SKIN CANCER PREVENTION FACTORS AND MEASURES IN LIBERAL WORKERS WHO USE MOTORCYCLES AS A MEAN OF TRANSPORTATION
SKIN CANCER PREVENTION FACTORS AND MEASURES IN LIBERAL WORKERS WHO USE MOTORCYCLES AS A MEAN OF TRANSPORTATION
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8422934
Caiara Integra Sateles Nunes Felipe1
Kenya Santos Sateles de Souza 2
Luiza Marcon da Luz3
Gabriela Gladis Bagnara Fistarol4
Emily costa dos santos Alcântara5
Juliane Karsten6
Ana Clara Sateles Batista 7
Angela Santos Sateles 8
Aline de Carvalho Teixeira 9
Alexandra Muniz Gomes da Fonseca10
RESUMO
Objetivo:Determinar um grupo de risco para o câncer de pele, no qual foi analisado o perfil demográfico de trabalhadores que utilizam motocicleta como meio de transporte laboral, como moto taxistas e motoboys, e as medidas preventivas utilizadas junto aos fatores de risco que norteiam a incidência de neoplasia cutânea. Métodos: A pesquisa tratou de um estudo quantitativo com 41 motociclistas, entre eles moto taxistas e motoboys. Os dados foram obtidos por meio de um questionário que investiga o tempo de trabalho, horário de exposição ao sol, história de queimaduras solares, história de câncer na família e formas de prevenção do câncer de pele utilizadas. Na análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva.Resultados:Permitiram a caracterização da classe estudada, identificada como de risco para o câncer de pele, realizando ações profiláticas em saúde, que visam a sensibilização do grupo em questão para a adoção de prevenção contra tal patologia.Conclusão/Considerações finais: Os motociclistas avaliados neste estudo apresentam importantes fatores que elevam os riscos para o desencolvimento do Câncer de Pele. Ressalta-se assim a importância de implementar as medidas de prevenção que possam minimizar os riscos.
Palavras-chave: Câncer de Pele, Motociclista, Trabalhadores, Exposição solar.
ABSTRACT
Objective: To determine a risk group for skin cancer, in which it was analyzed the demographic profile of workers who use motorcycles as a means of transport to work with, such as motorcycle taxi drivers and motorcycle couriers, and the preventive measures used along with the risk factors that guide the incidence of skin cancer. Methods: The research dealt with a quantitative study with 41 motorcyclists, including motorcycle taxi drivers and motorcycle couriers. Data were obtained through a questionnaire that investigates working time, time sun exposure, history of sunburns, history of cancer in the family and forms of skin cancer prevention used. In data analysis, descriptive statistics was used. Results: It was allowed the characterization of the studied class, identified as at risk for skin cancer, carrying out health prophylactic actions, which aim to raise the awareness of the group in question for the adoption of prevention against this pathology. Conclusion/Final considerations: The motorcyclists evaluated in this study have important factors that increase the risks for the development of Skin Cancer. Thus, the importance of implementing preventive measures that can minimize risks is highlighted.Keywords: Skin Cancer, Motorcyclist, Workers, Sun exposure.
Objetivo:Determinar un grupo de riesgo para el cáncer de piel, en el que se determine el perfil demográfico de los trabajadores que utilizan motocicletas como medio de transporte laboral, tales como mototaxistas y motomensajeros, y las medidas preventivas utilizadas junto con los factores de riesgo que orientan la incidencia de cáncer de piel. Métodos: La investigación abordó un estudio cuantitativo con 41 motociclistas, entre mototaxistas y motomensajeros. Los datos fueron obtenidos a través de un cuestionario que investiga el tiempo de trabajo, tiempo de exposición al sol, antecedentes de quemaduras solares, antecedentes de cáncer en la familia y formas de prevención del cáncer de piel utilizadas. En el análisis de los datos se utilizó estadística descriptiva. Resultados: Permitieron la caracterización de la clase estudiada, identificada como de riesgo para cáncer de piel, realizando acciones profilácticas en salud, que tienen como objetivo sensibilizar al grupo en cuestión para la adopción de medidas de prevención frente a esta patología. Conclusión/Consideraciones finales: Los motociclistas evaluados en este estudio tienen factores importantes que aumentan los riesgos para el desarrollo de Cáncer de Piel. Así, se destaca la importancia de implementar medidas preventivas que puedan minimizar los riesgos.
