O IMPACTO DO MÉTODO PILATES NA SAÚDE MENTAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10027871


Eduarda Nogara Binotto[1]
Ronney Jorge de Souza Raimundo[2]


RESUMO

Este artigo científico aborda a crescente importância da saúde mental e a busca por abordagens terapêuticas inovadoras para complementar os métodos tradicionais de cuidado. Nesse contexto, o Método Pilates emerge como uma alternativa promissora devido à sua abordagem fisioterapêutica. O Método Pilates, desenvolvido por Joseph Pilates, combina princípios de controle mental, consciência corporal e fortalecimento físico, oferecendo uma plataforma única para abordar não apenas os aspectos físicos, mas também os desafios psicológicos que afetam o bem-estar. O aumento das demandas e desafios da vida moderna tem criado uma necessidade urgente de estratégias terapêuticas que considerem o indivíduo de maneira integral. Este artigo se concentra na análise do impacto do Método Pilates na saúde mental, adotando uma abordagem baseada em evidências. A revisão bibliográfica da literatura busca avaliar criticamente e sintetizar as evidências disponíveis sobre como o Método Pilates pode influenciar positivamente a saúde mental. Além disso, este estudo visa estabelecer objetivos específicos, como examinar as modalidades específicas do Método Pilates que estão mais associadas aos benefícios mentais e identificar os mecanismos subjacentes que sustentam essa relação benéfica. Compreender o potencial do Método Pilates como uma ferramenta eficaz para melhorar a saúde mental é crucial em um mundo onde o bem-estar psicológico está cada vez mais em destaque. Este artigo busca contribuir para o conhecimento científico sobre essa importante conexão entre exercício físico e saúde mental.

ABSTRACT

This scientific article addresses the growing importance of mental health and the search for innovative therapeutic approaches to complement traditional methods of care. In this context, the Pilates Method emerges as a promising alternative due to its physiotherapeutic approach. The Pilates Method, developed by Joseph Pilates, combines principles of mind control, body awareness and physical strengthening, offering a unique platform to address not only the physical aspects, but also the psychological challenges that affect well-being. The increased demands and challenges of modern life have created an urgent need for therapeutic strategies that consider the individual as a whole. This article focuses on analyzing the impact of the Pilates Method on mental health, adopting an evidence-based approach. The literature review seeks to critically evaluate and synthesize the available evidence on how the Pilates Method can positively influence mental health. Furthermore, this study aims to establish specific objectives, such as examining the specific modalities of the Pilates Method that are most associated with mental benefits and identifying the underlying mechanisms that support this beneficial relationship. Understanding the potential of the Pilates Method as an effective tool for improving mental health is crucial in a world where psychological well-being is increasingly in the spotlight. This article seeks to contribute to scientific knowledge about this important connection between physical exercise and mental health.

1 INTRODUÇÃO

Segundo a organização mundial de saúde (OMS), saúde mental é um estado completo de bem-estar, no qual o indivíduo manifesta as suas capacidades, enfrentam as adversidades normais da vida, trabalha produtivamente de modo intenso, contribuindo assim para a sua comunidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

A crescente conscientização sobre a importância da saúde mental e seu impacto no bem-estar geral, abordando o transtorno depressivo e a ansiedade, tem motivado a investigação de abordagens terapêuticas inovadoras que possam complementar e ampliar as estratégias tradicionais de cuidado. Nesse contexto, emerge o Método Pilates como uma alternativa promissora, capaz de influenciar positivamente a saúde mental por meio de sua abordagem fisioterapêutica (SILVA et al., 2022).

No cenário contemporâneo, o aumento das demandas e desafios da vida moderna tem suscitado uma necessidade urgente de estratégias terapêuticas que transcendam a abordagem convencional e enfoquem o indivíduo de maneira integral (FERREIRA et al., 2021).

O Método Pilates, desenvolvido por Joseph Pilates no início do século XX, ganhou reconhecimento tanto no âmbito da reabilitação física quanto na promoção da saúde mental. A fusão de princípios de controle mental, consciência corporal e fortalecimento físico presentes no Método Pilates oferece uma plataforma única para abordar não apenas as manifestações físicas, mas também os desafios psicológicos que podem comprometer o bem-estar global (MELO et al., 2020).

