A INCLUSÃO DIGITAL NA ESCOLA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8344751


Cristiano da Rocha Santos1


RESUMO

O objetivo deste artigo é discutir sobre a inclusão digital nas escolas e como as Tecnologias Digitais de Informação (TIC’s) podem ajudar na aprendizagem, colaborando com o ensino em sala de aula. Utilizando o lúdico na aprendizagem, com orientação adequada, a máquina, ambientes virtuais e seus softwares permitem condições para aprender e estimular o raciocínio lógico e operacional. Inúmeras experiências com tecnologias modernas são desenvolvidas dentro das escolas; no entanto, geralmente permanecem isolados e dispersos, sem consequências práticas que estimulem o desenvolvimento de uma nova cultura de convivência e socialização, que deve caracterizar uma comunidade escolar que utiliza a tecnologia para produzir conhecimento de forma consciente e responsável. Este texto propõe uma abordagem sistematizada para o papel das novas tecnologias na transformação do processo de ensino e aprendizagem, e inclui uma abordagem da história das tecnologias na educação, educação e mudança de paradigma, bem como tecnologias e novas modalidades de ensino e aprendizagem.

Palavras-Chave: Inclusão Digital. Tecnologias. Educação.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, as tecnologias estão presentes em todos os setores da sociedade, a informática faz parte do cotidiano todos, interferindo na forma de pensar, nas relações sociais e na produção de conhecimentos. Pode-se dizer que o computador é um equipamento que assume cada vez mais funções. Como ferramenta de trabalho, contribui de forma significativa para uma elevação da produtividade, diminuição de custos e otimização da qualidade dos produtos e serviços. Já como ferramenta de entretenimento as suas possibilidades são quase infinitas.

A escola está inserida nessa sociedade e como instituição que visa desenvolver nos indivíduos diferentes competências, deve incentivar o uso dessas tecnologias, possibilitando a participação do aluno no contexto histórico e social em que vive. Não pode deixar de caminhar junto com as evoluções tecnológicas, que estão sendo gradativamente incorporadas ao processo de aprendizagem. O computador é um dos recursos que devem ser inseridos no cotidiano da vida escolar, nas práticas pedagógicas.

No entanto, tais medidas impactaram diretamente o cotidiano dos brasileiros, que desde então vivenciaram os processos de negação de eventos, frustração, ansiedade e preocupação, até grandes perdas irreparáveis. Em geral, as aulas foram abruptamente e inexoravelmente suspensas. Deve-se lembrar que na maioria dos estados brasileiros não houve tempo adequado para preparação, consulta à comunidade, análise de contexto ou mesmo a decisão de continuar os estudos de forma alternativa.

As consequências das ações necessárias foram inevitáveis: a necessidade de suprir as deficiências nutricionais que foram feitas parcialmente pela alimentação escolar, a inviável de atender aos direitos de aprendizagem dos alunos pessoalmente conforme previsto pelo LDB, bem como a necessidade de reinvenção no que diz respeito ao uso de tecnologias com vistas a uma necessária aproximação com a comunidade escolar,   seja para a manutenção de títulos, seja para a oferta de educação regular visando o cumprimento da carga horária obrigatória (CUNHA, 2020).

Assim, a inserção de novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) no contexto educacional, especialmente em sala de aula, foi uma realidade latente. A adoção de equipamentos tecnológicos pelos educadores vem se expandindo gradualmente, contribuindo para a quebra dos paradigmas da educação tradicional, porém, tem sido um desafio para professores e coordenadores pedagógicos, pois requer uma mudança de atitude e atitude em relação ao processo de ensino e aprendizagem.

As novas tecnologias exigem ao professor, antes considerado um transmissor do conhecimento, uma mudança de atitude e atitude, tendo assim um papel fundamental na mediação do processo de aprendizagem, possibilitando através de sua prática a reflexão e direção do processo educativo capaz de tornar o aluno um sujeito crítico que transforma a informação em conhecimento.

Este projeto abordará como tema a Inclusão Digital na Escola, considerando-o e sendo um agente facilitador que estabeleça vínculos entre a educação e a tecnologia, que é de suma importância que educadores e alunos utilizem desses equipamentos tecnológicos para enriquecer ainda mais o conteúdo escolar.

