THE IMPORTANCE OF USE OF BOTULINUM TOXIN TYPE A IN PATIENTS WITH SPASTICITY ASSOCIATED WITH PHYSIOTHERAPEUTIC INTERVENTION: A LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8412158
Jarrara Gomes de Freitas
Maria Trindade Alencar da Silva
Aline Brito de Oliveira
Lorena Dandara Binda Fernandes
Orientador: Prof. Bruno Dias Duarte*
RESUMO
INTRODUÇÃO: JUNTO AO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL, ESTÃO ASSOCIADAS DIVERSAS CONSEQUÊNCIAS, COMO A ESPASTICIDADE, QUE CAUSA LIMITAÇÕES DIRETAMENTE NA QUALIDADE DE VIDA DO INDIVÍDUO, NA MOBILIDADE, ATÉ MESMO OCASIONANDO INCAPACIDADE. SENDO ASSIM, ESTE TRABALHO IRÁ APRESENTAR A IMPORTÂNCIA DE RELACIONAR O USO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A EM PACIENTES PÓS-AVC ASSOCIADA COM A FISIOTERAPIA. METODOLOGIA: TRATA-SE DE UMA REVISÃO DE LITERATURA, ONDE OS DADOS FORAM OBTIDOS NAS SEGUINTES PLATAFORMAS: GOOGLE ACADÊMICO; PUBMED; SCIELO TENDO COMO CRITÉRIO DE INCLUSÃO ARTIGOS PUBLICADOS NOS IDIOMAS DE INGLÊS E PORTUGUÊS, TENDO COMO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ARTIGOS ANTECEDENTES À 2013 E ARTIGOS CIENTÍFICOS NÃO DISPONÍVEIS NA INTEGRA E NAS BASES CITADAS ANTERIORMENTE. RESULTADOS: DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS APLICADOS, FOI DESCARTADO 1 ARTIGO POR ESTAR DUPLICADO, 2 ARTIGO POR POSSUIR DATA DE PUBLICAÇÃO ANTERIOR A 2013, 3 ARTIGOS QUE NÃO CONDIZIAM COM O TEMA ABORDADO E POR FIM, 2 ARTIGO QUE ESTAVA EM OUTRO IDIOMA, DIFERENTE DOS CRITÉRIOS. FORAM 11 ARTIGOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DESTA REVISÃO, ELES PERMITIRAM COMPREENDER DA MELHOR MANEIRA A IMPORTÂNCIA DO USO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A EM PACIENTES COM ESPÁSTICIDADE ASSOCIADA À INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A FISIOTERAPIA ISOLADA COMO SUA ASSOCIAÇÃO COM A TOXINA BOTULÍNICA TIPO A, MELHOROU A FUNÇÃO MOTORA DO INDIVÍDUO PÓS – ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL, SEM SUPERIORIDADE ENTRE AS TÉCNICAS. ENTRETANTO, A TOXINA BOTULÍNICA TIPO A ASSOCIADA COM A FISIOTERAPIA FOI MAIOR NO CONTROLE DO TÔNICO MUSCULAR, SUGERINDO QUE A MELHORA FUNCIONAL NÃO DEPENDE APENAS DA DIMINUIÇÃO DOS TÔNUS MUSCULARES.
