REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10014038
Carla José dos Reis;
Ronney Jorge de Souza Raimundo;
Keite oliveira de Lima;
Bruna da Silva Sousa.
RESUMO
O envelhecimento da população é uma tendência global e, consequentemente, a qualidade de vida dos idosos tornou-se uma preocupação central na sociedade e na área da saúde. Com o aumento da expectativa de vida, torna-se crucial compreender como diferentes contextos de moradia podem influenciar a qualidade de vida dos idosos. O objetivo geral desta pesquisa é investigar e comparar a qualidade de vida de idosos em três diferentes contextos de moradia: comunidade independente, comunidade dependente e instituições de longa permanência. A metodologia desta pesquisa envolve uma revisão bibliográfica abrangente para embasar teoricamente o estudo. Foram utilizadas fontes de dados, como artigos científicos, livros, relatórios de organizações de saúde e dados estatísticos relevantes. Em um mundo em constante envelhecimento, é imperativo que a sociedade, os profissionais de saúde e os formuladores de políticas considerem essas nuances para garantir que os idosos tenham a oportunidade de desfrutar de uma vida digna e significativa, independentemente do contexto em que vivem. A promoção da qualidade de vida na terceira idade é um compromisso que deve ser mantido e aprofundado à medida que enfrentamos os desafios demográficos do século XXI.
Palavras-chave: Qualidade de Vida. Idosos. Comunidade Independente. Comunidade Dependente. Instituições de Longa Permanência.
ABSTRACT
Population aging is a global trend and, consequently, the quality of life of the elderly has become a central concern in society and in the health sector. With increasing life expectancy, it is crucial to understand how different housing contexts can influence the quality of life of the elderly. The general objective of this research is to investigate and compare the quality of life of elderly people in three different housing contexts: independent community, dependent community and long-term care institutions. The methodology of this research involves a comprehensive literature review to theoretically support the study. Data sources were used, such as scientific articles, books, reports from health organizations and relevant statistical data. In an ever-aging world, it is imperative that society, healthcare professionals and policymakers consider these nuances to ensure that older people have the opportunity to enjoy a dignified and meaningful life, regardless of the context in which they live. Promoting quality of life in old age is a commitment that must be maintained and deepened as we face the demographic challenges of the 21st century.
Keywords: Quality of Life. Elderly. Independent Community. Dependent Community. Long-term institutions.
1 INTRODUÇÃO
A população idosa está crescendo em todo o mundo, e a questão da qualidade de vida nessa faixa etária tornou-se uma preocupação central para a sociedade e os profissionais de saúde. Com o aumento da expectativa de vida, é fundamental compreender como diferentes contextos de moradia podem influenciar a qualidade de vida dos idosos. Nesse contexto, surge a pergunta problema: Qual é o impacto do contexto de moradia (comunidade independente, comunidade dependente ou instituições de longa permanência) na qualidade de vida dos idosos?
A hipótese subjacente a esta pesquisa é que o contexto de moradia influencia significativamente a qualidade de vida dos idosos. Supõe-se que idosos que vivem de forma independente em suas comunidades tenham uma qualidade de vida superior em comparação com aqueles que dependem de terceiros para cuidados diários ou que residem em instituições de longa permanência.
A escolha desse tema de pesquisa é justificada pela crescente relevância da população idosa nas últimas décadas e pela necessidade de fornecer informações que possam melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Compreender como o contexto de moradia afeta a qualidade de vida dos idosos pode orientar políticas públicas e práticas de cuidados de saúde, contribuindo para o bem-estar dessa população.
O objetivo geral desta pesquisa é investigar e comparar a qualidade de vida de idosos em três diferentes contextos de moradia: comunidade independente, comunidade dependente e instituições de longa permanência. Para alcançar esse objetivo, os objetivos específicos incluem avaliar a qualidade de vida dos idosos que vivem de forma independente em suas comunidades, avaliar a qualidade de vida dos idosos que dependem de terceiros para cuidados diários em comunidades e avaliar a qualidade de vida dos idosos que residem em instituições de longa permanência. Além disso, a pesquisa busca identificar os principais fatores que influenciam a qualidade de vida em cada um desses contextos, proporcionando uma compreensão abrangente do impacto do ambiente de moradia na vida dos idosos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A qualidade de vida dos idosos que vivem de forma independente em suas comunidades
A qualidade de vida dos idosos que optam por viver de forma independente em suas comunidades é um tema de considerável relevância na atualidade (Fernandes et al., 2021). O envelhecimento populacional tem levado cada vez mais idosos a escolherem permanecer em suas residências, mantendo sua autonomia e independência (Uehara et al., 2020).
