TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL NO TRANSTORNO ALIMENTAR: BULIMIA NERVOSA 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8414151


Ana Cláudia de Freitas1;
Samuel Reis e Silva²


RESUMO

A Bulimia Nervosa é um dos transtornos alimentares mais conhecidos que costuma trazer grandes riscos à saúde é descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), e pode desencadear impactos severos na vida dos pacientes. A Terapia cognitivo-comportamental adentra nesse meio psicoterapêutico do transtorno alimentar em prol ao seu melhoramento mediante ao tratamento da BN, ajudando no alívio dos sintomas e na reestruturação cognitiva, preservando o paciente em possíveis recaídas futuras ou durante o tratamento. Sendo uma das psicoterapias mais eficazes atualmente no tratamento dos TA’s. O objetivo do presente artigo é referir a grande importância da terapia cognitivo-comportamental no tratamento com pessoas que possuem Bulimia Nervosa. A pesquisa tem como fundamento um modelo de revisão narrativa, sendo submetida em uma análise interpretativa. Foram revisados os históricos referentes ao tema abordado, abrangendo conceitos amplos, assim como as contribuições da terapia cognitivo-comportamental no tratamento da BN. Foram utilizados artigos nas bases de dados da Scielo, Bvs, Pepsic, tendo como referência os anos de 1990 há 2022.

Palavras-Chave: Terapia Cognitivo-Comportamental; transtorno alimentar; Bulimia Nervosa.

ABSTRACT

Bulimia Nervosa is one of the most well-known eating disorders that usually poses major health risks and is described in the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5), and can trigger severe impacts on patients’ lives. Cognitive-behavioral therapy enters this psychotherapeutic environment of the eating disorder in favor of its improvement through the treatment of BN, helping to relieve symptoms and cognitive restructuring, preserving the patient in possible future relapses or during treatment. Being one of the most effective psychotherapies currently in the treatment of AT’s. The purpose of this article is to refer to the great importance of cognitive-behavioral therapy in the treatment of people who have Bulimia Nervosa. The research is based on a narrative review model, being submitted to an interpretative analysis. The histories related to the addressed topic were reviewed, covering broad concepts, as well as the contributions of cognitive-behavioral therapy in the treatment of BN. Articles in the Scielo, Bvs, Pepsic databases were used, with reference to the years 1990 to 2022.

Keywords: Cognitive behavioral therapy; eating disorder; Nervous bulimia.

1. Introdução

Os transtornos alimentares são graves quadros descritos por aspectos como medo exorbitante de engordar, redução propriamente voluntária do consumo de alimentos com teor nutricional, ingestão de grande escala de alimentos seguida de vômitos e/ou uso de diuréticos ou laxantes exageradamente consumidos. São consideradas patologias alarmantes e de prognóstico reservado (American Psychiatric Association, 2003), que levam os pacientes a terem enormes prejuízos não somente psicológicos, mas também biológicos sem contar os  elevados índices de letalidade (Cordás, 2004).

Dentre os transtornos alimentares podemos destacar a Anorexia nervosa e Bulimia nervosa. Patologicamente a AN trás um comportamento alimentar limitados, padrões bizarros de alimentação voltados para a perda de peso em grande escala, e um temor intenso de ganhar peso. É um grave distúrbio que leva a limitações emocionais, físicas e sociais (Abreu, 2005).

A Bulimia nervosa difere um pouco da anorexia nervosa, pois é caracterizada por uma grande ingestão de alimentos calóricos de forma rápida, tendo a sensação de perda de controle a todo instante. Chama-se essa sensação de episódios bulímicos (Espíndola & Blay, 2006).

Estudos apontam um aumento desses transtornos nas últimas duas décadas (Doyle & Briant-Waugth, 2000), especialmente entre jovens e adolescentes e adultos jovens do sexo feminino, com maior prevalência entre os 13 e 23 anos, o que equivale cerca de 1% da população (American Psychiatric Association, 2003). Além disso, existe uma prevalência de pessoas que não preenchem todos os critérios diagnósticos, porém tendem a ter traços bulímicos ou anoréxicos. São denominados como síndromes parciais, estão presentes em 5% a 10% da população (Abreu & Cangelli Filho, 2005).

