SISTEMATIZAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE WIFI EM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 

WIFI INVESTIGATION SYSTEMATIZATION IN CONSTRUCTION MATERIALS 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8237544


Nelly Alexandre Marçal1
Sebastião Cezar Paredes do Amaral1
Sandro Marden Torres2
Marçal Rosas Lima Filho2


Resumo 

Os materiais utilizados na construção civil são capazes de interferir na distância que o sinal da  tecnologia Wi-Fi se propaga em um ambiente interno. Neste sentido, o estudo tem como objetivo mostrar as interferências que os materiais de construção ocasionam nas ondas de wifi no ambiente  interno. A metodologia do estudo foi uma revisão bibliográfica sobre o tema, e depois uma com coleta  de dados com software wifi analisys no laboratório. Os resultados comprovam que os materiais de  construção interferem diretamente na transmissão das ondas de wifi no laboratório. Por tudo isso, a grande relevância de um projeto anteriormente para estudo dos materiais de construção adequados para melhor circulação das ondas de wifi nos mais variados ambientes internos. 

Palavras-chave: internet. materiais. engenharia. 

1. INTRODUÇÃO 

A Engenharia Civil está relacionada diretamente com o surgimento das civilizações,  e consequentemente com o início das primeiras matérias primas para formação dos materiais e tecnologias no ambiente construtivo. 

Entretanto, a história da evolução das construções e as modalidades de comunicação  para melhor compartilhamento de informações nas diversas regiões atravessou os séculos, e vem se aprimorando ao longo dos anos. As inovações proporcionadas pela engenharia  oferecem novos materiais construtivos que facilitam a tecnologia com a transmissão da  internet (Coelho et al., 2017). 

O uso eficiente e racional da energia aliada a tecnologia pode ser promovido, através  de melhorias nos materiais construtivos de edificações, em conformidade com a norma de  desempenho (ABNT NBR 15575:2022), agregando novas tecnologias e materiais  alternativos, pois atua diretamente em todos sistemas consumidores da edificação, e na seleção de metodologias que se adequam à situação da realidade na edificação (Shultz,  2016). 

Os materiais utilizados na construção das residências, laboratórios, espaços  comerciais, pode ser que interfira sobre a distância que o sinal da tecnologia disponibilizada  nas ondas de Wi-Fi se propague em um ambiente interno. Além de que, os materiais podem  diminuir a taxa de transferência de dados, principalmente quando vários dispositivos são  conectados à internet ao mesmo tempo em um ambiente (Samuel et al., 2021).  

Um aspecto inicialmente considerado por Pereira (2021) indicou a necessidade de  um maior aprofundamento no estudo da transparência a frequências de WiFi em materiais  construtivos das edificações, ou seja, aponta a inevitabilidade de análises mais detalhadas e específicas sobre a expansão das ondas de wifi em certos locais, em detrimento do bloqueio  em outros ambientes. 

Com o aumento da variedade de materiais utilizados em sistemas construtivos  internos pode ser motivo das interferências no sinal e propagação das ondas  eletromagnéticas. Já que no ambiente residencial e em laboratórios são encontradas paredes,  portas, janelas, equipamentos, móveis, ferramentas, vidros, dentre outros utensílios e  materiais. 

Além de que, o entendimento seja importante das propriedades desses materiais  construtivos para justificação do campo eletromagnético encontrados nas interfaces para  determinação do cálculo da energia que são transmitidas, e ao mesmo tempo bloqueadas  diante da averiguação da frequência do sinal de wifi disponibilizada por um roteador, ou  equipamento de precisão que emite dados em caso de alguma medição em locus.

Assim, as redes Wi-Fi foram programadas para liberação do acesso aos usuários a  navegação na internet em velocidades de banda larga com dispositivos móveis sem fio por  meio de um ponto de acesso (AP) ou no modo ad-hoc (Kurose, 2014). 

Com a expansão das redes sem fio em ambientes internos mais conhecidos como  indoors, e a quantidade de serviços que são oferecidos com a mobilidade em que a rede  dispõe ao usuário, transfigura-se de grande relevância um planejamento no ambiente  construtivo. E para que o usuário final não venha enfrentar dificuldades de acesso e latência  com taxa de transferência de dados mais baixa por potência de recepção baixa nos  dispositivos Wi-Fi. 