A escolha deste tema surgiu da necessidade de profissionalizar e instruir os profissionais da educação, para que possam introduzir as tecnologias disponíveis nas escolas e saber orientar seus alunos para o uso desses materiais. Consta-se que a Educação se caracteriza pela existência de diversos elementos que no conjunto da sociedade, onde está inserida, solicita uma redefinição de seu papel e das pessoas que neste campo de atividade fazem parte.

O objetivo é disseminar a importância no mundo atual do conhecimento dos professores para as novas tecnologias já disponíveis nas escolas para que eles possam esclarecer as dúvidas dos alunos correspondentes a essa nova ferramenta escolar.

2. INCLUSÃO DIGITAL

Ao longo dos tempos, todas as sociedades dispuseram, em menor ou maior grau, de ciência e técnica para produzir bens, organizar o trabalho, facilitar a comunicação e melhorar a qualidade de vida de seus membros. Mas, atualmente a tecnologia está invadindo todos os domínios da atividade social.

A civilização tecnológica exerce profundas influências no modo de ser e pensar de cada um de nós, assim como na forma da organização econômica, política e cultural das sociedades contemporâneas.

Na sociedade contemporânea a informação se tornou insumo essencial para a sobrevivência de qualquer organização, e portanto, torna-se indispensável que os gerentes e altos administradores disponham de informação confiável, adequada, em tempo certo, para que o processo decisório seja eficaz e eficiente.

A utilização das novas tecnologias da informação e comunicação, e em especial da internet, provocou mudanças radicais na forma de trabalhar, trocar, acessar informações e relacionar-se com o resto do mundo. Esta utilização das novas tecnologias somente ocorre de fato, quando ocorre a inclusão digital. Mas o que vem a ser inclusão digital?

Segundo Rondenelli (2003) inclusão digital é, dentre outras coisas, alfabetização digital. Ou seja, é a aprendizagem necessária ao indivíduo para circular e interagir no mundo das mídias digitais como consumidor e como produtor de seus conteúdos e processos. Para isto, computadores conectados em rede e softwares são instrumentos técnicos imprescindíveis. Mas são apenas isso, suportes técnicos às atividades a serem realizadas a partir deles no universo da educação, no mundo do trabalho, nos novos cenários de circulação das informações e nos processos comunicativos.

É importante considerar que a inclusão digital não se resume à disponibilidade de computadores e de telefones, mas à capacitação das pessoas para o uso efetivo dos recursos tecnológicos. Para ser incluído digitalmente, não basta ter acesso a micros conectados à Internet. Também é preciso estar preparado para usar estas máquinas, não somente com capacitação em informática, mas com uma preparação educacional que permita usufruir de seus recursos de maneira plena.

O acesso às tecnologias da informação e da comunicação, também chamado inclusão digital, está diretamente relacionado, no mundo atual, aos direitos básicos à informação e à liberdade de opinião e expressão. A exclusão digital é uma das muitas formas de manifestação da exclusão social. Não é um fenômeno isolado ou que possa ser compreendido separadamente, pois se trata de mais uma consequência das diferenças já existentes na distribuição de poder e de renda. Num momento em que empresas e governos migram informações e serviços para os meios eletrônicos, o excluído digital passa a ter dificuldade de conhecer e de exercer seus direitos de cidadão (CRUZ, 2004, p.14).

O fenômeno chamado “inclusão digital” está criando desigualdades no uso das tecnologias, portanto estas tecnologias devem ser compartilhadas caso contrário, corre-se o risco da criação de uma nova casta: a dos “excluídos digitais”. Lembrando que a inclusão digital não se restringe a ensinar a utilizar a tecnologia ou a disponibilizar o acesso à rede. É preciso um trabalho de identificação das demandas informacionais. Além disso, a produção de conteúdo deve ser vista como uma estratégia importante no processo de inclusão, somando-se aos demais esforços como: formação e capacitação de multiplicadores, criação de redes locais e comunidades virtuais, integração com políticas públicas e ações de responsabilidade social.

Para Suaiden (2003), estar incluído digitalmente significa saber selecionar e analisar o que se tem e com o que se pretende trabalhar. Quem é incluído digitalmente pode usar de forma mais eficiente os recursos tecnológicos. Todos podem contribuir para diminuição do “analfabeto digital”, são várias as ações que podem ser feitas em conjunto.

Para uma inclusão digital efetiva, as ferramentas tecnológicas devem ser colocadas à disposição do cidadão para todas as suas necessidades pessoais.