Mediante pesquisas identificou-se que pacientes com bulimia nervosa apresentam mecanismo de suspensão emocional, tendem a ter muita dificuldade em entender seus comportamentos ou reconhecer a origem do transtorno que possuem. Já outros chegam a entrar em um processo de negação no momento do diagnóstico (CRUZAT MANDICH et al., 2014). Para o diagnóstico deve se observar o quadro do paciente com cautela, os episódios ocorrem pelo menos duas vezes durante a semana em um período de seis meses, esses episódios podem váriar de acordo com cada indivíduo, no entanto pacientes com BN têm maiores níveis de restrição da alimentação e alteram com episódios compulsivos (Azevedo; Santos; Fonseca, 2004).

Até os dias atuais a etiologia desses transtornos não é totalmente conhecida, e a maioria dos especialistas trabalham com o modelo multidimensional que reconhece vários fatores como: genéticos, individuais, familiares e sociais (Abreu et al,. 2005). 

A Terapia cognitivo-comportamental se faz totalmente eficaz no tratamento da Bulimia nervosa, pois se tem uma vasta evidência científica e com altos índices de validação, demonstrando a sua Eficácia em diversos transtornos psiquiátricos, incluído o alimentar (Rangé, Pavan-Cândido, & Neufeld, 2017).

Beck propôs para a psicologia uma abordagem psicoterapêutica tendo um tratamento eficaz, voltando para as modificações e motivações de crenças disfuncionais. A TCC foca no modelo cognitivo, trazendo a ideia de que determinada situação gera pensamentos automáticos, sendo disfuncionais ou não, causando uma reação, fisiológica e emocional (Beck, 2018). Com o aparecimento da TCC e suas evoluções, pacientes bulímicos são beneficiados pela abordagem, que é indicada com frequência para o tratamento dos Transtornos Alimentares (Murphy et al., 2010).

2. Metodologia

    O presente artigo fundamenta-se em uma revisão bibliográfica narrativa, com uma abordagem qualitativa e exploratória. Rother (2007) denomina revisão narrativa, como publicações que tem por objetivo descrever, de maneira abrangente, o aprofundamento e desenvolvimento de um assunto específico e as metodologias que estão sendo vinculadas por pesquisadores e acadêmicos no estudo do tema. (Botelho et al., 2011) afirma que “a revisão narrativa tende a ser utilizada para relatar o estado da arte de um assunto inerente, sob um ponto de vista contextual ou teórico”. 

    A abordagem qualitativa refere-se a uma pesquisa que tem como premissa básica, interpretar e analisar aspectos profundos, fornecendo análises detalhadas sobre as investigações, tendências de comportamento e atitudes, visando descrever o comportamento humano e sua complexidade (Marconi e Lakatos, 2010). Segundo Gil (2008) a pesquisa exploratória tem uma maior facilidade em proporcionar familiaridade com o problema. Podendo envolver entrevistas, levantamento bibliográfico com indivíduos experientes no tema abordado, geralmente assume a forma de pesquisa envolvendo estudo de caso ou bibliográfica.

    Para busca de material nesta pesquisa, foram utilizadas as seguintes palavras-chaves: Bulimia Nervosa; Transtorno Alimentar; Terapia cognitivo-comportamental; Tratamento. Por se referir a uma análise bibliográfica voltado para o tema bulimia nervosa e TCC, foram pesquisados e recuperados artigos em diferentes bases de dados como: Scielo, Pepsic, BVS e livros de psicologia, tendo como período de referência os últimos 30 anos. 

    Em relação a análise de dados, é indispensável sua importância na elaboração da pesquisa, pois, a partir dela que os resultados serão apresentados, juntamente com a conclusão da pesquisa, conclusão essa que poderá ser parcial ou final, dando margem para pesquisas posteriores (MARCONI & LAKATOS, 1996). Os dados coletados eram avaliados e direcionados aos objetivos da pesquisa. 