PALAVRAS-CHAVES: (TOXINA BOTULÍNICA, AVC, ESPASTICIDADE)
ABSTRACT
INTRODUCTION: ALONG WITH A STROKE, SEVERAL CONSEQUENCES ARE ASSOCIATED, SUCH AS SPASTICITY, WHICH DIRECTLY CAUSES LIMITATIONS IN THE INDIVIDUAL’S QUALITY OF LIFE, MOBILITY, AND EVEN CAUSES DISABILITY. THEREFORE, THIS WORK WILL PRESENT THE IMPORTANCE OF RELATING THE USE OF BOTULINUM TOXIN TYPE A IN POST-STROKE PATIENTS ASSOCIATED WITH PHYSIOTHERAPY. METHODOLOGY: THIS IS A LITERATURE REVIEW, WHERE DATA WAS OBTAINED FROM THE FOLLOWING PLATFORMS: GOOGLE SCHOLAR; PUBMED; SCIELO HAVING AS INCLUSION CRITERIA ARTICLES PUBLISHED IN THE LANGUAGES OF ENGLISH AND PORTUGUESE, HAVING AS EXCLUSION CRITERIA ARTICLES PRIOR TO 2013 AND SCIENTIFIC ARTICLES NOT AVAILABLE IN FULL AND IN THE DATABASES MENTIONED ABOVE. RESULTS: ACCORDING TO THE CRITERIA APPLIED, 1 ARTICLE WAS DISCARDED FOR BEING DUPLICATED, 2 ARTICLES FOR HAVING A PUBLICATION DATE PRIOR TO 2013, 3 ARTICLES THAT DID NOT MATCH THE TOPIC COVERED AND FINALLY, 2 ARTICLES THAT WERE IN ANOTHER LANGUAGE, DIFFERENT OF THE CRITERIA. THERE WERE 11 ARTICLES USED IN THE PRODUCTION OF THIS REVIEW, THEY ALLOWED US TO BETTER UNDERSTAND THE IMPORTANCE OF USING BOTULINUM TOXIN TYPE A IN PATIENTS WITH SPASTICITY ASSOCIATED WITH PHYSIOTHERAPY INTERVENTION. FINAL CONSIDERATIONS: PHYSIOTHERAPY ALONE, AS WELL AS ITS ASSOCIATION WITH BOTULINUM TOXIN TYPE A, IMPROVED THE MOTOR FUNCTION OF THE INDIVIDUAL AFTER A STROKE, WITHOUT SUPERIORITY BETWEEN THE TECHNIQUES. HOWEVER, BOTULINUM TOXIN TYPE A ASSOCIATED WITH PHYSIOTHERAPY WAS GREATER IN CONTROLLING MUSCLE TONE, SUGGESTING THAT FUNCTIONAL IMPROVEMENT DOES NOT DEPEND SOLELY ON THE DECREASE IN MUSCLE TONE.
KEYWORDS: (BOTULINUM TOXIN, CVA, SPASTICITY)
1. INTRODUÇÃO
O acidente vascular cerebral é definido como uma explosão neurológica abrupta causada pela perfusão prejudicada através dos vasos sanguíneos até o cérebro. É importante compreender a anatomia neurovascular para estudar a manifestação clínica do acidente vascular cerebral. O fluxo sanguíneo para o cérebro é controlado por duas carótidas internas anteriormente e duas artérias vertebrais posteriormente (o círculo de Willis). O acidente vascular cerebral isquêmico é causado por fornecimento deficiente de sangue e oxigênio ao cérebro; O acidente vascular cerebral hemorrágico é causado por sangramento ou vazamento de vasos sanguíneos (kuriakose d, xiao z, 2010)
Os indivíduos sobreviventes de AVC apresentam frequentemente um ou mais déficits, sendo eles motores ou cognitivos, e requerem atendimentos regulares em serviços e programas de reabilitação física voltados para a minimização de seus déficits. Os déficits da função motora após o AVC geralmente incluem perda parcial ou total da função dos membros superiores ou inferiores de um determinado lado, com fraqueza muscular associada, baixa resistência, falta de controle muscular e até paralisia (pugliese m, ramsay t, et al.,2019)
A espasticidade é caracterizada por um aumento na velocidade de movimento do reflexo de estiramento tônico dependente e a espasticidade pós-AVC está frequentemente associada ao mau desempenho funcional devido a padrões posturais anormais, levando a retrações, atrofia, perda seletiva de controle do movimento, fraqueza dos membros, fibrose e contrações estruturadas (bhimani r, anderson l, 2014)
A espasticidade pós-AVC pode desenvolver-se já 1 semana após o AVC e estima-se que ocorra em até metade dos sobreviventes de AVC. Os preditores mais frequentes de espasticidade incluem fraqueza e redução do controlo motor ( allison r, 2015; michelle kaku, davi m simpson.,2016 )