2.1. O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO (TIC) NAS ESCOLAS

Para Moran (2008), um dos grandes desafios enfrentados pelos educadores é tornar o ensino significativo para seus alunos, escolher conteúdo adequado entre tantas possibilidades, levando o aluno a uma compreensão profunda para torná-los parte de sua referência. Aprendemos quando o que é apresentado atinge um significado e contextualizamos com o que já sabemos ou com algo que conhecemos.

Sacristán (2007) comenta que as políticas educacionais nas últimas décadas têm se preocupado mais em controlar os currículos do que com sua adaptação, permitindo empobrecimento na formação docente e não expressando qualquer sensibilidade à pobreza dos meios de informação utilizados nas salas de aula, padronizando assim os conteúdos, ao mesmo tempo em que se fala de conteúdos padronizados, para a diversidade e discursos sobre novas tecnologias,  fazendo com que as próprias escolas paguem por contas por se conectarem à Internet. 

Moran (1998) relata que outro fator de grande importância é o fato de que a imagem e a palavra têm mais força do que se ela for mostrada apenas com palavras. Muitas situações importantes do cotidiano perdem o foco porque não foram valorizadas pela televisão imagem-palavra, pois o fato é que, segundo o autor, a educação escolar precisa entender e incorporar mais novas linguagens, dominar as possibilidades de expressão e possíveis manipulações que lhe permitem acesso ao conhecimento em uma perspectiva construtivista. Deve-se levar em conta que é necessário educar-nos para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos, oferecendo, de forma inclusiva, oportunidades para contrabalançar o poder dos grupos empresariais.

Televisão e vídeo são sensoriais, visuais, língua falada, linguagem musical e interagem sobrepostas, interconectadas, resumidas, não separadas. Daí sua força. Eles nos alcançam em todos os sentidos e em todos os sentidos. Televisão e vídeo nos seduzem, informam, divertem, projetam em outras realidades, em outros tempos e espaços.  (MORAN, 1998, p.52)

O grande passo é buscar de todas as formas viabilizar o acesso frequente de professores e alunos a novas tecnologias, acenando. Afirma que é impossível que haja salas de aula conectadas, salas adequadas à pesquisa e laboratórios bem equilibrados. Professores e alunos precisam ser fáceis de adquirir seus próprios computadores por meio de financiamento público, privado de baixo interesse, ou mesmo do apoio de organizações sociais e não governamentais. O autor comenta que tudo isso pode parecer utópico para falar sobre esse assunto no Brasil, e que hoje o ensino passa por mudanças, que não há como escapar dessa realidade.

Segundo Moran (1998), a produção de conhecimento exige ações que levem o professor e o aluno a buscar processos de pesquisa e pesquisa. O fabuloso acúmulo de informações em todos os domínios, com um potencial real de armazenamento, gera a necessidade de aprender a acessar as informações. O acesso ao conhecimento e, em particular, à rede informatizada desafia os professores a buscar uma nova metodologia para atender às demandas da sociedade. Diante da nova realidade, o professor deve superar seu papel autoritário, como dono da verdade, para se tornar pesquisador, pesquisador de conhecimento crítico e flexivo. O mesmo autor também comenta que com a Internet pode-se modificar mais facilmente a forma de ensinar. São muitos os caminhos, que dependerão da situação concreta em que o professor se encontra: número de alunos, tecnologias disponíveis, duração das aulas, número total de aulas que o professor dá por semana e apoio institucional. Alguns parecem ser mais viáveis e produtivos hoje.

Os TdIC’s podem modificar o ensino contribuindo para suas diversas formas de ensinar um assunto, sendo compreendido e aprendido, tornando as tecnologias ferramentas eficazes para o ensino-aprendizagem eficaz e eficiente.

Recursos como quadros, projetores aéreos, imagens impressas e computador com projetor de imagem reforçam as práticas de informação e a forma de ensino-aprendizagem. A possibilidade de uso de computadores associados a projetores torna a aula mais atrativa, dinâmica, o que leva o aluno a desenvolver imaginação e contextualização por meio de imagens e textos.

Massetto (1998) afirma que, com a consciência crítica de que o processo de aprendizagem é o objetivo central dos cursos de graduação, a própria forma de conceber a formação profissional tem passado por importantes transformações, e uma dessas transformações é o desenvolvimento na área do conhecimento, o desenvolvimento no aspecto afetivo-emocional, o desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores. O papel do transmissor do conhecimento é superado pela própria tecnologia existente.