Palabras clave: Cáncer de piel, Motociclista, Trabajadores, Exposición solar
INTRODUÇÃO
O câncer é uma neoplasia maligna iniciada através de uma alteração no DNA da célula, por meio de multiplicação exacerbadas de mitoses celulares, que invadem órgãos e tecidos, podendo metastizar e se espalhar por diversas regiões. A metaplasia é definida pela propagação de um tumor para uma área que são fisicamente descontínuas com o tumor primário e de forma inequívoca marca um tumor como maligno.1 Além disso, são mal demarcados e não apresentam um plano bem definido. Assim, o crescimento incontrolável dessas células, juntamente com a perda de função dos sistemas, é o que agrava o paciente, debilitando-o e trazendo riscos de vida conforme as condições clínicas e avanço da doença acontece.¹
Entre os diferentes tipos de câncer, destaca-se o de pele, que se apresenta sob a forma de duas variantes: melanoma e não melanoma.2No Brasil, em semelhança a outros países, a incidência de câncer de pele também aumentou: 0,15% de todas as neoplasias malignas correspondem a esta doença3,17. Visto que 12% dos pacientes com melanoma metastático sobrevivem mais de cinco anos, a chance de cura dessa doença está diretamente relacionada ao diagnóstico e ao tratamento no início do seu desenvolvimento.3 Por isso, a importância de avaliar os fatores e medidas de prevenção do câncer de pele em trabalhadores que apresentam contato diariamente com a radiação.
O câncer de pele pode ser classificado em duas variantes: não-melanoma e melanoma, com importante implicação prognóstica. O tipo não-melanoma é o de maior incidência mundial, porém o de menor mortalidade, sendo considerado o câncer mais frequente na população brasileira. O carcinoma basocelular é um tipo de câncer não melanoma responsável por 70% dos diagnósticos. Embora seja considerado o tipo menos agressivo e raramente origine metástases, possui alto potencial destrutivo local, podendo ocasionar deformidades indeléveis quando não tratado precocemente. Já o carcinoma epidermóide representa 25% dos casos de câncer de pele não-melanoma, sendo o segundo em incidência e apresentando maior potencial de metastização. O tipo melanoma, por sua vez, apesar de corresponder a apenas 4% das malignidades cutâneas, é considerado de extrema gravidade pela sua alta probabilidade de gerar metástases, o que justifica a necessidade do seu diagnóstico em estágios precoces, refletindo na melhora do prognóstico do paciente.19
O p53 é um gene supressor tumoral encontrado em muitos tumores malignos e benignos, cuja função primária é manter as células em estado de repouso, após um dano ao DNA. Parece haver relação entre a cópia do fator p53 mutado e câncer de pele, sendo este maligno em mais de 50% dos humanos..20
O melanoma é um câncer que se origina e se desenvolve nos melanócitos.4 Como a maioria das células do melanoma produz melanina, geralmente os tumores são de cor marrom ou preta.4 No entanto, alguns melanomas não são pigmentados, podendo ser de cor rosa, bege ou branco.4 O melanoma pode se desenvolver na pele de qualquer parte do corpo, mas é mais propenso a aparecer em locais como tronco, pernas, pescoço e rosto. 3
As mutações adquiridas para a geração dos melanomas são causadas em sua maioria pela exposição à radiação UV da luz solar. Tais raios facilitam as mutações gênicas e ainda exercem efeito supressor no sistema imune cutâneo.6 Entre outros fatores, tem-se também fatores fenotípicos, como cor de cabelo, cor da pele ou pele com tendência a queimaduras solares.5 Ademais, histórico pessoal ou familiar de câncer de pele representa o maior fator de risco para essa neoplasia.5
O câncer de pele é um grave problema de saúde pública devido ao aumento em sua incidência no século XX, provocado principalmente pelas mudanças de hábito da população mundial com relação à exposição solar.9,10É a forma mais comum, apesar de ser um dos mais preveníveis. Os cânceres de pele não melanoma estão associados à exposição cumulativa à radiação ultravioleta, enquanto o melanoma está associado a episódios intensos de exposição ultravioleta, resultando em queimadura solares.7