Composta por vários componentes que se interagem para fornecer uma LAN sem fio,  a arquitetura IEEE 802.11 foi desenvolvida para suportar a mobilidade da estação de forma  transparente para as camadas de rede superiores e caracteriza as camadas de controle de  acesso ao meio (MAC) e física (PHY). 

A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) regulamentou as frequências a ser usadas primeiramente nas redes LTE-5G no Brasil, e ordenou as faixas de 2,3 GHz, 3,5 GHz, 26 GHz, previu um espectro remanescente na faixa de 700 MHz.  Mas em 2022, a Anatel liberou as condições técnicas para equipamentos que utilizam a  faixa de 5,925 MHz a 7.125MHZ, com faixa de 6 GHz uma definição de uso não licenciado,  ou seja, com risco eminente de danos na rede. 

Neste sentido, o principal objetivo do estudo foi apresentar as transparências e  bloqueio das frequências de sinais das ondas de wifi no laboratório com destaque nos  compartimentos de alvenaria dos materiais de construção do local.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  

2.1 História da Internet 

O surgimento da internet tem início aproximadamente em meados da Guerra Fria entre  os anos de 1945 e 1991, quando Estados Unidos e União Soviética, estavam divididos nos blocos socialista e capitalista e lutavam pelo poder e liderança do mundo. 

Com o interesse da ampliação de uma rede conectada de computadores que fosse  permitida a comunicação de dados integrados. Em 1969, surge a ARPANET (Advanced  Research Projects Agency), uma rede de tecnologia inovadora para época, e capaz da  realização de troca de pacotes para o transporte de informações, e isso originou o que  conhecemos por Internet (Sobrinho, 2022).). 

O principal compromisso da rede de tecnologia, respaldou-se em agilizar o segmento  tecnológico que tomava impulso no país. Sendo necessário, a movimentação de recursos de pesquisa do mundo universitário para atingir um nível de superioridade tecnológica militar em relação à União Soviética (Castro, 2020). 

Segundo Guisso (2017) o início da conexão entre a Universidade da Califórnia e o  Instituto de Pesquisa de Stanford ocorreu com o primeiro e-mail enviado, e isso aconteceu por  meio de comutação de pacotes. As pesquisas com as redes de pacotes através de ondas de  rádio começaram aproximadamente em 1969. 

Em setembro de 1969, com a universidade praticamente vazia instalado o primeiro  Interface Message Processors (IMP), ficando a ARPANET operacional antes do final da  década interconectando os seguintes mainframes (computadores de grande porte), através de  linhas telefônicas (Abbate, 2000): 

· University of California at Los Angeles (UCLA), com o computador SDS Sigma 7 rodando  o sistema operacional Sigma Experimental System (SEX). Era o nó responsável pelo  gerenciamento da rede; 

· University of California at Santa Barbara (UCSB) com o computador IBM 360/75 rodando  sistema operacional OS/MVT. Possuía aplicações interativas de matemática para serem  compartilhadas;

· University of Utah (UU), com o computador DEC PDP-10 rodando o sistema operacional  Tenex. Possuía expertise em computação gráfica. 

· Stanford Research Institute (SRI)27, com o computador SDS-940 rodando o sistema  operacional Genie.  

Assim, os Estados Unidos como detentores da tecnologia desenvolveram um meio de  prerrogativas para transferências de informações em tempo hábil no período de guerra. O  Departamento de Defesa dos Estados Unidos instituiu um sistema de compartilhamento de  informações entre pessoas distantes geograficamente, com propósito da melhoria das  estratégias de troca de email referente a assuntos relacionados à guerra (Ferrer, 2019).  

Sendo importante esclarecer que na época, não havia área de interação, ou seja, a  função desempenhada pelo sistema era apenas a troca de e-mails, e a resposta era acessível a  somente um grupo restrito de interessados. Em 1995, foi liberado o uso da Internet para fins comerciais, porém a velocidade de conexão era de 9,6 Kbps (Castellan, 2010). 