A compreensão do potencial do Método Pilates é uma ferramenta eficaz para melhorar a saúde mental. Este artigo científico tem como foco a análise do impacto do Método Pilates na saúde mental, adotando uma abordagem fundamentada em evidências para avaliar sua eficácia no aprimoramento do bem-estar psicológico (MARTINS, 2021).

A pesquisa proposta neste artigo visa preencher lacunas no conhecimento existente e contribuir para uma compreensão mais aprofundada do potencial terapêutico do Método Pilates na promoção da saúde mental. Ao explorar suas várias modalidades e os mecanismos subjacentes aos benefícios mentais, buscamos fornecer insights valiosos que possam orientar profissionais de saúde, terapeutas e indivíduos interessados em melhorar sua qualidade de vida emocional (DAVIES et al., 2019; SMITH et al., 2020).

Sendo assim, será realizada uma revisão bibliográfica da literatura para analisar criticamente e sintetizar as evidências disponíveis sobre como o Método Pilates pode influenciar positivamente a saúde mental. Adicionalmente, almeja-se estabelecer objetivos específicos, como examinar as modalidades específicas do Método Pilates mais associadas aos benefícios mentais e identificar os mecanismos subjacentes que sustentam essa relação benéfica.

2 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa a ser realizada será uma revisão bibliográfica, sendo uma pesquisa qualitativa e descritiva, onde serão pesquisados livros, dissertações e artigos científicos selecionados através de busca nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library online (Scielo) e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). O período dos artigos pesquisados serão os trabalhos publicados nos últimos 05anos, sendo no período entre os anos de 2018 e 2023.

3 REVISÃO DE LITERATURA

A saúde mental, que vai muito além da mera ausência de doenças, é um componente essencial do bem-estar geral das pessoas, intrinsecamente interligado à sua saúde física e comportamental. Atualmente, os distúrbios, síndromes e transtornos mentais representam desafios significativos em termos de saúde pública (QUEIROZ, 2022). A depressão, um dos distúrbios psicológicos mais prevalentes em nossa sociedade, caracteriza-se por uma gama de sintomas que vão desde apatia até pensamentos de autodestruição (SILVA, 2022). A ansiedade, por sua vez, é um estado de preocupação e tensão diante do desconhecido, acompanhado por sintomas físicos e emocionais (PORTELA et al., 2021). Ambos os transtornos exercem um impacto negativo na vida daqueles que os enfrentam, tornando-se um dos principais desafios em saúde pública (QUEIROZ, 2022).

A busca por estratégias terapêuticas que promovam a saúde mental reflete a crescente compreensão de que o bem-estar psicológico é essencial para uma vida plena e produtiva. A promoção da saúde mental não é apenas a ausência de transtornos, mas sim a capacidade de enfrentar as adversidades com resiliência e manter um equilíbrio emocional estável (DAVIES et al., 2019). Nesse sentido, o Método Pilates tem se destacado como uma abordagem multifacetada que vai além dos aspectos físicos e se estende à esfera psicológica do indivíduo.

No contexto de enfrentar esses desafios de saúde mental, a prática regular de exercícios físicos tem emergido como uma ferramenta valiosa para melhorar o bem-estar emocional e psicológico. Estudos demonstram que o exercício físico pode elevar a autoestima, melhorar o humor e contribuir para um senso geral de bem-estar (OLIVEIRA et al., 2020). No entanto, um método que tem ganhado destaque em termos de benefícios para a saúde mental é o Pilates, devido à sua ênfase na integração corpo-mente, controle emocional e melhorias no estado de ânimo (MARTINS, 2021).

A depressão e a ansiedade afetam uma parcela significativa da população, sendo consideradas as quinta e sexta maiores causas de incapacidade no Brasil (QUEIROZ, 2022). A Organização Mundial de Saúde (OMS) reporta que a ansiedade afeta 3,6% da população global e, na região das Américas, afeta 5,6%, com o Brasil liderando as estatísticas com 9,3% da população afetada (QUEIROZ, 2022). A alta prevalência desses transtornos demonstra a necessidade de abordagens terapêuticas e preventivas eficazes, onde o Pilates tem emergido como uma alternativa promissora.

