A IMPORTÂNCIA DO USO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A EM PACIENTES COM ESPASTICIDADE ASSOCIADA À INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA 

THE IMPORTANCE OF USE OF BOTULINUM TOXIN TYPE A IN PATIENTS  WITH SPASTICITY ASSOCIATED WITH PHYSIOTHERAPEUTIC  INTERVENTION: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8412158


Jarrara Gomes de Freitas 
Maria Trindade Alencar da Silva 
Aline Brito de Oliveira 
Lorena Dandara Binda Fernandes
Orientador: Prof. Bruno Dias Duarte*


RESUMO 

INTRODUÇÃO: JUNTO AO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL, ESTÃO  ASSOCIADAS DIVERSAS CONSEQUÊNCIAS, COMO A ESPASTICIDADE, QUE  CAUSA LIMITAÇÕES DIRETAMENTE NA QUALIDADE DE VIDA DO INDIVÍDUO, NA  MOBILIDADE, ATÉ MESMO OCASIONANDO INCAPACIDADE. SENDO ASSIM,  ESTE TRABALHO IRÁ APRESENTAR A IMPORTÂNCIA DE RELACIONAR O USO  DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A EM PACIENTES PÓS-AVC ASSOCIADA COM A  FISIOTERAPIA. METODOLOGIA: TRATA-SE DE UMA REVISÃO DE LITERATURA,  ONDE OS DADOS FORAM OBTIDOS NAS SEGUINTES PLATAFORMAS: GOOGLE  ACADÊMICO; PUBMED; SCIELO TENDO COMO CRITÉRIO DE INCLUSÃO  ARTIGOS PUBLICADOS NOS IDIOMAS DE INGLÊS E PORTUGUÊS, TENDO  COMO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ARTIGOS ANTECEDENTES À 2013 E  ARTIGOS CIENTÍFICOS NÃO DISPONÍVEIS NA INTEGRA E NAS BASES CITADAS  ANTERIORMENTE. RESULTADOS: DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS  APLICADOS, FOI DESCARTADO 1 ARTIGO POR ESTAR DUPLICADO, 2 ARTIGO  POR POSSUIR DATA DE PUBLICAÇÃO ANTERIOR A 2013, 3 ARTIGOS QUE NÃO  CONDIZIAM COM O TEMA ABORDADO E POR FIM, 2 ARTIGO QUE ESTAVA EM  OUTRO IDIOMA, DIFERENTE DOS CRITÉRIOS. FORAM 11 ARTIGOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DESTA REVISÃO, ELES PERMITIRAM COMPREENDER DA  MELHOR MANEIRA A IMPORTÂNCIA DO USO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A  EM PACIENTES COM ESPÁSTICIDADE ASSOCIADA À INTERVENÇÃO  FISIOTERAPÊUTICA. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A FISIOTERAPIA ISOLADA  COMO SUA ASSOCIAÇÃO COM A TOXINA BOTULÍNICA TIPO A, MELHOROU A  FUNÇÃO MOTORA DO INDIVÍDUO PÓS – ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL,  SEM SUPERIORIDADE ENTRE AS TÉCNICAS. ENTRETANTO, A TOXINA  BOTULÍNICA TIPO A ASSOCIADA COM A FISIOTERAPIA FOI MAIOR NO  CONTROLE DO TÔNICO MUSCULAR, SUGERINDO QUE A MELHORA  FUNCIONAL NÃO DEPENDE APENAS DA DIMINUIÇÃO DOS TÔNUS  MUSCULARES. 