A exposição à radiação ultravioleta é o principal fator de desenvolvimento de câncer de pele, o que faz da proteção solar o foco principal da prevenção.5As medidas que podem ser tomadas para tal incluem uso de protetor solar, óculos de sol, chapéus, evitar bronzeamento artificial e afins, usar roupas apropriadas com proteção UV, e evitar exposição ao sol por longos períodos. A identificação do indivíduo de alto risco é importante para o desenvolvimento de esforços de prevenção eficiente, bem como fazer os diagnósticos precocemente e aconselhar para que as atitudes explanadas sejam tomadas.5,9,14
A prevenção do câncer de pele deve ser uma abordagem abrangente e multidimensional de saúde pública que inclui (1) intervenções de prevenção primária (a qual inclui orientação quanto à associação sol e câncer da pele, aplicação de creme protetor solar, utilização de roupas apropriadas, uso de chapéus e óculos de sol, permanecer na sombra, limitar o tempo de exposição ao sol e evitar fontes artificiais de radiação ultravioleta) (2) comunicação e educação em saúde; e (3) vigilância, pesquisa e avaliação.8,10
Apesar de sua alta prevalência e do fato de poder ser evitado com atitudes simples, uma minoria da população adota medidas preventivas adequadas contra o câncer da pele. Em uma pesquisa feita com 32.440 pessoas nos Estados Unidos, apenas 23% delas relataram hábito de utilizar roupas para se proteger do sol, 27% informaram permanecer na sombra, e 30%, usar protetor solar. Em outro estudo, feito na Irlanda em 2001, a maioria dos entrevistados sabia que a exposição solar causava câncer da pele, porém menos da metade deles usava protetor solar e número menor ainda adotava alguma outra medida de proteção. O aconselhamento adequado aos pacientes por parte dos profissionais da saúde pode aumentar a frequência da adoção de medidas preventivas.10
Esse trabalho contribui para a conscientização da população barreirense sobre os riscos da negligência a exposição solar. Tendo em vista esse objetivo, a pesquisa por meio da coleta de dados estimou, através de formulários, a quantidade de cidadãos que trabalham nesses serviços e são imprudentes com relação a proteção solar, bem como aqueles que se previnem do câncer de pele.
Desse modo, a pesquisa visou analisar os fatores de risco que trabalhadores que utilizam motocicleta estão sujeitos durante sua jornada de trabalho, bem como as medidas de prevenção por eles tomadas e o perfil epidemiológico.
MÉTODOS
Para estudo foram escolhidos os moto taxistas e motoboys de Barreiras-BA que diariamente estão expostos aos raios solares por período prolongado e que usam a motocicleta meio de transporte, para deslocamento.
A amostra da pesquisa foi constituída por 41, escolhidos aleatoriamente. Foram critérios de inclusão da pesquisa, ser do sexo masculino e maior de 18 anos, utilizar motocicleta no trabalho como meio de transporte, ser um motoboy ou moto taxi, motociclistas que trabalham apenas no período diurno, motociclistas que assinaram o TCLE (Termo de Conscientização Livre e Esclarecido). Destes foram excluídos os profissionais analfabetos, não portadores da Carteira Nacional de Habilitação e os que possuem alguma infração de trânsito.
O projeto foi submetido à avaliação do Comitê de Ética e após aprovação do CEP (Comitê de Ética e Pesquisa), Nº CAAE 16764819.0.0000.5026, foi iniciada a coleta de dados, nos meses de Agosto à Outubro de 2019 no ambiente de trabalho, como pontos de moto taxi, de maneira rápida, no período da manhã e tarde.
Em seguida na coleta de dados, foi aplicado pelos pesquisadores o questionário individual, priorizando a privacidade do participante, o qual foi composto por 15 perguntas, com o intuído de levantar os dados referentes ao período de exposição solar, fatores de risco e as medidas de prevenção adotadas.
Os dados foram armazenados com o software Microsoft Access, e, sua análise estatística foi realizada de forma descritiva.
RESULTADOS
O questionário foi aplicado em total de 41 motociclistas de uma média de 400 que trabalham na cidade de Barreiras-BA, segundo os critérios de exclusão e inclusão já mencionados, o que correspondeu a 10,25% da população selecionada. A faixa etária foi subdividida em quatro classificações(18 a 25, 26 a 35, 36 a 50 e mais de 50).Houve o predomínio da faixa de 36 a 50 anos de idade, correspondendo a um total de 51,21%.
