SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM TEMPOS DE PANDEMIA: UMA REVISÃO NARRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8352304


Melina Even Silva da Costa1 ; Carolina Pereira Moreno2 ; Maria Clara Ribeiro Ogura3 ; Julianne Caiado Mathias de Azevedo4 ; Brenda Figueiró Dantas5 ; André Luís Defilippo do Valle6 ; Renato Fernandes Pereira7; Maria Ingridi Ribeiro Lima8; Laura Botta Tonissi9; Gabriella Gahyva Paes Breda10; Andrew Ribeiro Reis11; Sueli Maria dos Santos de Sousa12; José Martins Haber13; Ricardo Melo de Sousa14; Yasmim Góes Borralho15; Nathália Cristina Irias de Faria16; Pâmella Pertuzzatti17; Samylla Coelho Brito Bucar18; Lincoln de Lima Carvalho19; Marizete dos Santos Silva20


 RESUMO: O objetivo deste estudo foi descrever as implicações da Síndrome de Burnout em profissionais de saúde em tempos de pandemia por COVID-19. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada de maio a junho de 2021, foi realizada por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online(MEDLINE). Foram critérios de inclusão: textos originais, completos, disponíveis na íntegra, que contemplavam o assunto pesquisado. Os de exclusão foram estudos duplicados, de revisão ou reflexão. totalizando uma amostra final com 17 artigos. Os resultados demonstraram que os profissionais da saúde estão expostos a longa jornada de trabalho, risco de infecção pela COVID19, estrutura adequados e a disponibilidade de equipamentos de proteção individual. Todos os artigos demostram que a pandemia agravou o estresse físico e psicológico nos trabalhadores da saúde e principalmente aqueles que trabalham na linha de frente. Além disso, foi demonstrado risco elevado para o desenvolvimento de Burnout associado a longa jornada de trabalho, risco de infecção pela COVID-19, falta de estrutura adequados, e o principal preditor é a escassez de equipamentos de proteção individual. Desse modo nota-se que a pandemia da COVID-19 resultou no aumento da demanda dos hospitais por todo o mundo, além do aumento na necessidade de insumos para a assistência, também ocorreu a sobrecarga dos profissionais de saúde. O esgotamento físico e emocional nesses profissionais estão presentes desde antes da pandemia, se intensificando diante do seu aparecimento, o que intensificou os fatores associados à síndrome de Burnout em profissionais de saúde em meio ao contexto pandêmico. Assim, é necessário que sejam elaboradas estratégias, que auxiliem psicologicamente esses profissionais com o intuito de atenuar os fatores associados a síndrome de Burnout.

Descritores: Esgotamento Profissional; Pessoal da Saúde; Pandemia.

ABSTRACT: The aim of this study was to describe the implications of Burnout Syndrome in health professionals in times of a COVID-19 pandemic. This is a narrative literature review, carried out from May to June 2021, using the Virtual Health Library (VHL), the Latin American and CaribbeanLiterature in Health Sciences (LILACS) and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). The inclusion criteria were: original, complete texts, available in full, that covered the subject researched. Those excluded were duplicate, review or reflection studies. totaling a final sample of 17 articles. The results showed that health professionals are exposed to long working hours, risk of COVID-19 infection, adequate structure and availability of personal protective equipment. All articles show that the pandemic has aggravated physical and psychological stress in health workers and especially those working on the front lines. In addition, a high risk for developing Burnout associated with long working hours, risk of COVID-19 infection, lack of adequate infrastructure, and the main predictor is the lack of personal protective equipment. Thus, it is noted that the COVID-19 pandemic resulted in an increase in the demand of hospitals around the world, in addition to an increase in the need for inputs for care, there was also an overload on health professionals. Physical and emotional exhaustion in these professionals has been present since before the pandemic, intensifying in the face of its appearance, which intensified the factors associated with Burnout syndrome in health professionals in the midst of the pandemic context. Thus, it is necessary to develop strategies that psychologically help these professionals in order to mitigate the factors associated with the Burnout syndrome.

Descriptors: Professional Burnout; Health Personnel; Pandemic.