    Durante a pesquisa se utilizou de vários métodos científicos, mas precisamente o bibliográfico, foi coletado mais de 8 livros, alguns relatam sobre transtornos alimentares e outros focam na terapia cognitivo-comportamental. Algumas obras são internacionais, porém foram traduzidas para a língua portuguesa. Mais de 26 artigos científicos deram base para a pesquisa.

    3. Resultados e discussões

    3.1 Os transtornos alimentares e a bulimia nervosa

      Os transtornos alimentares são considerados um grupo severo de transtornos mentais, que se moldam como incapacitantes e corriqueiramente crônicos (klump, Bulik, kaye, Treasure & Tyson, 2009) os mesmos são caracterizados por uma perturbação persistente no próprio comportamento alimentar, de modo que ocasione alterações no consumo e na absorção dos alimentos (American Psychiatric Association, 2014). 

      Nomeados como doenças psiquiátricas, os transtornos alimentares são caracterizados por graves alterações na conduta alimentar e que influenciam, na sua grande maioria, adultos jovens e adolescentes, causando danos psicológicos, biológicos e elevando a mortalidade e morbidade (BORGES et al, 2006). 

      Os principais TA’s que fazem parte do cotidiano de seus portadores são: anorexia nervosa e bulimia nervosa. A anorexia ocorre quando o indivíduo possui peso corporal abaixo do considerado normal. É descrito pela vontade de evitar certos tipos de alimentos considerados hipercalóricos e geralmente esses hábitos estão associados com comportamentos purgativos e vômitos induzidos. (DSM-V, 2014), ocorrendo com certa de 95% dos indivíduos (CORDÁS; CLAUDINO, 2002) e o vasto uso de laxantes (OLIVEIRA; HUTZ, 2010). Afetando cerca de 1% a 2% da população feminina (GRANDO; ROLIM, 2006). Nesse contexto as principais consequências físicas podem se consistir em: anemia, osteoporose, isolamento social e irritabilidade (DSM V, 2014).

      A bulimia nervosa tende a conhecer quando o peso geralmente está na faixa normal ou está com um leve gral de sobrepeso, porém se destaca a ingestão alimentar de forma descontrolada, seguidos por métodos purgativos e sentimentos de culpa pelo ato cometido (DSM V, 2014). Sua prevalência é de 2% a 4% da população (GRANDO; ROLIM, 2006). Como consequência da prática ocorre: ansiedade; irregularidades menstruais; além do intestino torna-se dependente de laxante (DSM V, 2014).

      Tais transtornos alimentares podem ser vistos com outras doenças psíquicas, como fobias sociais e síndromes depressivas (BORGES et al., 2006; CLAUDINO, 2002). Destaque-se que na bulimia o risco de morte é maior por suicídio, pois os indivíduos tendem a demonstrar quadros depressivos mediante ao sofrimento alimentar (ALVARENGA; SCAGLIUSI, PHILIPPI, 2011).

      A etiologia dos transtornos alimentares (TA) é ampla e complexa envolvendo diversas questões psicológicas, culturais, sociais, biológicas, experiências e genéticas (Fontenelle, Cordás e Sassi, 2002; Jacobi et al., 2004). Nesse contexto, a maior parte dos estudos é voltada para os fatores de risco e possíveis desencadeantes tendem a focar principalmente nos transtornos de BN, AN e CA.

      Pode-se ressaltar a grande influência genética, havendo possibilidades de antecedentes familiares. Em Jacobi (2004) e também Treasure, Claudino e Zucker (2010) encontra-se a informação referente a primeira e maior influência genética para TA é ser pertencente ao gênero feminino e pertencer ao grupo étnico caucasiano. Nesse parâmetro é comum encontrar histórico familiar de depressão, abusos de substâncias e ansiedade.

