A ANÁLISE DA FADIGA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM CÂNCER GINECOLÓGICO: UM ESTUDO TRANSVERSAL 

ANALYSIS OF FATIGUE AND QUALITY OF LIFE IN PATIENTS WITH GYNECOLOGICAL CANCER: A CROSS-SECTIONAL STUDY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501241246


Marcelly Martins de Oliveira1
Orientadora: Adriana Siqueira de Oliveira²
Co-Orientadora: Ariadne Dias Maux Gonçalves³


Resumo

Objetivo: Avaliar fadiga e qualidade de vida em pacientes com câncer ginecológico internados em um hospital regional em Pernambuco. Método: Estudo descritivo transversal realizado com 18 pacientes entre Novembro de 2023 a Setembro de 2024 na enfermaria de um hospital no agreste pernambucano. Instrumentos utilizados: Análise prévia de prontuários, Escala de Fadiga de Piper e Short From 12, analisados segundo medidas de frequência, média e desvio padrão pelo software SigmaPlot 14.0 para a realização de uma análise descritiva. Resultados: A amostra do estudo caracterizou-se pela prevalência de mulheres entre 45 e 65 anos com diagnóstico de câncer de colo do útero, a maior parte das mulheres realizaram tratamento com quimioterapia, mais de 80% das mulheres tiveram uma média de tempo de internamento de 2 a 12 dias e todas as mulheres que participaram do estudo apresentaram alteração nos instrumentos de fadiga e qualidade de vida em diferentes graus de intensidade. Conclusão: A fadiga apresentou escore moderado na escala de fadiga de Piper e a qualidade de vida foi classificada como abaixo da média na escala Short Form 12 nos pacientes com câncer ginecológico.

Palavras-chave: Cuidados paliativos; Fadiga; Oncologia. 

Abstract

Objective: To evaluate fatigue and quality of life in patients with gynecological cancer admitted to a regional hospital in Pernambuco. Method: Cross-sectional descriptive study carried out with 18 patients between September 2023 and July 2024 in the ward of a hospital in the Pernambuco countryside. Instruments used: Prior analysis of medical records, Piper Fatigue Scale and Short From 12, analyzed according to frequency, mean and standard deviation measures by SigmaPlot 14.0 software to perform a descriptive analysis. Results: The study sample was characterized by the prevalence of women between 45 and 65 years old diagnosed with cervical cancer, most of the women underwent chemotherapy treatment, more than 80% of the women had an average hospital stay of 2 to 12 days and all women who participated in the study presented changes in the fatigue and quality of life instruments to different degrees of intensity. Conclusion: Fatigue presented a moderate score on the Piper fatigue scale and quality of life was classified as below average on the Short Form 12 scale in patients with gynecological cancer.

Keywords: Palliative care; Fatigue; Oncology.

1 INTRODUÇÃO

As definições de fadiga oncológica mais comumente documentadas por alguns autores versam sobre a multifatoriedade dos sintomas, embora na literatura, não haja um consenso sobre elas. Algumas descrições são relatadas como sensação de cansaço persistente não aliviado com repouso, causando angústia e sintomas cognitivos e psicológicos além dos físicos, com variação de intensidade, afetando a capacidade dos pacientes de desenvolverem suas atividades usuais (PERDIGÃO et al 2019).

A qualidade de vida é também definida como um conceito subjetivo. Diversos fatores devem ser avaliados, tais como a percepção do indivíduo em relação às suas potencialidades e incapacidades diante das atividades cotidianas, a satisfação em relação ao seu presente nível de funcionalidade, além dos aspectos emocionais, familiares, social e espiritual que por vezes, está comprometida (DA SIL VA et al 2020. CRUZ et. al, 2018). A Organização Mundial da Saúde (OMS) define qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (Pereira GC et.al 2019).

Tendo essas características uma estreita relação com o tratamento oncológico e uma sinergia entre si, a fadiga pode vir a interferir consequentemente na percepção de qualidade de vida (CAMPOS et. al, 2020. Silva et. al 2022), uma vez que configura-se uma experiência comum aos seres humanos e que geralmente melhora com um período adequado de descanso, porém, em pacientes em tratamento contra o câncer, pode se tornar persistente e crônica.  