PALAVRAS-CHAVES: (TOXINA BOTULÍNICA, AVC, ESPASTICIDADE) 

ABSTRACT 

INTRODUCTION: ALONG WITH A STROKE, SEVERAL CONSEQUENCES ARE  ASSOCIATED, SUCH AS SPASTICITY, WHICH DIRECTLY CAUSES LIMITATIONS IN  THE INDIVIDUAL’S QUALITY OF LIFE, MOBILITY, AND EVEN CAUSES  DISABILITY. THEREFORE, THIS WORK WILL PRESENT THE IMPORTANCE OF  RELATING THE USE OF BOTULINUM TOXIN TYPE A IN POST-STROKE PATIENTS  ASSOCIATED WITH PHYSIOTHERAPY. METHODOLOGY: THIS IS A LITERATURE  REVIEW, WHERE DATA WAS OBTAINED FROM THE FOLLOWING PLATFORMS:  GOOGLE SCHOLAR; PUBMED; SCIELO HAVING AS INCLUSION CRITERIA  ARTICLES PUBLISHED IN THE LANGUAGES OF ENGLISH AND PORTUGUESE,  HAVING AS EXCLUSION CRITERIA ARTICLES PRIOR TO 2013 AND SCIENTIFIC  ARTICLES NOT AVAILABLE IN FULL AND IN THE DATABASES MENTIONED  ABOVE. RESULTS: ACCORDING TO THE CRITERIA APPLIED, 1 ARTICLE WAS  DISCARDED FOR BEING DUPLICATED, 2 ARTICLES FOR HAVING A PUBLICATION  DATE PRIOR TO 2013, 3 ARTICLES THAT DID NOT MATCH THE TOPIC COVERED  AND FINALLY, 2 ARTICLES THAT WERE IN ANOTHER LANGUAGE, DIFFERENT OF  THE CRITERIA. THERE WERE 11 ARTICLES USED IN THE PRODUCTION OF THIS REVIEW, THEY ALLOWED US TO BETTER UNDERSTAND THE IMPORTANCE OF USING BOTULINUM TOXIN TYPE A IN PATIENTS WITH SPASTICITY ASSOCIATED  WITH PHYSIOTHERAPY INTERVENTION. FINAL CONSIDERATIONS:  PHYSIOTHERAPY ALONE, AS WELL AS ITS ASSOCIATION WITH BOTULINUM  TOXIN TYPE A, IMPROVED THE MOTOR FUNCTION OF THE INDIVIDUAL AFTER  A STROKE, WITHOUT SUPERIORITY BETWEEN THE TECHNIQUES. HOWEVER,  BOTULINUM TOXIN TYPE A ASSOCIATED WITH PHYSIOTHERAPY WAS GREATER  IN CONTROLLING MUSCLE TONE, SUGGESTING THAT FUNCTIONAL  IMPROVEMENT DOES NOT DEPEND SOLELY ON THE DECREASE IN MUSCLE  TONE. 

KEYWORDS: (BOTULINUM TOXIN, CVA, SPASTICITY) 

1. INTRODUÇÃO  

O acidente vascular cerebral é definido como uma explosão neurológica abrupta  causada pela perfusão prejudicada através dos vasos sanguíneos até o cérebro. É  importante compreender a anatomia neurovascular para estudar a manifestação  clínica do acidente vascular cerebral. O fluxo sanguíneo para o cérebro é controlado  por duas carótidas internas anteriormente e duas artérias vertebrais posteriormente (o  círculo de Willis). O acidente vascular cerebral isquêmico é causado por fornecimento  deficiente de sangue e oxigênio ao cérebro; O acidente vascular cerebral hemorrágico  é causado por sangramento ou vazamento de vasos sanguíneos (kuriakose d, xiao z,  2010) 

Os indivíduos sobreviventes de AVC apresentam frequentemente um ou mais déficits,  sendo eles motores ou cognitivos, e requerem atendimentos regulares em serviços e  programas de reabilitação física voltados para a minimização de seus déficits. Os  déficits da função motora após o AVC geralmente incluem perda parcial ou total da  função dos membros superiores ou inferiores de um determinado lado, com fraqueza  muscular associada, baixa resistência, falta de controle muscular e até paralisia (pugliese m, ramsay t, et al.,2019)

A espasticidade é caracterizada por um aumento na velocidade de movimento do  reflexo de estiramento tônico dependente e a espasticidade pós-AVC está  frequentemente associada ao mau desempenho funcional devido a padrões posturais  anormais, levando a retrações, atrofia, perda seletiva de controle do movimento,  fraqueza dos membros, fibrose e contrações estruturadas (bhimani r, anderson l,  2014) 