      Treasure, Claudino e Zucker (2010) do mesmo modo apresentam uma visão geral das alterações neurológicas, que mostram algumas regiões cerebrais que tendem a ter funções desreguladas. Um dos princípios defendidos é o estudo de polimorfismo em genes que são relacionados ao neurotransmissor serotonina (Fairburn, 2003; Jacobi et al., 2004). Com a extensa influência destes genes no humor, podemos talvez compreender a alta incidência de sintomas depressivos e ansiosos nos TA. 

      Questões sociais, culturais e ambientais também tendem a aparecer como influências importantes. Conceitos sobre o sucesso feminino e padrões de beleza são por vezes relacionados à magreza (Treasure, Claudino e Zucker, 2010). Demais fatores são considerados de risco como: baixa interocepção, problemas à alimentação nos primeiros anos de vida, baixa autoestima, pais protetores ou críticos demais e eventos de vida diversos (Jacobi, 2004).

      Em um contexto geral, a Bulimia nervosa (BN) é considerada um dos transtornos alimentares com mais frequência de praticantes ao longo dos anos, tendo maior preponderância no sexo feminino. A BN é um dos transtornos alimentares mais comuns na sociedade, tornando-se presente em 1% a 4,2% da população. E nas mulheres o percentual percorre entre 90% a 95% no total dos casos. (SILVA; VASCONCELOS; XIMENES  et al., 2015).

      Os indivíduos que possuem BN costumam apresentar vergonha do transtorno, negam em primeira instância, escondem os sintomas, e tem dificuldades bem abrangentes nos seus relacionamentos interpessoais (RAMARO; et al., 2002). Por esse motivo, buscasse estratégias para controlar o peso sem abdicar dos alimentos que geram prazer. (BORGES; SICCHIERI; RIBEIRO; MARCHINI; SANTOS, 2006). Sem contar o abalo emocional com sua imagem que está totalmente direcionada a baixa autoestima. Gerando uma obsessão por poder alcançar o baixo peso, e as curvas de uma magreza acentuada (CRUZAT MANDICH et al., 2014)

      Pacientes que tem BN normalmente são mais impulsivos, eles têm uma opinião bastante crítica a respeito de si próprio e de sua imagem corporal, reagem de uma forma totalmente exagerada quando estão em uma situação de estresse, ocasionando conflitos internos (SOLZANO; CÓRDAS, 2011) indivíduos que possuem a Bulimia nervosa tendem a ser mais preocupados em relação ao ganho de peso, idealizando o corpo magro. Tal idealização pode dificultar a sociabilidade e relações interpessoais, pois na maior parte das vezes, agem precipitadamente.

      A BN é denominada por um ciclo que compõem dietas e eliminações, e neste contexto seu padrão alimentar é caracterizado como “estranho e caótico”. Essa restrição desempenha um grande papel na iniciação do transtorno e na sua continuação. Portanto é importante ressaltar que pode haver compulsão desencadeada por fatores emocionais e comportamentais; a chamada purificação é normalmente utilizada pelos pacientes na eliminação dos alimentos introduzidos excessivamente, trazendo consigo o alívio. (ALVARENGA; LARINO et al., 2010)

      Entre um evento bulímico o nível de calorias consumidas geralmente altera entre 1.000 e 6.000, podendo até ultrapassar este valor. Para aqueles que sofrem com esses episódios existe uma necessidade avassaladora de se empanturrar e logo após sentir alívio (CORDÁS et al, 1998). Normalmente quando o indivíduo termina o episódio da ingestão de alimentos em quantidades significativas, os mesmos entram em um processo de comportamento compensatório inapropriado com a finalidade de não ganhar peso, esses comportamentos podem ser facilmente listados tais como, vômitos; uso indevido de laxantes, ou outros tipos de medicamentos sem uso da prescrição médica; jejum; ou até mesmo a prática do exercício em excesso.