Nesse contexto, a qualidade de vida desses idosos é influenciada por uma série de fatores (Ferreira, 2019). A possibilidade de manter laços sociais, participar de atividades comunitárias e usufruir dos recursos locais desempenha um papel fundamental (Lima et al., 2021). Além disso, a autonomia na tomada de decisões, a sensação de controle sobre a própria vida e a manutenção da independência funcional são aspectos centrais para a qualidade de vida nesse grupo (Martins et al., 2019).
A segurança em suas casas, o acesso a serviços de saúde adequados e a manutenção de uma boa qualidade de vida estão interligados (Matos et al., 2019). Os idosos que vivem de forma independente muitas vezes buscam garantir um ambiente seguro e acessível em suas residências, o que pode envolver modificações estruturais para atender às necessidades específicas dessa faixa etária (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019).
A qualidade de vida dos idosos que optam por viver de forma independente é também moldada por fatores psicossociais (Rodrigues et al., 2019). A solidão e o isolamento social podem ser desafios significativos, afetando o bem-estar emocional e mental (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019). Portanto, a manutenção de redes de apoio social e o estímulo à participação ativa na comunidade desempenham um papel crucial na promoção da qualidade de vida.
Esse cenário desafia tanto os próprios idosos quanto a sociedade e os profissionais de saúde a adotarem estratégias que maximizem a qualidade de vida (Buso et al., 2020). Programas de envelhecimento ativo, que estimulam a participação em atividades físicas, culturais e sociais, têm demonstrado ser eficazes na promoção do bem-estar e na prevenção do isolamento social (Sardinha et al., 2019).
Além disso, medidas para tornar as comunidades mais amigáveis aos idosos, com calçadas acessíveis, transporte público adaptado e espaços de convívio bem projetados, podem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida dessa população (Fernandes et al., 2020). Políticas de saúde voltadas para a prevenção de doenças crônicas, a promoção de uma alimentação saudável e o acesso a cuidados de saúde adequados são igualmente essenciais.
No entanto, é importante ressaltar que a qualidade de vida dos idosos que vivem de forma independente pode variar amplamente de acordo com fatores individuais, como estado de saúde, nível socioeconômico e suporte familiar (Ferreira, 2019). Portanto, abordagens personalizadas e centradas no idoso são fundamentais para atender às necessidades específicas de cada indivíduo.
A qualidade de vida dos idosos que optam por viver de forma independente em suas comunidades é influenciada por uma série de fatores multidimensionais (Fernandes et al., 2020). A promoção da saúde (Sardinha et al., 2019), a participação social (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019), a segurança (Ferreira, 2019) e o suporte emocional (Rodrigues et al., 2019) desempenham papéis cruciais nesse processo. Entender e abordar esses aspectos de maneira holística é essencial para garantir que os idosos desfrutem de uma vida gratificante e significativa em seus lares e comunidades, preservando sua autonomia e dignidade ao longo do processo de envelhecimento (Lima et al., 2021; Martins et al., 2019).
2.2 A qualidade de vida dos idosos que dependem de terceiros para cuidados diários em comunidades
A qualidade de vida dos idosos que dependem de terceiros para cuidados diários em comunidades é um tema de grande importância no contexto do envelhecimento populacional (Fernandes et al., 2021). Esses idosos muitas vezes enfrentam desafios significativos em relação à sua autonomia e bem-estar (Uehara et al., 2020), e compreender os fatores que influenciam sua qualidade de vida é fundamental para promover um envelhecimento saudável e digno (Ferreira, 2019).
