A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO: PÓS DIAGNÓSTICO DE CÂNCER EM HOMENS ENTRE 19 AOS 40 ANOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8321823


Fatiana Rosa da Conceição Vieira


RESUMO 

O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a importância do acompanhamento psicológico nos pacientes pós diagnosticados com câncer, na faixa etária de 19 até 40 anos de idade especificamente. O processo medicamentoso e procedimentos químicos no tratamento de câncer, modifica não só o estereótipo físico, mas impacta diretamente o psiquismo, deixando o paciente fragilizado e chegando a desistir, em dados momentos, da luta por sua saúde, intensificando a falta de motivação e entregando-se ao fim que ainda nem se deu, sublinhando o luto antecipatório. É de suma importância a inserção da psicologia no cuidado psicológico do paciente no processo oncológico, para que o mesmo consiga junto a psicologia elaborar estratégias que amenizem o sofrimento do enfrentamento ao câncer. 

Palavras-chave: Câncer, Assistência psicológica, Paciente, Família, Morte.

ABSTRACT 

The present work aims to reflect the importance of psychological follow-up in post-diagnosedcancerpatients, in the age group of 19 to 40 years of age specifically. The drug process andchemicalprocedures in the treatment of cancer modify not only the physical stereotype, but directlyimpact thepsyche, leaving the patient weakened and even giving up in darts, the fight for his health, intensifyingthe lack of motivation and giving him up. To the end that hasn’t even happened yet, underliningtheanticipatory mourning. It is extremely important to insert psychology in the psychological careofthepatient in the oncological process, so that he can, together with psychology, develop strategiesthatalleviate the suffering of coping with cancer. 

Key words: Cancer, Psychological assistance, Patient, Family, Death.

1 INTRODUÇÃO 

O termo câncer tem origem no latim cancri, que significa caranguejo. Essa terminologia está relacionada às características infiltrativas do câncer – semelhantes às pernas de crustáceos (Fontes,César & Beraldo, 2005; Stumm, Leite, & Maschio, 2008) – e à forma como o câncer torna as vítimas prisioneiras de forma equivalente. Essa analogia ilustra a magnitude do câncer em nosso ambiente social e o credo associados a ele (Argemi-Camon, 2004). 

Receber um diagnóstico não esperado pode abalar as estruturas de qualquer pessoa.Quando uma enfermidade é identificada como tumor, emerge a percepção das limitações da vida, sendo comum o surgimento de comparações subjetivas em torno dos portadores da enfermidade e de seu procedimento (Mello Filho, 2002). 

Consta que os enfermos que sofrem com a identificação do câncer respondem de aspecto distinto se comparado aos diagnósticos de outras enfermidades (Penna, 2004), portanto ainda se acredita que a identificação esteja associada a dor, procedimentos agressivos e óbito. O câncer é a enfermidade mais temida devido a sua infâmia social e sua relação com o óbito (Ceolin, 2008). Por este senso, o presente trabalho pretende estudar o impacto de uma identificação de câncer em um paciente homem entre os seus 19 a 40 anos de idade. Pois, o homem nessa idade está na fase sexualmente ativa e ao receber o diagnóstico de câncer, sente um misto de emoções, sendo elas, a preocupação com a impotência sexual, o medo do abandono familiar, esterilidade, dentre outras. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2010), assim que o enfermo é diagnosticado, há uma grande angústia com as suspeitas e inseguranças que a notícia causou. Nesse momento é preciso investigar valores, conhecimento prévio, história familiar e expectativas de procedimentos que podem intervir no aspecto de como a enfermidade é tratada e no cuidado aos familiares doentes. Compreender os hábitos e costumes dos enfermos identificados com câncer e os procedimentos utilizados para o manuseio do quadro podem contribuir para o desenvolvimento da prática clínica para diminuir o sofrimento do paciente. 

O vigente estudo contribui nesse sentido, pois apresenta uma abordagem centralizada nas relações com o doente na condição do câncer a contar com as interações dos cuidados com o enfermo. Em vista disso, propõe-se questionar: Qual a importância do acompanhamento psicológico em pacientes recém-diagnosticados com câncer? 

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO 

Apresentar a importância do cuidado e amparo psicológico em pacientes homens entre 19 e 40 anos recém-diagnosticados com câncer. 

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS 

• Discorrer a respeito do câncer; 
• Apresentar os transtornos psicológicos que o câncer pode acarretar; 
• Demonstrar a importância do acompanhamento psicológico. 