No entanto, a atenção imediata e a ação sobre o que é conhecido – a importância de controlar o consumo de tabaco, reduzir a ingestão de sódio, controlar a pressão arterial e promover uma dieta saudável e actividade física – contribuirão para conter a crescente epidemia de AVC nos próximos anos. (ozcakir s, sivrioglu k, 2007 apud pimentel lh, alencar fj et al.,2014)
Evidências recentes sugerem que iniciar o tratamento com toxina botulínica tipo A 6 a 12 semanas após um acidente vascular cerebral pode proporcionar uma redução permanente da hiperatividade muscular (lindsay c, ispoglou s et al., 2021)
Os fisioterapeutas mobilizam o tronco do paciente para reduzir a espasticidade e obter melhor estabilidade proximal/central, o que, por sua vez, estimula um movimento mais normal das extremidades. A reabilitação de habilidades motoras grossas, como rolar, deitar-se para sentar e sentar para ficar em pé, costuma ser o precursor de ficar em pé e andar (staines wr, mclloy we et al., 2019)
O AVC (incluindo fenótipos isquêmicos e hemorrágicos) continua sendo a segunda principal causa de morte em todo o mundo e a terceira principal causa de morte e incapacidade, segundo a (global burden of disease, 2021).
Junto ao acidente vascular cerebral, estão associadas diversas consequências, como a espasticidade, que causa limitações diretamente na qualidade de vida do indivíduo, na mobilidade, até mesmo ocasionando incapacidade. Sendo assim, este trabalho irá apresentar a importância de relacionar o uso da Toxina Botulínica Tipo A em pacientes pós-AVC associada com a fisioterapia, por intermédio de uma revisão sistemática.
O nosso fator determinador para realizar esse artigo foi reconhecer que a Toxina Botulínica Tipo A além de segura, eficaz e benéfica, é capaz de proporcionar uma melhor intervenção fisioterapêutica.
A pretensão com este artigo é que possamos cooperar com as subsequentes análises sobre esse tema e propiciar novas possibilidades de tratamentos adequados com uso da Toxina Botulínica Tipo A.
O objetivo da terapia após o AVC é melhorar a força, o equilíbrio, a coordenação, a propriocepção, a resistência e a flexibilidade, bem como promover a saúde geral e o condicionamento físico (teasell r, foley n et al., 2018)
Avaliar a eficácia e o potencial do uso da toxina botulínica tipo A no tratamento da espasticidade pós AVC na fase crônica.
Analisar o uso de toxina botulínica tipo A associado a exercícios fisioterapêuticos para a melhoria dos pacientes espásticos.
2. DESENVOLVIMENTO
Os termos utilizados nas bases de dados foram: Acidente Vascular Cerebral (AVC), Espasticidade Muscular, Tóxica Botulínica Tipo A e Fisioterapia.
Os critérios utilizados para inclusão dos artigos foram: Artigos no idioma inglês e português, artigos originais do tipo ensaio clínico e randomizado e Revisão Sistemática.
Foram excluídos artigos que não estavam disponíveis na íntegra, artigos que não mostraram
Eficácia do A importância do Uso da Toxina Botulínica Tipo A em Pacientes com Espasticidade associada à Intervenção Fisioterapêutica.
Para proceder à pesquisa, primeiramente foram identificadas as palavras chaves, sendo Colocadas nas bases de dados e em seguidas foram aplicados os critérios de inclusão é e exclusão. Os artigos foram filtrados, lidos, analisados e selecionados, apenas os que atendiam a todos os critérios.