INTRODUÇÃO

A Síndrome de Burnout ou síndrome do esgotamento profissional é um transtorno psicológico referente à exaustão emocional relacionada ao trabalho que, pode levar a graves comprometimentos para o indivíduo e sua comunidade. A Síndrome de Burnout é decorrente de fatores como estresse relacionado ao trabalho e/ou condições de trabalho inadequadas, que culminam em um desenvolvimento menos ativo do trabalhador (PASCOAL, et al. 2021).

Essa síndrome vem se tornando cada vez mais evidente entre os profissionais de saúde, sobretudo no atual contexto de pandemia onde as extensas jornadas de trabalho, as mudanças repentinas no ambiente de trabalho e exposição às mortes de pacientes com COVID-19 são alguns dos fatores que se tornaram rotineiros na pandemia de COVID-19. (ORRÚ, et al.; TORRENTE, et al.; 2021).

Esses fatores quando somados à evolução da pandemia e as constantes adaptações nos serviços, podem gerar desgaste físico e psicológico nos profissionais de saúde. Um estudo de Lin et al. (2021) demonstrou que as porcentagens de Burnout foram mais elevadas durante o período de pandemia por COVID-19 e, os números notificados em 2020, superam os evidenciados em 2019.

O Brasil registra inúmeros novos casos de COVID-19 diariamente e o prolongamento da pandemia. Com isso, há consequência para os profissionais de saúde como trabalho exacerbado, tendo em vista a quantidade crescente de pacientes que precisam de atendimento e as complicações que surgem ao longo do tempo desencadeada pela doença (NISHIMURA, et al. 2021). Os serviços de saúde foram diretamente afetados devido à pandemia, aumentando assim, o risco para o desenvolvimento de problemas como ansiedade e depressão e, principalmente, a manifestação da síndrome de Burnout entre os profissionais de saúde (DENNING, et al. 2021).

Os profissionais de saúde, no intuito de proteger seus familiares da contaminação por COVID-19, precisaram realizar cuidados específicos em domicílio, mudaram-se de residência e/ou ainda, direcionaram pessoas do seu convívio para outros locais. Essas medidas podem terem sido responsáveis pelos altos índices de ansiedade, que juntamente com a depressão e o esgotamento, podem predispor os profissionais à síndrome de Burnout (FIREW, et al. 2020).

A diversidade de profissionais de saúde é imensa (como enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros) e isso reforça a importância de uma atenção multiprofissional direcionada ao paciente, mas sobretudo, na pandemia ocasionado pela COVID-19, estudos como o de Siddiqui et al (2021) sugerem que os níveis de ansiedade estão cada vez maiores entre médicos e enfermeiros, principalmente. Neste sentido, o presente estudo contribuiu para o maior conhecimento a cerca dos fatores relacionados à Síndrome de Burnout em profissionais de saúde em meio ao atual momento de pandemia, possibilitando maior criticidade e reflexão a respeito do tema trabalhado.

OBJETIVO

Descrever os fatores associados à Síndrome de Burnout em profissionais de saúde em tempos de pandemia.

MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma revisão narrativa da literatura realizada de maio a junho de 2021. A busca foi realizada por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), utilizando os descritores indexados no Descritores em Ciências da Saúde (DECs) “Esgotamento Profissional” AND “Pessoal da Saúde” AND “Pandemia”.

Com os filtros selecionados de texto completo, nas bases LILACS e MEDLINE, nos idiomas inglês e espanhol, dos últimos cinco anos, obtiveram-se 104 artigos. Foram critérios de inclusão: textos originais, completos, disponíveis na íntegra, que contemplavam o assunto pesquisado. Os de exclusão foram estudos duplicados, de revisão ou reflexão. Posteriormente, foi realizada a leitura dos artigos por título e resumo ou abstract, selecionando os potencialmente elegíveis para leitura na íntegra. Após leitura na íntegra, foram excluídos os artigos que não se adequavam aos critérios estabelecidos.

Os resultados foram apresentados em tabela na qual contém a autoria, ano, local do estudo, objetivo e conclusão, para melhor entendimento e organização.

Figura 1 – Fluxograma de busca dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste estudo, foram contemplados 17 artigos, sendo esses organizados e caracterizados no Quadro 1.

Quadro 1 – Descrição dos artigos selecionados.

