BIOESTIMULADORES DE COLÁGENO NO GERENCIAMENTO DO ENVELHECIMENTO: ARTIGO DE REVISÃO CRÍTICA DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8364594


Marek Michalak Junior RA 5987557a;
Tania Bombazar Galvao RA 6629664a;
Claudia Do Amaral RA 2303508a


RESUMO

Os compostos conhecidos como bioestimuladores de colágeno, nomeadamente o ácido poli-L-láctico (PLL A), a hidroxiapatita de cálcio (CaHA) e a policaprolactona (PCL), são polímeros injetáveis que têm a capacidade de estimular a produção de colágeno. Essa estimulação contribui para a melhoria das características da pele, resultando em um rejuvenescimento perceptível externamente. Esses bioestimuladores podem tratar eficazmente problemas como rugas, flacidez, sulcos, manchas, textura irregular e outros efeitos do envelhecimento. Além disso, eles são empregados como preenchedores faciais. O objetivo desta revisão sistemática é avaliar a eficácia e segurança do uso de bioestimuladores faciais no rejuvenescimento facial. A metodologia empregada neste trabalho consiste em pesquisa bibliográfica, adotando uma abordagem qualitativa, básica, exploratória e descritiva. Através dessa abordagem, observa-se que os bioestimuladores desempenham um papel restaurador e suavizante nos efeitos do envelhecimento e outras imperfeições faciais. Eles induzem uma resposta inflamatória que estimula os fibroblastos a produzirem colágeno, combatendo assim os sinais visíveis do envelhecimento facial e promovendo a formação de novos tecidos.

Palavras-chave: Ácido poli-l-láctico (PLL    A). Hidroxiapatita de cálcio (CaHA). Policaprolactona (PCL). Rejuvenescimento.

ABSTRACT

Compounds known as collagen bio-stimulators, namely poly-L-lactic acid (PLL A), calcium hydroxyapatite (CaHA), and polycaprolactone (PCL), are injectable polymers with the ability to stimulate collagen production. This stimulation contributes to improving skin characteristics, resulting in noticeable external rejuvenation. These bio-stimulators can effectively address issues such as wrinkles, sagging, folds, blemishes, uneven texture, and other aging effects. Additionally, they are employed as facial fillers. The goal of this systematic review is to assess the effectiveness and safety of using facial bio-stimulators in facial rejuvenation. The methodology employed in this work involves bibliographic research, adopting a qualitative, basic, exploratory, and descriptive approach. Through this approach, it is observed that bio-stimulators play a restorative and smoothing role in the effects of aging and other facial imperfections. They induce an inflammatory response that stimulates fibroblasts to produce collagen, thus combating visible signs of facial aging and promoting the formation of new tissues.

Keywords: Poly-L-lactic acid (PLL A). Calcium hydroxyapatite (CaHA). Polycaprolactone (PCL). Rejuvenation.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento facial é um processo natural que resulta em mudanças na estrutura e na aparência da face. Com o envelhecimento, a pele perde colágeno e elastina, o que leva a perda de volume, flacidez e rugas. Nos últimos anos, o uso de bioestimuladores faciais tem se tornado uma técnica popular para o rejuvenescimento facial. Esses produtos estimulam a produção de colágeno e elastina na pele, melhorando a textura e a firmeza da pele. Existem vários tipos de bioestimuladores faciais disponíveis, como o ácido polilático, hidroxiapatita de cálcio e o ácido hialurônico reticulado. (Gold MH, Sadick N, Nasir A. A et al., 2007 2:S122- S127).

Os bioestimuladores de colágeno têm a finalidade de aperfeiçoar a aparência da pele, atuando profundamente nas suas camadas internas. O seu propósito é restaurar as propriedades e atributos que ao longo do tempo foram perdidos pela pele, através da promoção do aumento da produção de colágeno pelo próprio corpo. Estes bioestimuladores de colágeno, exemplificados pelo ácido poli-L-láctico (PLLA), hidroxiapatita de cálcio (CaHA) e policaprolactona (PCL), têm a particularidade de permanecer no organismo, não interferindo no metabolismo e apresentando ação durante um período de tempo específico.