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
À dimensão que as populações envelhecem e os países de baixo e médio rendimento cruzam pela transição epidemiológica de doenças infecciosas para doenças não transmissíveis como causa predominante de morbilidade, juntamente com o aumento concomitante dos fatores de risco modificáveis, prevê – se que o peso do Acidente Vascular Cerebral eleve ainda mais até que sejam estabelecidas estratégias eficazes de prevenção de forma mais ampla (Yan LL, Li C, Chen J 2017)
A espasticidade é uma complicação frequente de doenças e lesões do sistema nervoso central. A dominância está em cerca de 40% em pacientes com primeiro acidente vascular cerebral (Zeng H, Chen J, Guo Y et al. 2021).
A administração de toxina botulínica tipo A eficaz e segura para a redução do grau de espasticidade, redução do tônus muscular. O uso da toxina botulínica produz o aumento da amplitude de movimento, melhora na extensão da área afetada, melhora significativa na vida familiar e social do paciente. O tratamento com toxina botulínica tipo A deve ser personalizado de acordo com cada paciente. Além disso, o efeito e a duração do tratamento dependem da capacidade de fornecer toxina ao músculo alvo (Michele kakud, David Simpson 2016).
De acordo com a tabela a seguir, as revisões literárias apresentaram os efeitos da administração de toxina botulínica tipo A associada a intervenção fisioterapêutica.
Logo, os artigos (total 19) que foram lidos, somente (11) são de fato convenientes ao tema em estudo. Portanto os primeiros artigos ressaltados na tabela são a respeito da análise sobre o acidente vascular cerebral, os tipos de Acidente vascular cerebral, as sequelas e o recurso terapêutico com toxina botulínica tipo A associado a intervenção fisioterapêutica.
Autor/ano | Tipo de estudo | Objetivo do Estudo | Resultados |
LINDSAY C, ISPOGLOU S et al., 2021 | Estudo Randomizado | O objetivo deste estudo foi explorar se a prevenção do posicionamento fixo associado à espasticidade (usando tratamento adicional com toxina botulínica) poderia reduzir tanto as contraturas quanto a taxa em que as contraturas foram formadas | A BoNTA reduziu a espasticidade e as contraturas após o acidente vascular cerebral e os efeitos duraram aproximadamente 12 semanas. O BoNTA reduziu a necessidade de tratamento concomitante de contratura e não interferiu na recuperação da função do braço |
Zeng H, Chen J, Guo Y et al. 2021 | Revisão Sistemática é Metaanálise | Esta revisão sistemática e meta-análise foram conduzidas para determinar a prevalência e os fatores de risco para Espasticidade pós AVC (PSS | Mil quatrocentos e sessenta e sete estudos foram recuperados e 23 estiveram envolvidos na meta-análise. A prevalência agrupada de espasticidade após o acidente vascular cerebral foi de 25,3% e a após o primeiro acidente vascular cerebral foi de 26,7%. A incidência de espasticidade após o primeiro acidente vascular cerebral com paresia foi de 39,5%. A prevalência de espasticidade incapacitante ou grave (MAS ≥ 3) em pacientes com acidente vascular cerebral com paresia foi de 9,4% (IC 95% 0,056-0,133), e a espasticidade grave foi de 10,3% (IC 95% 0,058-0,149). Parêsia moderada a grave (OR = 6,573, IC 95% 2.579-16.755, I 2 = 0,0%), acidente vascular cerebral hemorrágico (OR = 1.879, IC 95% 1.418-2.490, I 2 = 27,3%) e distúrbio sensorial foram fatores de risco para PSS |
Kuriakose d, Xiao z, 2021 | Revisão bibliográfica | Nesta revisão, nos concentramos na fisiopatologia do acidente vascular cerebral, grandes avanços na identificação de alvos terapêuticos e tendências recentes na pesquisa de acidente vascular cerebral | O acidente vascular cerebral é a segunda principal causa de morte e contribuinte para a incapacidade em todo o mundo e tem custos econômicos significativos. Assim, intervenções terapêuticas mais eficazes e melhor gerenciamento pós-AVC são prioridades globais de saúde. Os últimos 25 anos de pesquisa de AVC trouxeram progressos consideráveis em relação a modelos experimentais em animais, drogas terapêuticas, ensaios clínicos e estudos de reabilitação pós-AVC, mas grandes lacunas de conhecimento sobre o tratamento de AVC permanecem |
