THERAPEUTIC AND SYMPTOMATOLOGICAL ANALYSIS OF FIBROMYALGIA PATIENTS USING COMPLEMENTARY THERAPIES: A LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8415768
Juliana Franzoi1
Laura Ribeiro Hilário Moreira 2
Valéria do Amaral 3
Resumo
A pesquisa teve como objetivo analisar comparativamente a eficácia terapêutica do tratamento farmacológico e não farmacológico de pacientes diagnosticados com fibromialgia. O enfoque principal relacionou-se à utilização de terapias alternativas e/ou complementares disponíveis e se apresentam ou não potencial efeito benéfico na melhora de quadros dolorosos da enfermidade. Baseado nisso, através de estudo duplo cego, após elegibilidade dos descritores em ciência em saúde, houve a utilização de duas bases de dados para seleção dos artigos: PubMed e Science Direct. Além disso, utilizou-se também o Método de Bardin (2011) e checklist PRISMA. A revisão de literatura mostrou, de forma geral, resultados benéficos quanto à adição de práticas integrativas ao tratamento farmacológico da fibromialgia. No entanto, evidenciou-se a necessidade de novos estudos, decorrente de inúmeros fatores limitantes e baixa população amostral em alguns estudos descritos. Assim, evidenciou-se a necessidade de educação em saúde com pacientes relativas à importância da adesão ao tratamento convencional da enfermidade, disponibilidade e potenciais benefícios das práticas integrativas nos sintomas, assim como estudos abordando terapias complementares e melhora sintomatológica de fibromialgia.
Palavras-chave: Dor crônica. Educação em saúde. Psicoativos. Terapias complementares.
Abstract
The research aimed to comparatively analyze the therapeutic effectiveness of pharmacological and nonpharmacological treatments for patients diagnosed with fibromyalgia. The emphasis was on the use of alternative and/or available complementary therapies and whether they have a potential beneficial effect on improving the pain that fibromyalgia causes. Building on this, through a double-blind study and after defining the eligibility of health Science descriptors, two databases were used to select articles: PubMed and ScienceDirect. In addition, the Bardin Method (2011) and PRISMA checklist were also used. The literature review showed general, beneficial results towards the addition of integrative practices to the pharmacological treatment regime of fibromyalgia. However, there is an evident need for new studies due to limiting factors such as the low sample population described in some studies. Thus, there is a necessity to educate the patients about the importance of adherence to conventional treatment of the disease and the availability and potential benefits of integrative practices on symptoms; lastly, there is also a necessity for more studies addressing complementary therapies and symptomatic improvement of fibromyalgia.
Keywords: Chronic pain. Complementary therapies. Health education. Psychotropic drugs
1 INTRODUÇÃO
A fibromialgia é uma doença crônica, caracterizada por uma síndrome multifatorial, de manifestação dolorosa musculoesquelética e generalizada. Essa enfermidade acomete cerca de 2,1 a 4% da população mundial, com maior prevalência em mulheres com idade acima dos 50 anos (NADAL-NICOLAS et al, 2020). Além disso, há uma maior prevalência nos continentes europeu (2,31%), americano (1,9%) e asiático (CABO-MESEGUER, CERDÁOLMEDO & TRILLO-MATA, 2017). No Brasil, há o acometimento, em média, de 2,5% da população, predominantemente em mulheres entre os 35 e 44 anos. Atualmente, é considerado, no país, como o segundo transtorno reumático mais prevalente, sendo ultrapassado apenas pela osteoartrite (4,14%) (HEYMANN et al.2017).
O principal mecanismo patogênico da doença está associado à alteração do sistema de regulação do centro da dor no sistema nervoso central (SNC). A nível de SNC, a fisiopatologia da FM está intrinsecamente relacionada às sinapses monoaminérgicas disfuncionais, resultando em aumento de neurotransmissores excitatórios, como glutamato e substância P, além da redução nos níveis de serotonina e noradrenalina a nível de trato antinociceptivo descendente, na medula espinal. Ocorre também, incremento da atividade neuronal em algumas regiões cerebrais, tais como na porção posterior da ínsula e áreas somatossensoriais secundárias. Sendo assim, a FM é classificada como uma síndrome de sensibilização central, ou seja, há amplificação de sinal dentro do SNC fazendo com que o paciente tenha uma maior percepção da dor promovendo quadros de alodinia e hiperalgesia (SIRACUSA et al, 2021).