A espasticidade pós-AVC pode desenvolver-se já 1 semana após o AVC e estima-se que ocorra em até metade dos sobreviventes de AVC. Os preditores mais frequentes  de espasticidade incluem fraqueza e redução do controlo motor ( allison r, 2015; michelle kaku, davi m simpson.,2016 ) 

No entanto, a atenção imediata e a ação sobre o que é conhecido – a importância de  controlar o consumo de tabaco, reduzir a ingestão de sódio, controlar a pressão  arterial e promover uma dieta saudável e actividade física – contribuirão para conter a  crescente epidemia de AVC nos próximos anos. (ozcakir s, sivrioglu k, 2007 apud  pimentel lh, alencar fj et al.,2014) 

Evidências recentes sugerem que iniciar o tratamento com toxina botulínica tipo A 6 a  12 semanas após um acidente vascular cerebral pode proporcionar uma redução  permanente da hiperatividade muscular (lindsay c, ispoglou s et al., 2021) 

Os fisioterapeutas mobilizam o tronco do paciente para reduzir a espasticidade e obter  melhor estabilidade proximal/central, o que, por sua vez, estimula um movimento mais  normal das extremidades. A reabilitação de habilidades motoras grossas, como rolar,  deitar-se para sentar e sentar para ficar em pé, costuma ser o precursor de ficar em  pé e andar (staines wr, mclloy we et al., 2019) 

O AVC (incluindo fenótipos isquêmicos e hemorrágicos) continua sendo a segunda  principal causa de morte em todo o mundo e a terceira principal causa de morte e  incapacidade, segundo a (global burden of disease, 2021).  

Junto ao acidente vascular cerebral, estão associadas diversas consequências, como  a espasticidade, que causa limitações diretamente na qualidade de vida do indivíduo,  na mobilidade, até mesmo ocasionando incapacidade. Sendo assim, este trabalho irá apresentar a importância de relacionar o uso da Toxina Botulínica Tipo A em pacientes  pós-AVC associada com a fisioterapia, por intermédio de uma revisão sistemática.  

O nosso fator determinador para realizar esse artigo foi reconhecer que a Toxina  Botulínica Tipo A além de segura, eficaz e benéfica, é capaz de proporcionar uma  melhor intervenção fisioterapêutica. 

A pretensão com este artigo é que possamos cooperar com as subsequentes análises  sobre esse tema e propiciar novas possibilidades de tratamentos adequados com uso  da Toxina Botulínica Tipo A. 

O objetivo da terapia após o AVC é melhorar a força, o equilíbrio, a coordenação, a  propriocepção, a resistência e a flexibilidade, bem como promover a saúde geral e o  condicionamento físico (teasell r, foley n et al., 2018) 

Avaliar a eficácia e o potencial do uso da toxina botulínica tipo A no tratamento da  espasticidade pós AVC na fase crônica. 

Analisar o uso de toxina botulínica tipo A associado a exercícios fisioterapêuticos  para a melhoria dos pacientes espásticos.

2. DESENVOLVIMENTO  

Os termos utilizados nas bases de dados foram: Acidente Vascular Cerebral (AVC),  Espasticidade Muscular, Tóxica Botulínica Tipo A e Fisioterapia.  

Os critérios utilizados para inclusão dos artigos foram: Artigos no idioma inglês e  português, artigos originais do tipo ensaio clínico e randomizado e Revisão  Sistemática. 

Foram excluídos artigos que não estavam disponíveis na íntegra, artigos que não  mostraram  

Eficácia do A importância do Uso da Toxina Botulínica Tipo A em Pacientes com  Espasticidade associada à Intervenção Fisioterapêutica. 

Para proceder à pesquisa, primeiramente foram identificadas as palavras chaves,  sendo Colocadas nas bases de dados e em seguidas foram aplicados os critérios de  inclusão é e exclusão. Os artigos foram filtrados, lidos, analisados e selecionados,  apenas os que atendiam a todos os critérios.  

