TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM ESTUDANTES DE MEDICINA NO BRASIL: UMA REVISÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8280129


Marcus Vinicius da Silva Pereira1; Marcos Eduardo da Silva Pereira2; Francisco das Chagas Pimenta Neto3; Douglas Soares da Costa4; Eider Saraiva Sales5; Jose Wilker dos Santos Melo6; Adriana Vieira de Sousa Vilarinho7; Mara Mikaelly Santos da Silva8; Ana Elvira Pinto Guimarães9; Layanne Barros do lago10; Ana Iza Sousa silva11; Priscilla Frazao leal Nogueira12; Maria Eduarda Ferraz Vilarinho Oliveira13; Johnny Ricardo Araújo Corrêa14; Rubens Roniery Rego Araújo Sousa15


RESUMO:

A saúde mental dos estudantes de Medicina no Brasil tem suscitado atenção crescente na literatura científica, revelando preocupações sobre seu bem-estar emocional e psicológico. O presente artigo analisa diversos estudos transversais conduzidos com alunos de Medicina em diferentes regiões do Brasil. Evidencia-se uma alta prevalência de transtornos mentais, particularmente nos primeiros anos do curso. Fatores individuais, como gênero feminino e hábitos de vida insalubres, bem como fatores acadêmicos, como insatisfação com o desempenho e preocupações com atrasos na graduação, foram consistentemente associados a maiores riscos de transtornos mentais. A análise enfatiza a necessidade de abordagens institucionais para apoiar a saúde mental dos estudantes, incluindo serviços de aconselhamento e revisão de currículos. A criação de ambientes acadêmicos acolhedores e de suporte pode não só beneficiar o bem-estar dos alunos, mas também produzir médicos mais resilientes e preparados para a prática profissional.

PALAVRAS-CHAVES: Saúde mental, Estudantes de Medicina, Transtornos mentais, Fatores de risco, Ensino médico.

ABSTRACT:

The mental health of Medical students in Brazil has been garnering increasing attention in scientific literature, revealing concerns over their emotional and psychological well-being. This article reviews various cross-sectional studies conducted with Medical students across different regions of Brazil. There’s a highlighted high prevalence of mental disorders, especially during the early years of the course. Individual factors, like being female and maintaining unhealthy life habits, as well as academic factors such as dissatisfaction with performance and concerns over graduation delays, were consistently associated with higher risks of mental disorders. The analysis underscores the need for institutional approaches to support student mental health, including counseling services and curriculum reviews. Crafting supportive and nurturing academic environments can benefit not only student well-being but also produce resilient doctors ready for professional practice.

KEYWORDS: Mental health, Medical students, Mental disorders, Risk factors, Medical education.

1. INTRODUÇÃO

A formação acadêmica em Medicina é um período desafiador e exigente, que pode levar a um impacto significativo na saúde mental dos estudantes. A experiência acadêmica intensa, combinada com a exposição a situações estressantes e a pressão para obter bons resultados, pode resultar no desenvolvimento de doenças psicológicas. Diante desse contexto, é fundamental compreender as principais doenças psicológicas que afetam os estudantes de Medicina no Brasil e suas possíveis consequências no exercício da profissão.

Segundo um estudo realizado por De Melo (2022) com 259 estudantes do curso de medicina de uma instituição de ensino superior do nordeste do país, no período de agosto de 2019 e julho de 2020, a prevalência de sintomas de depressão em estudantes da instituição é alarmante, chegando a 51,8% dos participantes, sendo que a maioria dos alunos relata nunca ter procurado ajuda profissional para acompanhamento psicológico e que 29,3% dos estudantes faz uso de psicofármaco. Essa alta taxa de prevalência pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a carga horária intensa, o contato frequente com situações de sofrimento e a pressão para alcançar altos padrões de desempenho acadêmico.

Além da depressão, a ansiedade é outra doença psicológica comum entre acadêmicos do curso. Conforme apontado por Mendes (2021), a ansiedade pode ser causada pela sobrecarga de informações, a necessidade de tomar decisões rápidas e a responsabilidade de lidar com pacientes em situações críticas. A ansiedade excessiva pode afetar negativamente o desempenho acadêmico e prejudicar a qualidade da atenção e cuidado prestados pelos futuros médicos.

