própria auto cobrança (PORCU et al., 2001). 

        Durante esse período da graduação, destacam-se os universitários da área da saúde, que, ao longo dos últimos anos, vem apresentando aumento significativo de transtornos mentais. Segundo Leão (2018), os estudantes da área da saúde não recebem formação adequada sobre a saúde mental e são expostos à situação de estresse no cotidiano que acabam por desencadear dificuldades no desempenho acadêmico, risco de suicídio, negligência com pacientes ou adoecimento psíquico (CARVALHO et al., 2015) 

        Estudantes universitários da área da saúde tendem a apresentar maior nível de estresse que estudantes de outras áreas, acreditam que isto se dê pelo fato de que eles geralmente realizam atividades dentro da área da saúde, no turno inverso ao acadêmico (BUBLITZ et al., 2016), além do fato destes estudantes apresentarem níveis mais elevados destes sintomas do que estudantes de outras áreas. O que indica que esta população tem maior risco para sintomas de sofrimento psíquico e uso de substâncias (ARIÑO; BARDAGI, 2018; PADOVANI et al., 2014). 

        Deste modo, como curso da área da saúde, o curso de enfermagem, por mobilizar sentimentos em relação à futura atuação, além de trabalhar diretamente com o zelo pela vida humana, pode ocasionar de certa forma maior exposição do aluno ao estresse diante da responsabilidade do cuidado, da prestação de um atendimento adequado, além de ter de saber lidar emocionalmente com o sofrimento muitas vezes expresso pelas pessoas que buscam os serviços de saúde (SILVA et al., 2018). 

        A discussão sobre a saúde mental e o sofrimento psíquico universitário data da década de cinquenta, reforçando uma preocupação constante com a saúde, bem-estar e desempenho acadêmico desses estudantes. Por isso, enfatiza-se a necessidade de estudos neste campo que possam compreender a problemática do sofrimento psíquico dessa população, considerando o contexto no qual a pessoa está inserida e os determinantes de saúde e sociais envolvidos na produção de saúde mental (ROSSI; CID, 2019). 

        A temática desta revisão se apresenta relevante, visto que cada vez mais, estudantes da área de saúde apresentam diagnóstico de ansiedade no ambiente universitário. Diante do fenômeno analisado, procurou-se compreender a seguinte problemática: Quais os motivos que desencadeiam a ansiedade no estudante de graduação em enfermagem? 

METODOLOGIA 

2.1 . TIPO DE ESTUDO 

        Para este estudo foi realizada uma revisão sistemática, método de pesquisa que se caracteriza por resumir estudos direcionados a responder a uma pergunta formulada usando métodos sistemáticos e explícitos objetivando identificar, selecionar e contemplar criticamente pesquisas relevantes a fim de coletar, analisar e sintetizar dados a partir destas pesquisas (BRASIL, 2016). Este tipo de revisão contribui para a organização dos resultados de pesquisa, integração e sistematização das informações obtidas. 

        Este método possibilita maior compreensão para a tomada de decisão pública no que se refere ao tema investigado (ATHALLAH; CASTRO, 1997). Tendo em vista a literatura apresentada, este estudo teve como objetivo relatar os motivos que desencadeiam a ansiedade em estudantes de enfermagem durante a graduação. 

2.2.  ESTRATÉGIA DE BUSCA 

        A busca na literatura ocorreu no mês de fevereiro a abril de 2023 por meio do portal Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS), nas bases de dados Literatura Latino 

Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Base de Dados em Enfermagem (BDENF). Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DECS): “ansiedade”, “estudantes” e “enfermagem”. Os descritores foram combinados utilizando o operador booleano AND. Os cruzamentos foram realizados da seguinte forma: (“ansiedade and estudantes”, 

“ansiedade and enfermagem”, “estudante and enfermagem”). 

2.3.  CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE 

      Para seleção dos estudos foram adotados os seguintes critérios de inclusão utilizando os seguintes filtros: texto completo, com os assuntos principais, ansiedade, estudantes de enfermagem, idioma português e inglês, com delimitação temporal de 5 anos. Foram excluídos os editoriais, cartas ao editor, resumos, opinião de especialistas, resenhas, livros, capítulos de livros, teses e dissertações. Os estudos foram pré selecionados por meio de uma leitura minuciosa dos títulos e dos resumos para identificar os que apresentavam relação com a questão norteadora da revisão e com os critérios de inclusão e exclusão adotados. 