Abreu (2006) afirma que além de estar bem informado para acompanhar o ritmo dos alunos, o professor também precisa se atualizar sobre a tecnologia sobre a importância da aprendizagem com as ferramentas tecnológicas utilizadas pelo professor e como usar a internet na educação. Isso porque os alunos têm uma facilidade muito grande para lidar com novas tecnologias. Essa facilidade, que na maioria das vezes, supera a do professor.

Delors (1998) afirma que a sociedade do conhecimento precisa que a aprendizagem ocorra ao longo da vida e que os quatro pilares da educação possam nos guiar para o futuro da educação: Aprender a conhecer: usar a curiosidade com ênfase no prazer em conhecer, construir e reconstruir esse conhecimento. Aprender a pensar, reinventar, aprender a usar a tecnologia em benefício do ensino-aprendizagem, que vai além da busca por informação, é transformar informação em conhecimento contextualizando com sua vida, seu aprendizado. Aprender a fazer: fazer com que a pessoa possa trabalhar coletivamente, deixando o fazer técnico com ênfase em aprender a resolver conflitos, trabalhando relações interpessoais. Aprender a conviver – aprender a gerenciar conflitos, participar de projetos de cooperação, pensar em ética, ecologia, cidadania, diversidade cultural e saúde.

2.3 O USO DE TECNOLOGIAS DURANTE A PANDEMIA

Para uma melhor compreensão dos caminhos tomados nas primeiras semanas de suspensão das aulas, relacionamos-se a acompanhar os estados brasileiros e suas respectivas ações tomadas durante a pandemia para o ensino remoto de emergência. (CUNHA, 2020).     

No Pará, alunos matriculados na rede estadual de ensino tiveram acesso a aulas gravadas transmitidas pela TV Cultura, com o projeto “Todos em Casa Pela Educação”. Para os primeiros anos do ensino fundamental, o Departamento de Educação está orientando os professores a desenvolver atividades remotas. Os professores serão orientados pelo CEFOR, que começou em abril, com o objetivo de oferecer formação continuada dos professores e fazê-los se adaptar à nova realidade da educação remota.   oferecer formação continuada os cursos oferecidos abrangem diversas áreas do conhecimento ao mesmo tempo: Ferramentas Digitais para Educação a Distância, Práticas de Leitura e Escrita; Ensino de Ciências no Brasil; Gestão Escolar e Educação Inclusiva; Historiografia, entre outros.  Cada curso tem carga horária de 30 horas.              

No Paraná, há um conjunto de ações que estão mudando e se intensificando desde o início do processo de suspensão das aulas. As medidas iniciais foram a contratação de ferramentas para monitorar o desempenho das tarefas pelos alunos, posteriormente firmou um convênio com empresas de telecomunicações para liberar aplicativos educacionais de consumo de dados e aulas de registro para enviar aos alunos. O governo estadual lançou uma plataforma com conteúdo para os alunos, está analisando uma parceria com um canal de TV aberta para oferecer aulas e lançou um guia para o desenvolvimento de atividades durante o período de suspensão das aulas

No Amazonas, por meio do projeto “Sala de Aula em Casa” os alunos do ensino fundamental e médio da rede estadual e municipal (Manaus) têm acesso à transmissão das aulas à distância em canais de televisão abertas, sites e aplicativos.  Após o retorno presencial das aulas, verificou-se o nível de aprendizagem dos alunos. O cronograma das aulas está disponível semanalmente e um manual para alunos com orientação sobre os regimes especiais de aulas presenciais. Além do guia, sugestões de materiais, atividades e videoaulas estão disponíveis na plataforma Rede Escola Digital, própria secretaria.  Também foi disponibilizado um manual para pais ou responsáveis com orientações para aulas especiais não presenciais, no qual recomenda que os alunos participem das aulas, os aconselhem a usar dispositivos eletrônicos para o uso de jogos educativos e os incentivem a se aprofundar no assunto por meio de outras ferramentas. Eles também os orientam a assistir às aulas junto com os alunos sempre que possível, orientando-os a anotar dúvidas e seguir a rotina de comunicação da escola.                                                                                 

