FATOS CAUSADOS PELA BARONESA (EICHHORNIA CRASSIPES) NA PESCA ARTESANAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8322440


Paulo Braz Junior 1
Taislaine Barros Rodrigues2
Romário Nunes da Silva3
Horasa Maria Lima da Silva Andrade4
Luciano Pires de Andrade5


RESUMO

Os problemas ambientais com alterações nos ambientes pela ação humana, poluição dos corpos hídricos por lançamentos de efluentes domésticos e industriais, e as mudanças nos fluxos e vazões das águas devido as construções de hidrelétricas, muitos pescadores artesanais têm sofrido com a alterações desses ambientes. Esse ambiente eutrofizado somado a águas calmas com pouco fluxo, é propicio para o crescimento de macrófitas aquáticas, sua alta proliferação devido ao favorecimento desse ambiente, impossibilita muitos pescadores de exercer a sua atividade de pesca devido aos transtornos que a baronesa (Eichhornia crassipes) tem trazido. Considerando a importância do conhecimento dos problemas antrópicos e os impactos relacionados aos recursos pesqueiros, o presente trabalho objetiva analisar os principais impactos que a baronesa tem ocasionado aos pescadores artesanais, através do conhecimento científico. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, a partir do resgate de artigos publicados entre os anos de 2009 e 2022 nas bases de dados da Science Direct, Scopus e Web of Science, que objetivaram responder a seguinte pergunta questão: Quais os principais impactos da baronesa (Eichhornia crassipes) na pesca artesanal? Os resultados mostram que a economia, o comércio, o acesso dos pescadores aos pesqueiros e a navegação são afetados. O setor pesqueiro vem entrando em decadência, devido a esses problemas ambientais e a falta de políticas públicas voltadas para a pesca tem contribuído ainda mais. A falta de pescado não só atinge o meio de sobrevivência de muitos pescadores, como também os seus saberes tradicionais.

Palavras-chave: Impactos antrópicos; Macrófitas aquáticas; Pesca artesanal.

Introdução

A pesca artesanal ou de pequena escala é um dos principais meios de renda e de subsistência de muitas famílias, que exploram esses recursos de forma sustentável, além de contribuir com a alimentação, redução da pobreza e a alcançar a segurança alimentar em várias regiões do mundo, mas esse fato é muitas vezes menosprezado (MONTEIRO et al., 2018; SANTOS et al., 2019). Os pescadores artesanais geralmente são detentores da sua produção e os mesmos administram as suas atividades, onde eles mesmos constroem e reparam seus equipamentos e suas embarcações. Geralmente utilizam barcos de madeira de pequeno porte, limitando-se a pequenas distâncias e pouca capacidade de armazenamento dos produtos (SANTANA et al, 2014). 

De acordo com Landin (2020), são definidos como pescadores de “subsistência”, porque não desempenham completamente todo seu potencial, por conta da decadência da pesca, e precisam se empenhar cada vez mais para encontrar locais propícios de pesca. 

Segundo dados da FAO (2022), aproximadamente 85% do pescado consumido na américa latina é proveniente da pesca artesanal e é a principal fonte de proteínas de muitas famílias. No nordeste do Brasil a pesca continental tem seu destaque devido a sua grande importância socioeconômica (MONTEIRO et al 2018). Apesar de ser carente por falta de estudos relacionados a pesca artesanal no semiárido, a atividade pesqueira na região é intensa e tem a sua importância cultural e muitas famílias a tem como meio de subsistência (SANTOS et al, 2019).

Nos dias atuais, a pesca de subsistência tem sido intensamente praticada pela maior parte dos pescadores. Todavia estes também executam outros tipos de atividades para garantir o seu sustento familiar. Isto ocorre porque a pesca já não é mais capaz de suprir sozinha a necessidade econômica das famílias que dela dependem, o que vem ocorrendo ao longo dos anos, provavelmente pelos impactos ambientais ocorridos na área. Estes, causados sobretudo pelo barramento das águas, acarretando modificações profundas nos ambientes, gerando diversos conflitos, como a escassez do pescado, a poluição e a degradação dos ambientes aquáticos.