(PUGLIESE M, RAMSAY T, et al., 2019) | Artigo de Pesquisa | O objetivo do estudo foi demonstrar a viabilidade do RecoverNow, uma plataforma de recuperação de AVC baseada em comprimidos destinada a fornecer terapia fonoaudiológica e cognitiva T | Recrutamos com sucesso 30 dos 62 pacientes elegíveis em 15 semanas (48% de taxa de recrutamento). Os participantes não aderiram à terapia à base de comprimidos dentro e fora dos cuidados agudos, usando o RecoverNow por uma mediana de 12 minutos por dia. A retenção foi alta, com 23 dos 30 pacientes participando de entrevistas de acompanhamento (77% de taxa de retenção) e todas, com apenas 3, das 23 entrevistas (87%) foram concluídas com sucesso. Apenas 2 grandes desvios de protocolo ocorreram: uma falha de inscrição e uma violação de protocolo de terapia. As barreiras aos cuidados baseados em tablets foram frequentemente encontradas pelos participantes do estudo, com muitos expressando que os aplicativos atribuídos eram muito fáceis ou muito difíceis |
(TEASELL R, FOLEY N et al., 2018). | Revisões Sistemáticas e Metaanalises | Avaliar a eficácia da reabilitação do AVC | Com base em meta-análises combinadas. O tratamento especializado do AVC pode melhorar vários resultados, incluindo mortalidade, dependência, necessidade de institucionalização e tempo de internação hospitalar. Há evidências de Nível 1a de que, em geral, os cuidados especializados de AVC estão associados a reduções nas probabilidades de mortalidade, combinação de morte/ dependência, institucionalização, e tempo de permanência. |
Lijing L Yan, Chaoyun Li, et al.,2017 | Revisão Sistemática | O capítulo descreve a prevenção primária, o tratamento e o manejo do acidente vascular cerebral durante a fase aguda, bem como a prevenção e reabilitação secundárias, com foco em estratégias econômicas em LMICs, onde tais evidências existem. O capítulo conclui com recomendações para formuladores de políticas e futuras direções de pesquisa. | Este capítulo – o primeiro sobre acidente vascular cerebral na história das publicações de Prioridades de Controle de Doenças – apresenta evidências sobre a carga de doença do acidente vascular cerebral, descrevendo a epidemiologia, a incapacidade e os encargos socioeconômicos, e depois discute fatores de risco modificáveis e outros fatores de risco para acidente vascular cerebral |
Michelle kaku, Davi M Simpson.,2016 | Revisão de Literatura | O objetivo desta revisão é destacar a BoNT e seu potencial no tratamento da espasticidade pós-AVC em membros superiores e inferiores. Revisamos as evidências da eficácia das formulações de BoNT tipo A e B e abordamos considerações sobre a técnica ideal de injeção, a satisfação do paciente e do cuidador e os potenciais efeitos adversos da BoNT | A toxina botulínica (BoNT) provou ser segura e eficaz no tratamento da espasticidade focal pós-AVC. O objetivo desta revisão é destacar o BoNT e seu potencial no tratamento da espasticidade pós-acidente vascular cerebral dos membros superiores e inferiores |