Os cânceres do sistema ginecológico abrangem as malignidades do colo uterino, ovários, endométrio, vagina  e  vulva (DIAS et. al, 2021). No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres (INCA, 2022). Tem como principal agente etiológico o Papiloma vírus humano (HPV), sendo a relação sexual a via mais comum de transmissão (LIMA et al., 2020).

 As internações hospitalares fazem parte da rotina desses pacientes tornando o seu cotidiano comumente cansativo e extenuante, seja para o tratamento da doença e suas complicações, ou pelas reações adversas à radioterapia e quimioterapia. O agravamento do quadro ou exacerbação dos sintomas também contribuem para sucessivos atendimentos de urgência (SILVA, 2018). Sendo assim, os pacientes com tempo prolongado de internamento podem passar por um período de inatividade física, que em combinação com a terapia medicamentosa e a restrição ao leito, podem causar fraqueza e atrofia muscular, já que cerca de 10 a 15% de força é perdida a cada semana de imobilização. Como desfecho desse cenário, é possível observar a queda da aptidão cardiorrespiratória, afetando sua funcionalidade e qualidade de vida (SIQUEIRA et. al, 2004; CRUZ et. al, 2018).

Apesar dos impactos negativos mencionados e do contexto vivenciado na prática clínica, não foram encontrados estudos na literatura que correlacionam os desfechos da fadiga e qualidade de vida, com tempo de internamento hospitalar em pacientes com câncer ginecológico. O que torna imprescindível a avaliação e monitorização dos pacientes para detecção dessas alterações por meio de atuação ativa da equipe no planejamento e realização de estratégias baseadas em evidências, que atendam as necessidades de cada paciente visando prevenir ou melhorar a fadiga e qualidade de vida. 

Entendendo a importância de identificar as perdas funcionais a partir do tempo de internação dos pacientes em tratamento para câncer ginecológico, o presente trabalho visa realizar uma avaliação da fadiga e qualidade de vida nesta população. Desta forma, pretendese fomentar estudos futuros que possam estimular um tratamento fisioterapêutico direcionado dentro do ambiente hospitalar, modificando o impacto negativo do período de internamento. 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

CÂNCER GINECOLÓGICO E SEUS TIPOS

Dentre os sítios de localização dos cânceres ginecológicos podemos citar o câncer de colo do útero, corpo do útero, ovário, vagina e vulva (OPAS 2020). Dentre esses, o câncer de colo do útero é o que apresenta um maior número de casos, representando a quarta posição entre os cânceres mais incidentes no Brasil conforme a última estimativa do triênio 2023 a 2025 do INCA (DE OLIVEIRA 2023). O agente causador do câncer de colo do útero é a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) dos tipos 16 e 18. O câncer de colo do útero é uma doença de curso lento e que pode seguir sem sintomas inicialmente, podendo evoluir para quadros de secreção e sangramento vaginal anormal, dor durante relações sexuais, seguido de queixas de dor abdominal em casos avançados (INCA, 2023). O diagnóstico precoce é feito por meio do rastreamento com o exame papanicolau (Ministério da saúde 2016).

O corpo do útero tem duas camadas, uma mais interna denominada endométrio e uma externa denominada miométrio. O câncer de corpo do útero corresponde a tumores que acometem a camada do endométrio. O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de endométrio é a exposição por tempo prolongado ao hormônio estrogênio sem oposição da progesterona. A obesidade também tem uma relação direta com o aumento do risco desse tipo de câncer. O diagnóstico é feio por meio da observação clínica de sinais e sintomas e por exame com ultra som pélvico transvaginal (A.C Camargo Câncer Center, 2023).

O câncer de ovário aparece logo depois do câncer de colo de útero em termos estatísticos e é um tipo de neoplasia com altas taxas de morbidade e mortalidade dentre os tumores do sistema ginecológico. Seus sinais e sintomas são silenciosos, geralmente só são percebidos em estágios avançados da doença quando o órgão apresenta um tamanho aumentado (BAERT, et al. 2021). Em termos diagnósticos, os sintomas costumam ser os mesmos em estágio inicial ou avançado da doença, como desconforto ou dor abdominal, massa palpável no abdome, perda ou ganho de peso inexplicável, sensação de exaustão (LIMA, et al. 2010).