Autoria/ Ano  Local   Do estudo  Objetivo  Conclusão
Afulani, et al. 2021GanaExaminar o estresse e esgotamento dos profissionais de saúde e associações com a percepção de preparação para responder à covid-19 e outros fatores em GanaProfissionais com baixa percepção para responder à Covid-19, que está atrelada ao estresse, e esgotamento mental.
Buselli, et al. 2020ItáliaIdentificar contribuições de variáveis contextuais pessoais e de trabalho de trabalhadores da linha de frente e trabalhadores da segunda linha nas dimensões da qualidade de vida profissional (satisfação, Burnout e traumatização secundária);Se faz essencial que haja intervenções no intuito de aumentar a resistência psicológica e reforçar a capacidade dos sistemas de saúde, em razão do impacto dessas dimensões.
Matsuo, et al. 2020Japão/ TóquioAvaliar a prevalência de Burnout entre profissionais de saúde da linha de frente durante a pandemia de covid-19 no Japão com base nas categorias de trabalho e outros fatores.Mais de 40% dos enfermeiros e mais de 30% dos tecnólogos radiológicos e farmacêuticos preencheram os critérios de Burnout.
Firew, et al. 2020Columbia e EUAAvaliar os fatores que contribuem para a infecção de profissionais de saúde e sofrimento psicológico durante a pandemia de Covid-19 nos EUA.Pesquisa com predominância de mulheres. A maioria eram médicos e enfermeiros.
JOHNSON, S. U.; EBRAHIMIO. V.; HOFFART, A.NoruegaFornecer uma avaliação de carga de saúde mental de profissionais de saúde e prestadores de serviços públicos que trabalham direta e indiretamente com pessoas infectadas com vírus Covid-19.Os profissionais de saúde e prestadores de serviços públicos possuem altos níveis de sintomas de estresse pós – traumático, ansiedade e depressão durante a pandemia de Covid-19.
Alizadeh, et al. 2020IrãExplorar o sofrimento psicológico experimentado pelos profissionais de saúde iranianos nas primeiras semanas do surto do coronavírusHá diversos empecilhos para o pessoal médico e enfermeiro que está na linha de frente da Covid-19, como sobrecarga de trabalho, trabalho repetitivo, medo de estar no trabalho, problemas de sono, condições de trabalho difíceis e estressantes, as quais podem chegar a causar sofrimento psicológico.
Hj, et al. 2020FrançaDeterminar os níveis de impacto psicológico de enfermeiras e parteiras devido ao surto de Covid-19.O bem-estar dos profissionais e de pacientes foram impactados consideravelmente com a Covid-19. A análise demonstrou níveis elevados de Burnout e exaustão.
Trumello, et al. 2020ItáliaInvestigar o psicológico dos profissionais de saúde durante o pico da pandemia Covid-19, avaliando as diferenças de acordo com o trabalho ou não com pacientes infectados pela Covid-19 e em áreas com uma propagação mais grave desta pandemia.Profissionais que atuam com pacientes acometidos pela Covid-19, tem maiores chances de desenvolver estresse, Burnout, trauma secundário, ansiedade e depressão.
Lin et.al 2021TaiwanAvaliar o estado de Burnout e humor distúrbio dos profissionais de saúde durante este períodoA pandemia de COVID-19 teve um impacto adverso nos profissionais de saúde. Medidas adequadas devem ser adotadas o mais cedo possível para apoiar o sistema de saúde.
Denning et.al 2021Reino Unido, Singapura e PolôniaDescrever a prevalência e os preditores de Burnout, ansiedade e depressão. em profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19Mais pesquisas são necessárias para investigar os mecanismos subjacentes às associações identificadas neste estudo. Séries temporais interrompidas ou estudos longitudinais seriam apropriados para investigar a cronicidade dos achados e gerar hipóteses sobre causalidade.
Morgantini, et. al. 202060 paísesCompreender o impacto da COVID-19 em profissionais de saúde ao redor do mundo trabalhando durante a pandemia.O esgotamento atual e futuro entre os profissionais de saúde pode ser mitigado por ações de instituições de saúde e outras partes interessadas governamentais e não governamentais destinadas a fatores potencialmente modificáveis, incluindo o fornecimento de treinamento adicional, apoio organizacional e apoio à família, equipamento de proteção individual (EPI) e recursos de saúde mental.
Zerbini et.al 2020Alemanhainvestigar a carga psicossocial de médicos e enfermeiras dependendo do seu grau de contato com pacientes COVID- 19.Os enfermeiros que trabalham nas enfermarias COVID-19 são psicologicamente afetados pelas consequências da pandemia. Isso pode ser devido à maior carga de trabalho e maior tempo em contato direto com pacientes COVID-19, em comparação com os médicos.
Wu et. al. 2020Wuhan, ChinaComparar frequência de Burnout entre médicos e enfermeiras na linha de frente e aqueles que trabalham em enfermarias habituaisEm comparação com a equipe médica que trabalha na linha de frente com aqueles que trabalham em enfermarias habituais para pacientes não infectados, a equipe médica que trabalhava na enfermaria COVID-19 na teve uma frequência menor de Burnout.
Barello, et al. 2020ItáliaDescrever os níveis de Burnout dos profissionais e sintomas físicos de profissionais da linha de frente italianos diretamente envolvidos no atendimento de pacientes com COVID-19Enorme impacto psicológico e físico em Profissionais que estão diretamente envolvidos no cuidado de pacientes com COVID-19, além da pressão psicológica significativa relacionada ao trabalho e sintomas somáticos frequentes.
Nishimura, et al. 2021JapãoEsclarecer a prevalência atualizada de Burnout em profissionais de saúde japoneses e mitigar, o que pode levar a um colapso ainda maior de seu sistema de saúde sustentávelEntre aqueles que se envolveram nos cuidados do COVID-19 nas últimas 2 semanas, 50,0% deles estavam sofrendo de Burnout, enquanto o Burnout foi notado em 9,5% dos que não o fizeram.
Orrú,    et             al. 202145 paísesAvaliar o nível de Burnout em profissionais da saúde e estresse traumático secundárioO surto de COVID-19 teve um impacto na exposição direta mais frequente à dor física, sofrimento psicológico e morte dos pacientes, o que aumentou a traumatização secundária em profissionais de saúde.
Torrente M, et al. 2021EspanhaAvaliar a prevalência da síndrome de Burnout em profissionais de saúde que trabalham na linha de frente na espanha durante a COVID-19Trabalhar na linha de frente da COVID- 19 duplica o risco de sofrer de síndrome de Burnout, em comparação com os profissionais que trabalham em enfermarias habituais.