No que se refere ao tempo de trabalho, 46,34% trabalham na profissão há mais de onze anos; 29,26%, entre seis a dez anos; 17,07% entre um a cinco anos; 7,3% menos de um ano. (Figura 1).
Quanto à profissão, 19,51% são motoboys e 80,48% são moto taxistas.
Em relação à cor da pele, houve um predomínio de pardos e população negra, representado 85,35%; brancos correspondem a 14,63% do total.
Ao tratar sobre o uso de equipamento de proteção solar, 100% afirmam utilizar calça; 48% fazem uso de manguito e protetor solar; 46,34% utilizam camisa UV e 26,89% fazem o uso de óculos de sol. (Figura 4).
Dos entrevistados, todos têm ciência dos males que o excesso de exposição ao sol pode trazer e 80,48% evitam ficar expostos ao sol nas horas mais quentes. Em relação ao tempo de serviço no sol, 65,85% ficam expostos por mais de sete horas; 17,07% ficam expostos de cinco a sete horas; 14,63% ficam expostos de duas a três e 2,43% ficam expostos por menos de uma hora no sol. (Figura 2).
Ao se tratar sobre a quantidade de pausas feitas por dia 46,34% fazem uma a três pausas por dia; 24,39% fazem mais do que dez pausas; 14,63% fazem de sete a dez pausas; 12,19% fazem com duração de quatro a sete pausas e 2,43% fazem nenhuma pausa. Quanto ao tempo das pausas 78,04% fazem pausas com duração de 15 a 20 minutos; 17,07% fazem pausas com duração de 5 a 10 minutos; 2,43% dos participantes fazem pausas com menos de cinco minutos ou não respondeu.
Em relação ao reconhecimento de machas na pele 78,04% diz ter manchas na pele. Sobre os exames de rotina 73,17% fazem exame de sangue; 60,97% fazem de exames de urina e diabetes e 58,53% fazem exames de colesterol e fezes.
No que se refere à ida ao clínico geral 53,65% costuma ir. No que se trata a ida ao especialista dermatologista 87,80% diz nunca ter ido. (Figura 3).
Constatou-se que a grande maioria dos entrevistados mencionou conhecer os efeitos nocivos associados à exposição solar. Ao responder a pergunta aberta acerca dos danos ocasionados pela fotoexposição, os participantes relataram, em sua maioria, o câncer de pele, seguido, surgimento de manchas na pele e queimaduras.
Figura 01- Usada para ilustrar o tempo de trabalho
Fonte: NUNES C, SATELES K, MARCON L, FISTAROL G, ALCANTARA E, BATISTA A, SATELES A, TEIXEIRA A, FONSECA A, 2019.
Figura 02- Usada para ilustrar o tempo de exposição solar dos motociclistas por dia de trabalho
Fonte: NUNES C, SATELES K, MARCON L, FISTAROL G, ALCANTARA E, BATISTA A, SATELES A, TEIXEIRA A, FONSECA A, 2019.
Figura 03- Usada para ilustrar a ida ao especialista dermatologista
Fonte: NUNES C, SATELES K, MARCON L, FISTAROL G, ALCANTARA E, BATISTA A, SATELES A, TEIXEIRA A, FONSECA A, 2019.
Figura 04- Usada para ilustrar o uso de equipamento de proteção solar
Fonte: NUNES C, SATELES K, MARCON L, FISTAROL G, ALCANTARA E, BATISTA A, SATELES A, TEIXEIRA A, FONSECA A, 2019.