3. RESULTADO E DISCUSSÃO  

 À dimensão que as populações envelhecem e os países de baixo e médio  rendimento cruzam pela transição epidemiológica de doenças infecciosas para doenças  não transmissíveis como causa predominante de morbilidade, juntamente com o  aumento concomitante dos fatores de risco modificáveis, prevê – se que o peso do  Acidente Vascular Cerebral eleve ainda mais até que sejam estabelecidas estratégias  eficazes de prevenção de forma mais ampla (Yan LL, Li C, Chen J 2017) 

A espasticidade é uma complicação frequente de doenças e lesões do sistema  nervoso central. A dominância está em cerca de 40% em pacientes com primeiro  acidente vascular cerebral (Zeng H, Chen J, Guo Y et al. 2021). 

A administração de toxina botulínica tipo A eficaz e segura para a redução do  grau de espasticidade, redução do tônus muscular. O uso da toxina botulínica produz o  aumento da amplitude de movimento, melhora na extensão da área afetada, melhora  significativa na vida familiar e social do paciente. O tratamento com toxina botulínica tipo  A deve ser personalizado de acordo com cada paciente. Além disso, o efeito e a duração  do tratamento dependem da capacidade de fornecer toxina ao músculo alvo (Michele  kakud, David Simpson 2016). 

De acordo com a tabela a seguir, as revisões literárias apresentaram os efeitos  da administração de toxina botulínica tipo A associada a intervenção fisioterapêutica. 

Logo, os artigos (total 19) que foram lidos, somente (11) são de fato  convenientes ao tema em estudo. Portanto os primeiros artigos ressaltados na tabela  são a respeito da análise sobre o acidente vascular cerebral, os tipos de Acidente  vascular cerebral, as sequelas e o recurso terapêutico com toxina botulínica tipo A  associado a intervenção fisioterapêutica.

