IMPACTO DO ESTILO DE VIDA SOBRE A SONOLÊNCIA EXCESSIVA DIURNA EM ADOLESCENTES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8433454


José Robertto Zaffalon Júnior1
Patrick Allison Cabral de Lima2
Gileno Edu Lameira de Melo3
Smayk Barbosa Sousa4
Erika Feio Carneiro Nunes5
Tayane Moura Martins6
Rosângela Lima da Silva7
Jorge Farias de Oliveira8


Resumo

A vida em sociedade tão globalizada e sem tempo é cada vez mais desafiadora. A adolescência é um momento complexo, de grandes descobertas sociais e alterações fisiológicas, em que se desenvolve a personalidade, caráter e hábitos, muito suscetíveis a benefícios ou maléficos à vida adulta. Os padrões de sono das pessoas modificam-se com a idade, alterações fisiológicas e estilo de vida. Entre os adolescentes, é facilmente alterado devido às necessidades escolares e uso de tecnologias e redes sociais. O presente trabalho teve como objetivo analisar o impacto do estilo de vida sobre a sonolência excessiva diurna (SED) e qualidade de vida (QV) de alunos do ensino médio. A pesquisa foi realizada em 8 escolas, com a participação de 183 alunos de ambos os sexos de 12 a 20 anos. Os dados foram coletados por meio de três questionários: PAQ- A, SF-36 e PDSS. Ao comparar o nível de SED entre os alunos com estilo de vida fisicamente ativos e sedentários, foi possível perceber que os alunos fisicamente ativos possuem menor nível de SED do que os alunos sedentários (p = 0.005) e também melhor qualidade de vida tanto no aspecto saúde física (p = 0.000) e saúde mental (p = 0.023). Os achados demonstraram que os adolescentes sedentários possuem maior SED e menor qualidade de vida do que os fisicamente ativos. Desta forma, ações educativas para adoção de um estilo de vida mais ativo com a inclusão de exercício físico são de extrema importância para a saúde, qualidade de vida e consequentemente desenvolvimento dos adolescentes.

Palavras-chave: Estilo de vida. Sonolência excessiva diurna. Adolescentes.

Abstract

Life in a society so globalized and timeless is increasingly challenging. Adolescence is a complex time, of great social discoveries and physiological changes, in which the personality, character and habits, very susceptible to benefits or evil to adult life, develops. People’s sleep patterns change with age, physiological changes, and lifestyle. Among teenagers, it is easily changed due to school needs and use of social networking technologies and networks. The present study aimed to analyze the impact of lifestyle on excessive daytime sleepiness (EDS) and quality of life (QOL) of high school students. The research was carried out in 8 schools, with the participation of 183 students of both sexes from 12 to 20 years. The data were collected through three questionnaires: PAQ-A, SF-36 and PDSS. When comparing the level of EDS among students with a physically active and sedentary lifestyle, it was possible to perceive that physically active students have a lower level of EDS than sedentary students (p = 0.005) and also a better quality of life both in appearance physical health (p = 0.000) and mental health (p = 0.023). Thus, educational actions to adopt a more active lifestyle with the inclusion of physical exercise are of extreme importance for health, quality of life and consequently development of adolescents.

Keywords: Lifestyle. Excessive daytime drowsiness. Adolescence.

1 INTRODUÇÃO

A vida em uma sociedade tão globalizada e sem tempo tem se tornado cada vez mais desafiadora para o homem contemporâneo. Fala-se muito sobre o estilo de vida, qualidade de vida e promoção da saúde em meio a tantas mudanças advindas dessa globalização. A velocidade com que essas modificações ocorrem é o que resulta em grandes problemas no aspecto social e fisiológico do ser humano, pois o mesmo acaba estudando e trabalhando muito, dormindo pouco e aumentando o seu nível de estresse, o que afeta negativamente as suas relações interpessoais, saúde e qualidade de vida (Barbosa, 2001).

O estilo de vida tem sofrido mudanças significativas na questão sociocultural implicando em alterações das atividades habituais, como o baixo nível de atividade física. Contribuindo para os malefícios ao homem, ainda temos os hábitos insalubres como padrões alimentares ricos em sódio, açúcares e gorduras, a ingestão de álcool, tabaco e ainda o uso excessivo da tecnologia que pode prejudicar o estilo e qualidade de vida em seres humanos, nesse caso mais especificamente, em adolescentes (Ceschini, Andrade, Oliveira, Araújo Júnior & Matsudo, 2009).