As disfunções supracitadas causam simultaneamente interferência na sensibilização cognitivo emocional, colaborando com a alteração na modulação da percepção de dor de cada indivíduo. Correlacionado a isso, os pacientes portadores de fibromialgia possuem um quadro associado a transtornos mentais, como a ansiedade e depressão (55%), Síndrome do pânico (35%), agorafobia, entre outros (HEYMANN et al, 2017; SIRACUSA et al, 2021).
O quadro clínico desses pacientes envolve principalmente a manifestação da dor crônica difusa, não específica. Além disso, alguns pacientes relatam a presença de fadiga, sono não reparador, assim como queda de cognição, caracterizado por alterações de memória e concentração. Associados a esses sintomas, pode-se apresentar rigidez articular, cefaleia, edema de mãos e um risco aumentado de sintomas somáticos (67%) (HEYMANN et al,2017; SIRACUSA et al, 2021). O diagnóstico da fibromialgia baseia-se na exclusão de outros diagnósticos diferenciais e caracteriza-se por ser essencialmente clínico, visto que esses pacientes não apresentam exames com alterações, nem marcadores laboratoriais ou exames complementares característicos. Em 1990, houve a elaboração pelo colégio americano de Reumatologia (ACR), de critérios diagnósticos baseados na presença de dor difusa bilateral, em pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos no indivíduo. Atualmente, não se utiliza tais critérios uma vez que podem ser empregados de maneira inadequada por profissionais, consequentemente gerando prejuízo no diagnóstico final (HEYMANN et al, 2017; MAFFEI, 2020).
Em 2010, foram postulados novos critérios de avaliação para a FM, os quais foram revisados em 2016. A nova avaliação baseia-se no uso do Índice de Dor generalizada – Widespread Pain Index (WPI), caracterizado por uma avaliação de 0 a 19 pontos, sendo positiva acima de 7 pontos (WPI > 7). Associado a esse índice, utiliza-se também a Escala de Gravidade de sintomas (EGS), responsável por avaliar a presença de sintomas como: dor, fadiga, sono não reparador, distúrbios de cognição e sintomas somáticos, cuja pontuação é variável de 0 a 12 pontos. Caso o paciente apresente WPI > 7, a referência para EGS > 5 ou caso apresente WPI entre 3-6, associado a EGS > 9, o diagnóstico é confirmado. Esse critério apresenta acurácia de 88,1% no diagnóstico de FM (HEYMANN et al, 2017; MAFFEI, 2020).
O tratamento para os portadores de fibromialgia consiste especialmente na prática regular de exercícios físicos, o qual auxilia na diminuição da dor e na melhora da qualidade de vida. Medidas não farmacológicas, como terapia cognitivo comportamental também colaboram com a melhora dos desfechos clínicos. A utilização de medicamentos objetiva a redução dos sintomas predominantes de cada indivíduo, porém grande parte dos acometidos não apresentam melhora sintomatológica satisfatória, quando comparado a outros tratamentos (FERNANDES et al, 2017; MAFFEI, 2020).
Atualmente, diversos estudos demonstram que a adição de práticas integrativas, como a acupuntura, meditação, terapia manual e o tai chi, no tratamento da FM trazem benefícios adicionais aos fibromiálgicos e atuam principalmente na minimização da dor e na melhoria da qualidade de vida desses indivíduos. A acupuntura baseada na medicina tradicional chinesa, especialmente em grupo, apresenta um efeito benéfico no tratamento de inúmeros pacientes, visto que possibilitam a redução da fadiga e da dor, a qual associada a educação em saúde, transpõe a criação de vínculos entre os pacientes e potencializa o resultado desse tratamento. Enquanto a meditação mindfulness melhora a forma de enfrentamento da doença e aceitação, além de ajudar nos casos em que há presença de transtornos mentais. (MIST & JONES, 2018; ADLER-NEAL & ZEIDAN, 2017). Diante das evidências, espera-se com esse trabalho estimular a educação em saúde, além de reiterar a indicação e utilização de terapias alternativas ou complementares, como ferramenta útil e eficaz no tratamento da fibromialgia.
2 METODOLOGIA
O estudo compõe-se a partir de uma revisão de literatura, buscando compreender e avaliar as evidências publicadas, visando a relação sintomatológica associada às respostas farmacológicas e não farmacológicas, especialmente das terapias complementares em pacientes diagnosticadas com fibromialgia. A pesquisa iniciou-se a partir do levantamento das publicações científicas, utilizando os descritores elegíveis em ciências de saúde, sendo eles: educação em saúde, terapias complementares, dor crônica e psicoativos.