A dependência de terceiros para as atividades cotidianas, como higiene pessoal, alimentação e locomoção, pode afetar a autoestima e a sensação de controle sobre a própria vida (Matos et al., 2019). A perda de independência funcional pode gerar sentimentos de vulnerabilidade e frustração, impactando negativamente a qualidade de vida desses idosos (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019).
A qualidade dos cuidados prestados por terceiros desempenha um papel crucial na determinação da qualidade de vida desses idosos (Buso et al., 2020). Cuidadores qualificados e atenciosos podem melhorar significativamente a experiência dos idosos, garantindo que suas necessidades sejam atendidas de forma respeitosa e eficaz (Lima et al., 2021). No entanto, a falta de cuidados apropriados ou o abuso por parte de cuidadores podem ter sérias consequências negativas (Martins et al., 2019).
A importância das relações sociais também é um fator relevante (Rodrigues et al., 2019). A presença de redes de apoio, seja na forma de familiares, amigos ou profissionais de saúde, pode mitigar o impacto da dependência e proporcionar um ambiente emocionalmente mais favorável (Sardinha et al., 2019). O isolamento social, por outro lado, pode agravar os desafios emocionais enfrentados por esses idosos (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019).
A promoção da saúde e da qualidade de vida nesse grupo requer abordagens holísticas que considerem as dimensões físicas, emocionais e sociais (Fernandes et al., 2020). Programas que visam a reabilitação e a manutenção da funcionalidade, bem como estratégias para combater o isolamento social, são fundamentais. Além disso, é crucial o monitoramento constante das condições de vida e dos cuidados prestados, garantindo a qualidade e a segurança dos serviços (Ferreira, 2019).
Esses idosos, que dependem de cuidados diários de terceiros em comunidades, muitas vezes enfrentam desafios emocionais adicionais (Fernandes et al., 2021). A adaptação a uma nova realidade de dependência pode ser um processo complexo e emocionalmente desafiador (Uehara et al., 2020). Sentimentos de perda, frustração e até mesmo depressão podem surgir quando a autonomia é reduzida (Matos et al., 2019).
A sensação de perda de controle sobre a própria vida pode ser particularmente difícil de lidar (Fernandes et al., 2021). No entanto, é importante destacar que a qualidade de vida desses idosos não está necessariamente relacionada apenas à independência física (Sardinha et al., 2019). Eles podem encontrar significado e satisfação em outras áreas da vida, como o cultivo de relações interpessoais (Lima et al., 2021), a participação em atividades recreativas e culturais (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019) e a busca por realizações pessoais (Rodrigues et al., 2019).
A promoção da qualidade de vida para idosos dependentes em comunidades requer um enfoque que respeite suas escolhas, preferências e necessidades individuais (Fernandes et al., 2020). Isso inclui a criação de espaços acessíveis e adaptados, que facilitem a mobilidade e garantam segurança (Matos et al., 2019). Além disso, é crucial o acesso a serviços de saúde de qualidade que atendam às necessidades específicas desse grupo, incluindo a gestão de condições crônicas e a prevenção de complicações de saúde (Buso et al., 2020).
A família desempenha um papel fundamental nesse contexto (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019). O apoio emocional e prático oferecido pelos familiares pode ser um fator determinante na qualidade de vida desses idosos (Martins et al., 2019). Manter canais de comunicação abertos e envolver os familiares no processo de cuidado pode criar um ambiente de apoio mais sólido e saudável (Uehara et al., 2020).
A qualidade de vida dos idosos que dependem de terceiros para cuidados diários em comunidades é um tema multifacetado e sensível (Ferreira, 2019). Ela é influenciada por uma série de fatores, que vão desde a qualidade dos cuidados e o suporte social até a adaptação emocional às mudanças na autonomia (Lima et al., 2021).
Compreender e abordar esses aspectos de maneira sensível e individualizada é essencial para garantir que esses idosos tenham a oportunidade de desfrutar de uma vida significativa e digna, independentemente das limitações impostas pela dependência (Fernandes et al., 2021).