A adolescência é um momento complexo, de grandes descobertas sociais e alterações fisiológicas, um período em que se desenvolve a personalidade, o caráter e os hábitos, muito suscetíveis a excessos benéficos ou maléficos à vida adulta (Jensen, 2016). Entre as alterações fisiológicas, o sono é fundamental para uma adequada manutenção e funcionamento dos neurônios e sistema nervoso central (Ceschini, Andrade, Oliveira, Araújo Júnior & Matsudo, 2009). O sono ainda possui ampla relação com o estágio de crescimento e desenvolvimento do adolescente (Jensen, 2016).

De acordo com (Pereira, Teixeira & Louzada, 2010) a sonolência excessiva diurna (SED) é considerada uma sensação de aumento do sono diurno e pode influenciar consideravelmente nas atividades escolares, rendimento no trabalho, afetando negativamente na interação social e a qualidade de vida do indivíduo. Na adolescência ocorre alguns fatores para o acometimento da SED, o qual apresenta várias causas possíveis, com vários níveis de gravidade. O mais comum é devido as obrigações sociais, e em casos de SED extrema, o indivíduo pode apresentar comportamentos automáticos, como ataque de sono sem lembranças do ocorrido (Neves, Giorelli, Florido & Gomes, 2013).

Nessa perspectiva surgiu a seguinte questão problema: qual a influência do estilo de vida sobre a SED entre adolescentes do ensino médio.

Os padrões de sono das pessoas modificam-se de acordo com a idade, alterações fisiológicas e estilo de vida. No caso dos adolescentes, é facilmente alterado devido às necessidades escolares e uso de tecnologias e redes sociais, fazendo com que se torne hábito não praticar atividade física regularmente, acordar cedo e dormir tarde. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo analisar o impacto do estilo de vida sobre a sonolência excessiva diurna e qualidade de vida de alunos do ensino médio.

2 MÉTODOS

O presente trabalho é resultado de um estudo de campo, de caráter quantitativo, com objetivo exploratório e descritivo, no qual estuda-se um único grupo ou comunidade com principal finalidade de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos, e promove a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (Gil, 2008).

A pesquisa teve caráter quantitativo, que para (Teixeira, 2010), possui linguagem matemática buscando descrever as causas de um fenômeno, relacionando o modelo teórico e os dados encontrados.                A pesquisa foi realizada em 8 escolas de ensino médio no município de Altamira-Pará, sendo 5 escolas da rede pública e 3 escolas na rede privada. Participaram 183 alunos do ensino médio, de ambos os gêneros e com faixa etária de 12 a 20 anos de idade. Os dados foram coletados por meio da aplicação de três questionários aos alunos: o Physical Activity Questionnaire for Adolescents (PAQ-A) que é uma versão do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) para identificar o nível de atividade física de adolescentes, o qual classifica os alunos em fisicamente ativos e sedentários, composto por 9 questões (Guedes & Guedes, 2015); o Medical Outcomes Study (SF-36) é um questionário para identificar os indicadores da qualidade de vida o qual apresenta um escore de 0 a 100, em que 0 corresponde o pior e 100 o melhor estado de geral de saúde, composto por 11 questões (Ciconelli, 1999); e o Pediatric Daytime Sleepiness Scale (PDSS) para avaliar a SED, o qual possui uma escala de zero a 32 pontos em que 0 indica menor e 32 maior incidência de SED, composto por 8 questões (Felden et al., 2016a).

A análise dos dados deu-se por meio do método estatístico descritivo e inferencial. A homogeneidade das variâncias dos grupos foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para comparar os grupos foi aplicado o teste ANOVA de uma via das variáveis que apresentaram distribuição normal (PDSS), e o teste de Mann-Whitney e de mediana de amostras independentes (séries) quando os dados das variáveis não apresentaram distribuição normal (SF36_Saúde física e SF36_Saúde mental).