A vulva é formada por um conjunto de estruturas, são elas: lábios maiores, lábios menores, clitóris, introito vaginal, e glândulas de Bartholin. O câncer de vulva é raro, representa 5% dos cânceres ginecológicos, tem um desenvolvimento lento e ocorre a partir de lesões precursoras que podem ser tratadas precocemente. A infecção pelo HPV é o principal fator para o desenvolvimento dessa neoplasia. O diagnóstico é feito a partir de avaliação da história clínica, exame físico e realização de biópsia (A.C Camargo Câncer Center, 2023).

MODALIDADES DE TRATAMENTO

 A quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia são as estratégias mais frequentes para o manejo da doença oncológica, sendo a escolha do método de tratamento dependente da natureza e extensão da doença (INCA, 2022).

 O tratamento por meio da quimioterapia utiliza de medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor ou se multiplicam desordenadamente. Estes medicamentos se misturam na corrente sanguínea e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes e impedindo, também, que elas se espalhem (INCA, 2022). É considerada uma terapia agressiva, pois, além de eliminar as células neoplásicas, atua em células normais causando efeitos colaterais e tóxicos, tais como supressão da medula óssea; imunossupressão; mudanças relacionadas à fertilidade, bem como social e emocional, mudanças como depressão, estresse, vergonha, isolamento social, fraqueza; diarreia; feridas na boca; queda de cabelos e outros pelos do corpo; enjoo; vômitos entre outros (GOMES et al., 2018).

 A radioterapia é uma modalidade de tratamento para tumores malignos cujo agente terapêutico é a radiação ionizante, ou seja, promove a ionização onde incide, tornando a célula eletricamente instável, agindo sobre seu DNA nuclear levando-a à morte ou à perda da sua capacidade reprodutiva por mitose (JHAM, FREIRE, 2006). O tratamento radioterápico pode ser  utilizado  com  a intenção curativa ou paliativa e o esquema de aplicação dependerá  da  dose  total  calculada  e  da  avaliação  do paciente (SAWADA; DIAS; ZAGO, 2006). O esquema de aplicação pode variar de curta duração até esquemas mais longos, durante várias semanas. As doses podem ser fracionadas em um período de 5-7 semanas, uma vez ao dia, 5 dias por semana (JHAM, FREIRE, 2006).

 Reações adversas à radioterapia irão depender do volume e do local irradiados, da dose total, do fracionamento, da idade e condições clínicas do paciente e dos tratamentos associados. Uma pequena elevação na dose tumoral é suficiente para aumento expressivo na incidência de complicações. Reações agudas podem ocorrer durante o curso do tratamento e em geral são reversíveis. Porém, as complicações tardias são comumente irreversíveis, resultando em incapacidade permanente e em piora da qualidade de vida, variando em intensidade, sendo, em geral, classificadas em leves, moderadas e graves (JHAM, FREIRE, 2006).

 Entre as formas de tratamento com a radioterapia para os tumores ginecológicos, a braquiterapia está estabelecida como uma modalidade que emprega materiais radioativos junto ao tumor por meio de um sistema intracavitário, muito utilizado em tumores de útero e vagina (SALGADO, 2013). Apesar de seus benefícios potenciais, este tratamento produz efeitos colaterais significativos, que podem desaparecer gradualmente ou se tornar irreversíveis (SOARES et al., 2016). A braquiterapia pode provocar alterações consideráveis e desafiadoras ao bem-estar físico e emocional das mulheres – desde a alimentação, higiene, sono, repouso, eliminações fisiológicas, sexualidade e esterilidade, até a rotina de trabalho e relações sociais (VIDAL et al., 2013).