ALLISON R, et al.,2015 | Revisão Sistemática | Identificar potenciais preditores que poderiam ser usados em ambientes clínicos de rotina nos estágios iniciais do atendimento pós-AVC para identificar aqueles com maior risco de dificuldade em cuidar do braço ou dessas deficiências relacionadas | Trinta e nove artigos relatando 34 estudos foram incluídos. Nenhum estudo mediu formalmente a dificuldade de cuidar do braço, mas as deficiências relacionadas eram comuns. A incidência de espasticidade naqueles com fraqueza variava de 33% a 78%, a dor no ombro afetou 22% a 90% e a contratura estava presente em pelo menos 50%. A espasticidade e a dor aparecem dentro de 1 semana após o acidente vascular cerebral e contratura dentro de duas semanas. As deficiências continuaram a se desenvolver ao longo de pelo menos 3 a 6 meses. Os preditores mais frequentes de espasticidade e contratura foram fraqueza e redução do controle motor, e o risco de dor é mais comumente previsto pela redução da sensação, subluxação do ombro, fraqueza e gravidade do acidente vascular cerebral |
BHIMANI R, ANDERSON L, 2014. | Artigo de Pesquisa | O objetivo deste artigo é entender o efeito da espasticidade na vida diária e identificar estratégias de cabeceira que melhoram a função do paciente e melhoram o conforto | Experiências de espasticidade foram incorporadas ao ritmo circadiano. As experiências de espasticidade não eram limitadas pelos dias ou horas. Em vez disso, as melhores pistas para entender a espasticidade podem ser entendidas através dos ritmos dos relógios biológicos e das atividades diárias dos hábitos de vida com base na rotina institucional durante a reabilitação aguda. De relance, a espasticidade pode parecer não ser confiável e imprevisível; no entanto, um olhar mais atento revela que as experiências de espasticidade parecem estar ligadas às atividades do ritmo diário, à medida que esses participantes se tornam conscientes de como certas coisas afetam seus sintomas de espasticidade. |
PIMENTEL LH, ALENCAR FJ et al.,2014) | Artigo Científico | O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da toxina botulínica tipo A (BTX-A) no pé espástico em pacientes com acidente vascular cerebral em um programa de reabilitação | O grupo de dose mais alta apresentou melhora significativa na espasticidade, e ambos os grupos apresentaram melhora no tempo de caminhada de 10 metros e na MIFm, sem diferenças significativas entre eles |
O estudo feito por lindsay c (2021), relatou que a espasticidade pode ser identificada logo após o acidente vascular cerebral, durante as semanas de tratamento com Toxina Botulínica tipo A levou a redução esperada da espasticidade, a taxa de formação de contraturas e o tratamento adicional com talas, os efeitos foram consistentes com a atuação do fármaco no organismo.
Zeng h, chen j, guo y et al. 2021 A espasticidade após um um acidente vascular cerebral moderado a grave tende a se estabilizar dentro de 30 a 90 dias após o acidente vascular cerebral, com piores sequelas a longo prazo, e esses pacientes precisam de atenção ativa e intervenção. Pacientes com espasticidade incapacitante devem ser diferenciados daqueles com espasticidade leve. Mesmo o tratamento de uma incapacidade menor pode ter benefícios econômicos semelhantes ao tratamento de uma incapacidade mais grave .A prevalências de espasticidade incapacidade continuo a aumentar dentro de 12 meses. O papel do acidente vascular cerebral hemorrágico na predição da ssp ainda precisa ser mais explorado.A espasticidade incapacitante requer estudos de seguimento mais longos ,sendo necessário a identificação e intervenção precoces devido ao comprometimento da função.
Contudo, pugliese (2019) esclarece que a reabilitação especializada melhora na recuperação principalmente se for realizada logo após o acidente vascular cerebral. O RecoverNow, uma plataforma de recuperação de AVC baseada em tablet destinada a fornecer terapia cognitiva e de fala. A plataforma terapêutica baseada em comprimidos e o seu conteúdo terapêutico devem ser cuidadosamente adaptados aos défices dos sobreviventes de AVC para minimizar as barreiras aos cuidados e maximizar a adesão à terapia. O contacto regular com os pacientes através de um método simples e conveniente é importante para promover um envolvimento terapêutico consistente, abordando as barreiras ao tratamento.