2.3 A qualidade de vida dos idosos que residem em instituições de longa permanência
A qualidade de vida dos idosos que residem em instituições de longa permanência é um assunto de grande importância, uma vez que essa é uma realidade enfrentada por muitos idosos em diferentes partes do mundo (Martins et al., 2019). Essas instituições, muitas vezes conhecidas como casas de repouso ou lares de idosos, desempenham um papel crucial na prestação de cuidados e suporte a indivíduos mais velhos que, por várias razões, não podem mais viver de forma independente em suas casas (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019).
No entanto, a qualidade de vida nesse ambiente é influenciada por diversos fatores (Buso et al., 2020). A transição para uma instituição de longa permanência pode ser emocionalmente desafiadora para os idosos, uma vez que frequentemente envolve deixar para trás o ambiente familiar e se adaptar a uma nova rotina e a um grupo de convivência diferente (Fernandes et al., 2020). A sensação de perda de independência e autonomia pode ser um aspecto complicado dessa transição (Uehara et al., 2020).
A qualidade dos cuidados e do suporte oferecidos nas instituições desempenha um papel fundamental na qualidade de vida dos residentes (Rodrigues et al., 2019). Isso inclui a assistência com atividades diárias, como alimentação, higiene e medicação, bem como o acesso a cuidados médicos e serviços de saúde mental quando necessário. Profissionais de saúde treinados e atenciosos são essenciais para garantir que as necessidades dos idosos sejam adequadamente atendidas (Sardinha et al., 2019).
A dimensão social também é um fator importante (Ferreira, 2019). O estabelecimento de relações interpessoais dentro da instituição, tanto com outros residentes quanto com a equipe de cuidadores, pode afetar significativamente a qualidade de vida dos idosos (Lima et al., 2021). A oportunidade de participar de atividades recreativas e culturais, bem como de manter contato com familiares e amigos, desempenha um papel crucial no bem-estar emocional (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019).
A manutenção de um ambiente seguro, limpo e acessível é fundamental para a qualidade de vida dos idosos em instituições de longa permanência (Matos et al., 2019). Isso inclui a prevenção de abusos, a garantia de condições adequadas de higiene e a promoção de um ambiente que respeite a individualidade e a dignidade dos residentes (Fernandes et al., 2021).
A vida em instituições de longa permanência para idosos também pode ser afetada por desafios específicos relacionados à saúde (Fernandes et al., 2021). Muitos residentes dessas instituições enfrentam condições médicas crônicas ou limitações funcionais, o que exige um cuidado de saúde constante e personalizado (Ferreira, 2019). A garantia de que essas necessidades de saúde sejam atendidas de maneira eficaz é um elemento crítico na promoção da qualidade de vida (Buso et al., 2020).
A inclusão de atividades de estimulação cognitiva e física é fundamental para manter a vitalidade e a qualidade de vida dos idosos nas instituições (Sardinha et al., 2019). Essas atividades não apenas contribuem para o bem-estar físico e mental (Matos et al., 2019), mas também ajudam a combater o tédio e a solidão, que podem ser desafios comuns nesse ambiente (Uehara et al., 2020).
Outro fator a ser considerado é o acesso a serviços de apoio emocional e psicológico (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019). Muitos idosos podem experimentar sentimentos de isolamento, depressão ou ansiedade enquanto vivem em instituições de longa permanência. Portanto, o fornecimento de suporte psicossocial é uma parte importante da promoção da qualidade de vida (Lima et al., 2021).
O respeito à dignidade e aos direitos dos idosos é uma consideração fundamental (Rodrigues et al., 2019). Isso envolve a garantia de que eles tenham voz ativa em suas próprias decisões, o direito à privacidade e o tratamento com respeito e cuidado em todas as interações (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019).
A qualidade de vida dos idosos em instituições de longa permanência é uma questão que exige atenção constante e contínua, com a participação ativa de profissionais de saúde, cuidadores e familiares (Fernandes et al., 2020). A busca constante pela melhoria das condições de vida nesse ambiente é essencial para assegurar que os idosos desfrutem de uma vida digna, significativa e satisfatória, independentemente das limitações impostas pelo envelhecimento e pelas necessidades de cuidado (Fernandes et al., 2021).