       Durante o ataque de compulsão, o indivíduo busca comer sempre alimentos com um teor calórico muito grande, como por exemplo, sorvetes, pães, doces e salgados, que podem ultrapassar 2000 kcal chegando até 6000 kcal (CORDÁS et al, 1998).

      Tal prática é feita com muita rapidez ou até mesmo secretamente, para que terceiros não descubram ou briguem com o indivíduo em questão, uma vez que a bulimia muitas vezes assusta quem desconhece o transtorno, e muitos podem até achar que é algo banal. Em vários casos, a intenção de não se encontrarem acima do peso, se torna uma problemática mais séria do que o próprio excesso de peso. 

      Uma relevante preocupação que persiste pela imagem corporal padronizada perfeitamente pode produzir esforços exorbitantes para o controle de peso, fazendo com que comece a surgir os transtornos alimentares, diretamente ligados pela insatisfação com o próprio corpo, e a baixa autoestima (BARBOSA; MIRANDA et al., 2019).

      3.2 Terapia cognitiva-comportamental no tratamento da bulimia nervosa

      A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é denominada uma psicoterapia que tem como base evidência empírica, e é uma das psicoterapias mais utilizadas pelos profissionais da saúde mental, a fim de auxiliar os pacientes com algum tipo de transtorno psicológico ou dificuldades enfrentadas em sua vida. Traz eficácia na reestruturação e resolução de diversos problemas, abordando os fatores emocionais, cognitivos e comportamentais no tratamento dos transtornos psiquiátricos (ALMEIDA; DUCHESNE 2002).

      Considerada uma abordagem objetiva, a TCC se forma em uma intervenção semiestruturada, que tende a buscar identificar e corrigir as condições que incrementa a manutenção e desenvolvimento das alterações comportamentais e cognitivas, nesse referencial o indivíduo possui um sistema de crenças que exerce papel determinante em seus comportamentos de ação e sentimentos (Duchesne & Almeida, 2002). 

      Atualmente é denominada como uma das abordagens psicoterapias mais eficazes no tratamento dos transtornos alimentares, pois o objetivo do tratamento da TCC baseia-se, sobretudo nas técnicas para a diminuição da ansiedade, modificação de cognições e automanejo do comportamento (Duchesne, 2002). Desse modo a TCC é considerada de grande eficácia no tratamento da bulimia nervosa. Pessoas com bulimia nervosa costumam apresentar crenças disfuncionais e distorcidas em decorrência do seu peso, corpo, alimentação e até mesmo sobre seu próprio valor. Essas ideologias que podemos denominar de crenças, estão interligadas aos pensamentos constantes de controle de peso, causando graves distorções nas emoções e auto imagem, que pode acarretar uma grande demanda de sofrimento e desgastes na vida cotidiana do indivíduo (Souza, Silva, & Martins, 2018). 

      A TCC defende que as condições disfuncionais prejudicam o estado de humor, comportamentos e sentimentos do sujeito causando, assim, a decorrência do desenvolvimento dos transtornos psicológicos (Beck & Rosa, 2013). Deste modo, quando essas interpretações estão disfuncionais, pode haver graves danos nas habilidades sociais e comportamentais em um contexto geral, e dessa maneira interfere a capacidade ampla na resolução de problemas. (Asbahr, Labbadiq, & Castro, 2017; Friedberg & McClure, 2019).

      Além do modelo cognitivo de cada paciente ser compreendido, é necessário ter um entendimento mais específico nos pensamentos, crenças e o modo de funcionamento psíquico do paciente, essas questões são de suma importância para o tratamento. Segundo Beck (2013) se faz necessário à realização de uma conceituação de cada paciente, compreendendo seus padrões de comportamento e crenças. Com isso, o terapeuta responsável pelo tratamento precisará, juntamente com o paciente, procurar formas de modificar a sua cognição, alterando os pensamentos e principalmente seu sistema de crenças.