Autor/anoTipo de estudoObjetivo do 
Estudo
Resultados
LINDSAY C,  ISPOGLOU S  et al., 2021Estudo RandomizadoO objetivo deste estudo foi  explorar se a prevenção do  posicionamento fixo  
associado à espasticidade  (usando tratamento  
adicional com toxina  
botulínica) poderia reduzir tanto as contraturas quanto a  taxa em que as contraturas foram formadas
A BoNTA reduziu a espasticidade e as  contraturas após o acidente vascular cerebral e  os efeitos duraram aproximadamente 12  semanas. O BoNTA reduziu a necessidade de  tratamento concomitante de contratura e não  interferiu na recuperação da função do braço
Zeng H, Chen J, Guo Y  et al. 2021Revisão Sistemática é  MetaanáliseEsta revisão sistemática e  meta-análise foram  
conduzidas para determinar  a prevalência e os fatores de  risco para Espasticidade pós  AVC (PSS
Mil quatrocentos e sessenta e sete estudos  foram recuperados e 23 estiveram envolvidos na  meta-análise. A prevalência agrupada de  espasticidade após o acidente vascular cerebral  foi de 25,3% e a após o primeiro acidente  vascular cerebral foi de 26,7%. A incidência de  espasticidade após o primeiro acidente vascular  cerebral com paresia foi de 39,5%. A  
prevalência de espasticidade incapacitante ou  grave (MAS ≥ 3) em pacientes com acidente  vascular cerebral com paresia foi de 9,4% (IC  
95% 0,056-0,133), e a espasticidade grave foi de  10,3% (IC 95% 0,058-0,149). Parêsia moderada  a grave (OR = 6,573, IC 95% 2.579-16.755, I 2  = 0,0%), acidente vascular cerebral hemorrágico  (OR = 1.879, IC 95% 1.418-2.490, I 2 = 27,3%)  e distúrbio sensorial foram fatores de risco para  PSS
Kuriakose d,  Xiao z, 2021Revisão bibliográficaNesta revisão, nos  
concentramos na  
fisiopatologia do acidente  vascular cerebral, grandes  avanços na identificação de  alvos terapêuticos e  
tendências recentes na  
pesquisa de acidente  
vascular cerebral
O acidente vascular cerebral é a segunda  principal causa de morte e contribuinte para a  incapacidade em todo o mundo e tem custos  econômicos significativos. Assim, intervenções  terapêuticas mais eficazes e melhor gerenciamento pós-AVC são prioridades globais  de saúde. Os últimos 25 anos de pesquisa de  AVC trouxeram progressos consideráveis em  relação a modelos experimentais em animais,  drogas terapêuticas, ensaios clínicos e estudos  de reabilitação pós-AVC, mas grandes lacunas  de conhecimento sobre o tratamento de AVC  permanecem
(PUGLIESE  
M, RAMSAY  T, et al., 2019)
Artigo de PesquisaO objetivo do estudo foi  demonstrar a viabilidade do  RecoverNow, uma  
plataforma de recuperação  de AVC baseada em comprimidos destinada a fornecer terapia fonoaudiológica e cognitiva T
Recrutamos com sucesso 30 dos 62 pacientes  elegíveis em 15 semanas (48% de taxa de  recrutamento). Os participantes não aderiram à  terapia à base de comprimidos dentro e fora dos  cuidados agudos, usando o RecoverNow por  uma mediana de 12 minutos por dia. A retenção  foi alta, com 23 dos 30 pacientes participando  de entrevistas de acompanhamento (77% de  taxa de retenção) e todas, com apenas 3, das 23  entrevistas (87%) foram concluídas com  sucesso. Apenas 2 grandes desvios de protocolo  ocorreram: uma falha de inscrição e uma  violação de protocolo de terapia. As barreiras  aos cuidados baseados em tablets foram  frequentemente encontradas pelos participantes  do estudo, com muitos expressando que os  aplicativos atribuídos eram muito fáceis ou  muito difíceis
(TEASELL R,  FOLEY N et  al., 2018).Revisões Sistemáticas  e MetaanalisesAvaliar a eficácia da  reabilitação do AVCCom base em meta-análises combinadas. O  tratamento especializado do AVC pode melhorar  vários resultados, incluindo mortalidade,  dependência, necessidade de institucionalização  e tempo de internação hospitalar. 
Há evidências de Nível 1a de que, em geral, os  cuidados especializados de AVC estão  associados a reduções nas probabilidades de  mortalidade, combinação de morte/ dependência, institucionalização, e tempo de  permanência.