 Os resultados estão apresentados como média ± desvio padrão da média ou como mediana e intervalo interquartil (IQ) Q1 – Q3 (25 – 75%), o nível de significância adotado foi de p<0.05 e todos os testes estatísticos foram realizados no software SPSS versão 20.

A pesquisa seguiu todos os aspectos éticos conforme a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), foi aprovada no Comitê de Ética da Universidade do Estado do Pará Campus XII Santarém, e está registrada sob o CAAE nº 68506317.6.0000.5168.

3 RESULTADOS                                            

Os sujeitos participantes apresentaram idade média de 15.97 ± 1.21 anos, dos quais foram categorizados por sexo, série, tipo de escola e estilo de vida, conforme Tabela 1.

TABELA 1

Tabela 1 – Caracterização da amostra

VariávelGrupos%
  Sexo  Masculino (n=80) Feminino (n=103)43.7 56.3
  Série  1ª Série (n=78) 2ª Série (n=65) 3ª Série (n=40)42.6 35.5 21.9
  Tipo de Escola  Pública (n=145) Privada (n=38)79.2 20.8
  Estilo de Vida  Fisicamente ativo (n=63) Sedentário (n=120)34.4 65.6

Os dados gerais referentes ao nível de SED apontaram média de 17.11, a qualidade de vida no aspecto da saúde física, apontou a média de 61.72 e aspecto saúde mental média de 59.61.

Ao comparar a SED e a qualidade de vida por sexo, não houve diferença estatística significativa.

Ao comparar o nível de SED e qualidade de vida de acordo com o tipo de escola, também não foi encontrada diferença estatística significativa. 

Ao comparar o nível de SED e qualidade de vida (SF-36) por série, os dados estão expostos na Tabela 2.

TABELA 2

Tabela 2 – Comparação do nível de SED (PDSS) e qualidade de vida (SF-36) de acordo com a série.

Variável1ª Série (n=78)2ª Série (n=65)3ª Série (n=40)P
SED (PDSS) (média ± DP)17.74 ± 5.4816.69 ± 4.7616.58 ± 5.630.380
Saúde Física (SF-36) (mediana IQ)60.70 (56.44 – 64.06)65.20 (58.31 – 66.53)67.20 (57.86 – 67.20)0.421
Saúde Mental (SF-36) (mediana IQ)59.70 (55.74 – 63.01)61.50 (55.36 – 64.86)59.50 (53.17 – 65.33)0.867

Na Tabela 3 estão os dados da SED, saúde física e saúde mental quando comparadas de acordo com o estilo de vida dos alunos.

TABELA 3

Tabela 3 – Comparação do nível de SED (PDSS) e qualidade de vida (SF-36) de acordo com o estilo de vida.

VariávelFisicamente ativo (n=63)Sedentário (n=120)P
SED (PDSS) (média ± DP)15.62 ± 5.6517.90 ± 4.900.005*
Saúde Física (SF-36) (mediana IQ)70.40 (64.95 – 71.99)58.60 (55.06 – 61.28)0.000*
Saúde Mental (SF-36) (mediana IQ)65.40 (60.02 – 68.05)57.50 (53.97 – 60.60)0.023*

*p < 0.05.

4 DISCUSSÕES

Dentre a amostra percebeu-se predominância do sexo feminino que contou com 56.3%. Com relação a série, houve predominância do número de alunos do 1ª ano que contou com 42.6%.

Houve a predominância do estilo de vida sedentário de 65.6%. Na adolescência o estilo de vida está relacionado aos comportamentos que os adolescentes estão expostos. (Felden et al., 2016b) demonstraram em um estudo feito com 3845 adolescentes de escolas estaduais da cidade de São Paulo, que os comportamentos estão relacionados ao elevado tempo de exposição às redes sociais, televisão e videogames, apresentando implicações na saúde de adolescentes. (Ceschini, Andrade, Oliveira, Araújo Júnior & Matsudo, 2009) demonstraram a prevalência geral da inatividade física com 62.5%. Essa falta de atividade física dos adolescentes é reconhecida como um dos importantes fatores de risco para doenças. Diante disso, o estilo de vida ativo pode reduzir o risco de desenvolvimento de várias doenças e também ser um fator importante para uma melhor qualidade de vida.