Os termos eleitos foram utilizados para busca e seleção dos artigos nas bases de dados PubMed e Science Direct, associado aos operadores booleanos AND e OR para cruzamento de dados. Os critérios de inclusão foram definidos a partir da utilização da estratégia PICOs, elencada na figura 1, norteando o questionamento principal dessa pesquisa e a busca pelo objetivo descrito. Além disso, utilizou-se de termos auxiliadores para filtragem, que preferencialmente fossem em português, inglês ou espanhol, excluindo publicações que não fossem dos últimos 5 anos, além de excluir estudos de revisão e metanálise.
Ao final da análise individual, utilizando o Método de Bardin (2011), envolvendo a análise conteudista, por meio de uma pré-análise, exploração do artigo e compreensão dos resultados, os pesquisadores reuniram e elegeram os artigos adequados para a pesquisa, utilizando o checklist Prisma (2020).
Figura 1. Estratégia PICOs
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram avaliados 1013 artigos nas bases de dados PubMed e Science Direct, com publicação até dezembro de 2022. Desses, foram excluídos 1000 artigos, sendo 12 duplicatas e 988 que não se enquadram no delineamento da pesquisa pelos seguintes fatores: 632 não eram ensaios clínicos randomizados, e 356 que extrapolam o critério de inclusão de publicações de até 5 anos atrás, conforme a figura 2.
Figura 2. Checklist PRISMA
Após análise e seleção, foram obtidos 13 artigos para a revisão sistemática de literatura, os quais incluem: ensaios clínicos randomizados, coortes, consensos ou diretrizes e estudos observacionais comparativos entre a melhora de pacientes com fibromialgia quando em associação ou não de diferentes práticas envolvendo terapias alternativas e/ou complementares. Os critérios de exclusão envolveram artigos de revisão de literatura e elaborados em período anterior a 2018.
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) aborda diferentes modalidades de terapias, sendo uma delas a auriculoterapia, a qual pode ser utilizada isoladamente ou associada a acupuntura, conhecida como auriculoacupuntura. Essa terapia integrativa desenvolve-se através da utilização de pontos auriculares, ou seja, no pavilhão auditivo, visando reduzir a dor dos pacientes. O estudo desenvolvido por Moura et al (2018), em Minas Gerais, utilizou 83 pacientes elegíveis com dores na coluna, dividindo-os em placebo, controle e tratado para avaliar se haveria redução ou não do sintoma. Ao final da pesquisa os pacientes do grupo tratado referiram alívio significativo. Entretanto, os indivíduos do grupo placebo, também assinalaram melhora dos sintomas dolorosos, que foi atribuído a fatores emocionais associados. Os autores afirmam que há vantagens adicionais na prática da MTC, entre elas o baixo custo, a quase inexistência de efeitos colaterais, além da busca pela desmedicalização dos indivíduos.
Outro estudo, multicêntrico, duplo cego publicado em 2019, avaliou o uso de fitoterápicos como terapia alternativa, adicionando-os ao esquema de tratamento de pacientes fibromiálgicas. O desenvolvimento e execução da pesquisa ocorreu por seis meses, randomizando as participantes para receber um fitoterápico ou apenas suplemento alimentar. As avaliações do quadro clínico foram realizadas no dia zero e após seis meses de intervenção. A pesquisa revelou que os grupos em acompanhamento, tiveram boa tolerabilidade, porém sem melhora significativa dos sintomas no desfecho final. Apesar disso, os indivíduos manifestaram sentir boa resposta terapêutica, especialmente relacionada ao aspecto emocional (BARMAKI et al, 2019).
Outra modalidade menos conhecida na MTC é o Qigong, baseado na integração entre corpo e mente, através de movimentos corporais, incluindo respiratórios e meditação associada. Em dezembro de 2020, foi realizado um estudo piloto randomizado com pacientes fibromiálgicos que tiveram como tratamento adicional o Qigong, por um período de dez semanas. Esse estudo visou avaliar a melhora dos sintomas mais prevalentes da enfermidade. Embora a amostragem tenha sido pequena, a pesquisa mostrou resultado notório, positivo e significativo estatisticamente para todos os pacientes. No entanto não foi observado resultado significativo no grupo de pacientes que executaram apenas os movimentos corporais sem a meditação associada (p < 0,06) (SARMENTO et al, 2020).