2.4 Os principais fatores que influenciam a qualidade de vida em cada um desses contextos
A qualidade de vida dos idosos é influenciada por uma série de fatores que variam de acordo com o contexto de moradia em que se encontram (Fernandes et al., 2021). Para os idosos que vivem de forma independente em suas comunidades, a autonomia é um elemento-chave (Ferreira, 2019). A capacidade de tomar decisões e manter a independência funcional desempenha um papel significativo na qualidade de vida (Rodrigues et al., 2019). Além disso, a disponibilidade de suporte social, a participação em atividades comunitárias e a acessibilidade a serviços de saúde desempenham um papel crucial (Sardinha et al., 2019).
Já para os idosos que dependem de terceiros para cuidados diários em comunidades, a qualidade de vida é fortemente influenciada pela qualidade dos cuidados que recebem (Buso et al., 2020). A competência e a empatia dos cuidadores, juntamente com a manutenção de sua dignidade e autonomia na medida do possível, são fatores críticos (Martins et al., 2019). Além disso, o ambiente social e emocional desse contexto é fundamental, uma vez que o apoio social e a prevenção do isolamento contribuem significativamente para a qualidade de vida (Uehara et al., 2020).
Nos idosos que residem em instituições de longa permanência, o ambiente físico e o acesso a cuidados de saúde são fatores centrais (Matos et al., 2019). A qualidade dos cuidados prestados, a segurança e a acessibilidade de instalações desempenham um papel importante (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019). A interação com outros residentes e a possibilidade de participar de atividades que estimulem o corpo e a mente também são determinantes para a qualidade de vida nesse contexto (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019).
A qualidade de vida dos idosos é uma construção complexa, moldada por uma interação dinâmica entre fatores pessoais, sociais e ambientais (Lima et al., 2021). Nos três contextos mencionados – viver de forma independente na comunidade, depender de terceiros para cuidados diários em comunidades ou residir em instituições de longa permanência – esses fatores desempenham papéis distintos e inter-relacionados (Fernandes et al., 2020).
Nas situações em que os idosos vivem de forma independente, a capacidade de manter sua independência e autonomia é um fator-chave (Ferreira, 2019). O acesso a serviços de saúde e apoio social também desempenha um papel relevante (Lima et al., 2021). O desenvolvimento e a manutenção de relacionamentos sociais positivos na comunidade podem contribuir significativamente para a qualidade de vida, proporcionando um senso de pertencimento e suporte emocional (Rodrigues et al., 2019).
No contexto de idosos que dependem de terceiros para cuidados diários em comunidades, a qualidade dos cuidados e o respeito à dignidade individual são fatores preponderantes (Fernandes et al., 2021). A qualidade das interações com os cuidadores e a preservação da autonomia na medida do possível são aspectos críticos (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019). Além disso, a manutenção de laços familiares e sociais é essencial para o bem-estar emocional desses idosos (Sardinha et al., 2019).
Quanto aos idosos que residem em instituições de longa permanência, o ambiente físico e a qualidade dos serviços de cuidados de saúde são determinantes (Matos et al., 2019). A presença de atividades de estimulação cognitiva e física, bem como oportunidades para interações sociais positivas, pode melhorar a qualidade de vida (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019). O respeito à individualidade e à dignidade dos residentes é fundamental (Buso et al., 2020).
A qualidade de vida dos idosos em diferentes contextos de moradia é uma questão multifacetada, influenciada por uma combinação de fatores individuais, sociais e ambientais (Martins et al., 2019). Compreender e abordar esses fatores de maneira holística é crucial para garantir que os idosos tenham a oportunidade de desfrutar de uma vida gratificante e significativa, independentemente do contexto em que vivem.
Promover a dignidade, o respeito e a autonomia dos idosos é um objetivo comum em todos esses cenários e uma parte fundamental do cuidado a essa população envelhecida (Uehara et al., 2020).
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia desta pesquisa envolverá uma revisão bibliográfica abrangente para embasar teoricamente o estudo. Serão utilizadas fontes de dados, como artigos científicos, livros, relatórios de organizações de saúde e dados estatísticos relevantes.