As construções dos reservatórios para fins energéticos, causam alterações nos fluxos e vazões e interfere diretamente no processo de migrações dos peixes, ocasionando um desaparecimento de diversas espécies (D’AVILA et al., 2021). Sabese que as construções das barragens causam mudanças hidrológicas e ecológicas ao longo dos trechos dos rios (NYAMEKYE et al 2021). Essas mudanças nos ambientes causadas pela interferência humana, altera todo contexto social das comunidades de pescadores e ribeirinhos que vivem nas margens dos rios, que retiram da pesca seu sustento e seu meio de subsistência. 

De acordo com Landin (2020), a poluição, degradação ambiental, impactos das mudanças climáticas e desastres naturais causados pelas alterações humanas no ambiente, aumentam as ameaças que as comunidades pesqueiras enfrentam. Esses impactos somados às construções de represas para fins de produção de energia, são os principais problemas causados pelo homem. De acordo com Carvalho et al (2020), os ambientes aquáticos vêm sendo explorados para atender as demandas sociais e econômicas, acelerando o processo de degradação.

No Art. 3º da Lei da Pesca nº 11.959 de 29 de junho de 2009, dispõe que, compete ao poder público: A regulamentação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Atividade Pesqueira “conciliar o equilíbrio entre o princípio da sustentabilidade dos recursos pesqueiros e a obtenção de melhores resultados econômicos e sociais”.

Os barramentos dos rios quando associados a fatores ambientais e antrópicos, podem promover infestações de espécies de macrófitas aquáticas, onde seu rápido crescimento está relacionado a ambientes com condições favoráveis como a eutrofização causada pelo homem e os lançamentos de efluentes oriundos de atividades industriais, acarretando grande aporte de matéria orgânica. Um dos principais problemas causados com o barramento do rio foi o crescimento desordenado de aguapé (Eichhornia crassipes), devido as condições ambientais do lago Apolônio Sales, principalmente no que diz respeito a temperatura.

A Eichhornia crassipes, conhecida respectivamente como “baronesa”, “aguapé” ou “jacinto d’água”, seu aparecimento é comum em ambientes marcados por fluxos de cheia e seca. Ela já é uma espécie dominante e invasora em diversas áreas em margens de diversos reservatórios pelo mundo. Essa planta aquática tem a sua importância no ecossistema aquático e terrestre, por estar em um ambiente de transição e ser produtora primária, além de servir de habitats para peixes e outros animais e promover sombreamento para os seres vivos (VILLAMAGNA; MURPHY, 2010). Comumente sua alta proliferação ocorre em corpos hídricos lêntico, somados ao grande aporte de nutrientes decorrentes de atividades humana que são despejados ao longo do rio (CAVALCANTE; ANDRADE, 2022). Esses ambientes eutrofizados, são propícios para o desenvolvimento de macrófitas aquáticas, que se instalam desde brejos e águas rasas até em ambientes submersos. Porém, o crescimento desordenado na sua população vem causando um enorme desequilíbrio no ecossistema. Por se proliferar muito rápido, quanto mais nutriente, mais rápido acontece sua proliferação, essas plantas podem cobrir toda superfície de um corpo d’agua em pouco tempo. Outro fator que aumenta a propagação é a elevação do nível da água nos períodos de chuvas, aumentando a reprodução das plantas por meio da dispersão. Essas plantas dificultam a navegabilidade, além de prejudicar o equilíbrio do ecossistema, como altera a oxigenação e a qualidade da água, o que pode acarretar a mortalidade de peixes, causando enormes prejuízos para a pesca artesanal em todo o lago.

Buscando contribuir com o tema supracitado, o presente trabalho objetiva explanar alguns dos principais impactos antrópicos associados as comunidades de pescadores artesanais.

Material e Métodos

O método definido para a pesquisa foi a revisão sistemática da literatura, que é uma forma de pesquisa que utiliza fontes de dados e literaturas sobre determinados temas, essa investigação são uteis para integrar o conjunto de informações de estudos selecionados, que podem ter resultados conflitantes ou coincidentes com o tema (SAMPAIO; MANCINI, 2007).