Foram identificados estudos em vários países do mundo, a Itália ganhou maior destaque. Percebeu -se que os profissionais mais acometidos pelo Burnout foram enfermeiros e médicos, principalmente aqueles que trabalhavam diretamente nas unidades da COVID-19. Os dados desses estudos foram obtidos através de questionários aplicados com profissionais da saúde, em sua maioria de forma online.

Os artigos demostram que a pandemia por COVID-19 agravou o estresse físico e psicológico nos trabalhadores da saúde, com exceção do estudo de Wu et. al. (2020), em que não demonstrou prevalência significativa dos sintomas da síndrome. No estudo referido, os autores explicaram que isso ocorreu devido às limitações do estudo e pelo fato da coleta de dados ter sido feito antes do pico da epidemia na China.

Diante dos achados, é notório o impacto que a pandemia vem causando nos profissionais da saúde, principalmente aqueles que trabalham na linha de frente. Os profissionais da saúde estão expostos a longa jornada de trabalho, a escassez de equipamentos de proteção individual foi apontada, pelos estudos, como um dos principais preditores. Esses fatores estão associados a risco elevado para o desenvolvimento de Burnout. Além disso, há necessidade de programas de treinamentos (MORGANTINI, LA et. al. 2020)

A síndrome de Burnout tornou-se mais conhecida no período de pandemia, em que foi possível identificar sinais como ansiedade, estresse e esgotamento físico e psicológico que estão relacionadas as condições de trabalho desgastantes para enfermeiros, técnicos e médicos. Assim, é necessário que sejam elaboradas estratégias, que auxiliem psicologicamente esses profissionais, com o intuito de atenuar os fatores associados a síndrome de Burnout.

Uma pesquisa de Vidotti et al. (2020), observou que há uma intensa relação da síndrome de Burnout em profissionais de saúde com cargas horárias extensas de trabalho, elevados níveis de estresse, pouco nível de controle no trabalho e falta de apoio no trabalho. Esses fatores impactam negativamente a qualidade de vida desses indivíduos.