O Método Pilates, criado por Joseph Hubertus Pilates no início do século XX, é baseado em princípios que enfatizam a conexão mente-corpo, o que o torna uma opção atraente para abordar os desafios da saúde mental. Pilates envolve exercícios que fortalecem os músculos centrais e promovem a estabilidade e equilíbrio postural, ao mesmo tempo em que promove uma atitude mais positiva em relação à vida (MARTINS, 2021). A prática de Pilates, quando incorporada regularmente na rotina, tem demonstrado melhorar a qualidade de vida, reduzir sintomas de ansiedade e depressão, além de proporcionar uma sensação geral de bem-estar (FLEMING; HERRING, 2018).

O Pilates, adaptável a diversas faixas etárias e níveis socioeconômicos, não apenas melhora a saúde física, mas também se revela eficaz na promoção da saúde mental dos seus praticantes (SILVA et al., 2022). No entanto, embora essas evidências forneçam uma visão encorajadora, ainda há espaço para pesquisas adicionais para compreender completamente os mecanismos subjacentes aos benefícios do Pilates na saúde mental, bem como para determinar quais modalidades específicas desse método podem ser mais eficazes na promoção do bem-estar emocional e psicológico. Portanto, este artigo busca explorar a influência do Método Pilates na saúde mental, considerando a gama de evidências disponíveis e seu potencial para melhorar o estado de ânimo, reduzir sintomas de ansiedade e depressão, e promover um senso de bem-estar emocional entre os praticantes.

A depressão é o distúrbio psicológico mais prevalente na população atualmente. É caracterizado como um transtorno do humor que tem transformado as atitudes e percepções das pessoas, levando-as a enxergar seus problemas como verdadeiras tragédias. Os sintomas da depressão incluem apatia, irritabilidade, tristeza, perda de interesse, alterações motoras (como agitação ou lentidão), pensamentos agressivos, desespero e queixas somáticas variadas, podendo incapacitar o indivíduo e, em casos extremos, levar ao suicídio (Barbosa et al., 2011; Wannmancher, 2016; Bio et al., 2011 apud SILVA, 2022). Outro transtorno comum na população é o transtorno de ansiedade (TA), que se caracteriza por um sentimento de medo difuso e desagradável associado ao desconforto e à tensão resultante da antecipação de perigo ou do desconhecido. Os sintomas incluem aumento da frequência cardíaca, pressão arterial elevada, falta de ar, sudorese, sensação de fadiga, insônia, irritabilidade, tensão muscular e tremores (Portela et al., 2021). Tanto a depressão quanto o TA são considerados problemas de saúde mental bastante comuns que exercem um impacto negativo na vida daqueles que os enfrentam (Moura et al., 2020; Ribeiro et al., 2019 apud SILVA, 2022).

No entanto, a prática regular de exercícios físicos tem demonstrado uma melhora significativa nos sintomas de ansiedade e depressão, contribuindo para elevar a autoestima, o humor e a sensação geral de bem-estar (OLIVEIRA et al., 2020).

Estimativas recentes revelam que os transtornos depressivos e de ansiedade são a quinta e sexta maiores causas de incapacidade no Brasil. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência global do transtorno de ansiedade é de 3,6%. Na região das Américas, esse transtorno mental assume proporções mais significativas, afetando 5,6% da população, com destaque para o Brasil, onde o transtorno de ansiedade acomete 9,3% da população, tornando-se o país com o maior número de casos no mundo, totalizando aproximadamente 18.657.943 casos (QUEIROZ, 2022).

De acordo com Martins (2021), nos últimos anos, tem havido uma crescente busca por evidências científicas que comprovem os benefícios proporcionados pelo Método Pilates. Esse método tem se tornado uma abordagem terapêutica e preventiva cada vez mais utilizada, uma vez que inúmeros problemas de saúde afetam a população em várias faixas etárias e níveis socioeconômicos.

A atividade física (AF) está fortemente associada à melhoria da qualidade de vida, atuando como um fator de proteção da saúde e auxiliando na manutenção da saúde mental. Isso se traduz em uma redução dos níveis de ansiedade, estresse e sintomas de depressão, melhorias no humor, aumento do bem-estar físico e psicológico, maior disposição física e mental, e melhorias na memória e na saúde cognitiva (BORTOLI et al., 2023). Estudos indicam que a prática regular de exercícios físicos tem um impacto positivo no bem-estar psicológico, tanto em crianças e jovens quanto em adultos (GUTIERREZ et al., 2012; TUBIC, DORDIC, 2013 apud CAXIAS, 2020).