As buscas dos artigos foram realizadas entre os meses de maio e junho de 2022, nas bases de dado da Scopus, Science Direct e Web of Science. Foram pesquisados artigos em português e inglês. O recorte histórico restringiu-se a data de publicação em artigos de 2009 a 2022, que permite uma análise dos artigos a partir da atual Lei da pesca, Lei 11.959 de 29 de junho de 2009, os termos indexadores utilizados foram: “Water Hyacinth”; Fishing. Para interligação das palavras foi utilizado o conectivo and. Para os critérios de inclusão, considerou-se estudos nacionais e internacionais, que tivessem relacionados com o tema de pesquisa proposto e para critérios de exclusão foram estudos que não atendessem o objetivo da pesquisa.

Esses critérios tiveram como objetivo responder a seguinte pergunta de pesquisa: “Quais são os principais impactos causados pela baronesa (Eichhornia crassipes) na pesca artesanal? 

Após a busca, foram identificados 171 artigos, das quais, 38 eram da Science Direct, 92 da Scopus e 41 da Web of Science. Em seguida foi feita outra triagem com a leitura dos títulos e resumos, no qual foram descartados os artigos de revisão e artigos repetidos, sobrando no total 26 artigos, que na última etapa de triagem, foram feitas as leituras na íntegra dos artigos, no qual foram escolhidos 4 artigos viáveis, para serem utilizados na coleta de dados da presente revisão (Figura 1).

Figura 1: Procedimentos na busca de artigos nas bases de dados e critérios de exclusão

Fonte: Dados da pesquisa (2022).

Resultados e Discussões

A partir do levantamento de dados identificados nos artigos relacionados aos impactos causados por baronesa ou aguapé “Eichhornia crassipes” na pesca artesanal, três desses estudos foram realizados em países Africanos, um na Ásia e um estudo de revisão de literatura de caráter global. Apesar de ser nativa da América do Sul, nenhum dos estudos relacionados foram realizados no Brasil, demonstrando que ainda existem poucos estudos publicados sobre o tema relacionado (Quadro 1).

Quadro 1: Descrição geral dos estudos selecionados.

Autor/ ano/ paísMetodologiaObjetivo principalPrincipais resultados
Segbefia, et al (2019); GanaColeta de dados qualiquantitativas; Amostragem bola de neve; Entrevista; Estudo de caso; Analise de pesquisas cientificas.  Analisar os efeitos da invasão de aguapé na sustentabilidade da pesca e do comercio de pescado ao longo do Rio Tano e da Lagoa Abby-Tano, Gana.Difícil acesso a pesqueiros; – Problemas no uso das artes de pescas; Redução da renda; Aumento da jornada de trabalho e assoreamento das armadilhas; – Redução na qualidade do pescado e aumento do custo da pesca.
Suman et al (2021); BangladeshObservação direta; Questionário estruturado.Avaliar os cenários atuais de  manejo de peixes, reprodução de peixes, abundancia relativa para melhorar a produção e biodiversidade.Impactos no rendimento da pesca e na navegação por causa da proliferação descontrolada do aguapé; Perda de produção de pescados em lagos, riachos e lagoas por conta da rápida proliferação.
Enyew; Assefa; Gezie, (2020); Etiópia  Pesquisa documental; Pesquisa quantitativa; Questionário estruturado;Método de estatística descritiva.Analisar o efeito dos aguapés que são imediatamente  observados na produção agrícola, pesca, uso da água para diversos usos, alimentação do gado, saúde humana e pecuária, turismo e serviços de transporte aquaviário, e o custo do controle do aguapé.Impactos socioeconômicos na produção agrícola, pesca, alimentação de gado, abastecimento de água, transporte aquático e outras atividades; Redução da quantidade de pescado; Diminuição da renda dos pescadores; Aumento do custo da pesca devido a curta vida útil dos barcos e rede de emalhar.
Yilebes; Arega;  Gashaw (2022); EtiópiaMétodos de pesquisa quali-quantitativa; Entrevista; Observação direta;Analisar os impactos do aguapé nos meios de subsistências rurais com evidencias de sua abundânciaRedução da produção de pescado; Redução da quantidade de pescado e renda obtida;
 Revisão documental; Método de estatística descritiva.no corpo do Lago Tana, Etiópia.  Bloqueio dos pontos de acesso aos pesqueiros; Danos nos equipamentos de pesca. 
Fonte: Dados da pesquisa (2022).