      Pacientes com transtorno alimentar bulímico tendem a pensar em termos extremos e incondicionais, chamado de (pensamento dicotômico). Assim, eles utilizam regras dietéticas rígidas que na maioria das vezes são inflexíveis, nas quais os mínimos desvios são percebidos como uma grande evidência de fracasso e autocontrole abaixo do esperado, podendo ser seguidos de abandono permanente ou temporário do domínio sobre a própria alimentação (Fairburn, 1991).   

      É normal que eles pensem: “Já que eu não estou completamente no controle, isso quer dizer que perdi todo o controle”. Em vez de ter uma percepção, que são as regras que estão distorcidas e não ele mesmo. No entanto é benéfico considerar outras situações em que demonstram bom domínio do controle, porém não é feito essa estratégia, atribuem as falhas de autocontrole a deficiências pessoais, desse modo reforçam a baixa autoestima (Fairburn et al., 1997).

      Essa armadura de crenças é mantida por diversas tendências disfuncionais de raciocínio, o que pode agravar à medida que os transtornos alimentares se desenvolvem, os pacientes podem desenvolver progressivamente isolamento, ficando isolados do convívio social (White & Freeman, 2003).

       Evidenciar-se também o famoso esquema cognitivo da “magreza”, que os pacientes em sua visão, acham que é fundamental para que todos os seus problemas sejam solucionados. As pessoas com o corpo magro seriam bem sucedidas já às gordas, mal sucedidas e infelizes. Envolvendo esta significação atribuída ao padrão de beleza (magreza) fica fácil compreender o sentimento de vergonha, humor deprimido e fracasso associados aos episódios compulsivos ou purgatórios. (Fairburn et al., 1997). Por esses motivos é de suma importância se ter um bom acompanhamento com o terapeuta, visando à melhoria do quadro alimentar.

      No decorrer do processo terapêutico, diante da avaliação feita pelo terapeuta, é possível compreender como o paciente está correlacionado com o problema e qual a sua percepção acerca disso. Beck (2013) ressalta que se faz necessário que o terapeuta faça a avaliação do paciente para só posteriormente ao resultado ele consiga entender o caso de forma adequada, explanando os problemas encontrados, seu funcionamento atual e sintomas apresentados. Desta forma, a avaliação ajudará o paciente a ter uma familiaridade com sua questão atual.

      A avaliação do paciente com BN é realizada de forma ampla. Segundo Duchesne e Freitas (2011) a avaliação necessitará abranger tanto aspectos clínicos quanto nutricionais (obtendo funções cardíacas, renal, desnutrição, equilíbrio do peso, desidratação) psiquiátricos (como autoagressão, risco de suicídio e/ou abusos de substâncias) e aspectos cognitivos. Todos esses aspectos examinados servem como uma base mais sólida, caso haja a necessidade de internação hospitalar.

      3.3 Estratégias da terapia cognitiva-comportamental no tratamento da bulimia nervosa.

        Atualmente, algumas estratégias que são sugeridas pela TCC para o tratamento dos TA’s têm como objetivo principal a diminuição da restrição alimentar, da compulsão alimentar, frequência das atividades físicas, episódios bulímicos, distúrbio da imagem corporal, peso e alimentação e o aumento gradativo da autoestima (Duchesne & Almeida, 2002).

        O processo dessas estratégias é desenvolvido em três etapas ao longo do tempo, vale ressaltar que cada etapa contém oito entrevistas que são realizadas duas vezes por semana. O objetivo principal é o compromisso do paciente com a terapia (Gilbert & Leahy, 2007). Outro objetivo dessa fase primária é o controle da ingestão. É indicado um planejamento alimentar fixo, o paciente aprenderá técnicas comportamentais, como conseguir evitar situações de estresse, contexto de hábito ou tentação, geralmente são precipitadores dos empanturramentos (Fairburn, 1991)

        Na segunda fase o foco é voltando para a reestruturação cognitiva, que equivale em procurar modificar as crenças irracionais, que são aquelas que mantêm e reforçam os padrões disfuncionais (Gilbert & Leahy, 2007). Segundo Fairburn (1991) para esses indivíduos as crenças e valores não são apenas sintomáticos, além disso, são essenciais para a manutenção deste transtorno, dessa forma modificá-los é essencial para a recuperação e evolução do paciente (Hercovici & Bay, 1997).