DISCUSSÃO
O câncer da pele é a neoplasia de maior incidência no Brasil. A exposição solar é o principal fator de risco conhecido. Com isso, é de extrema importância avaliar a frequência das neoplasias cutâneas no país e na região oeste da Bahia e hábitos de proteção contra exposição solar.11
A radiação solar ultravioleta (RUV) sempre fez parte do ambiente do homem. O ultravioleta B necessário para a conversão do 7-desoxicolesterol em vitamina D, que é extremamente importante na manutenção de ossos saudáveis. No entanto, a exposição à RUV, seja de origem solar ou artificial, também traz riscos potenciais à saúde humana: a exposição excessiva aumenta o risco de câncer de pele, particularmente em populações de pele clara. RUV artificial de camas de bronzeamento e outras fontes podem contribuir para a carga de doenças de RUV.13,18
A tendência ascendente da morbidade do câncer de pele pode ser atribuída a múltiplos fatores: aumento da exposição à radiação ultravioleta recreacional, principalmente na infância; mudança de hábito de diferentes populações em relação à proteção mecânica e exposição solar cotidiana, como o uso de chapéus, sombrinhas e roupas que deixam o corpo mais exposto, valorização estética do bronzeamento da pele, o que, além de estimular a exposição solar sem proteção nos momentos de lazer, favorece o hábito do bronzeamento artificial e aumento da incidência de raios ultravioleta.11
A grande incidência da doença faz dela um problema de saúde pública, sendo importante a busca pela prevenção primária – proteção contra a exposição excessiva à luz solar – e secundária, realizando diagnóstico precoce e tratamento oportuno.11
No Brasil, a consciência da gravidade do problema entre os responsáveis pela saúde pública é influenciada pela ideia de que a mestiçagem racial determinaria um baixo risco para a população brasileira. Sem dúvida, o câncer da pele não melanoma é mais freqüente em pessoas de pele mais clara e sensível ao sol, o que não invalida o risco naquelas de pele negra.11 Nesse sentido, as pessoas de pele clara que vivem em locais de alta incidência de raios solares são as que apresentam maior risco de desenvolvimento de câncer de pele, bem como os indivíduos com exposição prolongada crônica, como marinheiros, agricultores, trabalhadores da construção civil, motoboys e carteiros.19
As pessoas de pele clara que vivem em locais de alta incidência de luz solar, são as que apresentam maior risco. Considerando que mais da metade da população brasileira tem pele clara, se expõe muito ao sol e de forma descuidada – seja por trabalho ou por lazer – e que o país situa-se numa zona de alta incidência de raios ultravioleta, nada mais previsível do que a alta ocorrência de câncer de pele.As pessoas com exposição prolongada crônica (motoboys e moto taxistas) constituem o grupo de maior risco. Neste caso, a possibilidade de desenvolverem câncer de pele aumenta de forma acentuada com o avanço da idade.20
A profissão, bem como a cor da pele são fatores importantes em relação ao câncer de pele. A pele branca revela menor proteção em relação aos raios de sol, configurando importante grupo de risco para esse tipo de neoplasia. No entanto, de acordo com os resultados obtidos, foi observado que a maioria dos participantes apresentavam cor de pele parda. Ainda assim, é necessária a proteção contra a radiação ultravioleta. Sem dúvida, o câncer da pele não melanoma e melanoma são mais frequentes em pessoas de pele mais clara e sensível ao sol, o que não invalida o risco naquelas de pele negra, compatível com a literatura vigente, sendo atualmente considerada marcador de risco para câncer da pele.11,16
É importante ressaltar que a maioria dos participantes da pesquisa corresponde a moto taxistas e a média de idade dos trabalhadores compreende a faixa etária de 36 a 50 anos. Essa faixa etária é quando começam a surgir os efeitos da exposição solar prolongada e por anos.
Nesse contexto, mesmo que todos saibam a ciência dos males que a radiação solar provoca ao ser humano, menos da metade não faz uso de protetor solar, manguito, camisa UV e óculos de sol. Alguns estudos caso-controle sugeriram que o uso frequente de filtro solar reduz o risco para o desenvolvimento de melanoma.18A calça é o único método de proteção utilizado por todos os participantes da pesquisa.
Outro fator relevante é que os participantes da pesquisa possuem mais de 11 anos de profissão. Além disso, ficam mais de sete horas do dia expostos ao sol, realizando pequenas pausas de até 20 minutos, as quais dependem da demanda laboral. Com isso, é importante ressaltar que mais da metade dos motociclistas evitam a exposição solar nas horas mais quentes do dia.