Existem diversos impactos relacionados ao tema estudado, que afetam diretamente a biodiversidade e a atividade pesqueira. As concentrações elevadas de nutrientes na água, as mudanças nos fluxos dos rios, a poluição causada por atividades humanas e agrícolas, o lançamento de esgoto diretamente nos corpos hídricos, os resíduos industriais, além do desmatamento e da erosão do solo são alguns fatores que contribuem para o aumento da proliferação de espécies de plantas aquáticas. 

Enyew, Assefa e Gezie, (2020), respaldam em estudos realizados no lago Tana na Etiópia, que a produção agrícola, a pesca, o abastecimento de água, a navegação e outras atividades econômicas são afetadas diretamente pela presença do aguapé. A possível redução da população de peixes está relacionada a proliferação das baronesas nas margens dos rios e lagos. O rápido crescimento das macrófitas também afeta o abastecimento de água potável e bloqueia o acesso as margens dos rios, reduzindo a qualidade da água e alterando seu odor (YILEBES; AREGA; GASHAW, 2022).

Um dos principais impactos causados nos pescadores pela presença de baronesas foi referente a renda, a redução da quantidade de pescado disponíveis afetou diretamente o comercio, isso porque as macrófitas impedem que os pescadores vão aos seus pontos de pesca regularmente (SEGBEFIA et al., 2019; ENYEW; ASSEFA; GEZIE, 2020; SUMAN et al., 2021; YILEBES; AREGA; GASHAW, 2022). Esses problemas atrapalham os comerciantes de pescados que dependem dos pescadores para abastecerem seu comercio. A falta de pescado devido a presença do aguapé, atrapalha os pescadores de pescar regularmente, e essa situação coloca em risco o emprego de muitos comerciantes, podendo deixar muitos funcionários temporariamente desempregados, nesse sentido a pesca é vista como insustentável, devido a presença das macrófitas (SEGBEFIA et al., 2019).

As chamadas esteiras ou ilhas flutuantes de baronesas obstruem a exploração pesqueira, acaba levando a um aumento na carga de trabalho, devido que o pescador precisar de mais tempo para conseguir acesso aos pesqueiros, aumentando assim o custo da produção, e consequentemente um aumento nos preços do pescado (SEGBEFIA et al., 2019; YILEBES; AREGA; GASHAW, 2022). Os bloqueios dos pontos de acesso aos pesqueiros é um grande desafio enfrentados pelos pescadores, as enormes ilhas flutuantes cobrem a entrada de acesso e os pontos de embarques e desembarques (YILEBES; AREGA; GASHAW, 2022).

Para Segbefia et al (2019), em estudo realizado no rio Tano em Gana, a qualidade do pescado desembarcado também é afetada devido a presença do aguapé, isso ocorre porque os pescadores ficam muito mais tempo nas áreas invadidas por aguapé, até que possa ter acesso aos locais de desembarque, que muitas vezes esses locais são abandonados por conta da presença dos aguapés. Por ficar muito tempo vulneráveis nesses locais de mal cheiro e na água fria, muitos pescadores relatam que sofrem com as doenças de pele (ENYEW; ASSEFA; GEZIE, 2020). 

Suman et al., (2021), relata em seu estudo realizado no lago Kaptai em Bangladesh, que as baronesas não só prejudicam as passagens dos pescadores, como também afeta as áreas de reprodução, berçários e locais de alimentação de espécies economicamente importantes, podendo alterar as formas de capturas das espécies e influenciando na mudança da composição de peixes. Para muitos pescadores, a quantidade de peixes capturados por dia tem sido menor com a infestação dos aguapés, que obstrui as áreas de migração dos peixes para o ambiente de desova, sendo elas a principais responsáveis pela redução de peixes capturados (ENYEW; ASSEFA; GEZIE, 2020).