Lijing L  Yan, Chaoyun  Li, et al.,2017Revisão SistemáticaO capítulo descreve a 
prevenção primária, o  
tratamento e o manejo do  acidente vascular cerebral  durante a fase aguda, bem  como a prevenção e reabilitação secundárias,  com foco em estratégias  econômicas em LMICs,  onde tais evidências  
existem. O capítulo conclui  com recomendações para  formuladores de políticas e  futuras direções de pesquisa.
Este capítulo – o primeiro sobre acidente  vascular cerebral na história das publicações de  Prioridades de Controle de Doenças – apresenta  evidências sobre a carga de doença do acidente  vascular cerebral, descrevendo a epidemiologia,  a incapacidade e os encargos socioeconômicos,  e depois discute fatores de risco modificáveis e  outros fatores de risco para acidente vascular  cerebral
Michelle kaku,  Davi M  Simpson.,2016Revisão de LiteraturaO objetivo desta revisão é  destacar a BoNT e seu  
potencial no tratamento da  espasticidade pós-AVC em  membros superiores e inferiores. Revisamos as  evidências da eficácia das  formulações de BoNT tipo A  e B e abordamos  
considerações sobre a  
técnica ideal de injeção, a  satisfação do paciente e do  cuidador e os potenciais  efeitos adversos da BoNT
A toxina botulínica (BoNT) provou ser segura  e eficaz no tratamento da espasticidade focal  pós-AVC. O objetivo desta revisão é destacar o  BoNT e seu potencial no tratamento da  espasticidade pós-acidente vascular cerebral dos  membros superiores e inferiores
ALLISON R,  et al.,2015Revisão SistemáticaIdentificar potenciais  
preditores que poderiam ser  usados em ambientes clínicos de rotina nos estágios iniciais do atendimento pós-AVC para identificar aqueles com  maior risco de dificuldade  em cuidar do braço ou dessas deficiências relacionadas
Trinta e nove artigos relatando 34 estudos foram  incluídos. Nenhum estudo mediu formalmente a  dificuldade de cuidar do braço, mas as  deficiências relacionadas eram comuns. A  incidência de espasticidade naqueles com  fraqueza variava de 33% a 78%, a dor no ombro afetou 22% a 90% e a contratura estava presente  em pelo menos 50%. A espasticidade e a dor  aparecem dentro de 1 semana após o acidente  vascular cerebral e contratura dentro de duas  semanas. As deficiências continuaram a se  desenvolver ao longo de pelo menos 3 a 6  meses. Os preditores mais frequentes de  espasticidade e contratura foram fraqueza e  redução do controle motor, e o risco de dor é  mais comumente previsto pela redução da  sensação, subluxação do ombro, fraqueza e  gravidade do acidente vascular cerebral
BHIMANI R,  ANDERSON  L, 2014.Artigo de PesquisaO objetivo deste artigo é  entender o efeito da  
espasticidade na vida diária  e identificar estratégias de  cabeceira que melhoram a  função do paciente e melhoram o conforto
Experiências de espasticidade foram  
incorporadas ao ritmo circadiano. As  
experiências de espasticidade não eram  limitadas pelos dias ou horas. Em vez disso, as  melhores pistas para entender a espasticidade  podem ser entendidas através dos ritmos dos  relógios biológicos e das atividades diárias dos  hábitos de vida com base na rotina institucional  durante a reabilitação aguda. De relance, a  espasticidade pode parecer não ser confiável e  imprevisível; no entanto, um olhar mais atento  revela que as experiências de espasticidade  parecem estar ligadas às atividades do ritmo  diário, à medida que esses participantes se  tornam conscientes de como certas coisas  afetam seus sintomas de espasticidade.
PIMENTEL LH, ALENCAR FJ  et al.,2014)Artigo CientíficoO objetivo deste estudo foi  avaliar os efeitos da toxina  botulínica tipo A (BTX-A)  no pé espástico em pacientes  com acidente vascular  cerebral em um programa de reabilitação O grupo de dose mais alta apresentou melhora  significativa na espasticidade, e ambos os  grupos apresentaram melhora no tempo de  caminhada de 10 metros e na MIFm, sem diferenças  significativas entre eles