No Rio de Janeiro, no início do ano letivo de 2020, que pode ser utilizado nas atividades elaboradas pelos professores. As escolas continuam com estratégias de ensino remoto com os alunos com o uso de ferramentas tecnológicas. Os alunos que não têm acesso à internet receberam ajuda de professores através de cadernos de atividades. Com o Programa Criança Alfabetizada, foram disponibilizadas propostas de rotina pedagógica para educação infantil e ensino fundamental. Os materiais são disponibilizados para as escolas das redes municipal e estadual atendidas pelo programa em colaboração. Os estudantes do ensino médio que farão o Exame Nacional do Ensino Médio em 2020, têm o apoio de videoaulas da Central do Enem, no canal do YouTube. As videoaulas são publicadas de manhã, de segunda a sexta-feira.  Muitas escolas também usam o Google Classroom, uma ferramenta digital, para realizar aulas virtuais

Roraima construiu um plano de orientação para orientar alunos, pais, professores, gestores e coordenadores pedagógicos. De acordo com o Plano, as aulas serão em formato presencial, de acordo com as possibilidades de cada Instituição de Ensino, localidade e região em que está inserida. O plano foi construído por meio de formulários com análise e diagnóstico com contribuição de gestores, servidores da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEED) e, assim, os conteúdos e tarefas chegarão aos alunos utilizando aplicativos e redes sociais como: WhatsApp; Facebook; blogs; videoaulas através de canais; YouTube; sites de plataformas educacionais e Google Classroom.  Para atender alunos que não possuem o recurso da internet, os professores prepararam cartilhas, apostilas e exercícios que foram impressos para serem entregues aos pais ou responsáveis) As comunidades indígenas de Roraima também receberão o material impresso.   A logística para que esse material chegue ao aluno está sendo cuidadosamente analisada e programada pela SEED.

Em São Paulo, o uso de uma plataforma digital para aulas e atividades oferecidas pela Mediação Tecnológica, com todos os componentes curriculares da parte comum e diversificada as aulas são planejadas e ministradas pelos professores da rede estadual que atuam na Mediação Tecnológica fornecida através da plataforma “Google em sala de aula”. O aluno receberá um código específico e terá acesso às aulas por componente curricular.  Ao abrir a programação, o aluno pode clicar no link, onde será direcionado para a aula preparada na plataforma digital. As aulas online têm cerca de quarenta minutos e a secretaria recomenda que os alunos frequentem no horário normal das atividades presenciais das escolas, aproveitando o tempo para organizar qual aula irá participar, para manter uma rotina de estudos diários)Um tutorial com o passo a passo para que o aluno possa ter acesso aos conteúdos objetivamente elaborado e em breve,    as aulas também serão disponibilizadas remotamente para atender alunos do ensino fundamental..                             

As discussões apresentadas indicam que, em todas as medidas implementadas em nível nacional, a suspensão das aulas ocorreu em todos os estados.  Essa determinação foi quase concomitante diante das determinações da OMS e do Ministério da Saúde, apontando a necessidade de isolamento social, uma vez que medidas que incluem o fechamento de escolas e outros espaços públicos, proibição de aglomerações e medidas de higiene que possam, ao mesmo tempo, reduzir a mortalidade na pandemia e ser economicamente benéficas. A pandemia tem características únicas em termos de possibilidades de progressão e controle (ARRUDA, 2020).

Após completar aproximadamente 45 dias sem aulas nas redes escolares, todo o processo foi marcado por uma fase de perplexidade, análise de dados e informações e troca de experiências.  Nesse contexto, três dos sete estados pesquisados anteciparam o período de férias ou recesso escolar, o que possibilitou maior tempo para analisar e monitorar tendências no mundo em relação à situação no Brasil, o que possibilitaria buscar os caminhos necessários.

A grande tendência que prevaleceu nos estados brasileiros foi a busca por dois caminhos: primeiro, a regulação em nível estadual, dentro dos respectivos conselhos estaduais de educação, de princípios, normas e diretrizes para que a rede estadual e as escolas municipais sejam ancoradas para a tomada de decisão; e também a identificação e implementação de recursos tecnológicos, plataforma, canais e estações de rádio, em suma, diferentes mecanismos destinados a estabelecer o ensino remoto apontado como possível pelo Conselho Nacional de Educação no Parecer nº 05 publicado em 28 de abril de 2020 (ARRUDA, 2020).