Um estudo realizado por Sacramento (2021), concluiu  que os elementos relacionados à depressão, ansiedade e estresse podem ser categorizados em: características individuais dos estudantes, questões familiares e econômicas, visão do aluno sobre sua trajetória acadêmica, fatores impactando a saúde e bem-estar (como consumo de drogas, horas de descanso e lazer) e considerações psicológicas, incluindo níveis de estresse e antecedentes de tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Os transtornos do sono também são frequentes nesse grupo de pessoas, conforme evidenciado por Neres (2021). A insônia e outros distúrbios relacionados ao sono podem ser desencadeados pelo estresse crônico, pela carga de trabalho intensa e pela ansiedade associada à profissão. A privação de sono compromete a capacidade cognitiva, a tomada de decisões e pode contribuir para a ocorrência de erros médicos graves.

Reconhecendo os desafios associados à pressão acadêmica e ao ambiente competitivo, é crucial implementar estratégias eficazes de apoio psicológico e bem-estar emocional. De acordo com Lelis (2020), a disponibilidade de serviços de aconselhamento, programas de conscientização e medidas para reduzir o estigma em relação às questões de saúde mental pode desempenhar um papel significativo na melhoria do ambiente acadêmico e no fortalecimento da resiliência dos alunos.

Segundo Lima (2020), o suporte emocional é fundamental como ferramenta de adaptação diante dos diversos estressores que podem levar ao surgimento de problemas mentais. Particularmente, o respaldo proveniente da família é crucial. Por isso, muitos pesquisadores concordam que alunos oriundos de localidades distantes e que estão longe de suas famílias tendem a ter um risco elevado de enfrentar tais questões mentais. 

Em relação às consequências no exercício da profissão, estudos indicam que a saúde mental prejudicada pode afetar a qualidade do cuidado prestado aos pacientes. Segundo uma pesquisa conduzida por Souza (2022), os estudantes com sintomas de depressão têm maior probabilidade de cometer erros médicos e apresentar menor empatia com os pacientes. Esses resultados evidenciam a importância de abordar e tratar as doenças psicológicas para garantir a excelência no cuidado ao paciente.

Diante da relevância desse tema, torna-se necessário realizar uma revisão integrativa da literatura para investigar as principais doenças psicológicas que afetam estudantes de Medicina no Brasil e suas possíveis consequências no exercício da profissão. Essa revisão tem como objetivo consolidar e analisar criticamente os estudos mais recentes sobre o assunto, a fim de fornecer uma visão abrangente e atualizada dos desafios enfrentados e seus impactos na prática médica.

2: METODOLOGIA

A seleção dos artigos para esta revisão integrativa foi realizada por meio de busca nas bases de dados Google Scholar, Scielo e LILACS. O período de busca considerado compreendeu os últimos 3 anos, ou seja, de 2020 a 2023. A busca foi realizada nos idiomas inglês, espanhol e português, a fim de abranger estudos relevantes sobre as principais doenças psicológicas que afetam estudantes de Medicina no Brasil.

Os critérios de inclusão adotados foram: 1) artigos publicados nos últimos 5 anos; 2) disponibilidade gratuita dos artigos nas bases de dados; 3) estudos que abordassem especificamente as doenças psicológicas em estudantes de Medicina no Brasil; 4) estudos que investigassem as consequências dessas doenças no exercício da profissão médica. Por outro lado, os critérios de exclusão foram: 1) artigos duplicados; 2) estudos que não se enquadram nos temas propostos.

As palavras-chave utilizadas na busca foram: “medical students”, “psychological disorders”, “Brazil”, “consequences”, “mental health”. Para a busca nas bases de dados, foram utilizados os operadores booleanos AND e OR para combinar as palavras-chave de forma adequada.

A tabela a seguir apresenta a quantidade de artigos encontrados em cada base de dados e a quantidade de artigos selecionados para o estudo:

Quadro 1 – Estratégia de busca utilizada nas bases de dados eletrônicas. 

Base de DadosQuantidade de Artigos EncontradosQuantidade de Artigos Selecionados
Google Scholar1204
Scielo802
LILACS503
Total2501

Fonte: O autor (2023)

Após a busca inicial nas bases de dados e a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 10 estudos que atenderam aos objetivos desta revisão integrativa. Esses estudos serão analisados e sintetizados com o intuito de fornecer uma visão abrangente e atualizada sobre as principais doenças psicológicas que afetam estudantes de Medicina no Brasil e suas possíveis consequências no exercício da profissão.

3: RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presente revisão analisou 10 estudos primários que buscaram identificar os principais transtornos mentais comuns que afetam estudantes de medicina do Brasil. Destes, a maioria foram publicados nos anos de 2020 a 2022. 

Quadro 2 – Quadro-síntese dos estudos incluídos para compor a amostra da presente revisão integrativa (n=6).