1.2 JUSTIFICATIVA 

De acordo com o INCA (2010), o câncer é considerado o somatório de mais de 100 doenças que têm em conjunto o aumento desorganizado de células que se apoderam dos tecidos e órgãos. A causa do câncer pode ser externa quando relacionada ao local, rotina ou prática (modos de alimentação,exposição à radiação,etc) de uma determinada sociedade; ou interna, quando relacionada à predisposição genética e à aptidão do organismo de se proteger contra agressões externas, ambas relacionadas (INCA, 2010). 

Essa doença, que se desenvolve de forma progressiva e desordenada, traz consigo prejuízos e danos psicológicos aos indivíduos acometidos, pois a mesma produz desconforto, ansiedade, medo, dentre outras preocupações inerentes ao seu diagnóstico. 

O estigma do câncer refere-se à dor, sofrimento, terror do óbito, preocupações com a própria imagem e perda de atração sexual, produtividade e peso (ANGERAMI-CAMON, 2004; CHIATTONE,1992). 

Apesar da evolução no diagnóstico e procedimento, a infâmia relacionada ao câncer continua alta na sociedade e nas equipes de profissionais (MARUYAMA et al., 2006). Portanto, a necessidade de as famílias obterem conhecimentos precisos e claros dos trabalhadores de saúde no momento do reconhecimento é essencial para se conseguir ajudar ou se comprometer como tratamento posterior.Conforme apontado por Maruyama et al. (2006, p. 175), há a necessidade de quebrar o“ciclo corrompido da infâmia da doença” no começo entre os trabalhadores de saúde, e posteriormente, entre os enfermos e seus círculo familiar. 

Diante dessa problemática, é possível perceber que um acompanhamento psicológico pode ser uma opção viável para a melhoria da vida do enfermo e de seus familiares, justificando plenamente a pesquisa sobre o tema, já que esta contribuirá com a produção científica a fim de incrementar o conhecimento da sociedade.

1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

Enfermos com câncer, muitas vezes, vivenciam problemas emocionais devido à aflição em se deparar com o seu diagnóstico. Não é incomum que os pacientes sejam diagnosticados também com doenças mentais como depressão e ansiedade em várias etapas do procedimento (CEOLIN, 2008). 

De acordo com Penna (2004): “Essas decorrências se devem ao fato do termo câncer ter adquirido o conceito de uma enfermidade terrível, incurável e que acaba levando à morte” (2004, p.379). No entanto, embora as doenças tumorais sejam em sua maior parte crônicas, nem sempre levam à óbito devido aos medicamentos e procedimentos modernos. O resultado do comunicado de câncer pode alterar significativamente a relação do enfermo consigo mesmo e com os demais a sua volta, o aspecto como se comunica e resolve os problemas do seu cotidiano. 

Considera-se que uma das reações na repercussão do comunicado de uma constatação de câncer é a sensação de dúvida compatível aos dilemas e as transformações que o enfermo cujo a identificação do câncer sofre (FERREIRA, DUPAS, COSTA & SANCHEZ, 2010; MELO, SILVA, &FERNANDES,2005; McDANIEL, HEPWORTH & DOHERTY, 1994). 

Dentre os efeitos pode-se citar: (a) problemas financeiros decorrentes do custo do procedimento, (b)retenção de diagnósticos para minimizar comentários desnecessários, (c) ocorrência de embate familiares que comprometam a sustentação indispensável e (d) urgência de adequaçãoconstanteemudança de hábitos de estilo de vida (FERREIRA et al., 2010). 

Em relação às alterações que um diagnóstico de câncer pode trazer para o enfermo e sua família, tem que se realçar o potencial de perdas produzidas pela enfermidade, como: (a) perda do bem-estar e funções anteriores desempenhadas pelo enfermo, (b) impossibilidade de execução e esclarecimento do propósito de vida, (c) Diminuição da renda e (d) redução da expectativa de vida (BERGAMASCO&ANGELO, 2001; SILVA, 2000). 

Sendo assim, por estas razões levantadas, faz-se importante a pesquisa acerca dos impactos psicológicos da pessoa com o diagnósticos de câncer.