A revisão bibliográfica é uma etapa fundamental desta pesquisa, uma vez que visa consolidar o conhecimento existente sobre o tema da qualidade de vida em idosos em diferentes contextos de moradia. Para a realização dessa revisão, seguirão os seguintes passos:
1. Seleção de Fontes de Informação: Serão utilizadas fontes de informação diversas, incluindo bases de dados acadêmicos (como PubMed, Scopus e Web of Science), bibliotecas digitais, revistas científicas, livros e documentos técnicos relacionados ao envelhecimento, qualidade de vida e contextos de moradia para idosos.
2. Definição de Palavras-Chave: Serão definidas palavras-chave relevantes para a pesquisa, tais como “qualidade de vida em idosos”, “contextos de moradia para idosos”, “comunidade independente”, “comunidade dependente” e “instituições de longa permanência”. Essas palavras-chave serão usadas para conduzir as buscas nas fontes selecionadas.
3. Busca de Artigos Científicos: As buscas serão conduzidas nas bases de dados acadêmicos, utilizando as palavras-chave definidas. Serão explorados artigos científicos publicados em periódicos especializados, bem como estudos revisados por pares.
4. Triagem de Artigos: Os artigos obtidos nas buscas serão triados de acordo com critérios de inclusão e exclusão predefinidos. Serão incluídos estudos que abordem a qualidade de vida de idosos em diferentes contextos de moradia. Serão excluídos estudos que não estejam diretamente relacionados ao tema, não estejam disponíveis em texto completo ou não atendam aos critérios de qualidade acadêmica.
5. Análise e Síntese: Os artigos selecionados serão lidos, analisados e sintetizados. Será realizada uma análise crítica dos principais conceitos, variáveis, instrumentos de avaliação e resultados encontrados em cada estudo. Os estudos serão agrupados e categorizados de acordo com os diferentes contextos de moradia (comunidade independente, comunidade dependente e instituições de longa permanência) para permitir uma análise comparativa.
6. Identificação de Lacunas de Conhecimento: A partir da análise dos estudos revisados, serão identificadas as lacunas de conhecimento existentes no campo da qualidade de vida em idosos em diferentes contextos de moradia. Essas lacunas orientarão a pesquisa de campo subsequente, ajudando a definir os objetivos específicos da pesquisa.
A revisão bibliográfica fornecerá uma base sólida de conhecimento sobre o tema e será fundamental para embasar teoricamente a pesquisa, orientando a coleta de dados e a análise posterior. Ela também permitirá uma compreensão mais profunda do que já foi estudado e publicado na literatura científica em relação à qualidade de vida dos idosos em diferentes contextos de moradia.
Ao analisar e comparar os dados coletados, esta pesquisa busca fornecer insights valiosos sobre como o contexto de moradia afeta a qualidade de vida dos idosos, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de promoção do bem-estar dessa população crescente.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A qualidade de vida dos idosos é um tema de extrema importância e que apresenta nuances significativas quando analisamos diferentes contextos de convivência e cuidado (Ferreira, 2019). Neste contexto, é possível observar diferenças marcantes entre idosos da comunidade independentes, idosos da comunidade dependentes e idosos de instituições de longa permanência (Matos et al., 2019).
Os idosos da comunidade independentes desfrutam de uma maior autonomia e liberdade em suas vidas (Lima et al., 2021). Eles geralmente mantêm suas próprias residências e têm a capacidade de tomar decisões sobre suas atividades diárias, interações sociais e estilo de vida. Isso pode resultar em uma sensação de controle e satisfação pessoal, contribuindo para uma melhor qualidade de vida em termos de bem-estar emocional e mental (Spadoni-Pacheco; Carvalho, 2019).
Por outro lado, os idosos da comunidade dependentes enfrentam desafios adicionais devido a limitações físicas, cognitivas ou de saúde (Sardinha et al., 2019). Dependendo do grau de dependência, podem requerer assistência de cuidadores ou familiares para atividades básicas, como alimentação, higiene pessoal e mobilidade. Isso pode afetar a sua autoestima e independência, potencialmente diminuindo a qualidade de vida (Minayo; Figueiredo; Mangas, 2019).