Restauri e Sheridan (2020) afirmam que, de fato, ao exacerbar os fatores de estresse já existentes em um sistema de saúde despreparado, assim como ao adicionar estressores novos e exclusivos associados ao cenário de incertezas; a pandemia de coronavírus provocou um pico de Burnout entre os profissionais de saúde primária. Moura (2020) também assegura que a síndrome de Burnout se tornou uma epidemia que está crescendo em meio à pandemia de COVID-19, tendo em vista o grande comprometimento físico e psicológico causam prejuízos tanto pessoais como no trabalho.

A síndrome de Burnout está presente em taxas mais altas do que relatadas anteriormente entre os profissionais da saúde que trabalham durante a pandemia COVID-19. Assim, há relação entre a alta carga de trabalho, estresse no trabalho, pressão de tempo e suporte organizacional limitado (MORGANTINI, et. al. 2020). Ademais, enfermeiros que trabalham na sala de emergência (ER), unidade de terapia intensiva (UTI) / enfermarias de isolamento, e enfermarias gerais, bem como aquelas com contato com o paciente, tiveram pontuações significativamente mais altas para Burnout relacionado ao trabalho e transtorno de humor (Lin et.al 2021).

Os fatores associados à síndrome de Burnout merecem uma atenção especial é direcionada, sobretudo no contexto pandêmico que se evidencia nos dias de hoje. Os profissionais acometidos, necessitam serem avaliados, enxergados e dispor de acompanhamento psicológico específico, para que esses fatores não cheguem a causar ainda mais comprometimentos à saúde desses indivíduos. Na realização do estudo, as limitações giraram em torno de curto período de tempo para construí-lo, problemas com dispositivos digitais e compreensão de estudos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nota-se que a pandemia da COVID-19 resultou no aumento da demanda dos hospitais por todo o mundo, além do aumento na necessidade de insumos para a assistência, também ocorreu a sobrecarga dos profissionais de saúde. O esgotamento físico e emocional nesses profissionais estão presentes desde antes da pandemia, se intensificando diante do seu aparecimento, o que intensificou os fatores associados à síndrome de Burnout em profissionais de saúde em meio ao contexto pandêmico.

Ademais, é necessário também que, meios sejam almejados para organizar de modo mais direcionado, as cargas horárias de trabalho a fim de amenizar a sobrecarga e as condições de trabalho, além da disponibilidade de EPI’s, estrutura física adequada, implicando na melhoria da qualidade da assistência e no bem estar profissional.

REFERÊNCIAS

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1Enfermeira pela Universidade Regional do Cariri- URCA. Crato- CE
2Graduanda em Medicina pela Fundacion Héctor Alejandro Barcelo. Buenos Aires – Argentina
3Graduanda em Medicina pela Universidad Maria Auxiliadora. Mariano Roque Alonso/ Paraguay
4Graduanda em medicina pela Universidade particular na Região Administrativa de São José do Rio Preto,São José do Rio preto- SP
5Médica pela Universidad Nacional De La Rioja. Lá rioja – Argentina
6Graduando em Medicina pela Universidade Presidente Antônio Carlos. Juiz de Fora- MG
7Graduando em Medicina pela Afya Faculdade de Ciências Médicas Garanhuns. Garanhuns -PE
8Graduanda em Enfermagem pela UNINASSAU. Aracajú- SE
9Graduanda em Medicina pela Universidade de Cuiabá – UNIC. Cuiabá – MT
10Graduanda em Medicina pela Universidade de Cuiabá – UNIC. Cuiabá – MT
11Graduando em Medicina pela Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida – AFYA. Redenção- PA
12Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário Uninovafapi. Teresina -Piauí
13Graduando em Medicina pelo Centro Universitário do Pará-CESUPA.Belém- PA
14Graduando em Medicina pela Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida – AFYA. Redenção- PA
15Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário Metropolitano da Amazônia- UNIFAMAZ. Belém-PA
16Graduanda em Medicina pela Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE. Governador Valadares- MG.
17Graduanda em Medicina pela Uninter. Foz do Iguaçu-PR
18Graduanda em Medicina pela Faculdade De Ensino Superior Da Amazônia- FESAR. Redenção-PA
19Graduando em Medicina pela Afya – Faculdade de Ciências Médicas – Garanhuns. Garanhuns -PE
20Enfermeira pela Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana. Biritinga- BA