        Também é de suma importância que os pacientes compreendam a importância da interação entre seus pensamentos, disfunções de comportamento e sentimentos, devem entender que o peso não é um problema “real”, mas que existem outros problemas mais importantes que estão mantendo o transtorno alimentar (White & Freeman, 2003).  

        Por fim, a terceira e última etapa se preocupar em manter as conquistas realizadas nas fases anteriores, o foco principal é fazer um plano de prevenção de recaídas, através de preparação para o enfrentamento de situações estressantes que provocam os padrões disfuncionais (Hercovici & Bay, 1997). É importante complementar que além do seguimento adequado de um plano de tratamento, a TCC considera de suma importância a qualidade da relação terapêutica, ou seja, o vínculo entre o terapeuta e paciente. Já nos primeiros momentos da sessão é importante deixar claro para o paciente que há um interesse autêntico em ajudá-lo, que ele não será enganado e que os sintomas podem ser manejados. (Fairburn & Cooper, 1991).

        Katzow e Safran (2007) relatam que os terapeutas devem ser amigáveis e empáticos para que se possa ser estabelecido um bom vínculo com quem os procura. Entender os sentimentos do paciente em relação ao medo de ganhar peso é primordial nesse processo, aceitar suas crenças como genuínas para o doente é a melhor forma para um bom relacionamento (Fairburn, 1991). Ainda nessa questão, a TCC defende a importância de estabelecer uma relação colaborativa forte entre ambas as partes. 

        Por fim, se faz necessário, segundo Becalthuk e Hay (2004), que o psicoterapeuta oriente de forma coesa o paciente para a prevenção de possíveis recaídas, o paciente deve ser orientado e estar ciente de “altos e baixos” caso ocorra o paciente deve estar ciente em estratégias já estabelecidas em sessões para ter habilidades em lidar com essas situações futuras.

        É de grande importância apreciar essa abordagem psicoterápica, que tem como objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida para pacientes acometidos por vários transtornos, englobando a Bulimia nervosa (Oliveira; Bezerra; Guimarães 2018). A TCC se baseia em evidências e vem se destacando a cada dia por trazer várias formas de tratamento que trazem benefícios para os pacientes adoecidos, tendo uma melhora significativa e uma vida mais funcional.

        4. Considerações Finais

          O sofrimento estar sempre presente para os pacientes que possuem o transtorno da bulimia nervosa, muitos nem sabem da real condição que estão o diagnóstico por vezes ainda não foi estabelecido, tendo em mente que os atos cometidos por eles estão corretos em algumas de suas percepções, pois o sentimento de satisfação ao se sentirem bonitos é exorbitante, a principal motivação é o controle e a perda de peso rápido, voltado para o fisiológico. Quando ocorre o diagnóstico é de suma importância o entendimento do paciente acerca do transtorno, vale ressaltar que a psicoeducação nesse início ajudará ao indivíduo a conhecer e entender sobre esse processo psíquico que lhe traz tanto sofrimento. Após esse início é preciso traçar um tratamento que seja eficaz para o desenvolvimento do paciente, se deve ter a atenção redobrada para que não ocorram riscos no desenrolar do tratamento, caso não seja feita de maneira adequada a eficácia pode não ser alcançada, o que poderá gerar novos problemas para o paciente, tais como o medo de refazer o tratamento visto que não deu certo na primeira tentativa. Contudo nesse processo de tratamento a terapia cognitiva-comportamental abrange grandes realizações acerca dos transtornos alimentares, trazendo consigo resultados abrangentes e satisfatórios. 

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           1Graduanda em Psicologia pela Fametro. E-mail: anaclafreitas.2000@gmail.com;
          ² Especialista em Neuropsicologia pelo CEPSIC. E-mail: psisamreis@gmail.com