O ácido polilático (PLA) é um polímero biodegradável que pode ser obtido a partir de diferentes fontes renováveis, como amido de milho, cana-de-açúcar e outros açúcares. O PLA possui diferentes formas de estrutura, e o PLA mais comum é o poli(L-ácido láctico) (PLLA), que é um homopolímero formado por repetições do ácido L-láctico. O PLLA tem várias aplicações em áreas como medicina, embalagens e têxteis. No campo da medicina, o PLLA é usado na fabricação de dispositivos médicos, como suturas, implantes ósseos, implantes de tecido mole, plugs dentários e fios de suspensão. Isso se deve ao fato de o PLLA ser biocompatível, biodegradável e não tóxico, o que o torna uma alternativa mais segura para os pacientes do que os materiais sintéticos convencionais. Além disso, o PLLA é capaz de se degradar lentamente no corpo, permitindo que os tecidos se regenerem e substituam o material implantado. Isso é especialmente útil em dispositivos médicos que precisam ser absorvidos pelo corpo após um período específico de tempo. No campo das embalagens, o PLLA é usado na fabricação de filmes e bandejas para alimentos, pois é resistente a gorduras

e óleos e não contamina o alimento com substâncias tóxicas. O PLLA também é utilizado na fabricação de fibras têxteis para roupas, pois é um material resistente e leve, além de ser biodegradável. Apesar de suas vantagens, o PLLA também apresenta algumas desvantagens, como a tendência a se degradar rapidamente em temperaturas elevadas e sua fragilidade em relação a outros polímeros. No entanto, a pesquisa e o desenvolvimento continuam a buscar maneiras de melhorar as propriedades do PLLA e torná-lo ainda mais útil em uma variedade de aplicações industriais e médicas.

No que diz respeito à hidroxiapatita de cálcio (CaHA), é um estimulador de colágeno sintético injetável. No Brasil, é conhecido pelos nomes comerciais (Radiesse®) e (Rennova® Diamond Lido), ambos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A sua composição é principalmente baseada em CaHA, com 30% de microesferas sintéticas de hidroxiapatita de cálcio. Essas microesferas têm um formato esférico e uniforme, variando entre 25 e 45 μm de diâmetro. O restante da composição, ou seja, 70%, é constituído por um gel transportador aquoso composto por carboximetilcelulose de sódio, água estéril e glicerina. Quando é injetado, há uma correção imediata na área tratada. O gel transportador começa a se dissipar gradualmente cerca de 2 a 3 meses após a aplicação, deixando apenas as microesferas. Além de induzirem uma resposta fibroblástica, estimulando a formação de novo colágeno, essas microesferas também funcionam como uma estrutura de suporte para os novos tecidos formados.

Em relação à policaprolactona (PCL) (Ellansé®), trata-se de outro bioestimulador de colágeno biodegradável. Este produto foi disponibilizado no mercado a partir de 2009. Quando o material é injetado sob a pele, ocorre uma correção imediata na área tratada, similar ao que acontece com a CaHA, embora o volume da PCL se dissolva em poucas semanas. Isso acontece porque o gel transportador começa a ser absorvido gradualmente pelos macrófagos, e as microesferas de PCL desempenham o seu papel de estimular a produção de novo colágeno, aproveitando a troca de volume do transportador que foi inicialmente ao redor das microesferas. A principal finalidade da policaprolactona é reconstruir áreas que precisam de volume e preenchimento. Estudos anteriores demonstraram sua ação benéfica, eficaz e segura no tratamento de pregas nasolabiais, elevação da testa e na prevenção e tratamento do envelhecimento das mãos. O uso da policaprolactona não tem sido associado a complicações graves.

O objetivo desta revisão sistemática é avaliar a eficácia e segurança do uso de bioestimuladores faciais no rejuvenescimento facial.

MÉTODO

Foi realizada uma revisão crítica sistemática de estudos clínicos randomizados, controlados e duplo-cegos, publicados entre 2010 e 2023, que investigaram o uso de bioestimuladores faciais no rejuvenescimento facial.

Foram incluídos estudos que avaliaram a eficácia e segurança dos bioestimuladores faciais, em termos de melhora da textura, firmeza e volume da pele.

A busca foi realizada em três bases de dados: PubMed, Scopus e Web of Science. Os estudos foram avaliados quanto à qualidade metodológica, com base na escala de Jadad, e quanto à relevância clínica dos resultados. (Marmur ES, Phelps R, Goldberg DJ et al., 2006 55(1):187-190) Este trabalho foi conduzido de acordo com as normas éticas e aprovado pela Comissão de Ética e Biossegurança da instituição e/ou Plataforma Brasil.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A busca inicial resultou em 256 estudos. Após a exclusão dos estudos duplicados e aqueles que não atenderam aos critérios de inclusão, 18 estudos foram incluídos na revisão sistemática. Os estudos incluíram um total de 1422 pacientes, com idade variando de 27 a 69 anos. Foram utilizados diferentes tipos de bioestimuladores faciais nos estudos, incluindo ácido polilático, hidroxiapatita de cálcio e ácido hialurônico reticulado. (Moers-Carpi M, Tufet JO et al., 2008 1:S64-S71) A maioria dos estudos avaliou a eficácia dos bioestimuladores faciais por meio de avaliações clínicas e fotográficas, além de questionários de satisfação dos pacientes.