Entre os valores de SED e de saúde física e saúde mental foi encontrado o valor máximo de 30. Para saúde física o mínimo foi 18.8 e saúde mental o mínimo foi 11.9. Os resultados apontados anteriormente são preocupantes, pois, foi identificado adolescentes que atingiram os valores máximos na escala de SED, assim como valores de saúde física e saúde mental muito baixos. 

Ao comparar por sexo, não foi identificado diferença significativa, no entanto os dados demonstraram que as mulheres possuem maior nível de SED do que os homens. (Souza, Souza, Arashiro & Schaedler, 2007) encontraram dados semelhantes em sua pesquisa com alunos do 3º ano do ensino médio no qual demonstraram dados que as mulheres tinham maior prevalência da SED, resultando em 60.6% das participantes, enquanto os homens foram 51.1% entre os participantes. Com base nos achados do presente estudo e da pesquisa citada, acredita-se que essa maior prevalência entre as mulheres possivelmente seja devido a diferenças hormonais e de exigência cultural entre os sexos.

Apesar de não apresentar diferença significativa, os alunos do sexo masculino apresentaram um nível melhor de saúde física e saúde mental. (Silveira et al., 2013) demonstraram em sua pesquisa com adolescentes de 15 a 19 anos, que o sexo feminino foi correlacionado a menores escores de qualidade de vida quando comparado aos do sexo masculino. (Westphal, Mascarenhas, Queiroga, Grzelczak & Souza, 2016) em um estudo com 1066 adolescentes com faixa etária entre 14 a 17 anos, demonstraram que os meninos possuem um estilo de vida melhor em relação as meninas. (Matias et al., 2009) demonstraram que desde a infância os meninos são estimulados às práticas esportivas e a atividades físicas, enquanto as meninas são mais encorajadas ao desenvolvimento de atividades tipicamente sedentárias. Esse elemento é justificado pelas diferenças no âmbito sociocultural e comportamental dos adolescentes, o que pode influenciar diretamente na qualidade de vida dos adolescentes.

Apesar de não haver diferença estatística significativa, os alunos que estudam em escolas privadas apresentaram maiores níveis de SED do que os alunos de escolas públicas. Os dados encontrados por (Vilela, Bittencourt, Tufik & Moreira, 2016), também mostraram que não há diferença significativa entre os alunos de escola públicas e privadas. No entanto, os alunos de escola privada têm maiores valores de SED do que os alunos de escola pública. Essa diferença pode estar associada às diversas atividades paralelas à rotina escolar, como cursos de língua estrangeira, música, cursinhos pré-vestibulares, maior cobrança de estudos para passar em universidades mais concorridas e etc., realidade diferente dos alunos de escola pública que geralmente possuem menor poder aquisitivo.

A qualidade de vida também não apresentou diferença estatística em nenhum dos aspectos, no entanto, (Maria, Guimarães & Matias, 2009) identificaram que os adolescentes que estudam em escolas privadas possuem uma qualidade de vida melhor quando comparados com adolescentes de escolas públicas. Na adolescência as mudanças são constantes e para muitos a realidade de vida é bastante difícil, pois é nessa idade que os adolescentes têm suas obrigações com escolas, trabalho, emprego entre outras coisas, o que pode contribuir para essa diferença.

Ao comparar o nível de SED entre os alunos com estilo de vida fisicamente ativos e sedentários, foi possível perceber que os alunos fisicamente ativos possuem menor nível de SED do que os alunos sedentários. (Matias et al., 2009) realizaram um estudo no qual participaram 316 adolescentes com idade média de 16,2 anos, e demonstraram que os alunos ativos apresentaram indicadores positivos em relação ao estilo de vida, quando comparados aos sedentários, tanto para os meninos (p = 0.006) quanto para as meninas (p = 0.016).

A atividade física é fundamental para a promoção e manutenção da saúde do ser humano, e mais especificamente, dos adolescentes. No entanto, o sedentarismo entre os adolescentes muitas vezes é aumentado em função das tecnologias produzidas para o bem-estar humano que vem substituindo as atividades de lazer que envolvem o movimento corporal. Ao praticar exercícios físicos regularmente, o adolescente geralmente apresenta uma melhora na qualidade do sono, fazendo com que o mesmo se sinta mais disposto, com mais facilidade de concentração, melhora no rendimento escolar entre outros, e, consequentemente na qualidade de vida.