Para Abado (2014), a implantação da rede de internet no Brasil iniciou como uma  questão de Estado na década de 1980, ainda no decorrer do regime militar, e estava  direcionada à expansão da disputa da indústria nacional. 

Antes da consolidação, as conquistas iniciais foram fundamentais para o desenvolvimento da rede. Em 1989, o Brasil obteve o “br” como seu “código de país de domínio de topo”, um  significado que constata territorialmente as execuções do país na rede (Motta, 2011). 

No entanto, o primeiro acesso à internet no Brasil somente aconteceu em 1991, por  intermédio da rede ANSP (Academic Network at São Paulo) da Fundação de Amparo à  Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O controle da comunicação de dados exercido  pelo Ministério das Comunicações e a Secretaria Especial de Informática (SEI) tinha  sido estipulado para discorrer o panorama da teleinformática nacional (Adabo, 2014). 

O surgimento dos registros de rede conectada à Internet aconteceu nas principais  universidades brasileiras. Uma corroboração inicial da internet resultou de diferentes  instituições como as Universidades, empresas de software, organizações governamentais e  corporações militares se incluem, com ímpeto diferentes, na construção das conexões que  geraram a rede das redes (Maynard, 2020).

A partir de 1998, o regime de privatização das telecomunicações favoreceu o acesso  também de várias empresas à infraestrutura e a milhões de potenciais usuários. Os programas  de incentivos fiscais contribuíram para a obtenção de computadores, smartphones e tablets,  barateando os aparelhos e, assim, ampliando o acesso de usuários brasileiros à rede (Alves,  2013). 

Assim, em mais de cinco décadas de permanência, a internet, no Brasil e no mundo,  enfrentou transfigurações necessárias, sendo algumas perspicazes como o desenvolvimento de  interfaces, e outras mais nítidas como a evolução da internet sem fio. 

2.2 Projeto para Wifi 

A utilização de projetos sem fio para ambientes construtivos tem sido alternativa  utilizada por oferecer maior segurança e estabilidade da internet aos usuários que utilizam  diariamente essa tecnologia para comunicação.  

De fato, a tecnologia wireless, que não usa nenhum cabo para funcionar, está cada vez  mais presente no dia a dia das pessoas, bem como de suas residências, locais de trabalho,  comércios, hospitais, restaurantes, hotéis.  

Entretanto, a rede wifi em ambiente construído acontece onde a organização,  autenticação e conexão à rede é empregada por um modem, uma rede wifi de grande escala  necessita do controle de pontos de acesso. Os pontos de ligação são mecanismos de rede de  comunicação que possibilita aos dispositivos móveis conectarem-se à rede (Cisco, 2018). 

A reguladora é um dispositivo de rede de comunicação responsável pelas  configurações, associações, autenticação e gerenciamento dos pontos de acesso (CISCO,  2009). Os usuários se conectam aos pontos de acesso, que trocam informações com a  reguladora para autorização ou não da conexão dos usuários (Dos Santos, 2021). 

O dispositivo móvel de um usuário de uma rede wifi antes da conexão com a internet  transcorre por uma dessas situações:  

A. Não autenticado ou não associado 

B. Autenticado, e ainda não associado

C. Autenticado e associado. 

No primeiro contato do dispositivo no setor da rede wifi, estará no estado A e  encaminha a um quadro do tipo Probe Request (requisição de sondagem), item 1 da Figura 1,  que faz solicitação de um dispositivo móvel para que pontos de acesso, em suas imediações,  conduza informações quanto a redes sem fio livres (Oliveira et al., 2019). 

 Figura 1: Representação dos elementos e quadros da gerência de redes wifi.

Fonte: (Oliveira et al., 2019). 

A Figura 1, mostra um exemplo em que os quadros são apresentados do ponto de  acesso para a controladora, e que pode existir modelos diferentes variando de acordo com o  fabricante e as principais configurações dos equipamentos (Yang, 2005). 