Os idosos de instituições de longa permanência, por sua vez, vivem em um ambiente mais estruturado, onde a assistência profissional está sempre disponível (Uehara et al., 2020). Isso pode garantir cuidados adequados, segurança e supervisão constante, mas também pode levar à perda de liberdade e ao afastamento de suas casas e comunidades originais (Rodrigues et al., 2019). A qualidade de vida desses idosos dependerá da qualidade da instituição, da atenção dos cuidadores e da manutenção de conexões sociais com seus pares (Martins et al., 2019).
É fundamental compreender que a qualidade de vida de idosos não se resume apenas a aspectos físicos, mas também abrange aspectos emocionais, sociais e psicológicos (Buso et al., 2020). Independentemente do contexto em que vivem, os idosos têm necessidades emocionais e sociais que precisam ser atendidas para uma vida gratificante (Fernandes et al., 2020).
No caso dos idosos da comunidade independentes, a liberdade de escolha e a capacidade de manter relações sociais ativas podem contribuir para uma vida rica em experiências e interações significativas (Fernandes et al., 2021). A oportunidade de continuar a participar ativamente na comunidade e de se envolver em atividades que lhes interessam pode ser crucial para o seu bem-estar emocional.
Já para os idosos da comunidade dependentes e os que residem em instituições de longa permanência, é vital garantir que recebam atenção individualizada e afeto dos cuidadores e da equipe de saúde (Martins et al., 2019). Promover atividades recreativas, terapias ocupacionais e interações sociais entre os residentes pode melhorar significativamente a sua qualidade de vida, mesmo em situações de dependência (Sardinha et al., 2019).
Além disso, é importante ressaltar que a qualidade de vida dos idosos está intrinsecamente ligada à saúde física e mental (Uehara et al., 2020). O acesso a cuidados médicos, medicação apropriada e apoio psicológico desempenham um papel crucial em sua qualidade de vida, independentemente do contexto de moradia.
A qualidade de vida dos idosos varia de acordo com vários fatores, incluindo independência, apoio social, cuidados de saúde e autonomia (Matos et al., 2019). O respeito às escolhas individuais e a promoção de um ambiente acolhedor e estimulante são essenciais para garantir que todos os idosos desfrutem de uma vida digna, feliz e gratificante, independentemente de sua situação de moradia ou condição de saúde. Este é um compromisso que a sociedade deve manter para garantir o bem-estar de nossos idosos, que tanto contribuíram ao longo de suas vidas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise das variáveis que influenciam a qualidade de vida desses idosos em comunidades independentes, comunidades dependentes e instituições de longa permanência revela uma série de desafios e oportunidades que merecem atenção e ação.
Ficou evidente que a autonomia e a independência funcional são fatores cruciais para a qualidade de vida dos idosos que vivem de forma independente em suas comunidades. A capacidade de tomar decisões e manter um nível de autonomia é valorizada por esses indivíduos e deve ser respeitada e apoiada.
Para os idosos que dependem de terceiros para cuidados diários em comunidades, a qualidade dos cuidados e o ambiente emocional desempenham um papel central. Cuidadores treinados, empáticos e respeitosos são fundamentais para garantir a qualidade de vida desses idosos, juntamente com a promoção do suporte social e a prevenção do isolamento.
No contexto das instituições de longa permanência, a qualidade dos cuidados, o ambiente físico e as oportunidades de interação social são determinantes para a qualidade de vida. O respeito à dignidade e aos direitos dos residentes é uma consideração primordial.
É importante destacar que a qualidade de vida dos idosos em qualquer um desses contextos é influenciada por fatores individuais, incluindo sua saúde física e mental, suas preferências pessoais e suas redes de apoio. Portanto, uma abordagem personalizada e centrada no idoso é fundamental para atender às suas necessidades específicas e promover um envelhecimento saudável e satisfatório.
Em um mundo em constante envelhecimento, é imperativo que a sociedade, os profissionais de saúde e os formuladores de políticas considerem essas nuances para garantir que os idosos tenham a oportunidade de desfrutar de uma vida digna e significativa, independentemente do contexto em que vivem. A promoção da qualidade de vida na terceira idade é um compromisso que deve ser mantido e aprofundado à medida que enfrentamos os desafios demográficos do século XXI.
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