O estudo feito por lindsay c (2021), relatou que a espasticidade pode ser identificada  logo após o acidente vascular cerebral, durante as semanas de tratamento com Toxina  Botulínica tipo A levou a redução esperada da espasticidade, a taxa de formação de  contraturas e o tratamento adicional com talas, os efeitos foram consistentes com a  atuação do fármaco no organismo.

Zeng h, chen j, guo y et al. 2021 A espasticidade após um um acidente vascular  cerebral moderado a grave tende a se estabilizar dentro de 30 a 90 dias após o  acidente vascular cerebral, com piores sequelas a longo prazo, e esses pacientes  precisam de atenção ativa e intervenção. Pacientes com espasticidade incapacitante  devem ser diferenciados daqueles com espasticidade leve. Mesmo o tratamento de  uma incapacidade menor pode ter benefícios econômicos semelhantes ao tratamento  de uma incapacidade mais grave .A prevalências de espasticidade incapacidade  continuo a aumentar dentro de 12 meses. O papel do acidente vascular cerebral  hemorrágico na predição da ssp ainda precisa ser mais explorado.A espasticidade  incapacitante requer estudos de seguimento mais longos ,sendo necessário a  identificação e intervenção precoces devido ao comprometimento da função.  

Contudo, pugliese (2019) esclarece que a reabilitação especializada melhora na  recuperação principalmente se for realizada logo após o acidente vascular cerebral.  O RecoverNow, uma plataforma de recuperação de AVC baseada em tablet destinada  a fornecer terapia cognitiva e de fala. A plataforma terapêutica baseada em  comprimidos e o seu conteúdo terapêutico devem ser cuidadosamente adaptados aos  défices dos sobreviventes de AVC para minimizar as barreiras aos cuidados e  maximizar a adesão à terapia. O contacto regular com os pacientes através de um  método simples e conveniente é importante para promover um envolvimento  terapêutico consistente, abordando as barreiras ao tratamento. 

Todavia, staines (2019) promoveu em seu estudo que os pacientes que realizaram  fisioterapia por um curto período de tempo, recuperaram algum movimento da perna  e/ou do braço e conseguiram realizar algumas tarefas simples, os 12 pacientes que  receberam alta hospitalar e não realizaram fisioterapia relataram os impactos  negativos como perda de movimento, enrijecimento muscular e outros. Concluindo  que a falta de acesso a fisioterapia contínua a longo prazo pode ter um grande impacto  na saúde das pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral, afetando sua vida  profissional emocional e social. 

De acordo com Teasell (2019), a reabilitação pós acidente vascular cerebral é  realizada por uma equipe e multiprofissional e são inevitavelmente encontrados em  centro de reabilitação ou cuidado de hospitais intensivos. Concluindo que, pacientes que tiveram esse tipo de atendimento e atenção obtiveram maiores ganhos nas  atividades da vida diária até a alta e tiveram menor chance de estar em casa de  repouso durante o acompanhamento. 

Lijing l yan (2017), diz que nas últimas duas décadas as taxas de incidência,  prevalência e mortalidade de acidente vascular cerebral baixaram na maioria dos  países de renda alta, mas aumentaram nos países de média e baixa renda, enfatiza  que globalmente o acidente vascular cerebral foi a segunda principal causa de morte,  no entanto, dar a atenção imediata e ação sobre a importância de controlar a pressão  arterial, diminuir a ingestão de sódio, proporcionar uma alimentação saudável e  atividade física, colaborarão para reduzir a crescente epidemia do acidente vascular  cerebral nos próximos anos. 

Michelle (2016) por sua vez, enfatizou que o uso da toxina botulínica mostrou ser  eficaz na diminuição do tônus muscular na espasticidade pós – avc dos membros  inferiores e superiores, entretanto os estudos que avaliaram tanto as melhorias na  função ativa como redução da dor não tiveram uma resposta robusta. Conclui que  com o crescimento do uso de outras formulações espera-se adquirir mais informações  sobre segurança, dosagem, eficácia e usos potenciais para os músculos específicos. 

Allison r, et al.,2015 Mais estudos são necessárias para identificar a dificuldade de  cuidar do braço e a relação com deficiências associadas para permitir que  pesquisadores e clínicos desenvolvam intervenções direcionadas .não há evidencias  publicadas sobre a previsão da probabilidade de dificuldade para cuidar do braço após  o acidente vascular cerebral ,portanto os comprometimentos relacionados de  espasticidade,dor e espasticidade são comuns.Uma boa parte de sobrevivermos de  acidente vascular cerebral não o resgatara o uso de seu braço afetado. Maior parte  experimentara dor,rigidez e dificuldades com AVDS. 

Bhimani r, anderson l, (2014) Como o aumento do clonus e da atividade da  espasticidade pode provocar pelo simples toque, os pacientes sentiram-se  impossibilitados e apreensivos . Alguns deles do estudo relatam medo de que suas  circunstâncias pudessem causar uma lesão em seus cuidadores durante as AVD. impacto no funcionamento, consequências dos sintomas e opções de tratamento. Os  objetivos da reabilitação são melhorar a função, o conforto e as AVDs, diminuir a  sobrecarga do cuidador e prevenir úlceras por pressão. 

Os resultados de pimentel lh (2014) mostraram que a melhora da velocidade de  marcha e da independência funcional não foram correlacionadas com a dose de TXB A na amostra em analises. Entretanto os achados dizem que os ganhos na velocidade  da marcha e independência funcional não foram correlacionada com a dose de TB  TIPO A . A melhora do padrão de marcha tende a ser supervisionada no aumento do  desempenho de AVDs. Neste relato , o tempo para caminhar 10 metros associou-se  à função motora escore de independência em todas as fases. 