 A abordagem cirúrgica também é uma opção para o tratamento. Podem ser realizadas cirurgias minimamente invasivas, em que o procedimento é promovido através de pequenas incisões feitas na pele. A abordagem menos invasiva permite que a paciente se recupere mais rapidamente e com menos complicações, quando comparada à cirurgia aberta tradicional. O tratamento cirúrgico tem como o principais objetivos o estadiamento e a diminuição do volume do tumor (FEMANA, 2020).

IMPACTO DA INTERNAÇÃO HOSPITALAR

 O câncer pode interferir negativamente no condicionamento físico, nas condições psicossociais e nas habilidades mentais, além de influenciar severamente na capacidade motora. Antes, durante e após o tratamento, as pacientes podem desenvolver sintomas divergentes relacionados com baixa qualidade de vida, aumento nos índices de fadiga, diminuição da capacidade física, fraqueza muscular e, também, ansiedade e dor (RAFAEL, MACEDO, NEVES; 2022).

As internações hospitalares podem decorrer de condições indicativas do risco de pior prognóstico, tais como a agudização de doenças pré-existentes, interações medicamentosas e infecções (WALLACE et al., 2016). Por outro lado, a internação hospitalar também pode significar a oportunidade de estabilização de uma condição clínica grave, ou até mesmo, a possibilidade da cura de um paciente oncológico submetido a um tratamento cirúrgico de sucesso (SILVA, 2018).

 Como o sistema musculoesquelético geralmente é o mais acometido pelo imobilismo, as limitações funcionais podem prejudicar as transferências, mudanças de posturas e movimento no leito e em cadeiras de rodas, além de dificultar as atividades de vida diária (AVD’S), alterar o padrão da marcha e aumentar o risco de formação de úlceras de pressão (COSTA et al., 2014).

A fadiga oncológica é um dos efeitos colaterais mais debilitantes do câncer, sendo  um sintoma subjetivo, multidimensional e multifatorial. Pacientes fatigados relatam astenia, letargia, exaustão, cansaço extremo, falta de motivação, entre outros (BAHIA et. al, 2019). Pode interferir nas atividades de vida diária e tem um impacto considerável no bem-estar social, prejudicando assim as atividades profissionais e sociais, bem como as relações interpessoais da pessoa acometida; sendo assim um forte preditor de diminuição da qualidade de vida (CAMPOS et. al, 2020).

A qualidade de vida é um aspecto multidimensional e subjetivo, influenciado por fatores como estado de saúde, rede social e familiar, situação econômica e atividades de lazer (SANTOS, SOUSA, 2015). O internamento pode reduzir a qualidade de vida dos pacientes oncológicos comprometendo os domínios físicos, funcionais, emocionais e financeiros, a curto e a longo prazo (MARQUES et al., 2021). Essas complicações desencadeiam reflexões sobre os efeitos negativos da maior longevidade à custa de menor qualidade de vida (BOTTOMLEY et al., 2019; PAIVA; SARANDINI; SILVA, 2021).

2 METODOLOGIA 

Trata-se de um estudo de descritivo transversal, onde foram observadas variáveis de indivíduos em um único momento. Neste tipo de estudo, a coleta de informações é realizada em um curto espaço de tempo, sem necessidade de acompanhamento dos participantes. 

Para a determinação da população foi realizado um cálculo amostral através do site de domínio público www.openepi.com, com os seguintes dados estatísticos: Nível de significância de 95%, Probabilidade de detecção (poder) de 80%; Porcentagem de expostos positivos de 98% e Diferença de risco/prevalência de 48, com dados baseados nos estudos de Vieira et al. (2020).  Através do cálculo amostral foi determinada a meta de uma população de 32 indivíduos para a constituição da pesquisa. O cenário deste trabalho foi a enfermaria do Hospital Regional do Agreste localizado no interior de Pernambuco, na cidade de Caruaru

 A pesquisa foi desenvolvida no período de Novembro de 2023 a Setembro de 2024, com a coleta de dados iniciada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Tabosa de Almeida. Foram incluídos neste estudo pacientes admitidas na unidade, do sexo feminino, com idade superior a 40 anos, que tenham diagnóstico de câncer ginecológico confirmado através de biópsia e com capacidade de comunicação e compreensão preservadas. Foram excluídos pacientes que se recusaram a passar pela avaliação funcional; que tenham amputação de qualquer segmento; que não possui controle de tronco (Intensive Care Unit Mobility Scale – IMS<4); que tenham passado por cirurgia nas últimas 72h.

A coleta de dados foi realizada inicialmente por uma busca ativa nos prontuários, onde foram observados os dados gerais de: Tipo de câncer; Tipo de tratamento realizado; Dias de internamento; e Idade. As potenciais participantes foram abordadas nas dependências do serviço, onde lhes foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que consta de todas as informações necessárias como os métodos, riscos e benefícios da pesquisa.

Para verificar o quanto o internamento afeta negativamente a qualidade de vida destes pacientes, incapacitando as atividades do dia a dia, foi aplicado o Short Form. 12 (SF- 12),  que consta de 12 itens, relatados pelo paciente, sobre a sua saúde, produzindo resultados que refletem a saúde física e mental. Composto por doze itens derivados do SF-36, o SF-12 avalia oito diferentes dimensões de influência sobre a qualidade de vida, considerando a percepção do indivíduo em relação aos aspectos de sua saúde nas quatro últimas semanas. Cada item possui um grupo de respostas distribuídas em uma escala graduada, tipo Likert, sendo avaliadas as seguintes dimensões: função física, aspecto físico, dor, saúde geral, vitalidade, função social, aspecto emocional e saúde mental. Através de um algoritmo próprio do instrumento, dois escores podem ser mensurados: o físico (Physical Component Summary ou PCS) e o mental (Mental Component Summary ou MCS) (Silveira 2013).Para cada questão os valores são transformados em uma escala de 0 a 100, com uma média de 50 e um desvio padrão de 10 na população em geral. Pontuações acima de 50 indicam uma qualidade de vida relacionada à saúde melhor que a média, enquanto pontuações abaixo de 50 sugerem uma saúde abaixo da média (WARE , JOHN 1996 & Rand Health Care 2024).

A fadiga foi avaliada através da Escala de Fadiga de Piper, que é um instrumento multidimensional de autorrelato, composto por 22 itens fechados e 4 itens abertos. Os 22 itens compreendendo as três dimensões avaliadas de fadiga: comportamental (2 a 7), afetiva (item 8 com 6 perguntas) e sensorial-psicológica (item 9 com 11 perguntas). Cada item é apresentado em escala numérica (0 a 10) e o escore total é calculado pela média de todos os itens do instrumento. Os escores das dimensões são calculados a partir da média dos itens contidos em cada dimensão, sendo que os mais altos indicam maior fadiga. A classificação da intensidade da fadiga com base no escore total, constituíram-se três níveis: leve (escore maior que 0 e menor que 4); moderada (escore igual ou maior que 4 e menor que 6); e intensa (escore igual ou maior que 6 até 10). Nesta escala, além dos 22 itens fechados, existem cinco questões abertas adicionais (itens 1 e de 24 a 27) que não são computadas para o cálculo do escore dos instrumentos (Mota & Pimenta 2009). Estes itens proporcionam uma avaliação adicional mais qualitativa sobre a fadiga, que não serão abordados neste estudo.

Os dados obtidos foram tabulados e analisados utilizando o programa Sigma Plot 14 .0 para avaliar as variáveis contínuas que serão exploradas por meio de medidas de tendência central (média e desvio-padrão) para a realização de uma análise descritiva.  

3    ANÁLISE DOS DADOS

CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES APTOS

Quadro 1 – Caracterização dos pacientes internados (N18). Caruaru, Pernambuco 2024

  Em relação aos protocolos de quimioterapia e os outros tratamentos realizados, não foi possível obter as informações quanto aos esquemas realizados pelas pacientes, pois o tratamento quimioterápico e radioterápico não foi realizado no hospital onde foi realizada a pesquisa. O quadro 2 indica a média e desvio padrão das escalas do instrumento Escala de Fadiga de Piper, com relação a fadiga total 18 pacientes responderam às 23 questões do tipo Likert, informando fadiga leve 22% (quatro), moderada 50% (nove) e intensa 28% (cinco) e nenhuma paciente teve o score zero, que indica ausência de fadiga. Sendo a dimensão de fadiga afetiva a mais afetada, seguida por fadiga comportamental e sensorial.  

Quadro 2 – Média e desvio da Escala de Fadiga de Peper. Caruaru, Pernambuco 2024

Quanto à qualidade de vida, a quadro 3 indica a média e desvio padrão das escalas do instrumento Short Form 12. Os escores do Resumo do Componente Físico PCS e Resumo do Componente Mental MCS são considerados com valores abaixo do que se considera normal (< 50) o que sugere uma qualidade de vida abaixo da média, sendo o componente físico o mais afetado pontuando 35.93, e o componente mental pontuando 49.29. Nenhum paciente teve escore zero que indica ausência de queixas em ambos os instrumentos de avaliação.

Quadro 3 – Média e desvio padrão das escalas do instrumento Short Form 12. Caruaru, Pernambuco 2024

4    RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Durante o período de pesquisa foram analisados 22 candidatos, dos quais 4 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão, sendo assim, foi alcançado um número de 18 indivíduos, o que corresponde a 56,25% da meta inicial. 

A amostra do estudo caracterizou-se pela prevalência de mulheres entre 45 e 65 anos com diagnóstico de câncer de colo do útero, o que condiz com os dados do INCA (INCA 2023), que demonstram a raridade desse tipo de câncer em mulheres com menos de 20 anos e tem uma maior mortalidade a partir da quarta década de vida, sendo a idade média para o diagnóstico por volta do 50 anos de idade (INCA 2023). A maior parte das mulheres realizaram tratamento com quimioterapia, seja ela exclusiva ou associada a outros tratamentos, e mais de 80% das mulheres tiveram uma média de tempo de internamento de 2 a 12 dias.

A fadiga, apesar de ser um sintoma já bem descrito e considerado comum em pacientes que passam por tratamento oncológico, tem sido cada vez mais evidenciada devido ao impacto que causa na qualidade de vida e sobrevida do paciente (Borges et al 2018). O presente estudo demonstrou que a maior parte das pacientes avaliadas pontuaram de forma moderada na escala avaliativa de sensação de fadiga e tiveram diminuição na qualidade de vida.

No presente estudo, as dimensões da escala de fadiga de Piper com os valores de desvio padrão mais afetados foram as dimensões afetiva e comportamental, o que de acordo com Mota DDCF et.al 2009 indica alteração nos comportamentos de auto percepções emocionais e cognitivos que culminam comumente, em sentimentos ou sensações alteradas em suas atividades cotidianas, condições de ansiedade e depressão e mudanças nas funções mentais como memória, concentração e organização dos pensamentos.

Esses resultados são convergentes com o trabalho realizado por SALVETTI 2020 que realizou uma pesquisa para a análise da qualidade de vida relacionada aos sintomas mais prevalentes do câncer. Foi observado e dado destaque ao sintoma de fadiga oncológica como um dos sintomas de maior intensidade no instrumento avaliativo QLQ-30. Em 2020 ISAAC et.al realizou um estudo quantitativo, descritivo, prospectivo e longitudinal para avaliar a fadiga de mulheres com câncer ginecológico e câncer de mama. A avaliação foi feita por meio da escala de fadiga de Piper em dois momentos para que pudesse ser realizada uma comparação. Ao fim do estudo, pôde ser observado uma piora classificada como leve nas dimensões da fadiga na escala de Piper. 

 Um estudo internacional realizado por Vardy JL et.al 2016 em oito hospitais do Canadá e 6 hospitais na Austrália avaliou mulheres e homens em tratamento contra o câncer e evidenciou que a fadiga atingiu o auge imediatamente após a quimioterapia adjuvante e persistiu por até 2 anos. 

Já com relação a qualidade de vida observa-se que a média obtida apresenta valores menores que 50 na escala avaliativa Short Form 12, Tendo o componente físico (PCS) um pior desempenho pontuando 35.93 seguido pelo componente mental (MCS) que pontuou 49.29. Um estudo realizado no estado de Minas Gerais em 2022 com mulheres com câncer de colo de útero que passaram por radioterapia avaliou aspectos da qualidade de vida desses pacientes em dois momentos diferentes. A análise comparativa ao fim do estudo demonstra que as medidas da qualidade de vida tiveram uma piora de acordo com os valores da a escala QLQ-30 mas que mesmo assim mantiveram-se dentro de valores considerados leves. Resultado que vai de encontro com o presente estudo, uma vez que evidenciou diminuição na qualidade de vida (ISAAC et.al 2022).

 Outra pesquisa realizada em um hospital no Irã (Heydarnejad MS et al 2011) demonstrou uma maior diminuição da  qualidade de vida quando os parâmetros de dor e fadiga são mais intensos, com um score do instrumento QLQ-30 <50, dados que convergem com os resultados encontrados no presente estudo e reforçam a correlação entre fadiga e qualidade de vida. Um estudo realizado no Japão com pacientes em tratamento quimioterápico a nível ambulatorial identificou que os domínios psicológicos estavam associados ao sofrimento psicológico e qualidade de vida, sendo o gênero feminino o mais associado a maiores necessidades de suporte total (Sakamoto N 2017).

Trabalhos internacionais realizados com mulheres com câncer que fizeram tratamento quimioterápico (Heydarnejad MS et al 2017) e radioterápico (Silveira CF et al 2016) demonstram índices de qualidade com valores do instrumento QLQ-3O > 50. Outro estudo realizado por SALVETTI 2020, analisou a relação entre sintomas mais prevalentes do câncer e a qualidade de vida por meio do instrumento QLQ-30. Foi identificado que os escores  dos itens ficaram na faixa entre 68.1 a 78.4, o que significa um valor considerado adequado ou bom, tendo a função cognitiva valor superior a função emocional, o que diverge dos valores encontrados no presente estudo em que a qualidade de vida teve uma redução.

Pesquisa realizada por CUNHA CCC et.al 2019 com pacientes em tratamento de câncer colo retal de um hospital em Petrolina utilizou o questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde (WHOQOL) e demonstrou que os pacientes avaliaram sua qualidade de vida de forma positiva, mas a satisfação com sua saúde foi pontuada de forma negativa. O domínio psicológico apresentou scores mais elevados (76,33) e o domínio social foi o mais afetado (55,10).

Apesar de alguns trabalhos apontarem scores considerados satisfatórios, deve ser levado em consideração a variância das escalas avaliativas e hospitais ao redor do mundo onde as pesquisas foram realizadas, assim como variação da sintomatologia, tipo de câncer e tratamento de um paciente para outro de acordo com as suas individualidades físicas, sociais e culturais. 

Como limitações do estudo, destacam-se: a avaliação realizada em um único momento e a pesquisa ter sido desenvolvida em um único hospital, o que dificulta a generalização dos achados que representam apenas pacientes da instituição onde foi elaborada a pesquisa. Além disso, o número reduzido de pacientes e a variabilidade de idade e tempo de internamento, pode ser considerado um viés.  Entretanto, os dados descritos pelo presente estudo são de grande valor e importância para a instituição onde a pesquisa foi realizada, o que pode influenciar as condutas e tratativas para a população alvo. 

5    CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da diferença de intensidade no níveis de fadiga identificados no presente estudo em relação aos encontrados na literatura, é possível observar que essas queixas são constantes para esse perfil de pacientes, o que influencia diretamente em sua qualidade de vida.  Apontando a necessidade de uma maior atenção na assistência com medidas que possam amenizar esses sentimentos e sintomas. O interesse e relevância deste trabalho trazem a necessidade de implicações na área da saúde para a produção de melhora nos cuidados à população em questão. 

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[1] Residente do programa de Atenção ao Câncer de Cuidados Paliativos Pela Asces Unita de Caruaru  e-mail: martinsmarcelly0@gmail.com

[2] Residente do programa de Atenção ao Câncer de Cuidados Paliativos Pela Asces Unita de Caruaru  e-mail: martinsmarcelly0@gmail.com