Autor (Ano)Desenho do estudoPopulaçãoAmostraTipo de IntervençãoResultados
De Melo, 2022Estudo observacionalDiscentes matriculados em uma universidade, do primeiro ao décimo segundo período.259 estudantes com idades entre 18 e 41 anos.Não se aplicaPrevalência de sintomas depressivos: 51,80% apresentaram sintomas depressivos. 30,90% com sintomas leves a moderados, 14,70% com sintomas moderados a graves, 6,20% com sintomas graves a severos. Os resultados também mostraram diferenças significativas nas proporções entre aqueles em tratamento psicológico, psiquiátrico, os que tomavam medicamentos e a satisfação com o curso (p<0,05).
Neres(2021)Estudo transversalEstudantes de medicina381 alunosOs participantes responderam a um questionário autoaplicável que incluiu o Inventário de Depressão de Beck (BDI) e a Escala de Intenção Suicida de Beck (BSIS). O diagnóstico de depressão foi baseado em um instrumento adaptado de acordo com os critérios do DSM-IV e da CID-10.Prevalência de depressão: 27,6%. Ideação suicida (moderada a grave): 10,5% da amostra. Tentativas de suicídio: Cerca de 6% dos alunos. Consumo de drogas: Lícitas: 78% da amostra. Ilícitas: 24% da amostra. Demanda por tratamento especializado: Menor do que o esperado entre alunos com depressão. Fatores de risco para depressão: Identificados pela regressão logística, incluem sexo feminino, redução do contato interpessoal com amigos, redução da atividade física, dificuldade de enfrentar novas situações e alta percepção de pressão pessoal.
Paulo (2021)Observacional, transversal e não controlado.Estudantes de medicinaEstudantes de medicina da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), do primeiro ao oitavo período, regularmente matriculadosFoi utilizado um questionário sociodemográfico e o Inventário Beck de Ansiedade (Beck Anxiety Inventory – BAI). As diferenças estatísticas foram analisadas usando o Teste T Independente e o ANOVA para dados paramétricos, e o Teste de Mann-Whitney e o Teste de Kruskal-Wallis para dados não-paramétricos.Problemas de saúde mental no passado: 63,3%. Impacto no desempenho acadêmico: 53,3% afirmaram interferência. Busca por auxílio médico: 38,8% já buscaram. Prevalência de ansiedade: 63,8% apresentaram ansiedade de leve a moderada. Associação: Foi significativa entre o escore do BAI e a existência de problemas de saúde mental, interferência no desempenho acadêmico e busca por auxílio médico.
Sacramento (2021)Estudo de prevalênciaEstudantes universitários de Medicina.Uma amostra probabilística de 1.339 alunos que frequentavam regularmente os 12 semestres do curso de Medicina em janeiro de 2018Os dados foram coletados por meio de questionários que avaliavam aspectos socioeconômicos, comportamentais e demográficos, e também através dos Inventários de Ansiedade e de Depressão de Beck. Foram utilizadas técnicas estatísticas para analisar a relação entre sintomas de ansiedade e depressão com variáveis socioeconômicas e comportamentais.Prevalência de sintomas: 30,8% para ansiedade e 36,0% para depressão. Associação com sintomas de ansiedade: Significativamente associados ao sexo, idade e orientação sexual. Associação com sintomas de depressão: Significativamente associados ao sexo, raça/cor da pele e orientação sexual. Correlação com semestres do curso: Não houve uma relação significativa entre a progressão nos semestres do curso e a presença de sintomas de ansiedade e depressão.
Costa (2020)Quantitativo epidemiológico do tipo transversal.Estudantes de MedicinaEstudantes de Medicina da UFRN, distribuídos equitativamente entre os diferentes períodos do curso. Foram entregues 288 questionários, mas somente 279 foram validados devido a respostas incorretas nos demaisColeta de dados utilizando diferentes instrumentos:Ficha de Identificação para dados sociodemográficos.Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL).Inventário de Depressão de Beck (IDB).Inventário de Ansiedade de Beck (BAI).Para a análise dos dados, foram empregadas análises descritivas e inferenciais.Estresse: 66,3% dos estudantes apresentaram sintomas de estresse, sendo que a maioria estava na fase de resistência (58,4%). A predominância foi de sintomas psicológicos (42,3%).Depressão: 28% dos estudantes exibiram sintomas depressivos:51,3% apresentaram sinais de depressão de leve a moderada.35,9% tinham sinais de depressão moderada.12,8% mostraram sinais de depressão severa.Ansiedade:66,3% dos estudantes tinham sinais de ansiedade em seu grau mínimo.33,7% apresentaram sinais de ansiedade leve, moderada ou severa, distribuídos da seguinte forma:21,9% com sinais de ansiedade leve.10,8% com sinais de ansiedade moderada.1% com sinais de ansiedade severa.