O exercício físico é uma ferramenta valiosa, sendo um tratamento não farmacológico que contribui significativamente para a melhoria da saúde mental (WERNECK, NAVARRO, 2011 apud CAXIAS, 2020). Estudos que visam melhorar o estado de humor e reduzir o estresse frequentemente recomendam atividades de baixo impacto, como caminhadas, yoga e o Pilates (CAXIAS, 2020).

Os resultados de uma revisão da literatura sugerem que o Método Pilates pode desempenhar um papel positivo na redução dos sintomas de ansiedade e depressão em idosos. Estudos, como o de Queiroz (2022), observaram um efeito benéfico do Pilates nesse contexto. Além disso, Vicentini de Oliveira et al. (2021) destacaram que idosas que praticam o Método Pilates no solo apresentam sintomas significativamente reduzidos de ansiedade e depressão.

Conforme o relato de Martins (2021), Joseph Hubertus Pilates nasceu na Alemanha em 1880 e é o criador do Método Pilates. Sua infância e adolescência foram marcadas por uma série de desafios de saúde, como asma, bronquite, febre reumática e raquitismo. Com uma mãe que tinha conhecimentos em naturopatia e um pai com experiência em ginástica, Pilates começou a explorar maneiras de aprimorar sua saúde física desde muito jovem. Ele se aprofundou em estudos de anatomia, fisiologia, biomecânica e princípios da cultura oriental, encontrando inspiração nos movimentos dos animais. Sua busca incluiu a prática de esportes como esqui, mergulho, fisiculturismo, ginástica, artes marciais e yoga, o que o conduziu a um estado físico robusto e uma saúde sólida (GALLAGHER e KRYZANOWSKA, 2000 apud MARTINS, 2021).

O Método Pilates se baseia em seis princípios essenciais que devem estar sempre presentes na execução dos exercícios: respiração, centralização, concentração, controle, precisão e fluidez, e a integração da mente e do corpo. Este método envolve exercícios que abrangem contrações isotônicas (concêntricas e excêntricas) e isométricas, com destaque para o “Power House” (ou centro de força), que compreende os músculos abdominais, paravertebrais lombares e glúteos, desempenhando um papel fundamental na estabilização estática e dinâmica do corpo (MELO et al., 2020).

O treinamento do Método Pilates pode ser realizado em equipamentos específicos, como o Reformer, Cadillac, Wunda-chair, Eletric-chair, Pedi-pull, Ladder Barrel, Magic circle, ou no solo, conforme a técnica Mat Pilates. Os exercícios no solo podem ser executados com o auxílio de aparelhos como arcos, bola suíça, meia lua ou apenas com o próprio corpo (CAXIAS et al., 2020).

O Pilates pode ser categorizado como clássico ou contemporâneo. O método clássico se esforça para preservar as técnicas e princípios estabelecidos por seu criador, Joseph Hubertus Pilates. No entanto, ao longo do tempo, o método sofreu adaptações e é também classificado como moderno ou modificado, incorporando exercícios mais desafiadores e de alta intensidade, ajustados para atender às habilidades individuais de cada paciente (BALDINI; ARRUDA, 2019, apud FERREIRA, 2021).

O Método Pilates oferece benefícios abrangentes para o corpo, incluindo melhorias no sistema circulatório, condicionamento físico, flexibilidade, desenvolvimento muscular e alinhamento postural. Além disso, ele pode promover a consciência corporal, coordenação motora e controle emocional (QUEIROZ, 2022).

Além de seus benefícios físicos, a prática do Pilates também influencia positivamente a saúde mental, reduzindo a sensação de fadiga e os sintomas de depressão e ansiedade, ao mesmo tempo que aumenta a disposição (FLEMING; HERRING, 2018, apud MARTINS, 2021).

Conforme Boix-Vilella et al. (2017, apud MELO, 2020), a maioria dos estudos sobre Pilates se concentra em participantes do sexo feminino. Isso pode ser atribuído à maior adesão desse grupo ao método, devido à ênfase no fortalecimento postural e na saúde, que muitas vezes é uma prioridade para as mulheres (MELO, 2020).

Pesquisas, como a de Ferreira et al. (2011, conforme citado em CAXIAS et al., 2020), indicam que a prática do Pilates melhora a satisfação com a vida, autoconceito e percepção da saúde. A combinação de fatores físicos e psicológicos promove uma melhor qualidade de vida, envolvendo satisfação, humor positivo e baixos níveis de humor negativo (CAXIAS, 2020).