Estudos revelam que 40% dos pacientes com fibromialgia utilizam terapias complementares visando minimizar sua sintomatologia. Em 2019 foi publicado um estudo de coorte retrospectiva que pretendia avaliar a frequência do uso da medicina complementar e integrativa pelos pacientes fibromiálgicos. Os pesquisadores concluíram que o uso das terapias complementares continua sendo comum entre os pacientes com FM, e por isso, profissionais da área da saúde devem se conscientizar, conhecer as modalidades e refletir sobre a potencial incorporação delas no regime terapêutico da enfermidade. Para chegar a tal desfecho, Mohabatt et al (2019) analisaram os dados de 310 pacientes com FM que haviam sido encaminhados para o programa de tratamento de fibromialgia da Mayo Clinic – EUA, no período de cinco de janeiro e vinte e sete de julho de 2017.
Uma outra pesquisa de caráter clínico e randomizado, foi desenvolvida em Portland, Oregon, e envolveu mulheres entre 18 e 75 anos, com diagnóstico confirmado de fibromialgia e quantificação de dor entre moderada e alta. O objetivo principal da pesquisa se baseou em avaliar os efeitos de educação em saúde x acupuntura. Ao término do estudo, os resultados evidenciaram desfecho favorável para redução da dor e fadiga no grupo acupuntura (p < 0,001), quando comparado ao grupo não tratado (p = 0,5) (MIST & JONES, 2018).
Em 2019 foi publicado na revista “Cerebral Cortex”, um ensaio clínico randomizado desenvolvido no Hospital Geral de Massachusetts – Estados Unidos (EUA). O estudo teve a intenção de avaliar o alívio da dor de pacientes submetidos a sessões de video-guided acupuncture imagery treatment (VGAIT), ou seja, acupuntura imaginada. Segundo esse estudo, a acupuntura é amplamente estudada como terapia analgésica não farmacológica, porém é invasiva, já que consiste na inserção de agulhas de fino calibre em pontos específicos do corpo para indução da liberação de opioides endógenos no sistema nervoso central (CAO et al, 2019).
Sendo assim, o estudo de Cao et al (2019) hipotetizou que a acupuntura imaginada poderia ativar regiões cerebrais que se sobrepõem àquelas ativadas pela acupuntura real, logo podendo fornecer ao paciente os benefícios da terapia real, porém sem o ônus da inserção de agulhas. Para fazer essa avaliação, foram recrutadas 27 pessoas hígidas que foram randomicamente divididas em 3 diferentes grupos de tratamento: 1) VGAIT, os pacientes assistiram a um vídeo de acupuntura previamente administrada no próprio corpo enquanto imaginavam, simultaneamente, as agulhas de acupuntura sendo aplicadas; 2) VGAIT controle, os participantes desse grupo assistiram a um vídeo de um cotonete tocando seus corpos e imaginando-o sendo aplicado simultaneamente; 3) Acupuntura real e 4) Acupuntura simulada (placebo).
Antes, durante e após cada uma das cinco sessões de tratamento os pacientes foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional para análise de mudança de imagem nas regiões cerebrais envolvidas na modulação da dor (ínsula, córtex pré-frontal e cingulado etc.). Ao final, 24 pacientes participaram de todas as etapas do estudo e os pesquisadores concluíram que a acupuntura real e o VGAIT aumentaram significativamente o limiar de dor em comparação com os respectivos grupos de controle. As imagens mostraram que a acupuntura real produziu maior ativação da ínsula em comparação com VGAIT, que por sua vez produziu maior desativação no córtex cingulado anterior rostral. Foi demonstrado que o VGAIT possui valor clínico potencial para o controle da dor (CAO et al, 2019).
No ano seguinte, Schweiger et al (2020), publicaram outro ensaio clínico randomizado, na revista “Nutrients”. O estudo foi feito no Hospital Universitário de Verona – Itália, e teve o propósito de comparar duas terapias alternativas (suplemento nutricional Migratens® e acupuntura) e suas ações benéficas no quadro de fibromialgia em mulheres. O suplemento nutricional consiste em um composto de coenzima Q10, vitamina D, alfa-lipóico, magnésio e triptofano. Participaram deste estudo 60 mulheres com 18 anos ou mais; elas foram randomizadas em 2 grupos: 1) Migratens®, participantes receberam 1 sachê de suplemento diluído em água, duas vezes ao dia por 12 semanas e 2) Acupuntura, nesse grupo, as pacientes receberam duas sessões de acupuntura por semana, sempre realizada pelo mesmo profissional licenciado, durante 3 meses.