Cazolari (2020)Avaliação quantitativa.Estudantes de Medicina.Alunos do primeiro ao sexto ano do curso de Medicina da UnifespAplicação de questionários on-line MBI-SS (para avaliar burnout) e Whoqol-Bref (para avaliar qualidade de vida) na plataforma REDCap.Burnout: Dos 302 estudantes que responderam aos questionários, foi observado um nível de burnout entre baixo e moderado. Especificamente, os estudantes exibiram baixos valores no fator de exaustão emocional e valores altos nos fatores descrença e eficácia profissional.Diferenças de gênero: Estudantes do gênero feminino mostraram maior tendência à exaustão emocional em comparação com o gênero masculino.Diferenças entre anos do curso: Estudantes do primeiro e segundo anos tiveram valores mais elevados de eficácia profissional em comparação com aqueles do terceiro e quarto anos. Não houve diferenças entre os gêneros nesse aspecto.Qualidade de Vida: De acordo com o questionário Whoqol-Bref, os estudantes perceberam que possuem uma boa qualidade de vida. No entanto, foram indicados possíveis fatores que podem interferir na qualidade de vida dos estudantes, como a carga horária excessiva, o modelo de ensino baseado em longas aulas expositivas, e a falta de estímulo e reconhecimento pelos seus esforços.
Souza (2022)Estudo de coorte/transversalEstudantes de medicinaEstudantes de Medicina de instituições de ensino superior do estado de Pernambuco, Brasil.Aplicação de um questionário on-line elaborado via Google Forms, que abrangia características sociodemográficas e clínicas dos respondentes, além da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD).Ansiedade: Fatores associados ao aumento do risco de sinais e sintomas de ansiedade incluíram: ser do sexo feminino, alterações no hábito de fumar (tanto aumento quanto diminuição), mudanças no consumo de medicamentos (aumento ou manutenção), redução ou ausência de atividades de lazer, perceber que a universidade não estava preparada para o ensino a distância (EAD), já ter tido experiência com EAD antes da pandemia, e uma percepção de diminuição do rendimento escolar em comparação a períodos anteriores.Depressão: Fatores associados ao maior risco de sinais e sintomas depressivos incluíram: mudanças no consumo de medicamentos (aumento ou manutenção), redução de atividades de lazer, falta de preparação da universidade para o EAD, perceber uma diminuição no rendimento escolar, e se identificar com a cor de pele parda.
Balmer (2020)Estudo de corte transversalEstudantes de medicinaEstudantes de Medicina de instituições de ensino superior do estado de Pernambuco, Brasil.Aplicação de um questionário on-line elaborado via Google Forms, que abrangia características sociodemográficas e clínicas dos respondentes, além da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHADAnsiedade:Fatores associados ao aumento do risco de sinais e sintomas de ansiedade incluíram: ser do sexo feminino, alterações no hábito de fumar (tanto aumento quanto diminuição), mudanças no consumo de medicamentos (aumento ou manutenção), redução ou ausência de atividades de lazer, perceber que a universidade não estava preparada para o ensino a distância (EAD), já ter tido experiência com EAD antes da pandemia, e uma percepção de diminuição do rendimento escolar em comparação a períodos anteriores.Depressão:Fatores associados ao maior risco de sinais e sintomas depressivos incluíram: mudanças no consumo de medicamentos (aumento ou manutenção), redução de atividades de lazer, falta de preparação da universidade para o EAD, perceber uma diminuição no rendimento escolar, e se identificar com a cor de pele parda.
Teixeira, 2021.Estudo transversal e exploratórioEstudantes de Medicina656 estudantes de Medicina do BrasilColeta de dados via dois instrumentos autoaplicáveis – um questionário desenvolvido pelos próprios autores para avaliar o perfil sociodemográfico e cultural da população, e o Self-Report Questionnaire para o rastreamento de indícios de sofrimento psíquico. As associações entre variáveis categóricas foram avaliadas por meio do teste qui-quadrado de PearsonA prevalência de estudantes com indícios de sofrimento psíquico foi de 62,8%.Os fatores de risco identificados para o adoecimento mental durante a pandemia da COVID-19 incluem: ser do sexo feminino, estar nos primeiros dois anos do curso, ter dificuldade de adaptação ao ensino a distância, enfrentar problemas de concentração, ter preocupações quanto a atrasos na graduação, possuir diagnóstico prévio de transtorno mental, viver com alguém que precisa trabalhar fora de casa durante a pandemia, não conseguir manter hábitos saudáveis, e ter medo de contrair o vírus.
Bellinati (2020)Estudo transversalEstudantes de medicina388 estudantes de Medicina em Salvador, BahiaColeta de dados via plataforma Google Forms. Os dados coletados englobavam informações sociodemográficas e acadêmicas, hábitos de vida, comorbidades e sintomas de transtornos não psicóticos, mensurados pelo Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20).A prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) entre os estudantes de Medicina foi de 39,7%.A distribuição da prevalência foi: 47,4% no ciclo básico, 40,3% no ciclo clínico e 12,3% durante o internato.Fatores associados ao surgimento de TMC incluem: sedentarismo, tabagismo, uso de substâncias que favoreçam o desempenho acadêmico, insatisfação com o rendimento acadêmico, má qualidade de sono, falta de apetite, cefaleia frequente, problemas digestivos, ideação suicida e sentimentos de tristeza.Mulheres apresentaram maior índice de transtornos mentais não psicóticos. Não houve diferenças significativas relacionadas ao ciclo acadêmico ou à natureza administrativa da instituição de ensino.