O Probe Request disponibiliza o endereço MAC, IP, taxas de dados e as  configurações de segurança pela placa de rede do dispositivo móvel. Um ponto de acesso na  proximidade de um dispositivo móvel recebe o quadro Probe Request e o envia para a controladora averiguar se o dispositivo móvel possibilita ao menos uma taxa de dados  sustentada pela rede wifi.  

Um Probe Response (resposta de sondagem), item 2 da Figura 1, será retornado para o  ponto de acesso, que o repassa para o dispositivo móvel caso as taxas de dados sejam  compatíveis. Neste quadro serão enviadas informações de taxas de dados e tipos de  criptografia compatíveis, bem como outros recursos da rede wifi. 

A escolha da rede móvel a qual o dispositivo móvel se conectará é tomada com base  no Probe Response. Além de que, uma rede quando compatível o dispositivo móvel envia um  quadro Authentication Request (requisição de autenticação) para um ponto de acesso, item 3 da Figura 1, que transmite o quadro para a controladora analisar os dados, e qualifica com um  Authentication Response (resposta de autenticação) positivo ou negativo para o ponto de acesso repassar para o dispositivo móvel, item 4 da Figura 1. 

Quando um ponto de acesso recebe um Authentication Request ou um Probe Request  de um dispositivo não autenticado, ele responde com um quadro de autenticação, conduz ao  dispositivo móvel no estado A. Quando um dispositivo móvel define a qual ponto de acesso  pode se associar, ele envia um Association Request (requisição de associação), item 5 da Figura 1, ao ponto de acesso. 

O ponto de acesso repassa o quadro para a controladora verificar os dados contidos no  Association Request e em caso de compatibilidade, cria um ID de associação ao dispositivo  móvel. A controladora envia um quadro Association Response positivo para o ponto de  acesso, que repassa a informação para o dispositivo móvel, item 6 da Figura 1, concedendo  acesso a rede, assim permitindo a transferência de dados com o dispositivo móvel (Meraki, 2020). 

No entanto, o pacote ocorre com o Reassociation Request que dispõe de um pacote  transmitido por um dispositivo móvel com alcance de um ponto de acesso, e se conecta a  outro ponto de acesso (Cisco, 2021).  

Os quadros de Probe Request, Probe Response, Authentication Request,  Authentication Response Association Request e Reassociation Request contém as  informações necessárias para cada um dos estados como o horário de envio e/ou recebimento  do quadro, MAC do dispositivo móvel, e MAC do ponto de acesso ao dispositivo que se  comunica as informações para o desenvolvimento do trabalho (Dos Santos, 2021). 

2.3 Transparência do wifi em materiais do ambiente construído 

Materiais de construção civil com susceptibilidade à transparência ou bloqueio de wifi  são formados por composições de naturezas diversas, que buscam no desempenho a possibilidade da garantia a resistência, trabalhabilidade e durabilidade em um determinado  ambiente construído. 

Para que ocorra uma atuação significativa dos materiais, e que consiga em um  ambiente construtivo a facilitação da conexão do wifi, é necessário também a eficiência  das etapas de concepção, projeto, cálculo, quantificação, ocupação e manutenção, planejadas e executadas para um resultado satisfatório. 

Entretanto, o conhecimento das características e propriedades dos diversos materiais de construção conduz ao emprego adequado dos mesmos, nas várias situações com que se deparam os profissionais. E os materiais deve possuir características que sejam adequados ao uso que se pretende utilizar relacionando sempre a tecnologia (Pereira, 2021). 

Descrever tecnologicamente um material, em sentido abrangente, quanto as suas propriedades derivadas da sua natureza, de sua origem, da própria constituição, com  relação ao seu comportamento, e a certas exigências (ou simulações), e ainda a certos requisitos técnicos aos quais deve atender para cumprir determinadas funções  especificadas (Bauer, 1994). 

No entanto, as propriedades eletromagnéticas dos materiais dizem respeito às suas  propriedades físicas, químicas. Desse modo, as disposições favorecem o entendimento  de suas propriedades, ao saber outras características do material como sua  composição, densidade, teor de umidade, porosidade e ductilidade (Santos, 2017). 