2.4. SELEÇÃO DOS ESTUDOS E EXTRAÇÃO DOS DADOS 

        Inicialmente com a combinação dos descritores utilizando o operador booleano AND, elaborou-se três séries de busca “ansiedade and estudantes”, “ansiedade and enfermagem”, “estudante and enfermagem”, foram coletados 46.454 artigos, disponíveis na base MEDLINE, LILACS e BDENF. Aplicando-se os critérios de inclusão, texto completo em português e inglês com recorte temporal de 5 anos restringiu-se a busca para 550 artigos, dispostos 508 na MEDLINE, 22 no LILACS e 20 no BDENF. Em seguida, foram retirados 528 artigos que fugiam da temática e 18 artigos duplicados, após a leitura do título e resumo de cada publicação, com a aplicação dos critérios de seleção, deste modo, 4 artigos foram selecionados. 

        A avaliação dos dados extraídos foi realizada a partir da análise do rigor científico, considerando o delineamento de pesquisa de cada estudo para a identificação do nível de evidência, onde se utilizou a classificação hierárquica das evidências, a fim de classificar a força das evidências diante do objeto estudado.         

Este percurso metodológico encontra-se ilustrado no fluxograma da Figura 1.

Próprio autor 2023.

RESULTADOS 

        A amostra deste trabalho teve como resultado 4 artigos, sendo 50% no idioma em inglês, publicados no ano 2020 a 2023; os tipos de estudos variaram entre revisão sistemática e estudo transversal. Sendo assim temos 02 artigos como revisão sistemática, 01 artigo sobre estudo transversal analítico, 01 artigo foi realizado como estudo pré-experimental. 

        Através do levantamento bibliográfico realizado para construção desta pesquisa, os dados obtidos foram dispostos na tabela abaixo. Estruturada com nomes dos autores, título, objetivo do material, método utilizado e resultados obtidos ao final de cada artigo.

Tabela 01

AUTOR/ ANO TÍTULO   OBJETIVO MÉTODO   RESULTADOS   CATEGORIA 
Fiorilli, et.al. 2023. Interventional Strategies to Reduce Test Anxiety among Nursing Students: A Systematic Review Examinar as intervenções para redução da ansiedade de teste em estudantes de enfermagem Revisão sistemática A carga horária excessiva durante a graduação, competitividade, sono desregulado, tudo Prejudica ao estudante. Principais motivos que desencadeiam a ansiedade   no estudante de enfermagem 
Coelho, et. al. 2020 Sintomas de depressão e ansiedade em graduandos de enfermagem são associados às suas características sociodemográf icas? Investigar sintomas de depressão e ansiedade e sua associação com as características sociodemográf ica s de estudantes da graduação em enfermagem   Estudo transversal analítico. Essa nova fase pode representar distanciamento do ambiente familiar, alta carga horária de estudos, Abdicações sociais e de lazer, além de competitividade e cobranças por desempenho. Principais motivos que desencadeiam a ansiedade   no estudante de enfermagem 
Costa, Jéssica Dias, 2023. Bdenf Stress e ansiedade em estudantes de enfermage m: Estudo da eficácia de um programa de relaxamento muscular progressivo Avaliar a eficácia do Programa de Relaxamento Muscular progressivo “Aprender a Relaxar” na redução do stress e ansiedade em estudantes de enfermagem seguidos na consulta de ansiedade do Serviço de Saúde 11Escola. Foi realizad o um estudo pré- experimental de cariz longitudinal. A ansiedade resulta de situações estressantes podendo interferir no desempenho dos estudantes de enfermagem, potencializando sentimento de insegurança e opressão inerentes à especificidade do Curso de Enfermagem. Principais motivos que desencadeiam a ansiedade   no estudante de enfermagem 
Zheng, et.al 2022 Prevalence of stress among nursing students: A protocol  for systematic review and metaanalysis Avaliar sistematicamente a prevalência de estresse entre estudantes de enfermagem Revisões sistemáticas e meta- análises Os resultados da análise de subgrupo mostraram que os níveis de estresse são diferentes em diferentes gêneros, critérios diagnósticos de estresse, anos de publicação e regiões. Principais motivos que desencadeiam a ansiedade   no estudante de enfermagem 
Próprio autor 2023. 

DISCUSSÃO 

        Os motivos desencadeadores da ansiedade se iniciam no ingresso ao ensino superior. (COELHO, 2020). Exige-se do estudante uma nova adaptação social e emocional. A nova rotina exaustiva e as responsabilidades se tornam presentes durante a graduação em enfermagem, ao vivenciar diversas situações como: horários inflexíveis, distanciamento familiar, alta carga horária de trabalhos e estudos simultaneamente, além dos estágios. A faculdade torna-se um processo que traz mudanças psicológicas individuais, como contradições e pressões psicológicas, associadas às cobranças por melhores desempenhos acadêmicos. 