Após um, três e seis meses de tratamento, foram aplicados: Fibromyalgia Impact Questionare Score-Revised (FIQ-R) e Fibromyalgia Severity Scale (FSS) para acompanhamento de mudanças de dor e qualidade de vida das pacientes participantes. No total, 55 mulheres completaram o estudo, e os pesquisadores concluíram que a abordagem com Migratens® parece ser eficaz para pacientes com fibromialgia, uma vez que apresentou redução estatisticamente significativa da dor depois de um mês de tratamento (p = 0,025), redução que foi reforçada após três meses (p = 0,012).
A experiência confirmou também a validade da acupuntura nesses pacientes com base nos questionários aplicados em todos os três tempos (p < 0,01). Considerando a complexidade do manejo dos pacientes com fibromialgia, os resultados sugerem um tratamento cíclico e sequencial, ou mesmo simultâneo, com diferentes abordagens, para melhorar a eficácia e a adesão dos pacientes ao tratamento de longo prazo (SCHWEIGER et al, 2020).
No mesmo ano, foi publicado na revista “Clinical Rehabilitation” um estudo randomizado cego, executado na Universidade de Extremadura – Espanha. Garrido-Ardila et al (2020) objetivaram investigar a eficácia de um programa de fisioterapia para o treinamento de estabilidade de core, quando comparada aos efeitos da acupuntura no tratamento de deficiências de equilíbrio e capacidade funcional de mulheres diagnosticadas com fibromialgia. Para isso, 135 mulheres foram randomizadas em 3 grupos: 1) Programa de fisioterapia para treinamento de core; 2) Acupuntura e 3) Grupo controle. Os tratamentos foram realizados por 13 semanas. As pacientes foram avaliadas antes das intervenções, 6 semanas depois e 13 semanas depois das intervenções, no que diz respeito a equilíbrio estático e dinâmico, mobilidade e capacidade funcional através de questionários e escalas.
Ao final do estudo, 103 mulheres mostraram melhora significativa dos grupos de fisioterapia e acupuntura quando comparados ao grupo controle, porém não houve diferenças entre os dois grupos de tratamento. Sendo assim, o ensaio concluiu que a fisioterapia com ênfase em treinamento de core quanto a acupuntura melhora o equilíbrio dinâmico e controle postural de mulheres com fibromialgia (GARRIDO-ARDILA et al, 2020).
Na China, foi efetuado um estudo de coorte com o propósito de investigar a eficácia da acupuntura em diminuir o risco de acidente vascular encefálico (AVE) em pacientes com FM, uma vez que essa população possui mais risco de sofrerem um AVE. Para essa investigação, os pesquisadores analisaram dados de pacientes que haviam sido recentemente diagnosticados com fibromialgia no período de 1º de janeiro de 2000 e 31 de dezembro de 2010; disponíveis na base de dados do Seguro Nacional de Saúde de Taiwan. O estudo evidenciou que a acupuntura pode ter um efeito benéfico na redução do risco de acidente vascular cerebral em pacientes com fibromialgia (HUANG et al, 2020).
Em novembro de 2020, realizou-se um ensaio clínico em Pequim, visando comparar a ventosaterapia e a acupuntura em pacientes fibromiálgicos. Neste estudo, houve a randomização parcial dos pacientes do estudo, obtendo-se a formação de quatro grupos, dois randomizados e dois não randomizados de cada modalidade. Durante de cinco semanas, os participantes receberam três sessões semanais dos tratamentos. Ao avaliar o efeito das terapias nesses pacientes, notou-se que os participantes responderam positivamente, ou seja, houve alívio da dor. Apesar disso, observou-se diferença significativa entre elas, nem efeitos adversos listados, concluindo que ambas poderiam promover auxílio nos quadros álgicos desses pacientes (CAO et al, 2020).