O presente estudo aponta que O acidente vascular cerebral (AVC) é a segundo maior  motivo de morte e evolui para a incapacidade em todo o mundo. tem custos  econômicos significativos. Assim, as intervenções terapêuticas mais eficaz e melhor  manejo pós-AVC são prioridades de saúde. kuriakose d, xiao z (2010).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Conforme os estudos utilizados nesta revisão, evidenciamos que a aplicação de toxina  botulínica tipo A associada a intervenção fisioterapêutica no tratamento em pacientes  que apresentam sequelas, como a espasticidade decorrente do pós – avc, há  evidencias que sugerem iniciar o tratamento de 6 a 12 semanas após o acidente  vascular cerebral e que os efeitos apesar de temporários podem proporcionar uma  diminuição do quadro álgico e a neutralização muscular, podendo haver a  necessidade de refazer a administração, a intervenção fisioterapêutica com métodos  específicos para reabilitar o paciente, oferece a possibilidade de manter uma boa  qualidade de vida mesmo com as limitações de cada paciente. A fisioterapia isolada  como sua associação com a toxina botulínica tipo A, melhorou a função motora do  indivíduo pós – acidente vascular cerebral, sem superioridade entre as técnicas.  Entretanto, a toxina botulínica tipo A associada com a fisioterapia foi maior no controle  do tônico muscular, sugerindo que a melhora funcional não depende apenas da  diminuição dos tônus musculares.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

1. Kuriakose D, Xiao Z. Pathophysiology and Treatment of Stroke: Present Status and  Future Perspectives. Int J Mol Sci. 2020 Oct 15;21(20):7609. doi:10.3390/ijms21207609. PMID: 33076218; PMCID: PMC7589849. 

2. Pugliese M, Ramsay T, Shamloul R, Mallet K, Zakutney L, Corbett D, et al.  RecoverNow: A mobile tablet-based therapy platform for early stroke rehabilitation.  PLoS One. 2019;14(1):e0210725. DOI 

3. Bhimani R, Anderson L. Clínical Understanding of Spasticity: Implications for  Practice. Rehabil Res Pract 2014;2014:1-10. [PMC free article] [PubMed] [Google  Scholar] 

4. Kaku M, Simpson DM. Spotlight on botulinum toxin and its potential in the treatment  of stroke-related spasticity. Drug Des Devel Ther. 2016 Mar 8;10:1085-99. doi:  10.2147/DDDT.S80804. PMID: 27022247; PMCID: PMC4789850. 

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6. Pimentel LH, Alencar FJ, Rodrigues LR, Sousa FC, Teles JB. Effects of botulinum  toxin type A for spastic foot in post-stroke patients enrolled in a rehabilitation  program. Arq Neuropsiquiatr. 2014 Jan;72(1):28-32. doi:10.1590/0004282X20130189. PMID: 24637979. 

7. Lindsay C, Ispoglou S, Helliwell B et al. Can the early use of botulinum toxin in post  stroke spasticity reduce contracture development? A randomised controlled trial. Clin  Rehabil 2021; 35: 399–409. [PubMed][CrossRef] 

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9. Teasell R, Foley N, Hussein N, Cotoi A. The efficacy of stroke rehabilitation. Evidence-based review of stroke rehabilitation. London (ON): Heart and Stroke  Foundation; 2018. p. 41. 

10. Yan LL, Li C, Chen J. Stroke. In: Prabhakaran D, Anand S, Gaziano TA, editors.  Cardiovascular, respiratory, and related disorders. 3rd edn. The International Bank for  Reconstruction and Development/The World Bank; Washington, DC: 2017.  http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK525145/ [Google Scholar]

 11. Zeng H, Chen J, Guo Y et al. Prevalence and Risk Factors for Spasticity After Stroke:  A Systematic Review and Meta-Analysis. Front Neurol 2021; 11: 616097.  [PubMed][CrossRef]



*Especialista Neurofuncional Docente do Centro Universitário do Norte.