Todavia, staines (2019) promoveu em seu estudo que os pacientes que realizaram fisioterapia por um curto período de tempo, recuperaram algum movimento da perna e/ou do braço e conseguiram realizar algumas tarefas simples, os 12 pacientes que receberam alta hospitalar e não realizaram fisioterapia relataram os impactos negativos como perda de movimento, enrijecimento muscular e outros. Concluindo que a falta de acesso a fisioterapia contínua a longo prazo pode ter um grande impacto na saúde das pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral, afetando sua vida profissional emocional e social.
De acordo com Teasell (2019), a reabilitação pós acidente vascular cerebral é realizada por uma equipe e multiprofissional e são inevitavelmente encontrados em centro de reabilitação ou cuidado de hospitais intensivos. Concluindo que, pacientes que tiveram esse tipo de atendimento e atenção obtiveram maiores ganhos nas atividades da vida diária até a alta e tiveram menor chance de estar em casa de repouso durante o acompanhamento.
Lijing l yan (2017), diz que nas últimas duas décadas as taxas de incidência, prevalência e mortalidade de acidente vascular cerebral baixaram na maioria dos países de renda alta, mas aumentaram nos países de média e baixa renda, enfatiza que globalmente o acidente vascular cerebral foi a segunda principal causa de morte, no entanto, dar a atenção imediata e ação sobre a importância de controlar a pressão arterial, diminuir a ingestão de sódio, proporcionar uma alimentação saudável e atividade física, colaborarão para reduzir a crescente epidemia do acidente vascular cerebral nos próximos anos.
Michelle (2016) por sua vez, enfatizou que o uso da toxina botulínica mostrou ser eficaz na diminuição do tônus muscular na espasticidade pós – avc dos membros inferiores e superiores, entretanto os estudos que avaliaram tanto as melhorias na função ativa como redução da dor não tiveram uma resposta robusta. Conclui que com o crescimento do uso de outras formulações espera-se adquirir mais informações sobre segurança, dosagem, eficácia e usos potenciais para os músculos específicos.
Allison r, et al.,2015 Mais estudos são necessárias para identificar a dificuldade de cuidar do braço e a relação com deficiências associadas para permitir que pesquisadores e clínicos desenvolvam intervenções direcionadas .não há evidencias publicadas sobre a previsão da probabilidade de dificuldade para cuidar do braço após o acidente vascular cerebral ,portanto os comprometimentos relacionados de espasticidade,dor e espasticidade são comuns.Uma boa parte de sobrevivermos de acidente vascular cerebral não o resgatara o uso de seu braço afetado. Maior parte experimentara dor,rigidez e dificuldades com AVDS.
Bhimani r, anderson l, (2014) Como o aumento do clonus e da atividade da espasticidade pode provocar pelo simples toque, os pacientes sentiram-se impossibilitados e apreensivos . Alguns deles do estudo relatam medo de que suas circunstâncias pudessem causar uma lesão em seus cuidadores durante as AVD. impacto no funcionamento, consequências dos sintomas e opções de tratamento. Os objetivos da reabilitação são melhorar a função, o conforto e as AVDs, diminuir a sobrecarga do cuidador e prevenir úlceras por pressão.
Os resultados de pimentel lh (2014) mostraram que a melhora da velocidade de marcha e da independência funcional não foram correlacionadas com a dose de TXB A na amostra em analises. Entretanto os achados dizem que os ganhos na velocidade da marcha e independência funcional não foram correlacionada com a dose de TB TIPO A . A melhora do padrão de marcha tende a ser supervisionada no aumento do desempenho de AVDs. Neste relato , o tempo para caminhar 10 metros associou-se à função motora escore de independência em todas as fases.