Já em 2021, foi publicado um ensaio clínico randomizado produzido na Universidade de Michigan – EUA, que teve como objetivo entender a contribuição da acupuntura e o mecanismo de aferência somatossensorial na melhora da dor da fibromialgia, além de compreender os principais circuitos cerebrais envolvidos nesse processo. Para o estudo, 79 pessoas com FM foram randomizadas para receber tratamentos duas vezes na semana durante 8 semanas. Os tratamentos consistiram em: 1) Eletroacupuntura, com aferência somatossensorial e 2) Simulação de acupuntura a laser, sem aferência somatossensorial. Os participantes de ambos os grupos receberam as intervenções vendados, uma vez que a aferência visual pode influenciar na analgesia pela acupuntura. O questionário “Brief Pain Inventory Severity”, ressonância magnética funcional e espectroscopia de prótons por ressonância magnética na ínsula anterior direita, foram coletados no pré e pós-tratamento (MAWLA et al, 2021).
Os pacientes que receberam eletroacupuntura tiveram redução da intensidade da dor; exibiram conectividade funcional em repouso entre a representação cortical somatossensorial da perna e a ínsula anterior, e isso está associado a redução da intensidade dolorosa e ao aumento dos níveis de ácido γ-aminobutírico (GABA) na ínsula anterior após a terapia com eletroacupuntura. Níveis aumentados de GABA na ínsula anterior foram associados a redução da dor medida pelo Brief Pain Inventory Severity. Em conclusão, o componente somatossensorial da acupuntura modula a conectividade funcional somatossensorial primária associada à neuroquímica insular para reduzir a gravidade da dor na fibromialgia (MAWLA et al, 2021).
No ano seguinte, Dusek et al (2022), publicaram um estudo observacional que avaliou a eficácia do tratamento de medicina integrativa na qualidade de vida dos pacientes, através do Registro de Eficácia de Pacientes Recebidos de Medicina Integrativa (PRIMIER). Para isso foram analisados dados de 17 clínicas de medicina integrativa no período de agosto de 2013 e outubro de 2017. Os participantes preencheram o Sistema de Informação de Medição de Resultados Relatados pelo Paciente, Escala de Estresse Percebido e Medida de Ativação do Paciente; no segundo, quarto, seis e 12 meses em uso de terapias integrativas. O PRIMIER é o maior estudo para a avaliação da eficácia da medicina integrativa no mundo real. Os resultados indicam uma melhora clínica e estatística das respostas nos questionários aplicados, ao final dos 12 meses (p < 0,001).
Ainda em 2022, elaborou-se um consenso multidisciplinar (Consenso de Delphi), para que haja recomendações de tratamentos não farmacológicos para a dor, fadiga, problemas com o sono e depressão relacionados à fibromialgia. 17 experts em fibromialgia. Exercícios aeróbicos, educação, higiene do sono e terapia cognitivo-comportamental foram recomendadas como tratamentos básicos para todos os sintomas. Os exercícios mente-corpo foram recomendados como intervenções essenciais para dor, fadiga e problemas de sono. O mindfulness foi eleito o tratamento principal para a depressão e o tratamento adjuvante para outros sintomas. Outras intervenções como música, relaxamento, banho quente e calor local foram votadas como tratamentos adjuvantes, variando de eficácia sobre os principais sintomas da fibromialgia (KUNDAKCI et al, 2022).
Observou-se, portanto, que nove dos artigos selecionados constituíram-se de ensaios clínicos randomizados (MOURA et al, 2018; MIST & JONES, 2018; BARMAKI et al, 2019; CAO et al, 2019; SCHWEIGER et al, 2020; GARRIDO-ARDILA et al, 2020; CAO et al, 2020; SARMENTO et al, 2020; MAWLA et al, 2021). Dentre eles, em sua maioria, seis, avaliaram a eficácia do tratamento e/ou melhora da qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos utilizando-se de acupuntura (MOURA et al, 2018; MIST & JONES, 2018; CAO et al, 2019; SCHWEIGER et al, 2020; CAO et al, 2020; MAWLA et al, 2021). Outro avaliou a eficácia e segurança da inserção de fitoterapia no regime comum de tratamento desses indivíduos (BARMAKI et al, 2019). Além disso, Sarmento et al (2020) avaliaram a eficácia da prática de diferentes técnicas de meditação nos sintomas da doença. Através dessa análise e comparação, desenvolveu-se o quadro abaixo (quadro 1).
Quadro 1. Características dos artigos incluídos na pesquisa.