Oliveira (2017), a determinação de características de materiais a partir de suas propriedades dielétricas pode ser aplicada a uma grande gama de materiais como a  permissividade relativa (£), e também pelas propriedades dielétricas dos materiais encontrados em um ambiente que reflete a propagação das ondas eletromagnéticas. 

Associado às demais propriedades eletromagnéticas como a permeabilidade magnética  (µ) e a condutividade (o), ao disponibilizar o cálculo do campo eletromagnético nos  materiais, e em suas fronteiras, permitindo também o conhecimento da impedância do meio e a velocidade de propagação da onda naquele material (Coelho Filho, 2008). 

Além de que, cada material possui sua característica composta de propriedades que  dentre os parâmetros resultantes da frequência e aspectos físicos como essenciais na ligação  entre os sinais incidentes, refratados e refletidos nas fronteiras dos materiais (Farias et al,  2019).

3. METODOLOGIA  

Para melhor andamento da pesquisa elaborado um planejamento seguindo uma  sistematização metodológica: Na primeira etapa definido o objeto de estudo, iniciado a  pesquisa bibliográfica com revisão fundamentada sobre o tema que buscou em sites nacionais  e internacionais estudo da arte para melhor aprofundamento teórico, das discussões sobre a  temática relacionada a tecnologia que envolve materiais de construção. 

Na segunda etapa da pesquisa foi realizado as medições no laboratório de Tecnologia de  Novos Materiais (Tecnomat) para aferição das redes de transmissão das ondas de Wifi e a  influência que as mesmas desempenham no tocante relacionado a absorção ou bloqueio em  virtude dos materiais de construção do local. 

A Planta do laboratório mostra os compartimentos que foram realizados as aferições  para coleta de dados das redes de wifi que são acessadas no laboratório e nas proximidades de  todo bloco. Ao todo foram detectados de 8 a 10 redes de wifi nas aferições e acontece uma  variação de acordo com cada ponto e local. 

Na Figura 2, apresentada o tripé e tela gráfica do software Wi-Fi Analyser mostrando  a interferência entre canais adjacentes utilizado para captura das redes Wi-Fi, operando com  os canais com a indicação do RSSI (Received Signal Strength Indicator) com potências  medidas variando entre -35 dBm a -92 dBm. 

 Figura 2: Tela do Software wifi.

 Fonte: Autores, (2023).

Os sinais das ondas das redes de wifi emitidos, a partir do roteador wifi gigabytes  localizados no interior do laboratório como mostra a caixa do wifi na Figura 3: 

Figura 3: Caixa do roteador.

 Fonte: Autores, (2023). 

Entretanto, as aferições realizadas no laboratório Tecnomat para comprovação de  como se apresenta às redes com relação ao ambiente construído, e as medições com distância  de 1(um) metro a cada ponto. 

Com os dados coletados no laboratório foram realizados o ordenamento e o tratamento  dos dados para melhor entendimento das informações em planilhas, e em seguida sistematizados de modo a explicar, descrever os objetivos propostos do estudo com a  utilização do software OriginPro que apresenta em imagens a relação das variações das ondas  de wifi.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

O mapa do laboratório na Figura 4, abaixo, apresenta os principais compartimentos do  local em que foi coletado os dados sobre as transparências e bloqueio das ondas  eletromagnéticas, mais conhecidas como redes wifi. 

Além disso, o laboratório em seus compartimentos apresenta divisórias com paredes de  concreto, paredes de drywall, paredes de gesso, e também paredes de madeira devido às várias  modificações realizadas para melhor organização do local. Na construção do laboratório  foram utilizados uma variedade de materiais de construção, as portas são de madeira, vidro e  alumínio. 

Figura 4: Mapa do laboratório. 

Fonte: Autores, (2023). 

Contudo, o horário da realização das aferições foi escolhido no período da tarde,  evitando o horário de maior utilização das redes sem fio dos alunos, professores, técnicos no  laboratório que acontece no horário da manhã, e assim poderia atrapalhar ou diminuir a  interferência dessas redes de wifi sobre a coleta de dados no local. 

Em todas as coletas as portas dos compartimentos estavam fechadas, com o intuito de  utilizar o ambiente normal.