O presente estudo aponta que O acidente vascular cerebral (AVC) é a segundo maior motivo de morte e evolui para a incapacidade em todo o mundo. tem custos econômicos significativos. Assim, as intervenções terapêuticas mais eficaz e melhor manejo pós-AVC são prioridades de saúde. kuriakose d, xiao z (2010).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme os estudos utilizados nesta revisão, evidenciamos que a aplicação de toxina botulínica tipo A associada a intervenção fisioterapêutica no tratamento em pacientes que apresentam sequelas, como a espasticidade decorrente do pós – avc, há evidencias que sugerem iniciar o tratamento de 6 a 12 semanas após o acidente vascular cerebral e que os efeitos apesar de temporários podem proporcionar uma diminuição do quadro álgico e a neutralização muscular, podendo haver a necessidade de refazer a administração, a intervenção fisioterapêutica com métodos específicos para reabilitar o paciente, oferece a possibilidade de manter uma boa qualidade de vida mesmo com as limitações de cada paciente. A fisioterapia isolada como sua associação com a toxina botulínica tipo A, melhorou a função motora do indivíduo pós – acidente vascular cerebral, sem superioridade entre as técnicas. Entretanto, a toxina botulínica tipo A associada com a fisioterapia foi maior no controle do tônico muscular, sugerindo que a melhora funcional não depende apenas da diminuição dos tônus musculares.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Kuriakose D, Xiao Z. Pathophysiology and Treatment of Stroke: Present Status and Future Perspectives. Int J Mol Sci. 2020 Oct 15;21(20):7609. doi:10.3390/ijms21207609. PMID: 33076218; PMCID: PMC7589849.
2. Pugliese M, Ramsay T, Shamloul R, Mallet K, Zakutney L, Corbett D, et al. RecoverNow: A mobile tablet-based therapy platform for early stroke rehabilitation. PLoS One. 2019;14(1):e0210725. DOI
3. Bhimani R, Anderson L. Clínical Understanding of Spasticity: Implications for Practice. Rehabil Res Pract 2014;2014:1-10. [PMC free article] [PubMed] [Google Scholar]
4. Kaku M, Simpson DM. Spotlight on botulinum toxin and its potential in the treatment of stroke-related spasticity. Drug Des Devel Ther. 2016 Mar 8;10:1085-99. doi: 10.2147/DDDT.S80804. PMID: 27022247; PMCID: PMC4789850.
5. Allison R, Shenton L, Bamforth K, Kilbride C, Richards D. Incidence, Time Course and Predictors of Impairments Relating to Caring for the Profoundly Affected arm After Stroke: A Systematic Review. Physiother Res Int. 2016 Dec;21(4):210-227. doi: 10.1002/pri.1634. Epub 2015 May 25. PMID: 26015292; PMCID: PMC5157782
6. Pimentel LH, Alencar FJ, Rodrigues LR, Sousa FC, Teles JB. Effects of botulinum toxin type A for spastic foot in post-stroke patients enrolled in a rehabilitation program. Arq Neuropsiquiatr. 2014 Jan;72(1):28-32. doi:10.1590/0004282X20130189. PMID: 24637979.
7. Lindsay C, Ispoglou S, Helliwell B et al. Can the early use of botulinum toxin in post stroke spasticity reduce contracture development? A randomised controlled trial. Clin Rehabil 2021; 35: 399–409. [PubMed][CrossRef]
8. Staines WR, McIlroy WE, Brooks D. Functional impairment following stroke: implications for rehabilitation. Curr Iss Cardiac Rehabil Prevent. 2019:5–8.
9. Teasell R, Foley N, Hussein N, Cotoi A. The efficacy of stroke rehabilitation. Evidence-based review of stroke rehabilitation. London (ON): Heart and Stroke Foundation; 2018. p. 41.
10. Yan LL, Li C, Chen J. Stroke. In: Prabhakaran D, Anand S, Gaziano TA, editors. Cardiovascular, respiratory, and related disorders. 3rd edn. The International Bank for Reconstruction and Development/The World Bank; Washington, DC: 2017. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK525145/ [Google Scholar]
11. Zeng H, Chen J, Guo Y et al. Prevalence and Risk Factors for Spasticity After Stroke: A Systematic Review and Meta-Analysis. Front Neurol 2021; 11: 616097. [PubMed][CrossRef]
*Especialista Neurofuncional Docente do Centro Universitário do Norte.