Título do artigo | Autor e ano de publicação | Base de dados e desenho do estudo | Objetivo | Resultados |
Action of ear acupuncture in people with chronic pain in the spinal column: a randomized clinical trial | MOURA et al, 2018 | PubMed; Ensaio Clínico Randomizado | Avaliar ação da acupuntura auricular em pacientes com dor crônica | Houve eficácia na redução da incapacidade dos pacientes com dor crônica |
Randomized Con- trolled Trial of Acu- puncture for Women with Fibromyalgia: Group Acupuncture with Traditional Chinese Medicine Diagnosis-Based Point Selection | MIST & JONES, 2018 | PubMed, Ensaio Clínico Randomizado | Testar a eficácia do tratamento no grupo acupuntura vs grupo educação, em pessoas com fibromialgia. | Em comparação com a educação, a acupuntura melhorou o impacto glo- bal dos sintomas, a dor e a fadiga. Além disso, é uma opção de tratamento segu- ra e bem tolerada, melhorando uma proporção maior de pacientes do que as opções farmacêuticas atuais |
Multicenter, Prospective, Controlled Double-Blind Study Comparing Fib-19- 01, A Phytotherapy Treatment, To A Dietary Supplement And To Conventional Care In Patients Suffering From Fibromyalgia | BARMAKI et al, 2019 | PubMed; Ensaio Clínico controlado | Avaliar a eficácia e segurança da adição de um tratamento fitoterápico (Fib-19-01) ao regime terapêutico atual de pacientes com fibromialgia | Houve benefício da utilização do fitoterápico na fadiga, vida social e na relação emocional dos pacientes |
Analgesic Effects Evoked by Real and Imagined Acupuncture: A Neuroimaging Study | CAO et al, 2019 | PubMed; Ensaio Clínico Randomizado (ECR) | Avaliar a nova intervenção para alívio da dor, que envolve acu- puntura por imagética chamada de: tratamento com imagens de acupuntura guiada por vídeo (VGAIT) | Tanto a acupuntura real e o VGAIT aumentaram significativamente o limiar de dor em comparação com o grupo controle. Isso demonstra que há um potencial valor clínico para controle da dor |
Use of Complementary and Integrative Therapies by Fibromyalgia Patients: A 14-Year Follow-up Study | MOHABBAT et al., 2019 | ScienceDirect, Coorte retrospectivo | Reavaliar a frequência e o padrão de uso da medicina complementar e integrativa em pacientes com fibromi- algia | O uso de terapias complementares e/ou integrativas entre pacientes com fibromialgia continua sendo extremamente comum. Decorrente disso, os profissionais de saúde devem ter consciência e conhecimento para incorporação no tratamento de pacientes fibromiálgicos |
Comparison between acupuncture and nutraceutical trea- tment with migratens in patients with fi- bromyalgia syndrome: a prospective randomized clinical trial | SCHWEIGER et al, 2020 | PubMed; Ensaio Clínico Randomizado (ECR) | Comparar dois tratamentos alternativos (nutraceutical e acupuntura) em pacientes com fibromialgia | A abordagem com Migratens® parece ser uma opção eficaz para pacientes com fibromialgia. A experiência confirmou também a validade da acupuntura nesses pacientes. Resultados demonstram que um tratamento clínico e sequencial pode auxiliar na eficácia e adesão dos pacientes. |
Effectiveness of acupuncture vs. core stability training in balance and functional capacity of wo- men with fibromyal- gia: a randomized controlled trial | GARRIDO- ARDILA et al, 2020 | PubMed, Ensaio Clínico Randomizado cego | Investigar a eficácia de um programa de fisio- terapia com treinamento de estabilidade core versus acupuntura para o manejo de compro- metimentos de equilí- brio e capacidade fun- cional de mulheres com fibromialgia | A fisioterapia de treinamento de core e a acupuntura melhoram o equilí- brio dinâmico e o controle postural em mulheres com fibromialgia |
Acupuncture decreased the risk of stroke among pati- ents with fibromyalgia in Taiwan: a nationwide matched cohort study | HUANG et al, 2020 | PubMed, Coorte | Investigar eficácia da acupuntura em diminuir o risco de AVE em pacientes com fibromialgia. | Resultados demonstram que a acupuntura pode ter um efeito benéfico na redução do risco de acidente vascular cerebral em pacientes com fibromialgia em Taiwan |
Partially randomized patient preference trial: Comparative evaluation of fibromyalgia between acupuncture and cupping therapy (PRPP-FACT) | CAO et al, 2020 | ScienceDirect; Ensaio clínico parcialmente randomizado | Investigar a viabilidade da aplicação de um ensaio clínico parcial- mente randomizado na avaliação clínica da acupuntura versus ventosaterapia para fibromialgia | Não houve diferença significativa entre as modalidades avaliadas |