Os dados apresentados indicam que os sistemas estaduais priorizaram, no período no período de commensure, o uso de mecanismos e espaços de ensino remoto, o que tem ocorrido de diversas formas em detrimento de condições desiguais de acesso e conexão com a Internet e meios tecnológicos.

Nesse sentido, diferentes questões são apresentadas ao destacar as iniciativas dos estados da região Norte, especialmente os fatores que estão intimamente relacionados ao processo de aprendizagem que permanecem ausentes, tendo em vista a inviável garantia dos direitos de aprendizagem nas iniciativas descritas. O contexto em análise, vivenciado em dias de pandemia em que todos são instruídos a ficar em casa, evidencia as desigualdades no acesso à tecnologia, às condições adequadas de estudo, mas também, contamina um processo de precariedade do trabalho docente que sem condições mínimas de trabalho, em um espaço doméstico, sem suporte técnico ou pedagógico se depara com o de um dispositivo tecnológico que construa novos formatos de classe que exijam habilidades diferentes e não correspondem à realidade de cada professor (CUNHA, 2020)

Ao refletir sobre as potencialidades desse contexto, é preciso observar que, em detrimento das limitações e dificuldades vivenciadas, há oportunidades para consolidar novas práticas, novas práticas sobre os caminhos da educação a distância na educação básica, na medida em que há um acúmulo de tentativas e experiências nesse tema, mesmo que superficialmente e sem um projeto de implementação consistente, afetando o contexto geral da educação inclusiva. 

3. CONCLUSÃO

Concluindo esse trabalho percebemos que o grande desafio da inclusão digital na educação não se reside apenas na aquisição nos equipamentos e recursos tecnológicos, se faz necessário realizar uma capacitação com o educador para que o mesmo possa desenvolver, ele próprio, a utilização da informática, como ferramenta didática, sem necessitar de intermediários.

A facilidade percebida e a utilidade do ensino com o uso do DICT são amplamente influenciadas pelas experiências iniciais dos usuários. Isso tem um impacto significativo na sua adoção real. A ideia de que a sala de aula remota está sendo implementada rapidamente em detrimento da qualidade é preocupante, pois a sala de aula remota pode ser dispensada assim que o surto de coronavírus acabar, o que não seria aplaudido.

A conexão on-line precisa ser cuidadosamente planejada e os professores de linha de frente desse movimento precisam de mais apoio do que um simples alerta operacional justificado por uma declaração de emergência. De qualquer forma, a pandemia revela como o ensino a distância ainda está engatinhando. A pandemia mostra rapidamente os efeitos colaterais das instituições administradas por líderes inexperientes no campo de sala de aula remota, que são encarregados de formular políticas que a tratem como uma ferramenta de gerenciamento de crises.

As leituras bibliográficas que deram origem a esse trabalho proporcionaram uma reflexão, como educadores, da complexa missão que a escola tem em se modernizar para acompanhar o acelerado processo de inserção de tecnologias na sociedade e trazer uma educação capaz de preparar o indivíduo para transformar a transformação da informação em conhecimento.

Verificou-se que a escola promove uma mudança em seu papel social, revendo suas concepções de aluno, currículo, métodos de ensino, pois ao inserir tecnologias em sala de aula como recurso didático-pedagógico capaz de criar ambientes de aprendizagem motivadoras para os alunos, que são em sua maioria “filhos da era digital”, acaba criando situações que desafiam o professor a modificar sua postura educacional.

Assim, pode-se entender que ser professor nesse contexto é estar ciente de que deve atuar como mediador do processo, buscando utilizar a “facilidade” que os alunos têm em relação ao uso de tecnologias e canalizar esse conhecimento em favor dos meios de aprendizagem e contextualizados dos conteúdos.

Portanto, conclui-se que uma escola que busca inovação através do uso da TI, precisa deixar de ser um espaço apenas para a transmissão do conhecimento e se tornar uma instituição mediador onde são vividos espaços de comunicação e interatividade entre os participantes da educação escolar, comprometidos com a historicidade do conhecimento e colaboração na produção de conhecimento/conhecimento.

Em resumo, conclui-se que discutir a aplicabilidade das tecnologias na educação não é mais apenas uma tendência, é uma necessidade, que se torna realidade em cada grupo de estudo ou reunião de trabalho nas escolas em geral.

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1Licenciatura em Matemática pela Universidades Federal de Alagoas, Pós graduado em Matemática Financeira, Estatística e Educação Indígena.