 Figura 5: Planta Baixa gerado no OriginPro.

Fonte: Autores, (2023). 

Diante da coleta, ordenamentos dos dados, verificado na Figura 5, a incidência das  propagações das redes de Wifi em cada compartilhamento, sala ou ambiente no laboratório. E  cada cor apresentando os dB das ondas eletromagnéticas, e como se comportam a cada  barreira diante dos materiais de construção. 

Assim, o modelo analítico utilizado no estudo em planta baixa apresenta o comportamento das ondas de wifi coletadas, e transferidas para software OriginPro que  analisou e transformou em imagem as ondas no ambiente para que fosse autenticado a  incidência / bloqueio das redes de wifi em cada compartimento do laboratório. 

No entanto, a comprovação de que as paredes de concreto interferem mais no  compartilhamento das redes de wifi em relação às de drywall, madeira e gesso. Já com as  paredes de madeira ocorre maior reflexibilidade das ondas de wifi nas redes. Para Samuel et  al., (2021) os materiais no ambiente podem diminuir a taxa de transferência de dados em rede  de wifi, principalmente na ocasião que tenha muitos dispositivos conectados à internet ao  mesmo tempo em um ambiente compartilhado. 

Bahawerws et al., (2015), a propagação de sinal sem fio sempre enfrenta problemas  em ambientes fechados. Neste sentido, ocorre uma lacuna nas publicações científicas acerca  das discussões em torno da capacidade de permitir a mobilidade do sinal de wifi com  eficiência, sem diminuição do sinal em local interno.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O estudo em questão enfatizou a propagação da rede de WLAN em ambiente de  laboratório analisando as características de propagação das ondas eletromagnética com foco nas redes de wifi.

Foram apresentados o mapa do projeto do laboratório com os compartimentos do  local, redes disponíveis e o efeito na potência recebida pelo dispositivo de wifi,  principalmente nas áreas próximas ao roteador, e verificado que os compartimentos de  concretos tem uma tendência maior ao bloqueio de wifi do que as divisórias de material de  Drywall. 

Foram realizadas neste estudo coleta das redes de wifi no local, e apresentado que  certos materiais nas divisórias tendem a apresentar maior absorção em comparação a outros  que bloqueiam as ondas e redes de wifi, e isso interfere diretamente na vida das pessoas que  utilizam o local para estudo. 

Assim, a importância de estudos, pesquisas sobre essa temática de propagação de onda  eletromagnética na rede WIFI, e que é sempre necessário a realização de uma prévia análise  referente aos materiais de construção empregado na construção que interfere diretamente na  cobertura de sinais de qualidade de uma rede no ambiente interno.

REFERÊNCIAS 

ABADO, G. Ciência e guerra: era uma vez a internet. Revista com Ciência, n.158.Campinas SP, 2014. 

ABBATE, J. Inventing the Internet. Cambridge, MA, MIT Press, 2000. BAUER, L.A.F. Materiais de Construção. Editora LTC.Rio de Janeiro:l TC, 1994. 

BAHAWERES R. B., KARYA O. T., and ALAYDRUS M. Transmission of Real-time Video  Signal with Interference Density and Human Traffic. TELKOMNIKA (Telecommunication Computing Electronics and Control). v.13, n.4, 2015. DOI:  10.12928/TELKOMNIKA.v13i4.2738. 

CASTELLAN, A.C.M. A Difusão da Internet no Brasil.42p.(TCC). Graduação em Economia.  Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2010. 

CASTRO, M.C. As competências brasileiras na produção de recursos para o setor de defesa  cibernética e suas implicações.109p. (Tcc). Graduação em Relações Internacionais. Centro  Socioeconômico da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis-SC, 2020. 

COELHO FILHO, P. R.C. Utilização de filme a base de blenda de polianilina e poli(álcool  vinílico) com a finalidade de blindagem eletromagnética.142p.(tese). Pós-Graduação em  Engenharia Metalúrgica e de Minas. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte MG, 2008. 

COELHO, D. F. B; CRUZ, V. H. do N. Edifícios inteligentes: uma visão das tecnologias  aplicadas. Editora Blucher, São Paulo, 2017.  