Depois da invasão dos aguapés, a maioria dos pescadores tiveram problemas com seus apetrechos e armadilhas de pesca. Além das obstruções no acesso a áreas de pesca, se passou mais tempo desembaraçando as redes que emalhavam as folhas e raízes do aguapé (SEGBEFIA et al., 2019; YILEBES; AREGA; GASHAW, 2022). Muitos chegam a abandonar os apetrechos e armadilhas quando são cobertos e levados pelas ilhas flutuantes, que muitas vezes causam danos ou a total destruição dos equipamentos, fazendo com que aumente o custo da produção, diminua o tempo de vida útil e reduza o seu lucro (SEGBEFIA et al., 2019; ENYEW; ASSEFA; GEZIE, 2020; YILEBES; AREGA; GASHAW, 2022).

Com a presença do aguapé muitos pescadores se veem desmotivado e acreditam que continuarão a enfrentar os problemas da redução da quantidade de pescado capturado e no custo da pesca, fazendo com que muitos abandonem as atividades (SEGBEFIA et al., 2019; YILEBES; AREGA; GASHAW, 2022).

Yilebes; Arega; Gashaw, (2022), corrobora afirmando que ocorreu uma diminuição no número de pescadores vizinhos ao Lago Tana, e uma das principais razões para a interrupção das atividades pesqueiras foi o surgimento do aguapé.

Ainda são poucos são os estudos relacionados aos impactos causados por esse tipo de macrófitas na pesca artesanal, muitos pescadores encontram dificuldades devido a infestação dessa erva daninha que causam problemas na qualidade da água, na navegação e também no abastecimento das comunidades que ficam próximas as margens. O represamento de trechos de rios contribui com o crescimento descontrolado no meio aquático, causando impactos sociais e econômico as populações ribeirinhas.

Considerações finais

A presença de macrófitas aquáticas, em especial a Eichhornia crassipes, que é o objeto do presente estudo, é comum e fundamental como parte da ecologia dos corpos d’água, e tem um papel importante na cadeia trófica dos ambientes aquáticos, como berçário e abrigo natural de diversas espécies, porém a sua elevada proliferação devido aos problemas de saneamentos das cidades, despejos de dejetos das indústrias e a redução do fluxo e vazão dos rios vem acarretando inúmeros prejuízos a atividade pesqueira que não recebe incentivos governamentais, o que afeta um grande número de pescadores.

 O aumento na quantidade de Eichhornia crassipes em diversos reservatórios, vem prejudicando e dificultando a realização das atividades pesqueiras, visto que, a diminuição no setor pesqueiro já é um fato que atinge todo o mundo, principalmente com as construções de barragens hidrelétricas, muitas espécies de peixes têm desaparecido, bem como o estágio avançado de eutrofização dessas águas, que é um fator crucial para o surgimento das macrófitas aquáticas.

Há urgência em usar de maneira criteriosa e de forma sustentável os recursos naturais, intervindo nesses conflitos socioambientais e econômicos para que se tenha uma sobrevivência mais equilibrada. A primeira atitude para que isso ocorra seria se os órgãos governamentais ampliassem suas políticas voltadas para a manutenção e proteção do Rio são Francisco e sua ictiofauna, e aumentasse o incentivo à pesca artesanal que por mais que relatem a crescente diminuição do pescado, o rio é a segunda casa dos pescadores, onde podem exercer seus saberes tradicionais buscando seu alimento e seu sustento.

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1Mestrando Do Programa De Pós-Graduação Em Ciências Ambientais (Ppciam) Da Universidade Federal Rural De Pernambuco (Ufrpe)
Paulinho299@Hotmail.Com

2 Graduanda Em Engenharia De Pesca, Universidade Do Estado Da Bahia (Uneb), Campus Viii Layne_Barros@Hotmail.Com

3 Doutorando Em Agroecologia E Desenvolvimento Territorial, Pela Universidade Federal Rural De Pernambuco (Ufrpe) Romario.Nuness@Gmail.Com

4 Doutora Em Etnobiologia E Conservação Da Natureza – Ppgetno Pela Universidade Federal Rural De Pernambuco-Ufrpe Horasa.Andrade@Ufrpe.Br

5Doutor Em Etnobiologia E Conservação Da Natureza – Ppgetno Pela Universidade Federal Rural De Pernambuco-UfrpeLuciano.Andrade@Ufape.Edu.Br