Pouco mais da metade dos entrevistados costuma ir ao clínico geral e realizam os principais exames de rotina, mas apenas 12% foram ao dermatologista alguma vez na vida. Nesse sentido, embora a maioria diga não ter manchas no corpo, os que tinham não conseguiram reconhecer suas manchas de um quadro de imagens que lhes foi mostrado. Conhecer o próprio corpo permite detectar pequenas mudanças em alguns sinais ou pintas. É importante e não exclui o acompanhamento com dermatologista anualmente e periodicamente, visto que é essencial para monitorização de manchas, pintas e sinais que podem identificar o câncer de pele.
A prevenção primária do câncer da pele deve ter como principal população-alvo a infantil, uma vez que as crianças se expõem ao sol três vezes mais que os adultos, e a exposição cumulativa durante os primeiros 10 a 20 anos de vida determina o risco de câncer da pele. Assim, um programa de prevenção primária do câncer da pele envolve necessariamente pais e professores, responsáveis por evitar a exposição solar das crianças nos horários de maior radiação UV, ou seja, entre 10h e 16h, estimular e criar o hábito de uso de proteção física, como chapéu ou guarda-sol, e também de protetores solares com fator de proteção 15 ou mais.11
A prevenção secundária na população adulta pode e deve ser realizada na rotina da atenção à saúde, o que, porém, requer maior engajamento dos profissionais de saúde e da população em geral na ação preventiva. Vale ressaltar que a geração que é hoje a população adulta, alvo da prevenção secundária, será responsável por implementar a prevenção primária junto às crianças, ou seja, campanhas de prevenção de diagnóstico são também de conscientização para a prevenção primária.11,12
As campanhas de prevenção ao câncer da pele são atividades de rastreamento para o diagnóstico precoce dessa doença que possibilitam tratamento rápido, diminuição da morbidade e aumento da sobrevida do paciente.11,12Alguns estudos trouxeram que a frequência de aconselhamento para prevenção de câncer da pele pelos profissionais da saúde é baixa, mesmo para os pacientes de alto risco, o que precisa ser mudado e sugerem a necessidade de orientar os profissionais da saúde, principalmente não dermatologistas, para que ofereçam a seus pacientes aconselhamento sobre prevenção de câncer da pele.10
CONCLUSÃO
A realização deste estudo revelou que câncer de pele tem prevenção e são necessárias campanhas de orientação a população, identificar grupos de riscos – como trazido no artigo os motoboys e moto taxistas que utilizam a motocicleta como meio de trabalho expostos ao sol- na tentativa de reduzir a incidência. É preciso observar as medidas preventivas em relação ao câncer de pele.
Diante do exposto, os fatores e medidas de prevenção da neoplasia podem correlacionar o número de falta de cuidados adequados com relação à radiação UV da luz solar, a baixa procura da classe trabalhadora em ir ao dermatologista. Com isso, foi possível alcançar quais os fatores de risco esses trabalhadores conhecem, e como são os métodos de prevenção por eles utilizados, averiguando o nível de conhecimento deles sobre o câncer de pele. Avaliou-se o comportamento dos participantes à exposição solar e fotoproteção, e constatou-se que a maioria se expõe excessivamente ao sol, em horários impróprios e sem efetiva proteção solar.
Nesse contexto, verificou-se que apesar de os motociclistas terem consciência dos males causados pelos raios solares, não utilizam as devidas proteções para evitar complicações como o câncer de pele. Além disso, pode-se observar o pouco conhecimento que os entrevistados possuem sobre as manchas, pois mesmo possuindo algumas manchas comuns referentes à exposição solar não conseguiram identificá-las nas figuras que lhes foram apresentadas no questionário.
Para o meio acadêmico da Medicina e para a área da saúde, é interessante entender que nem todos possuem o costume de utilizar proteção solar, então é necessário fortalecer a medicina preventiva por meio do incentivo contínuo do cuidado com a pele. A consciência da gravidade do câncer de pele é pequena entre os profissionais de saúde. Para ampliá-la, é importante pensar em iniciativas como intervenções educacionais para profissionais envolvidos com a atenção básica sobre práticas para o controle de câncer da pele, bem como a inclusão de profissionais de enfermagem no processo de suspeição e encaminhamento de casos. Ademais, foi percebido que a maioria dos participantes da pesquisa costuma ir com mais frequência ao clínico geral em comparação ao dermatologista, por isso cabe aos acadêmicos da área da saúde conhecerem os sinais clássicos que caracterizam o câncer de pele e reconhecê-los para fazer o encaminhamento adequado.
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