Fonte: O autor (2023)

O estudo realizado por De Melo (2022) oferece uma visão preocupante sobre a prevalência de sintomas depressivos entre estudantes de medicina em uma universidade no nordeste do Brasil. Com base em uma amostra de 259 discentes, os resultados revelam uma taxa significativamente alta de 51,80% de estudantes que apresentaram sintomas depressivos. Essa descoberta destaca a importância de abordar as questões de saúde mental entre os estudantes de medicina, um grupo que frequentemente enfrenta altos níveis de estresse e pressão acadêmica. A distribuição dos sintomas em diferentes níveis de gravidade também chama a atenção para a necessidade de identificação precoce e intervenções apropriadas para lidar com os sintomas antes que evoluam para estágios mais graves. Além disso, os resultados do estudo de De Melo revelaram associações estatisticamente significativas entre a presença de sintomas depressivos e variáveis como tratamento psicológico, consulta com psiquiatras, uso de medicamentos e satisfação com o curso. Essas associações sugerem a interdependência complexa entre a saúde mental dos estudantes e as abordagens de tratamento que eles buscam, bem como sua percepção geral do ambiente educacional.

O estudo conduzido por Neres (2021) traz à tona preocupações significativas sobre a saúde mental dos estudantes de medicina. Com uma prevalência de depressão de 27,6% e ideação suicida de intensidade moderada a grave em 10,5% da amostra, os números são consideravelmente mais altos do que os típicos da população geral. Ainda mais alarmante é o fato de que cerca de 6% dos alunos já haviam tentado suicídio. Além disso, o consumo elevado de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, destaca potenciais mecanismos de enfrentamento não saudáveis ou tentativas de automedicação. É particularmente preocupante que a demanda por tratamento especializado tenha sido menor do que o esperado entre os alunos com depressão, sugerindo uma possível relutância em buscar ajuda ou falta de acesso a recursos adequados. Os fatores de risco identificados, como o sexo feminino, redução do contato interpessoal, diminuição da atividade física, dificuldade em lidar com novas situações e alta percepção de pressão pessoal, fornecem um quadro claro de algumas das vulnerabilidades enfrentadas pelos estudantes de medicina.

O estudo realizado por Paulo (2021) na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) destaca a crescente preocupação com a saúde mental dos estudantes de medicina, um tema de relevância em instituições de ensino superior ao redor do mundo. Uma alarmante prevalência de 63,8% de estudantes apresentando ansiedade de leve a moderada ressalta a intensidade e prevalência do estresse e da ansiedade neste grupo demográfico. Além disso, o fato de mais da metade dos estudantes afirmar que já enfrentaram problemas de saúde mental e que tais problemas impactaram seu desempenho acadêmico ressalta a profundidade do problema. A busca por auxílio médico por quase 40% dos estudantes indica uma resposta ativa a essas questões, mas também sugere que muitos ainda podem estar sofrendo em silêncio ou sem o suporte adequado. Esses achados são especialmente preocupantes quando consideramos o contexto desafiador e frequentemente estressante da formação médica. A associação estatisticamente significativa entre o escore de ansiedade e fatores como existência prévia de problemas de saúde mental e sua interferência no desempenho acadêmico aponta para uma relação direta entre bem-estar emocional e desempenho acadêmico.