DOS SANTOS FERREIRA, A. Análise de dados de redes Wi-Fi por meio de redes de  correlação.22p. (Tcc). Graduação em Sistemas de Informações. Universidade Federal Rural  de Pernambuco. Recife -PE, 2021.  

FARIAS, F. D. L et al. Propriedades físicas e mecânicas de painéis de lâminas paralelas (PLP)  produzidos com madeira de Hevea brasiliensis. Ciência da Madeira. Brazilian Journal of  Wood Science. v.10, n.3. p. 247-254, 2019. 

FERRER, A.L. Guerra Fria 3.0 o jogo de poder entre Estados Unidos e Rússia no ambiente  cibernético.55p. (Dissertação). Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais.  Universidade de Brasília. Brasília, 2019. 

GUISSO, L. Segurança digital: avaliação do nível de conhecimento da população sobre os  riscos de segurança atrelados ao uso da internet na região de Bento Gonçalves.84p. (Tcc).  Graduação em Sistemas de Informação. Universidade de Caxias do Sul. Bento Gonçalves-RS,  2017.

KUROSE, J. F. ROSS, K.W. Redes de computadores e a Internet: uma nova abordagemEditora Pearson, São Paulo – SP, 2014. 

YANG, P. ZERFOS, E. S. (2005). Architecture Taxonomy for Control and Provisioning of  Wireless Access Points (CAPWAP). Disponível em:  https:/datatracker.ietf.org/doc/html/rfc4118. Acesso em: 08 de jul. de 2023. 

MAYNARD, D. C. S. Introdução à história da internet: uma perspectiva brasileira. Internet e  saúde no Brasil: desafios e tendências. 1 ed. Editora Cultura Acadêmica, São Paulo, 2020. 

MERAKI, C. (2020). 802.11 association process explained. Disponível em: http://  documentation.meraki.com/MR/WiFi Basics and Best Practices/ 802.11 Association Process  Explained. Acesso em: 01 de agos.de 2023. 

MOTTA, M. P. Geografia da internet no Brasil: redes técnicas e espaço. 176p. (Dissertação).  Pós-Graduação em Engenharia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. 

OLIVEIRA, M.A. Investigação das propriedades físicas do sistema titanato de bário  modificado com íons doadores no sítio A e B. p.175p.(Tese). Pós-Graduação em Ciências dos materiais. Universidade Estadual Paulista. Ilha Solteira-SP, 2017. 

OLIVEIRA, L., SCHNEIDER, D., DE SOUZA, J., and Shen, W. Mobile device detectai-o through wifi probe request analysis. IEEE, 2019. 

PEREIRA, A. A. Desenvolvimento e Caracterização de Compósito Cimentício leve para  Elementos de Vedação no Contexto de Smart Buildings.100p. (Tese). Programa de Pós Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais. Universidade Federal da Paraíba. João  Pessoa-PB, 2021. 

PEREIRA, S.F. Caracteriza eletromagnética de materiais de construção civil via medidas de  refletividade através do Arco NRL.82p. (Dissertação). Pós-Graduação em Engenharia  Elétrica. Instituto Federal de Educação Tecnológico da Paraíba. João Pessoa-PB, 2021. 

SAMUEL, S. C., COSTA, L.G da S. Modelos de propagação para sinais wifi. 20p. (Tcc). Uni  academia. Centro Universitário. Juiz de Fora-MG, 2021. 

SOBRINHO, R. F. Crimes Cibernéticos: Evolução no período pandêmico e combate.31p.  (Tcc). Escola de Direito, Comunicação e Negócios. Curso de Direito. Pontifícia Universidade  Católica de Goiás. Goiânia-GO, 2022. 

SCHULTZ, G. Introdução à gestão de organizações. Série Ensino, Aprendizagem e  Tecnologias. 1 edição. Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre RG, 2016.


1Discentes da Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba, Campus João Pessoa-PB, e-mail:  nellymaral@yahoo.com.br.
2Docentes da Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba, Campus João Pessoa-PB. (PPGECAM/UFPB).