1.4 METODOLOGIA 

A metodologia utilizada tratou-se de um estudo com abordagem de revisão de literatura segmentada em pesquisa bibliográfica. Para levantamento dos dados será realizada uma busca de dados informatizados, onde ocorrerá um levantamento da literatura nacional e internacional nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literatura Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE),como Centro Latino Americano e do Caribe de Informações em Ciencias de Saúde (LILACS), sites, livros, revistas e jornais, Utilizado recorte temporal de vinte anos 2000 a 2020.A busca dos artigos deu-se com as palavras-chaves: Câncer, Assistência psicológica, Paciente, Família,Morte. 

Foram utilizados como critérios de inclusão artigos e revisões em português e que contribuíssem na íntegra com o tema escolhido (a importância do acompanhamento psicológico pós diagnóstico de câncer em homens entre 19 aos 40 anos), e como processo de exclusão os artigos e revisões em língua estrangeiras e que não corresponderam com os objetivos da pesquisa. Foram selecionados 50 artigos dos quais 34 foram descartados, 13 aproveitados, 01 livro, 01 material de jornal, 01 revista, compondo assim, a metodologia.

1.5 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

ATIVIDADES FEVMARABR MAIJUN
Delimitação do temax
Observar orientaçõesxx
Pesquisa documentalxx
Pesquisa bibliográficaxxx
Análise do material coletadoxx
Redação do artigoxx
Finalização do artigoxx
Apresentação do artigox

REFERÊNCIAS 

ARGEMI-CAMON, V. A. Tendências em psicologia hospitalar. São Paulo: PioneiraThomsonLearning. 

BERGAMASCO, R. B., ANGELO, M. O sofrimento de descobrir-se com câncer de mama:Como o diagnóstico é experienciado pela mulher. Revista Brasileira de Cancerologia. 2001. CEOLIN, V. E. S. A família frente ao diagnóstico do câncer. In: C. F. M. Hart (Org.) Câncer: Uma abordagem psicológica (pp. 118-128). Porto Alegre: AGE, 2008. FERREIRA, N. M. L., DUPAS, G., Costa, D. B., & SANCHEZ, K. O. L. Câncer e família:Compreendendo os significados simbólicos. Ciência, Cuidado e Saúde, 9(2), 269- 277, 2010. FONTES, A. P. S., César, E. T., & BERALDO, H. A química inorgânica na terapiadocâncer.Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola 6. 2005. Retirado em 10/03/2011 de: http://qnint.sbq.org.br/qni/visualizarTema.php?idTema=31 

INCA – Instituto Nacional de Câncer. (2010). Estatísticas do câncer. Retirado em 10/08/2022 de:http://www1.inca.gov.br/vigilancia/morbidade.html. 

Maruyama, S. A. T., Costa, A, L. C., Espírito Santo, E. A. R., Bellato, R., &Pereira, W. R.(2006). O corpo e a cultura como lócus do câncer. Cogitare Enfermagem, 11(2), 171- 175. McDaniel, S. H., Hepworth, J. & Doherty, W. J. (1994). Terapia familiar médica: Um enfoque biopsicossocial às famílias com problemas de saúde. Porto Alegre: Artes Médicas. Melo, E. M, Silva, R. M., & Fernandes, A. F. C. (2005). O relacionamento familiar após a mastectomia: Um enfoque no modelo de interdependência de Roy. Revista Brasileira de Cancerologia, 51(3), 219-225. 

Mello Filho, J. (1992). Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas. Penna, T. L. M. (2004). Dinâmica psicossocial da família de pacientes com câncer. InJ. Mello Filho, & M. Burd. (Orgs.) Doença e família (pp. 379-389). São Paulo: Casa do Psicólogo,Ribeiro, A. F., & Souza, C. A. (2010). O cuidador familiar de doentes com câncer. Arquivos de Ciências da Saúde, 17(1), 22-27. 

Silva, D. R. (2009). Famílias e situações de luto. In Osório, L. C. & Valle, E. P. (Orgs). Manual de terapia familiar (pp. 376-398). Porto Alegre: Artmed. 

Silva, C. N. (2000). Como o câncer (des)estrutura a família. São Paulo: Anablume Editora. Silva, M. R. B., Borgognoni, K., Rorato, C., Morelli, S., Silva, M. R. V., & Sales, C. A. (2008). O câncer entrou em meu lar: Sentimentos expressos por familiares de clientes. Revista Enfermagem UFRJ, 16(1), 70-75. 

Stumm, E. M. F., Leite, M. T., Maschio, G. (2008). Vivências de uma equipe de enfermagem no cuidado a pacientes com câncer. Cogitare Enfermagem, 13(1), 75- 82.