Os resultados da pesquisa de Melo et al. (2020) mostraram que as dimensões emocionais negativas, como tensão, depressão e confusão, diminuíram após uma sessão de Pilates, exceto para “fadiga” e “raiva”. Esses achados destacam o potencial do Pilates para melhorar o bem-estar emocional (MELO, 2020).

Em um estudo conduzido por Vancini et al. (2017, apud MARTINS, 2021), que avaliou os efeitos do treinamento de Pilates e caminhada em indivíduos com excesso de peso ou obesos ao longo de 8 semanas, o Pilates se destacou como uma alternativa viável para aumentar os níveis de adesão a atividades físicas. A prática regular de exercícios promove tanto a saúde física quanto a mental, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e bem-estar.

Queiroz et al. (2022) conduziu uma pesquisa focada na prática de exercícios, demonstrando melhorias nos níveis de qualidade de vida, depressão e ansiedade nos grupos que adotaram o Pilates e a caminhada. No entanto, apenas o grupo da caminhada apresentou melhorias nos níveis de ansiedade-obesidade. Portanto, tanto o Pilates quanto a caminhada têm um impacto positivo na qualidade de vida, depressão e ansiedade. Consequentemente, o Método Pilates pode ser considerado uma alternativa viável para abordar distúrbios de humor em indivíduos com excesso de peso e obesidade na população idosa.

Martins (2021) realizou uma pesquisa que concluiu que a prática do Método Pilates tem um impacto positivo nos praticantes, promovendo seu bem-estar e qualidade de vida. Estudos também comprovaram a eficácia do Pilates na redução da dor relacionada a problemas musculoesqueléticos, além de melhorar a saúde mental e o condicionamento físico.

Observou-se empiricamente que uma única sessão de Pilates pode ter um impacto positivo no humor dos praticantes. Após a prática, os indivíduos relataram uma diminuição das emoções negativas e um aumento nas emoções positivas, principalmente na dimensão do vigor. Esse perfil emocional positivo tem o potencial de influenciar significativamente o dia a dia dos praticantes, contribuindo para uma melhor qualidade de vida (MELO, 2020).

De acordo com Caxias et al. (2020), o Método Pilates, seja por meio de sessões individuais ou programas de treinamento, não só melhora a saúde física, mas também tem um impacto positivo no estado de ânimo. A prática aumenta as emoções positivas e diminui as emoções negativas, resultando em uma melhoria na saúde mental dos praticantes.

Considerando a capacidade do exercício físico em melhorar a saúde psicológica, o Pilates emerge como uma ferramenta eficaz para aprimorar o estado de ânimo dos praticantes, contribuindo para uma visão mais positiva diante das situações da vida. Portanto, os profissionais de Pilates desempenham um papel fundamental na promoção de aspectos não apenas físicos, mas também na saúde mental de seus alunos, o que culmina em uma qualidade de vida aprimorada (MELO, 2020).

Os resultados apresentados são consistentes com pesquisas anteriores, como a de Ferreira et al. (2021), que destacou os impactos positivos do Pilates na qualidade de vida. No entanto, ainda é necessário realizar mais pesquisas para compreender completamente os mecanismos subjacentes a esses benefícios e determinar as modalidades específicas do Pilates que podem ser mais eficazes no tratamento da ansiedade e depressão.

Queiroz (2022) conduziu um estudo examinando o efeito do Método Pilates na ansiedade e depressão em idosos, com resultados destacando os benefícios dessa prática, com uma redução significativa nos sintomas de ansiedade e depressão entre os participantes que incorporaram o Pilates em suas rotinas de cuidados. Essas descobertas sugerem que o Pilates pode ser uma intervenção valiosa no tratamento de transtornos de humor em idosos, contribuindo para um maior bem-estar psicológico.

Além disso, uma revisão integrativa liderada por Ferreira et al. (2021) abordou os impactos do Método Pilates na qualidade de vida dos praticantes, destacando melhorias significativas em várias áreas, incluindo saúde mental. Isso reforça a ideia de que o Pilates não apenas oferece benefícios físicos, mas também melhora a dimensão psicológica do bem-estar.