O estudo realizado por Sacramento (2021) com estudantes de Medicina em uma capital do Nordeste brasileiro evidencia uma preocupante realidade sobre a saúde mental desses futuros médicos. Com prevalências de 30,8% e 36,0% para sintomas de ansiedade e depressão, respectivamente, os números excedem as estimativas gerais para a população brasileira, ressaltando o ambiente estressante e as demandas específicas associadas ao estudo da Medicina. Essas porcentagens não são apenas estatísticas, mas representam centenas de jovens enfrentando desafios psicológicos em um momento crucial de sua formação. A associação significativa de sintomas de ansiedade e depressão com fatores como sexo, idade, raça/cor da pele e orientação sexual sublinha a complexidade das influências envolvidas e a necessidade de uma abordagem inclusiva e holística ao abordar questões de saúde mental. O estudo também aponta uma ausência de uma relação significativa entre a progressão nos semestres do curso e a presença de sintomas de ansiedade e depressão sugere que os desafios de saúde mental não estão restritos a fases específicas do curso, mas são persistentes ao longo da trajetória acadêmica. Isso indica que a ansiedade e a depressão não são apenas consequências temporárias de períodos particularmente desafiadores, mas podem ser problemas constantes que os estudantes enfrentam durante sua jornada educacional.

Os resultados do estudo de Costa (2020) revelam uma preocupante situação entre os estudantes de Medicina da UFRN, com prevalências significativas de sintomas relacionados ao estresse, depressão e ansiedade. Mais da metade (66,3%) dos estudantes entrevistados apresentaram estresse, e destes, a maioria estava na fase de resistência. O estresse durante a formação médica é um fenômeno já documentado em diferentes contextos e essa prevalência acentuada indica que os desafios acadêmicos, a pressão por desempenho e as demandas emocionais da profissão contribuem para um ambiente propício ao desgaste mental. Esse estresse, em muitos casos, pode servir como precursor ou catalisador para outros transtornos, como depressão e ansiedade. A incidência de sintomas depressivos e ansiosos entre os estudantes também é alarmante. Quase um terço dos entrevistados relatou sintomas depressivos, com uma considerável proporção desses estudantes apresentando depressão de grau moderado a severo. 

O estudo de Cazolari (2020) sobre os estudantes de Medicina da Unifesp trouxe à tona aspectos reveladores sobre o estado emocional e a percepção de qualidade de vida dos futuros médicos. A identificação de níveis de burnout entre baixo e moderado, particularmente com baixa exaustão emocional, mas altos níveis de descrença e eficácia profissional, sugere um complexo equilíbrio. Por um lado, os estudantes parecem resilientes quanto ao cansaço emocional, o que pode ser uma indicação positiva de sua capacidade de lidar com as demandas do curso. No entanto, a alta descrença e eficácia podem apontar para uma sensação de desconexão ou cinismo, bem como uma possível superestimação de suas habilidades ou desempenho, ambos os quais podem ter implicações preocupantes para sua prática futura e bem-estar pessoal. A descoberta de que as estudantes do gênero feminino tendem a ter maior exaustão emocional ressalta as diferenças de gênero na experiência acadêmica, possivelmente refletindo pressões sociais adicionais ou expectativas desiguais. Além disso, é intrigante notar que os estudantes dos primeiros anos perceberam ter maior eficácia profissional em comparação com seus colegas mais avançados, o que pode indicar uma diminuição da confiança à medida que avançam no curso e se deparam com desafios mais complexos. Os fatores destacados que podem interferir na qualidade de vida dos estudantes, como carga horária intensa e falta de reconhecimento, são preocupações universais em muitas instituições de ensino médico e requerem atenção e intervenções direcionadas para criar um ambiente acadêmico mais saudável e apoiador.

O estudo realizado por Souza (2022) com estudantes de Medicina em Pernambuco destaca os desafios multifacetados enfrentados pelos alunos durante o que pode ser inferido como o período da pandemia de COVID-19. É notável que variáveis como alterações nos hábitos de fumar e consumo de medicamentos estavam associadas ao aumento de sinais e sintomas de ansiedade e depressão, sugerindo que as circunstâncias externas possivelmente levaram a mudanças comportamentais que, por sua vez, afetaram a saúde mental. A inclusão do sexo feminino como um fator associado a um risco aumentado de ansiedade reforça a ideia de que certos grupos demográficos podem ser mais vulneráveis às pressões deste período excepcionalmente estressante. Por outro lado, os resultados que apontam para a falta de preparo das universidades para o ensino a distância (EAD) e a percepção de diminuição do rendimento escolar como fatores de risco para ambos, ansiedade e depressão, destacam a importância da adaptação institucional em tempos de crise.