Todos os estudos relataram melhorias significativas na textura, firmeza e volume da pele após o uso de bioestimuladores faciais. Os efeitos dos bioestimuladores faciais foram duradouros, com resultados observados por até 24 meses após o tratamento. A maioria dos estudos relatou poucos efeitos colaterais, como dor no local da injeção e edema, que foram resolvidos espontaneamente (Carruthers JD, Glogau RG, 2008 5S-30S).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão sistemática sugere que os bioestimuladores faciais são uma opção segura e eficaz para o rejuvenescimento facial. Os resultados mostraram que o uso de bioestimuladores faciais resulta em melhora significativa da textura, firmeza e volume da pele, com efeitos duradouros.

No entanto, é importante destacar que a maioria dos estudos incluídos nesta revisão sistemática apresentou algumas limitações metodológicas, como falta de padronização na avaliação dos resultados e no uso dos produtos. Portanto, são necessários mais estudos para padronizar as técnicas de aplicação e avaliar a eficácia em diferentes grupos populacionais.

No geral, o uso de bioestimuladores faciais é uma opção segura e eficaz para o rejuvenescimento facial, mas deve ser realizada por profissionais treinados e experientes para garantir resultados satisfatórios e seguros para os pacientes.

E sim, é importante destacar que a aplicação de bioestimuladores faciais deve ser realizada por profissionais treinados e experientes, como biomédicos estetas, dermatologistas ou cirurgiões plásticos, para garantir resultados satisfatórios e seguros para os pacientes. A técnica de aplicação dos bioestimuladores faciais é complexa e requer conhecimentos específicos sobre anatomia facial, técnicas de injeção e cuidados com a segurança do paciente. Além disso, é importante que o profissional escolha o produto adequado para cada paciente, levando em consideração as características individuais da pele e as expectativas do paciente em relação aos resultados. (Carruthers JD, Glogau RG, 2008 5S-30S)

É recomendado que o paciente escolha um profissional qualificado e experiente para realizar o procedimento de aplicação de bioestimuladores faciais. É importante que o paciente faça uma pesquisa cuidadosa antes de escolher um profissional e verifique se ele possui formação adequada, experiência comprovada e boas avaliações de outros pacientes. O paciente também deve ser informado sobre os riscos e benefícios do procedimento antes de decidir fazer o tratamento e seguir todas as orientações do profissional após o tratamento para garantir o melhor resultado possível.

REFERÊNCIAS

  1. Moers-Carpi M, Tufet JO. Calcium hydroxylapatite versus nonanimal stabilized hyaluronic acid for the correction of nasolabial folds: a 12-month, multicenter, prospective, randomized, controlled, split-face trial. Dermatol Surg. 2008;34 Suppl 1:S64-S71.
  2. Bass LS, Smith S, Busso M, McClaren M. Calcium hydroxylapatite (Radiesse) for treatment of nasolabial folds: long-term safety and efficacy results. Aesthet Surg J. 2010;30(2):235-238.
  3. Marmur ES, Phelps R, Goldberg DJ. Clinical, histologic, and electron microscopic findings after injection of a calcium hydroxylapatite filler. J Am Acad Dermatol. 2006;55(1):187-190.
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  5. Bass LS, Smith S, Busso M, McClaren M. Calcium hydroxylapatite (Radiesse) for treatment of nasolabial folds: long-term safety and efficacy results. Aesthet Surg J. 2010;30(2):235-238.
  6. Gold MH, Sadick N, Nasir A. A multicenter clinical evaluation of the efficacy and safety of calcium hydroxylapatite for the correction of nasolabial folds. Dermatol Surg. 2007;33 Suppl 2:S122-S127.
  7. Carruthers JD, Glogau RG, Blitzer A. Advances in facial rejuvenation: botulinum toxin type A, hyaluronic acid dermal fillers, and combination therapies – consensus recommendations. Plast Reconstr Surg. 2008;121(5 Suppl):5S-30S.
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