        Segundo (COELHO, et. al. 2020). considerada uma resposta fisiológica quando o indivíduo se encontra em circunstâncias conflitantes, a ansiedade, pode se tornar patológica e ocasionar inquietações, dificuldade de concentração e o mal funcionamento psicossomático. Os estudantes de enfermagem quando comparados a estudantes de outros cursos da área da saúde estão expostos a maiores sobrecargas emocionais por lidar diretamente com a doença, a dor e a morte (COELHO, et. al. 2020).   Segundo Costa (2023) a literatura tem descrito que, além dos fatores adaptativos, do ambiente educacional competitivo e da lida com pessoas doentes, as mulheres estão expostas em maior proporção a variáveis específicas que favorecem o desenvolvimento. Da ansiedade, como questões culturais, sociais e de oscilações hormonais justificando os estudos feitos indicando que estudantes de enfermagem do sexo feminino apresentam níveis de ansiedade superiores quando comparados aos do sexo masculino. 

        Os estudos de Fiorilli (2023), Zheng (2022) e Coelho (2020) evidenciaram que a demanda exaustiva do estudante de enfermagem para conciliar a rotina acadêmica com a jornada de trabalho, através da busca de uma qualidade de vida melhor, torna o processo um pouco árduo, mais ao mesmo tempo gratificante pelo simples fato do estudante poder ir além do que imagina. 

        Sendo assim os estudantes de enfermagem têm sido alvo de alguns estudos no que diz respeito ao fenômeno da ansiedade, tanto no que se refere a abordagens quantitativas que medem a prevalência e gravidade deste sintoma e sua relação com outras variáveis como os estudos de natureza qualitativa que procuram compreender esse fenômeno através da experiência da ansiedade vivida pelos estudantes. (Costa, 2023). 

        O presente estudo mostra os principais fatores desencadeadores da ansiedade que são citados nas literaturas como: a mudança de ambiente, a demanda entre trabalhar e estudar simultaneamente, o período de realização do estágio, a execução de procedimentos nos pacientes, a realização de avaliações inerentes ao curso e possuir pouca experiência, auto cobrança. Sendo assim, todos os autores citados englobam a mesma percepção em relação à ansiedade nos estudantes de enfermagem. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

     Diante disso, salienta-se a necessidade de buscar alternativas de escape e utilizar ferramentas para o alívio da tensão oriunda da ansiedade, pois essa condição afeta significativamente a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes. No entanto, poucos estudos foram encontrados que avaliaram e compararam os fatores de ansiedade e os níveis desse fenômeno entre estudantes no início e no final do curso.         Esta investigação permitiria identificar a variação dos níveis de estresse e os fatores que mais contribuem para esse fenômeno ao longo do curso de enfermagem. Também possibilitaria o desenvolvimento de ações preventivas para minimizar a ansiedade e seus desdobramentos negativos à saúde dos alunos. 

        É importante que novos estudos investiguem essa temática a fim de que o engajamento em capacitações a curto, médio e longo prazo seja criado nas universidades de ensino superior. Evidencia-se a importância do acolhimento aos ingressantes, por meio de atividades lúdicas, psicólogos disponíveis nas universidades, rodas de conversas, terapia em grupo, com a finalidade de esclarecer dúvidas em relação à futura profissão e as demandas acadêmicas. Diante do exposto, os estudos encontrados sinalizam a necessidade de maior aprofundamento teórico acerca deste objeto de estudo, ou seja, a saúde mental dos estudantes de enfermagem.  

        Percebe-se que muitos trabalhos se destinam a reportar acerca da saúde mental de estudantes da área de saúde como um todo, de forma generalista, sem especificamente focar na qualidade de vida dos estudantes de enfermagem. Portanto fica sugerida a realização de novas pesquisas que investiguem os diversos causadores de ansiedade em estudantes de enfermagem e que estudem ainda sobre meios de combater esse mal, pois os estudantes do curso de enfermagem são futuros profissionais importantes no cuidado dos enfermos. 

  REFERÊNCIAS 

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1Discentes do 7º semestre do curso de Enfermagem na Escola de Saúde – Universidade Salvador, Feira de Santana.
4Docente UNIFACS, Bacharel em Enfermagem, Pós graduada em Gestão Hospitalar e Sistemas e Serviços em Saúde pela UFBA, Mestranda em Tecnologias em Saúde pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública.