A ALTERAÇÃO FUNCIONAL DA MICROBIOTA INTESTINAL E SUA RELAÇÃO COM A OBESIDADE

FUNCTIONAL ALTERATION OF THE INTESTINAL MICROBIOTA AND ITS RELATIONSHIP WITH OBESITY

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10071865


Graziela Rodrigues da Costa¹
Luann Rodrigues Pinheiro1
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas2
Rebeca Sakamoto Figueiredo3


RESUMO

A obesidade é uma causa presente há muitos anos, porém devido ao conhecimento de suas causas e consequências passou a ser considerada uma doença crônica não transmissível. A microbiota intestinal vem sendo estudada em relação a sua atuação em diversas doenças metabólicas. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi identificar a relação da obesidade com a microbiota intestinal, observa-se que essa relação de microbiota e obesidade, exerce um grande papel para o desenvolvimento nas desordens metabólicas associadas. Foi desenvolvida uma revisão integrativa de estudo sobre a relação da alteração funcional da microbiota intestinal e sua relação com a obesidade, atenderam aos critérios da pesquisa 50 artigos completos publicados em revistas indexadas no Brasil e no exterior, selecionados nas bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online) Pubmed e Lilacs. Os resultados encontrados mostraram que a composição da microbiota poderia desencadear obesidade, entretanto, outros descrevem que a mesma alteraria o equilíbrio da microbiota intestinal, os dados disponíveis são controversos. Dessa forma, é concluído sobre a necessidade do desenvolvimento de mais estudos clínicos para que haja maior esclarecimento sobre a alteração funcional da microbiota intestinal na obesidade. 

Palavras chaves: Obesidade; Intestino; Microrganismo; Saúde

ABSTRACT

Obesity has been a cause for many years, but due to the knowledge of its causes and consequences, it has come to be considered a chronic, non-communicable disease. The intestinal microbiota has been studied in relation to its role in various metabolic diseases. Therefore, the objective of this work was to identify the relationship between obesity and the intestinal microbiota, it is observed that this relationship between microbiota and obesity plays a great role in the development of associated metabolic disorders. An integrative study review was developed on the relationship between functional changes in the intestinal microbiota and its relationship with obesity. 50 complete articles published in indexed journals in Brazil and abroad, selected from the Scielo (Scientific Electronic) databases, met the research criteria. Library Online) Pubmed and Lilacs. The results found showed that the composition of the microbiota could trigger obesity, however, others describe that it would alter the balance of the intestinal microbiota, the available data are controversial. Therefore, it is concluded that there is a need to develop more clinical studies to provide greater clarification on the functional alteration of the intestinal microbiota in obesity.

Keyword: Obesity; Intestine; Microorganism; Health

1 INTRODUÇÃO 

A obesidade é uma causa presente há muitos anos, porém devido ao conhecimento de suas causas e consequências passou a ser considerada uma doença crônica não transmissível – DCNT. Calcula- se que esta doença possa ser influenciada geneticamente de 25% a 40% dos casos, porém os demais fatores advêm do estilo de vida em relação ao hábito alimentar e ao sedentarismo, sendo considerados os maiores determinantes do aumento de peso no mundo (Silva et al. , 2017).

 A microbiota intestinal vem sendo estudada em relação a sua atuação em diversas doenças metabólicas. Apesar das condutas dietéticas serem um fator importante ocasionando na melhoria e normalização da saúde intestinal e consequentemente de sua microbiota, intervenções mais direcionadas são estratégias para o estímulo do crescimento de espécies benéficas (Cotillard; Hernell, 2013). 

A microbiota intestinal possui capacidade de quebrar moléculas alimentares não digeridas em metabólitos como ácidos graxos de cadeia curta, além de sintetizar vitaminas de importância para a saúde do homem. O mecanismo exato pelo qual microbiota intestinal contribui para a obesidade ainda é incerto. No entanto, foi sugerido que as principais rotas sob influência da microbiota intestinal que poderiam contribuir para o desenvolvimento da obesidade são a oferta de calorias extras, aumento da atividade da lipoproteína lipase (LPL), lipogênese, aumento da permeabilidade intestinal, endotoxemia e sistema endocanabinóide (Boroni et al., 2012). 

A microbiota saudável é definida como aquela que conserva e promove o bem- estar e a ausência de doenças, especialmente do trato gastrointestinal. Em condições normais, exerce influência considerável sobre uma série de reações bioquímicas do hospedeiro tais como: transformação de fibra dietética em açúcares simples, transformação de ácidos graxos de cadeia curta e de outros nutrientes para serem absorvidos; produção de vitamina K, vitamina B12 e ácido fólico; participação no metabolismo e recirculação de ácidos biliares; transformação de potenciais 5 agentes carcinogênicos e ativação de compostos bioativos (Dibaise et al., 2008). 

A obesidade é uma causa presente há muitos anos, porém devido ao conhecimento de suas causas e consequências passou a ser considerada uma doença crônica não transmissível – DCNT. Calcula- se que esta doença possa ser influenciada geneticamente de 25% a 40% dos casos, porém os demais fatores advêm do estilo de vida em relação ao hábito alimentar e ao sedentarismo, sendo considerados os maiores determinantes do aumento de peso no mundo (Silva et al. , 2017). Vários estudos estão sendo realizados na tentativa de encontrar novas alternativas para o tratamento da obesidade, sendo um deles o uso da microbiota intestinal, por intermédio do transplante de fezes entre pessoas magras e obesas. (SILVA et al. , 2017). Suspeita-se que a microbiota intestinal de obesos apresenta peculiaridades que possam induzir inflamação crônica. A provocação de endotoxemia em pacientes com obesidade, diabetes mellitus e resistência à insulina ocasiona a expressão de fatores inflamatórios que se assemelham àqueles presentes em dieta rica em gordura pelo mecanismo CD14 dependente. (Proc natl, 2005).

A atuação da microbiota intestinal no desenvolvimento da obesidade é assunto da atualidade. Alguns estudos afirmam que a composição da microbiota poderia desencadear obesidade, entretanto, outros descrevem que a mesma alteraria o equilíbrio da microbiota intestinal, os dados disponíveis são controversos. Assim o objetivo deste trabalho foi identificar a relação da obesidade com a microbiota intestinal, observa-se que essa relação de microbiota e obesidade, exerce um grande papel para o desenvolvimento nas desordens metabólicas associadas 

Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar a relação da obesidade com a microbiota intestinal, observa-se que essa relação de microbiota e obesidade, exerce um grande papel para o desenvolvimento nas desordens metabólicas associadas.

2 METODOLOGIA 

2.1 Tipo de estudo 

Foi desenvolvida uma revisão integrativa de estudo sobre a relação da alteração funcional da microbiota intestinal e sua relação com a obesidade. Para isso, foi organizada a busca de artigos publicados em bases de dados no período de janeiro de 2013 a junho de 2023.

2.2 Coleta de dados 

As principais etapas na condução dessa revisão foram as seguintes: elaborar uma questão de pesquisa, conduzir uma busca na literatura, especificar os métodos de seleção e avaliação, detalhar o procedimento de extração de dados e indicar a abordagem para análise de dados.

Foram definidas como as bases de dados para a busca dos artigos a Scielo (Scientific Electronic Library Online) Pubmed e Lilacs. A partir dessas bases foram definidas as seguintes palavras chaves: Obesidade; Intestino; Microrganismo; Saúde. Considerando a elegibilidade para inclusão dos estudos, os artigos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: estudos observacionais de corte transversal, estudos originais, populacionais ou amostrais publicados nos idiomas de português, espanhol ou inglês. 

2.3 Análise dos dados 

Para a análise dos dados da discussão sobre a relação entre a microbiota intestinal e a obesidade, as seguintes informações foram extraídas dos artigos selecionados para a análise final desta revisão: autores, data da publicação, objetivo do estudo, prevalência de obesidade e principais achados. 

Como critério de inegabilidade foram considerados: Estudos fora da faixa temporal definidos anteriormente, estudos cujos sujeitos da pesquisa não fossem obesos, estudos que não tenham a prevalência da atuação da microbiota intestinal, estudos qualitativos artigos que não foram escritos nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola e que não se encontram nas Bases de dados definidas. Atenderam aos critérios da pesquisa 50 artigos completos publicados em revistas indexadas no Brasil e no exterior. Os processos quantitativos de seleção das referências estão descritos conforme figura 1. 

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Aspectos gerais da fisiopatologia da obesidade

Pela definição da Organização Mundial da Saúde, obesidade é o excesso de gordura corporal, em quantidade que determina prejuízos à saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2.(OMS) A obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis (DNTs), como a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer. .(OMS) Pessoas com obesidade são constantemente envergonhadas e culpadas porque muitos – incluindo médicos, formuladores de políticas e outros não entendem completamente a obesidade, que, como todas as doenças crônicas, tem causas profundas e complexas provenientes de fatores dietéticos, de estilo de vida, genéticos, psicológicos, socioculturais, econômicos e ambientais (Souza, 2020). 

O tratamento inclui alimentação saudável com diminuição da ingestão de calorias e aumento da atividade física, podendo-se associar o uso de medicamentos. Em casos mais graves e refratários, pode ser indicado o tratamento cirúrgico (Oms, 2021). 

As causas da obesidade provavelmente são multifatoriais e envolvem predisposição genética. Em última análise, a obesidade resulta do desequilíbrio de longa duração entre ingestão energética e gasto energético, incluindo a utilização energética para os processos metabólicos básicos e gasto energético das atividades físicas. Entretanto, muitos outros fatores parecem aumentar a predisposição de uma pessoa à obesidade, como desreguladores endócrinos, microbioma intestinal, ciclos de sono/vigília e fatores ambientais (Manual MSD, 2019).

Ganha-se peso quando o consumo de calorias excede as necessidades de energia. Determinantes importantes do consumo de energia são:

• Tamanho das porções

• A densidade enérgica do alimento

Alimentos ricos em calorias (ex: alimentos processados), dietas ricas em carboidratos refinados, consumo de refrigerantes, sucos de frutas e álcool promovem ganho de peso. A alimentação rica em frutas frescas e verduras, fibras, carboidratos complexos e proteínas magras, com água como o principal líquido consumido, minimizam o ganho de peso (Pereira, Ribeiro, 2019). 

O tratamento inclui alimentação saudável com diminuição da ingestão de calorias e aumento da atividade física, podendo-se associar o uso de medicamentos. Em casos mais graves e refratários, pode ser indicado o tratamento cirúrgico (Santiago et al., 2017). 

Quando se busca a explicação para a epidemia global de obesidade, certamente os esforços devem concentrar-se na identificação de fatores ambientais envolvidos. 

Com a tendência de piora progressiva de todos estes fatores ambientais, o prognóstico atualmente mais aceito é de agravamento progressivo das altas taxas de prevalência da obesidade na maioria das populações do planeta. O meio ambiente predominante em todos os países ocidentais ou com hábitos de vida ocidentalizados caracteriza-se por oferta ilimitada de alimentos baratos, palatáveis, práticos e de alta concentração energética. Alia-se a isso um sedentarismo crescente, com a prática de atividades físicas cada vez mais dificultadas, principalmente nas grandes cidades (Pires et al., 2015). 

Aceita-se atualmente que os genes desempenham um papel permissivo no desenvolvimento da obesidade poligênica e que os fatores ambientais interagem para levar à obesidade. Como diz George Bray, “a genética carrega a arma e o ambiente aperta o gatilho”.

Vale lembrar, também, que uma variação genética que predisponha a um fenótipo de maior risco pode associar-se a maior probabilidade de complicações metabólicas. A tendência a depositar gordura na região abdominal visceral, por exemplo, pode ser geneticamente determinada, conforme demonstrado em estudos com gêmeos monozigóticos (Ender, Lima, 2020). 

3.2 Funcionalidade e composição da Microbiota Intestinal

O termo microbiota intestinal refere-se  a uma variedade  de micro-organismos vivos principalmente bactérias anaeróbias, que colonizam o intestino logo após o nascimento. É constituído por microbiota nativa e de transição temporária, sendo considerado como um dos ecossistemas mais complexos, com cerca de 1.000 bactérias distintas. Seu estabelecimento é influenciado por múltiplos fatores e chega ao ápice por volta dos dois anos de idade (Barbosa et al., 2015). 

A primeira fonte de microrganismos para a colonização do trato gastrointestinal (TGI) é o parto, principalmente o normal, por ter contato direto com a microbiota fecal da mãe. Seguido então pelo ambiente e a amamentação. Esta por sua vez sofre grande influência pelo uso de leite humano ou leite industrializado (Penna, Rodrigues, 2016). 

Estudos mostram que crianças nascidas de PV abrigam uma comunidade de bactérias que se assemelham às da vagina materna, em contrapartida, bebês que nascem de parto cesáreo (PC) apresentam uma flora bacteriana diferente (Bello et al., 2016).

Embora a realização do PC seja por indicação médica, um número significativo é realizado por solicitação da paciente. Esse tipo de parto, além de interferir na formação da microbiota do bebê, pode apresentar vários riscos para a criança, já conhecidos como, depressão neonatal por anestesia geral, lesão fetal durante parto, aumento da probabilidade de dificuldade respiratória, entre outras (Neu, 2014).

Concomitante à tendência do aumento dos números de PC (parto por cesária), tem-se observado um aumento de distúrbio imunológicos como doenças autoimunes, incluindo diabetes tipo 1, doença de Crohn, artrite reumatóide e esclerose múltipla e doenças alérgicas, e asma, rinite alérgica e dermatites atópicas (Okada, 2018). 

Diante disso, os resultados apresentados na tabela 1 foram as principais pesquisas que apresentaram dados relevantes, sendo coletados nas bases de dados, com base nos critérios de elegibilidade e inelegibilidade. Dos 50 estudos selecionados na base dados, foi possível selecionar para composição da tabela, 5 principais estudos dentre eles 2 estudos do SciElO, 2 estudos da Pubmed e 1 estudo do LILACS.

Tabela 1 Principais resultados encontrados sobre a influência da microbiota intestinal na obesidade. 

AUTOR/ ANOESTUDORESULTADO
Beserra et al.2014Estudo transversal realizado em 19 mulheres com obesidade mórbida e 13 mulheres eutróficasFoi identificado alterações na microbiota intestinal do grupo de mulheres com obesidade, quando comparado com o grupo Eutrófico. Mostrando uma relação entre obesidade e funcionalidade de microbiota intestinal
Ghosh, et al.2020Estudo randomizado, com 612 indivíduosFoi apontado alterações metabólicas e modificações da microbiota intestinal em indivíduos obesos
Stanislawski,et al.2021Estudorandomizado e controlado. Com 59 participantesA obesidade é uma doença inflamatória que modificam a estrutura intestinal alterando bactérias boas e influenciando na manutenção do peso dos participantes
Remely et al.2015Estudo randomizado, com 50 indivíduos obesosA obesidade foi associada às alterações da permeabilidade intestinal e a disbiose intestinal
Santos2015Estudorandomizado com 20 mulheres obesas e 20 mulheres em eutrofia. FIndivíduos obesos possuem hábitos alimentares inadequados e a qualidade da dieta tem se mostrado um importante modulador da composição da microbiota intestinal

A atuação da microbiota intestinal no desenvolvimento da obesidade é assunto da atualidade. Alguns estudos, como o de Bessera (2014) afirmam que a composição da microbiota poderia desencadear obesidade, entretanto, outros, como o de José (2014) descrevem que a mesma alteraria o equilíbrio da microbiota intestinal, os dados disponíveis são controversos. 

Recentemente o estudo de STANISLAWSKI et al., (2021) atribuiu a composição da microbiota intestinal a fatores ambientais para o controle do peso corporal. No estudo foi demonstrado que pessoas obesas e magras apresentam microbiotas distintas, que podem se corresponsabilizar pelo desenvolvimento da obesidade. Essa relação pode ser explicada, pois a microbiota intestinal humana é composta de aproximadamente 100 trilhões de bactérias envolvendo mais de mil espécies e relação de simbiose com o organismo. Ela auxilia e contribui para o metabolismo de forma geral, exercendo importante função em converter o alimento em nutrientes e energia. 

O estudo de Ghosh et al., (2020) apontou suspeita de que a microbiota intestinal de obesos apresenta peculiaridades que possam induzir inflamação crônica. A provocação de endotoxemia em pacientes mulheres com obesidade no estudo, diabetes mellitus e resistência à insulina tem relação com a expressão de fatores inflamatórios que se assemelham àqueles presentes em dieta rica em gordura pelo mecanismo CD14 dependente, essa associação também é apresentada na pesquisa de  Ribeiro (2016). 

No estudo de  Stanislawski et al., (2021) foram analisados dois grupos, um com indivíduos com sobrepeso e o outro com pessoas com IMC dentro da faixa de normalidade, foi investigada a microbiota intestinal, revelando concentração de enterobactérias maior nos obesos. As diferenças nas concentrações de ácidos graxos de cadeia curta nas fezes entre os indivíduos magros, com sobrepeso e obesidade foram consideráveis, sendo maiores em obesos do que em magros. Voluntários com excesso de peso abrigaram maiores concentrações fecais de Bacteroides do que os voluntários magros, resultado semelhante ao apresentado no estudo de Vaalesko et al., (2020). 

A microbiota intestinal vem sendo estudada em relação a sua atuação em diversas doenças metabólicas, como a obesidade. Estudos como o de Remely, M. et al., 2015 e Santos (2015) mostraram em seus resultados parâmetros que relacionam a presença de complicações e desregularidade funcional da microbiota em indivíduos com obesidade quando comparados a indivíduos eutróficos. Dessa forma, os estudos mostraram elevada relevância da relação desse binômio obesidade e microbiota intestinal. 

 Apesar das condutas dietéticas serem um fator importante ocasionando na melhoria e normalização da saúde intestinal e consequentemente de sua microbiota, intervenções mais direcionadas são estratégias para o estímulo do crescimento de espécies benéficas de bactérias que ajudam a funcionalidade da microbiota intestinal. No entanto, foi observado na análise dos estudos, que para que haja maior equilíbrio desse sistema é necessário hábitos alimentares saudáveis, o que não é encontrado na prática alimentar de pessoas obesas. 

CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento deste artigo foi possível compreender que a obesidade é um importante problema de saúde global determinado pela hereditariedade e pelo ambiente e sua incidência está aumentando anualmente. Nos últimos anos, foram relatadas evidências crescentes que ligam a obesidade à microbiota intestinal. Controle da microbiota intestinal. 

Sendo identificado que a microbiota intestinal possui enorme capacidade metabólica comportando-se como um modulador central na contribuição para a obesidade. A investigação indica claramente relação de causa ou efeito entre a microbiota intestinal e a obesidade. A relação apresentada nos estudos selecionados foi parcialmente estabelecida a nível estrutural, mas parece que a funcionalidade, e não a composição das populações da microbiota, pode conter as respostas aos mecanismos associados à obesidade. 

Com o conhecimento limitado encontrado nas pesquisas e disponíveis atualmente sobre o microbioma e o seu papel na obesidade, é possível compreender que essa relação está direcionada à alteração da composição das bactérias nos intestinos para manutenção do peso.

Dessa forma, é sugerido que evitar a obesidade e beneficiar a saúde a longo prazo, é uma das medidas de prevenção adequada para que essa correlação não seja de maior incidência na causalidade da obesidade. Visto que as comunidades bacterianas diferem de pessoa para pessoa, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Uma variedade mais ampla.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

AL-SNAFI, Ali Esmail. The pharmacology of Equisetum arvense-A review. IOSR Journal of Pharmacy, v. 7, n. 2, p. 31-42, 2017.

AMEER, Omar Z. et al. Orthosiphon stamineus: traditional uses, phytochemistry, pharmacology, and toxicology. Journal of medicinal food, v. 15, n. 8, p. 678-690, 2012.

ANDRADE NASCIMENTO, Camila Maria Sousa et al. A influência das dietas restritivas e o desenvolvimento de transtornos alimentares. International Journal of Nutrology, v. 11, n. S 01, p. Trab34, 2018.

BAHMANI, Mahmoud et al. Obesity phytotherapy: review of native herbs used in traditional medicine for obesity. Journal of evidence-based complementary & alternative medicine, v. 21, n. 3, p. 228-234, 2016.

BESERRA, Bruna Teles Soares et al. Avaliação da microbiota intestinal e sua relação com parâmetros metabólicos em mulheres com obesidade mórbida. 2014. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2014

BHARDWAJ, Shubham; VERMA, Rajeshwar; GUPTA, Jyoti. Challenges and future prospects of herbal medicine. International Research in Medical and Health Science, v. 1, n. 1, p. 12-15, 2018.

BRASIL. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.4, n.19, p.14-21, Jan/Fev. 2010. 

CHRISTOFOLETT, Giulia Stephanie Fernandes et al. O microbioma intestinal e a interconexão com os neurotransmissores associados à ansiedade e depressão. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 3385-3408, 2022.

COSTA, Deyse Anne Lima et al. Prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em indivíduos obesos atendidos em uma instituição de ensino de Brasília-DF. RBONE-Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, v. 13, n. 79, p. 488-497, 2019.

CUNHA, Matheus Heidrich. A hipóxia na perda de peso. Educação Física Bacharelado-Tubarão, 2019.

ESTRELA, Carlos. Metodologia científica: ciência, ensino, pesquisa . Artes Médicas, 2018.

EUSTÁQUIO FILHO, Antônio et al. Balanço energético negativo. Pubvet, v. 4, p. Art. 780-787, 2010.

FREITAS, Carolina et al. Obesidade e sua influência sobre o câncer: uma recente revisão da literatura. Revista de Atenção à Saúde, v. 19, n. 67, 2021.

GHOSH, Tarini Shankar et al. Mediterranean diet intervention alters the gut microbiome in older people reducing frailty and improving health status: the NU-AGE 1-year dietary intervention across five European countries. Gut, v. 69, n. 7, p. 1218-1228, 2020.

GONÇALVES, Allan Cristian; GOMES, Samuel Gamarano. Tudo o que você precisa saber sobre obesidade e emagrecimento: uso estratégico de exercícios físicos como forma de intervenção. Editora Dialética, 2022.

INSTITUTE FOR HEALTH METRICS AND EVALUATION. Findings from the Global Burden of Disease Study 2017. Seattle: IHME, 2018.35 JAMESON, K. G. Toward Understanding Microbiome-Neuronal Signaling. Molecular Cell, Cambridge– EUA, v. 78, p. 577-581, 2020.

JOB, Alessandra Rocha; DE OLIVEIRA SOARES, Ana Cristina. Percepção dos acadêmicos de nutrição sobre a efetividade a longo prazo dos métodos de dietas restritivas para a perda e o controle de peso. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 13, n. 78, p. 291-298, 2019.

JUNIOR, Antonio Herbert Lancha; LANCHA, Luciana Oquendo Pereira. Emagrecimento: uma abordagem multidisciplinar. Editora dos Editores, 2020.

KAZEMI, Asma etal. Effect of prebiotic and probiotic supplementation on circulating pro-inflammatory cytokines and urinary cortisol levels in patients withmajor depressive disorder: a double-blind, placebo-controlled randomized clinical trial. Journal of Functional Foods, [s. I.J, v. 52, p. 596-602, 2019.

KESSLER, Christine. Pathophysiology of Obesity. Nursing Clinics, v. 56, n. 4, p. 465-478, 2021.

KIM, Gilbert W. et al. New advances in models and strategies for developing anti-obesity drugs. Expert opinion on drug discovery, v. 8, n. 6, p. 655-671, 2013.

LISKIEWICZ, Pawet et al. Analysis of gut microbiota and intestinal integrity markers of inpatients with major depressive disorder. Progress in Neuro- Psychopharmacology and Biological Psychiatry, [s. 1.], v. 106, p. 110076, 2021.

 LIU, Richard T. et al. Reductions in anti-inflammatory gut bacteria are associated with depression in a sample of young adults. Brain, behavior, and immunity, Amsterdam, v. 88, p. 308-324, 2020.

MARESE, A. C. M. et al. Genetic and Hormonal Regulation of Tryptophan- Kynurenine Metabolism Implications for Vascular Cognitive Impairment, Majo Disorder, and Aging. New York Academy of Sciences, Boston, v. 2017,

MARESE, Angélica Cristina Milan et al. Principais mecanismos que correlacionam a microbiota intestinal com a patogênese da depressão. Fag Journal of Health (Fjh), v. 1, n. 3, p. 232-239, 2019.

MATOS, Renata Costa et al. Balanço energético e composição corporal entre atletas escolares. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 29, n. 3, p. 422-430, 2016.

MATOS, Renata Costa et al. Balanço energético e composição corporal entre atletas escolares. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 29, n. 3, p. 422-430, 2016.

MIYAOKA, Tsuyoshi et al. Clostridium butyricum MIYAIRI 588 as adjunctive therapy for treatment-resistant major depressive disorder: a prospective open- label trial. Clinical neuropharmacology, Hagerstown-EUA, v. 41, n. 5, p. 151-155, 2018. n. 1122, p. 35-49.

NEUHANNIG, Camila et al. Disbiose Intestinal: Correlação com doenças crônicas da atualidade e intervenção nutricional. Research, Society and Development, v. 8, n. 6, p. e25861054-e25861054, 2019.

PAIXÃO, L. A; CASTRO, F. F. S. A colonização da microbiota intestinal e sua influência na saúde do hospedeiro. Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, Brasília, v. 14, n. 1, p. 85-96.

PANTOJA, Caroline Lobato et al. Diagnóstico e tratamento da disbiose: Revisão Sistemática. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 32, p. e1368-e1368, 2019.

PECCIN, Simone. É Possível Evitar a Recuperação do Peso após o Emagrecimento?. International Journal of Nutrology, v. 9, n. 01, p. 140-143, 2016.

REMELY, M. et al. Gut microbiota composition correlates with changes in body fat content due to weight loss. Beneficial microbes, v. 6, n. 4, p. 431-439, 2015.

RIBEIRO, Ana Paula; CAMARGO, Thaís Francini; RAVAZZANI, Edilceia. Dietas da moda e riscos nutricionais. Anais do EVINCI-UniBrasil, v. 2, n. 1, p. 313-313, 2016.

RINALDI, Amanda Jecssia; DA SILVA, Rogerio Fernando França. EMAGRECIMENTO. Anais do EVINCI-UniBrasil, v. 1, n. 1, p. 60-60, 2015.

SANTOS, .L A. A microbiota intestinal e sua relação com o sistema imunológico. Revista da Universidade Vale do Rio Verde. Vol. 16, n. ,1 p.1-9. 2018.

SANTOS, Verena Macedo. Avaliação da participação dos mircro-organismos da classe Mollicutes na microbiota intestinal de mulheres eutróficas e obesas. 2015. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

STANISLAWSKI, Maggie A. et al. The gut microbiota during a behavioral weight loss intervention. Nutrients, v. 13, n. 9, p. 3248, 2021.

TAVARES, Telma Braga; NUNES, Simone Machado; SANTOS, Mariana de Oliveira. Obesidade e qualidade de vida: revisão da literatura. Rev Med Minas Gerais, v. 20, n. 3, p. 359-66, 2010.

WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. OBESITY. 2019. DISPONIVEL EM: https://www.who.int/home/search/3?indexCatalogue=genericsearchindex1&searchQuery=OBESITY&wordsMode=AnyWord&orderBy=Newest Acesso em: 2 Dez 2020. 

WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Traditional, complementary and integrative medicine. Disponivel em: https://www.who.int/health-topics/traditional-complementary-and-integrative-medicine#tab=tab_1. Acesso em: 29 de nov 2020.

YANG, Chung Shu; WANG, Hong; SHERIDAN, Zachary Paul. Studies on prevention of obesity, metabolic syndrome, diabetes, cardiovascular diseases and cancer by tea. journal of food and drug analysis, v. 26, n. 1, p. 1-13, 2018.


1 Graduandos do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: grazielarodrigues777@gmail.com; Luannrodriguespinheiro@gmail.com
2 Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br
3 Coorientadora do TCC, Docente da do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: rebeca.figueiredo@fametro.edu.br