O estudo de Balmer (2020) destaca uma alarmante prevalência de indícios de sofrimento psíquico, atingindo quase dois terços dos estudantes de Medicina avaliados, evidenciando o grande impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental dessa população específica. Estes resultados são particularmente preocupantes, uma vez que os estudantes de Medicina já enfrentam desafios substanciais relacionados ao estresse e à pressão acadêmica, mesmo em circunstâncias normais. A pandemia, com sua incerteza e mudanças rápidas no formato de ensino, provavelmente exacerbou as tensões. A dificuldade de adaptação ao ensino a distância e a preocupação com o atraso na graduação são reflexos claros das mudanças repentinas nas rotinas acadêmicas e da incerteza quanto ao futuro. Os fatores de risco identificados, como ser do sexo feminino e estar nos primeiros anos do curso, oferecem insights valiosos para as instituições educacionais e profissionais de saúde mental ao planejar intervenções e apoio. O fato de que ter um diagnóstico prévio de transtorno mental foi um fator de risco salienta a necessidade de um acompanhamento mais próximo para aqueles com históricos conhecidos de problemas de saúde mental durante os períodos de crise. Além disso, preocupações práticas, como morar com alguém que precisa trabalhar fora e o medo de infecção, destacam que os desafios enfrentados pelos estudantes não são apenas acadêmicos ou psicológicos, mas também envolvem riscos reais e tangíveis à sua saúde e bem-estar. Estes resultados reforçam a necessidade de um suporte abrangente e multifacetado para os estudantes durante e após a pandemia.

O estudo de Teixeira (2021) revelou uma preocupante prevalência de sofrimento psíquico entre estudantes de Medicina, atingindo quase dois terços da amostra. Esta estatística é emblemática, considerando o papel fundamental que os profissionais de saúde e estudantes da área desempenharam durante a pandemia da COVID-19. Eles estavam não apenas aprendendo em um ambiente acadêmico desafiador, mas também enfrentando as pressões e incertezas associadas à pandemia em primeira mão. O fato de estudantes em anos iniciais do curso, que ainda não estão plenamente imersos nas demandas clínicas, relatarem níveis elevados de sofrimento sugere que o impacto psicológico da pandemia e do ensino a distância afetou amplamente todos os níveis acadêmicos. Os fatores de risco identificados fornecem insights valiosos para as instituições acadêmicas e de saúde. Estudantes do sexo feminino, os que enfrentam dificuldades com o formato de ensino a distância, os que têm antecedentes de transtornos mentais e os que vivem com pessoas que trabalham fora de casa (e, portanto, podem estar em maior risco de exposição ao vírus) são particularmente vulneráveis. A identificação desses fatores de risco permite uma intervenção e suporte mais direcionados, possibilitando ações proativas para ajudar a reduzir o impacto psicológico da pandemia em futuros profissionais médicos.

Os resultados do estudo de Bellinati (2020) destacam uma preocupante prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) entre os estudantes de Medicina em Salvador, com quase 40% dos entrevistados apresentando sintomas. Esta prevalência é particularmente elevada durante os ciclos básico e clínico do curso, sugerindo que os primeiros anos de formação médica podem ser particularmente estressantes e desafiadores para os alunos. A fase inicial de adaptação à intensidade do curso, a pressão para obter bons desempenhos e a assimilação de uma vasta quantidade de informações podem ser alguns dos fatores que contribuem para este cenário. Além disso, a lista de fatores associados ao surgimento de TMC abrange uma série de aspectos, desde hábitos de vida, como sedentarismo e tabagismo, até questões acadêmicas e emocionais, como insatisfação com o rendimento escolar e ideação suicida. O fato de as mulheres apresentarem maior índice de transtornos mentais não psicóticos reitera achados de outros estudos, indicando que elas podem enfrentar desafios adicionais no ambiente acadêmico ou serem mais propensas a relatar ou reconhecer sintomas.

4: CONSIDERAÇÕES FINAIS

A saúde mental dos estudantes de Medicina tem sido objeto de crescente preocupação e estudo no contexto acadêmico e de saúde pública. Os estudos apresentados anteriormente fornecem uma visão preocupante da situação dos alunos de Medicina no Brasil, com prevalências notavelmente altas de transtornos mentais comuns, sintomas de ansiedade, depressão e estresse. As nuances e particularidades de cada estudo revelam que, embora existam tendências gerais preocupantes, há também variáveis específicas que podem influenciar o bem-estar mental de diferentes grupos de estudantes.