Estudos anteriores, como os de Martins (2021) e Silva et al. (2022), também analisaram a eficácia do Método Pilates na qualidade de vida e saúde mental, fornecendo valiosas percepções sobre como o Pilates pode ser benéfico ao melhorar o humor, reduzir sintomas de depressão e ansiedade e promover um maior bem-estar psicológico.

Após análise das evidências científicas encontradas na revisão da literatura, destacamos a influência positiva do Método Pilates na saúde mental dos praticantes. Os estudos revisados, incluindo aqueles conduzidos por Cavalcanti (2020), Ferreira et al. (2021), Fleming et al. (2021), Melo et al. (2020), Oliveira et al. (2020), Queiroz (2022), Silva et al. (2022), Vancini et al. (2018), e Vicentini de Oliveira et al. (2021), fornecem informações valiosas sobre como o Pilates tem se mostrado eficaz na promoção do bem-estar emocional e psicológico.

Diversas dimensões da saúde mental foram exploradas nesses estudos, revelando melhorias na percepção do estresse (Cavalcanti, 2020), no estado de ânimo, na redução de sintomas de ansiedade e depressão (Fleming et al., 2021; Queiroz, 2022), e na qualidade de vida (Ferreira et al., 2021). Os efeitos positivos do Pilates foram notados não apenas em termos de aspectos emocionais, mas também na redução dos níveis de estresse (Oliveira et al., 2020) e na melhoria do estado de humor (Melo et al., 2020).

Além disso, os estudos revisados enfatizam que o Pilates não se limita a um grupo populacional específico. Praticantes de diferentes faixas etárias, incluindo idosos e indivíduos com excesso de peso, experimentaram benefícios em suas vidas emocionais e psicológicas (Vancini et al., 2018; Vicentini de Oliveira et al., 2021). Essa amplitude de aplicabilidade ressalta a versatilidade do Pilates como uma ferramenta eficaz para melhorar a saúde mental em diversos contextos.

Embora esses estudos forneçam evidências encorajadoras, é importante notar que a investigação sobre os mecanismos subjacentes a esses benefícios ainda é necessária. Mais pesquisas são recomendadas para compreender completamente como o Pilates exerce seu impacto positivo na saúde mental e para identificar quais modalidades específicas desse método podem ser mais eficazes na promoção do bem-estar emocional e psicológico. Portanto, os resultados destacados nesta revisão fornecem um sólido ponto de partida para futuras investigações nessa área em constante evolução.

4. CONSIDERAÇÃO FINAL

A investigação sobre o impacto do Método Pilates na saúde mental ofereceu insights significativos e promissores, como evidenciado pelos estudos analisados neste artigo. O Pilates desempenha um papel valioso na redução dos sintomas de ansiedade e depressão, especialmente em idosos. Os resultados revelaram uma influência favorável do Pilates, proporcionando melhorias notáveis no estado de ânimo e na qualidade de vida desses indivíduos.

É intrigante notar como o Método Pilates, originalmente desenvolvido por Joseph Pilates no início do século XX, conseguiu evoluir e se adaptar às necessidades contemporâneas, incluindo o suporte à saúde mental. As abordagens terapêuticas complementares, como o Pilates, estão se tornando cada vez mais relevantes no tratamento dos desafios de saúde mental, especialmente considerando a crescente conscientização sobre a importância do bem-estar psicológico.

No entanto, é importante reconhecer que ainda existem lacunas a serem preenchidas na pesquisa. Embora tenhamos visto uma tendência positiva nos estudos revisados, é essencial continuar investigando os mecanismos subjacentes a esses benefícios e identificar as modalidades específicas do Pilates que podem ser mais eficazes. Além disso, a diversidade da população e a individualidade das necessidades de cada indivíduo devem ser consideradas na implementação do Pilates como parte de um plano de tratamento para problemas de saúde mental.

Em última análise, este estudo enfatiza a importância de considerar abordagens baseadas em evidências no tratamento da saúde mental. O Método Pilates demonstrou ser uma ferramenta valiosa na promoção do bem-estar psicológico, com o potencial de enriquecer as opções terapêuticas disponíveis. Espero que esta pesquisa inspire novas investigações e, eventualmente, conduza a diretrizes mais sólidas para a utilização do Pilates como um componente integral do cuidado da saúde mental.

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[1] Acadêmica do curso de Fisioterapia da Faculdades Integradas IESGO.

[2] Orientador. Docente do curso de Fisioterapia da Faculdades Integradas IESGO.