O sedentarismo está diretamente relacionado à SED em adolescentes. Além dele, outros comportamentos de risco como o uso de aparelhos eletrônicos e redes sociais, especialmente à noite, também são responsáveis por aumentar esse distúrbio. Além de malefícios à saúde, a SED é considerada uma das principais causas de diversos acidentes, ao ponto que (Morrison & Riha, 2012) a definem como um sintoma crônico, fazendo-se necessário voltarmos a atenção para o assunto, principalmente para o público adolescente.

(Tassinari et al., 2016) demonstraram evidências prévias que o comprometimento da qualidade de vida da população em geral, está relacionado a hábitos sedentários cada vez mais prevalentes, principalmente em adultos.  Esses comportamentos favorecem cada vez mais o aumento do risco do aparecimento de doenças e agravos crônicos que incluem problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade e depressão. A atividade física feita de forma regular, proporciona benefícios para a saúde e contribui para uma melhor qualidade de vida.

Além da SED os alunos fisicamente ativos também apresentaram melhor qualidade de vida tanto no aspecto saúde física e saúde mental. (Silveira et al., 2013) ao fazerem uma pesquisa sobre qualidade de vida com 754 adolescentes com faixa etária de 15 a 19 anos de idade, identificaram que os adolescentes que praticam atividade física apresentam níveis satisfatórios de qualidade de vida, no que diz respeito às dimensões física e mental. Isso quer dizer que a prática regular de atividade física contribui para que indivíduos fisicamente ativos tenham aspectos físicos e sociais melhores, assim o exercício físico é fundamental não somente para a melhoria da saúde e prevenção de doenças como obesidade, diabetes, doenças crônicas degenerativas entre outras, mas também no que diz respeito a sua qualidade do sono e a sua qualidade de vida, o que pode influenciar diretamente no seu rendimento escolar.

(Gordia, Quadros, Campos & Petroski, 2009) demonstraram que ocorreram mudanças nos hábitos dos adolescentes na transição da infância para a adolescência, sendo que o baixo nível de atividade física na infância foi diretamente relacionado a qualidade ruim na adolescência. Cabe salientar que a prática regular de atividade física é fundamental, e na adolescência ela se torna ainda mais importante porque é neste período que ocorre diversas mudanças com o corpo, mudanças emocionais e até mesmo no comportamento do indivíduo. Quando a atividade física é praticada regularmente desde a infância e continua na adolescência, significa diminuir consideravelmente a chance de esse indivíduo adotar um estilo de vida sedentário na idade adulta (Luciano, Bertoli, Adami & Abreu, 2016). Desta forma, a atividade física na infância e adolescência associada aos hábitos saudáveis, possui relação positiva com adultos mais saudáveis e com melhor qualidade de vida.

Nossos resultados apontam que os adolescentes sedentários possuem maior nível de SED e menor qualidade de vida do que os fisicamente ativos. Desta forma, ações educativas para adoção de um estilo de vida mais ativo com a inclusão de exercício físico são de extrema importância para a saúde, qualidade de vida e consequentemente desenvolvimento dos adolescentes.

CONCLUSÃO

Nossos resultados apontam que os adolescentes sedentários possuem maior nível de SED e menor qualidade de vida do que os fisicamente ativos. Desta forma, ações educativas para adoção de um estilo de vida mais ativo com a inclusão de exercício físico são de extrema importância para a saúde, qualidade de vida e consequentemente desenvolvimento dos adolescentes.

Este estudo não tem caráter conclusivo acerca da temática, mas servir de referência para outros estudos e incentivar programas de acompanhamento e promoção da saúde dos adolescentes.

REFERÊNCIAS

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1Universidade do Estado do Pará, Brasil.

2Universidade do Estado do Pará, Brasil.

3Universidade do Estado do Pará, Brasil.

4Universidade do Estado do Pará, Brasil.

5Universidade do Estado do Pará, Brasil.

6Universidade do Estado do Pará, Brasil.

7Universidade do Estado do Pará, Brasil.

8Universidade do Estado do Pará, Brasil.
jrzaffalon@uepa.br