Em primeiro lugar, torna-se evidente que a fase do curso de Medicina desempenha um papel significativo na saúde mental dos alunos. Os primeiros anos, correspondentes aos ciclos básico e clínico, parecem ser os mais desafiadores, com maior prevalência de transtornos. Isso sugere que a transição para o ambiente acadêmico intenso e a pressão para se adaptar às expectativas do curso podem ser particularmente difíceis para muitos estudantes.

Em segundo lugar, os fatores individuais e de estilo de vida, como sedentarismo, hábitos de sono, uso de tabaco e outras substâncias, desempenham um papel fundamental na predisposição, manutenção ou exacerbação dos sintomas de transtornos mentais. Esses fatores, embora modificáveis, muitas vezes são negligenciados na rotina agitada de um estudante de Medicina. A falta de tempo, o estresse constante e a necessidade de alto desempenho muitas vezes levam a hábitos de vida prejudiciais.

Além disso, a natureza do curso de Medicina em si, com sua carga horária intensa, vasto conteúdo a ser assimilado, e a pressão constante por bom desempenho, contribui diretamente para o estresse e a ansiedade dos alunos. A preocupação com o atraso na graduação e a insatisfação com o próprio desempenho acadêmico também surgem como fatores salientes associados a um maior risco de transtornos mentais.

O papel do gênero também merece destaque. Em vários estudos, o gênero feminino surge como um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais. Esta constatação pode refletir as pressões socioculturais e acadêmicas adicionais enfrentadas pelas mulheres, ou talvez uma maior propensão para relatar ou reconhecer sintomas.

A alta porcentagem de estudantes que nunca buscaram tratamento psicológico ou psiquiátrico aponta para a necessidade de desestigmatização da busca de ajuda profissional para problemas de saúde mental. Assim, há uma urgência para as instituições educacionais em adotar medidas preventivas e interventivas em toda a duração do curso, não apenas em fases percebidas como mais estressantes. Em última análise, os artigos estudados ressaltam a importância de implementar estratégias de apoio à saúde mental e educação sobre saúde mental nas instituições de ensino médico, visando fornecer um ambiente mais saudável e de suporte para os futuros médicos.

Em resumo, os estudantes de Medicina no Brasil enfrentam desafios significativos em relação à sua saúde mental. A natureza rigorosa do curso, combinada com fatores individuais e sociais, coloca muitos deles em risco de desenvolver transtornos mentais. É crucial reconhecer essa vulnerabilidade e trabalhar para criar ambientes acadêmicos mais acolhedores e de suporte, para que esses futuros médicos não apenas prosperem em sua formação, mas também se tornem profissionais resilientes e bem preparados para lidar com os desafios da profissão médica.

5: REFERÊNCIAS

Balmer N. The urgent need for a mental health research response to COVID-19 [Internet]. MQ: Transforming mental health through research. 2020. Disponível em: https://www.mqmentalhealth.org/posts/urgent-mental-health-research-response-coronavirus Acesso em: set. 2020.

Bellinati YCG, Campos GAL. Avaliação da prevalência de transtornos mentais comuns nos estudantes de medicina em uma faculdade do interior de São Paulo. Rev Corpus Hippocrat. 2020;1(1):1-9.

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1Instituição: FACULDADE ITPAC SANTA INÊS
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9310-4682
2Faculdade Itpac Santa Inês
med.marcosedu@gmail.com
3Instituição: Universidade Federal do Maranhão
EMAIL: MV.pimentaneto@gmail.com
4Instituição: Biomédico / Universidade Federal do Piauí
ORCID: https://orcid.org/0009-0003-4678-8737
5Instituição: Universidade Federal do Maranhão
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0697-8889
6Instituição: FACULDADE ITPAC SANTA INÊS
E-mail: jwilkersantos@gmail.com
7Instituição: FACULDADE ITPAC SANTA INÊS
E-mail: adrianavieiravilarinho@gmail.com
8E-mail: smaramikaelly@gmail.com
Enfermagem
Universidade do Estado do Pará
9E-mail: dra.anaelvirapsiquiatria@hotmail.com
Faculdade: UNIG – Universidade Iguaçu.
Área de formação: Médica, pós graduada em Psiquiatria.
10Enfermeira – Afya- faculdade de Ciências médicas Santa Inês.
enflayanne@outlook.com
11Enfermeira – Afya Faculdade de Ciências Medicas Santa Inês.
anaizasousasilva@gmail.com
12Médica pelo ceuma
priscillafrazaoleal@gmail.com
13Uninovafapi
Mariaeduardafvo23@gmail.com
14Afya – CIÊNCIAS MÉDICAS
johricardo@hotmail.com
15rubensaraujo14@hotmail.com
UFMA