The therapeutic efficacy of qigong exercise on the main symptoms of fibromyalgia | SARMENTO et al, 2020 | ScienceDirect, Ensaio clínico randomizado piloto | Examinar a eficácia de um programa de 10 semanas de qigong diário, uma interven- ção corpo e mente nos sintomas de fibromial- gia | Resultados demonstraram um impacto positivo da prática diária para os sintomas mais prevalentes da fibromialgia |
Greater somatosensory afference with acupuncture increases primary somatosensory connectivity and alleviates fibro- myalgia pain via insular y- aminobutyric acid: a randomized neuroimaging trial | MAWLA et al, 2021 | PubMed, Ensaio clínico randomizado | Compreender a contribuição específica da aferência somatossensorial para melhorias na dor clínica e os circuitos cerebrais específicos envolvidos | Observou-se que o componente somatossensorial da acupuntura auxilia na modulação da conectividade neurossensorial, auxiliando na redução da gravidade da dor |
International, multidisciplinary Delphi consensus recom- mendations on nonpharmacological interventions for fibromyalgia | KUNDAKCI et al, 2022 | ScienceDirect, Consenso de recomendações | Desenvolver recomendações baseadas em evidências e em espe- cialistas para tratamentos não farmacológicos para dor, fadiga, pro- blemas de sono e depressão na fibromialgia | Exercício aeróbico, educação, higiene do sono e terapia cognitivo- comportamental foram recomendadas como tratamentos básicos para todos os sintomas. Os exercícios mente-corpo foram recomendados como intervenções essenciais para dor, fadiga e problemas de sono. O mindfulness foi eleito o tratamento principal para a depressão e o tratamento adjuvante para outros sintomas. |
Patients Receiving Integrative Medicine Effectiveness Registry (PRIMIER) of the BraveNet practicebased research network: Outcomes of the PRIMIER cohort | DUSEK et al, 2022 | ScienceDirect, estudo observacional | Avaliar a eficácia real do tratamento de medicina integrativa na qualidade de vida usando o Registro de Eficácia de Pacientes Recebidos de Medicina Integrativa (PRIMIER) | Os resultados indicam uma melhoria estatística e clínica em todas as medi- das aos 12 meses. Pesquisas futuras poderiam explorar se a dosagem, o momento ou as combinações de intervenções de medicina integrativa têm impactos na qualidade de vida |
A partir do elencado no decorrer desse artigo, os autores percebem que há poucos estudos disponíveis relacionados a uma enfermidade tão presente e incapacitante nos indivíduos, ao que concerne à implementação de terapias complementares que são reconhecidamente benéficas aos indivíduos que sofrem desta enfermidade. Nota-se também dificuldade em gerar evidências com nível de significância apropriado. Apesar disso tudo, conclui-se que a medicina complementar ou integrativa apresenta um impacto positivo na sintomatologia desses pacientes, podendo ser associado aos outros tratamentos já estabelecidos para fibromialgia.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização dessa revisão, observou-se que existem inúmeras evidências significativas e desfechos positivos na utilização de terapias alternativas em pacientes com fibromialgia, contribuindo para redução sintomatológica, obtendo melhora da qualidade de vida desses indivíduos.
Apesar disso, observa-se notória descontinuidade das pacientes no acompanhamento de seus respectivos quadros, relacionadas às dificuldades no processo de aceitação da cronicidade da dor, da falta de resolução dele ou pela falta de informação acerca da enfermidade e das possíveis modalidades de tratamento.
Ressalta-se, portanto, a relevância da educação em saúde a essas pacientes, relacionadas aos tratamentos não farmacológicos, como exercícios físicos e as terapias complementares, assim como de tratamentos medicamentosos como possível potencial para o manejo e redução sintomatológica da fibromialgia. Sendo assim, evidencia-se a necessidade de novos estudos e estratégias para avaliar outros possíveis desfechos, visando o aprimoramento das evidências científicas e do manejo do quadro. Esta parte do trabalho pretende apresentar as principais conclusões, destacando o progresso e as aplicações que a pesquisa propicia. São enunciadas as principais conclusões decorrentes das análises dos dados.
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1Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Cesumar Campus Maringá. e-mail: julianafranzoi001@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Cesumar Campus Maringá. e-mail: laurarhmoreira@gmail.com
3Farmacêutica (Universidade Estadual de Maringá – UEM) Mestre em Ciências Farmacêuticas (UEM). e-mail: doamaralvaleria@gmail.com