FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESMAME PRECOCE DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO EM LACTENTES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8209995


Juciele Gomes dos Santos; Natalia de Jesus Sousa Cunha; Lucas Evangelista Alves Feijão; Gabriela Pitsch Caldas da Rosa; Jaqueline da Silva Leitão; Katia da Silva dos Santos; Everson Rafael Wagner; Patrícia Lima Queiroz; Fernanda Priscila da Silva Lima; Dayanny Kelly Maciel Felix; Wissiana Bezerra Farias; Adelcio Machado dos Santos; Naiane Cristina Santos de Jesus


RESUMO

Introdução: O aleitamento materno é o alimento completo e mais adequado para os bebês, sendo recomendado seu uso exclusivo até os seis meses de vida. Contudo, ainda não é satisfatória a adesão das mães a esta prática, ocorrendo assim o desmame precoce. Objetivo: Revisar a produção científica acerca dos fatores que predispõem no desmame precoce que possa vir a comprometer a continuidade do aleitamento materno exclusivo em lactente. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada no período de julho de 2022, utilizando-se para busca e seleção dos estudos as bases de dados LILACS, SciELO, PUBMED e BDENF, artigos em português, inglês e espanhol no período 2012 a março de 2022, utilizando os descritores em saúde (DeCs): ‘’Aleitamento Materno’’, ‘’Desmame Precoce’’. ‘’Enfermagem’’. Resultados e Discussão: Os resultados deste estudo identificaram várias  causas para o desmame precoce do aleitamento materno exclusivo, que envolvem desde mecanismos biológicos e emocionais até condições de trabalho, escolaridade e falta de participação do pai do bebê e da família da puérpera no período pós-parto.  Conclusão: Diante do exposto do estudo os fatores que influenciam o desmame precoce não acontecem de forma isolada e sim, ocasionados por uma série de fatores. Por fim, o estudo possibilitou visualizar o cenário em que se insere a problemática do desmame precoce, bem como atender aos objetivos a que se propôs a pesquisa.

Palavras-chave: Aleitamento Materno; Desmame Precoce; Enfermagem.

ABSTRACT

Introduction: Breastfeeding is the complete and most suitable food for babies, and its exclusive use is recommended for up to six months of life. However, the adherence of mothers to this practice is still not satisfactory, thus causing early weaning. Objective: To review the scientific production about the factors that predispose to early weaning that may promise the continuity of exclusive breastfeeding in infants. Methodology: This is an integrative literature review, carried out in July 2022, using LILACS, SciELO, PUBMED and BDENF databases for search and selection of studies, articles in Portuguese, English and Spanish in the period 2012 to March 2022, using the health descriptors (DeCs): ”Breastfeeding”, ”Early Weaning”. ”Nursing”. Results and Discussion: , The results of this study identified several causes for early weaning from exclusive breastfeeding, ranging from biological and emotional mechanisms to working conditions, education and lack of participation of the baby’s father and the mother’s family in the postpartum period. -childbirth. Conclusion: In view of the above, the factors that influence early weaning do not happen in isolation, but are caused by a series of factors. Finally, the study made it possible to visualize the scenario in which the problem of early weaning is inserted, as well as to meet the objectives that the research proposed.

Keywords: Breastfeeding; Early Weaning; Nursing.

INTRODUÇÃO

O aleitamento materno é uma ação fisiológica que garante a sobrevivência e o crescimento saudável do bebê. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) recomendam que os recém-nascidos (RN) recebem aleitamento materno (AM) até os 2 anos de idade, e o aleitamento materno exclusivo (AME) até os 6 meses de vida ( BRASIL, 2015). 

Segundo a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o aleitamento materno exclusivo previne milhões de mortes infantis por ano. Sabe-se que a amamentação apresenta inúmeras vantagens para a mãe e o bebê ( VICTORA et al., 2016). Além de ser o alimento mais completo para a criança, o leite materno é como agente imunizador, serve como acalento para o bebê e é de baixo custo financeiro. Para a mulher, garante proteção contra vários tipos de cânceres, como o mamário e o ovariano, além de auxiliar na involução uterina após o parto  (ALVARENGA et al.,2017)

Como forma de manter o AME, a Constituição Federal de 5 de outubro de 1988 garante a proteção ao AM com a licença maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e salário. Com tudo em 2008, a partir da promulgação da Lei nº 11.770, de 9 de setembro, o benefício de 120 dias pode ser prolongado de forma facultativa para 180 dias, acordado entre sindicatos de empresas e empregados, podendo se dar tanto para trabalhadoras da esfera privada quanto para as de esfera pública ( MENDES et al., 2021).

Contudo, apesar das inúmeras evidências científicas, ainda é baixo o número de mulheres que amamentam seus filhos de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde ( PRIMO et al., 2017).

Visto que  o desmame precoce é considerado um problema de saúde pública presente mundialmente. Com isso o estudo se justifica por oferecer informações e conhecimento sobre os fatores que predispõem  ao desmame precoce, contribuindo para mudanças na prática profissional e também para o envolvimento e comprometimento dos gestores do serviço de saúde em elaborarem estratégias com o objetivo de incentivar o aleitamento materno exclusivo (AME), contribuindo para melhoria da qualidade da alimentação dos lactentes e também para a prevenção dos agravos decorrentes da ausência desse aleitamento. 

Nessa linha de pensamento, o estudo objetivou revisar a produção científica acerca dos fatores que predispõem no desmame precoce que possam vir a comprometer a continuidade do aleitamento materno exclusivo em lactentes.

METODOLOGIA

Tipo de estudo

Estudo de revisão integrativa de literatura, que permite uma síntese dos estudos científicos e promove conhecimento a respeito da temática de maneira sistemática e ordenada contribuindo para explicar áreas de pesquisa e apontar lacunas no conhecimento.

Para a realização dessa revisão foram seguidos os seis passos indicados para esse tipo de metodologia: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento, em consonância com os critérios do Revised Standards for Quality Improvement Reporting Excellence (SQUIRE 2.0).

Para fins de guiar a estratégia de busca, utilizou-se a estratégia de população Interese Contexto (PICO), definindo-se como P – “Lactente com desmame precoce”; I – Artigos da literatura científica; C – ‘’Não se aplica”; e C- “Fatores que influenciam”. Desse modo, com base nessa estruturação, a pesquisa foi guiada pela seguinte pergunta: Quais as evidências científicas acerca dos fatores que predispõem o desmame precoce em lactente, que possam prejudicar a continuidade do aleitamento materno exclusivo?.

O levantamento bibliográfico foi realizado no período de julho de 2023, por meio de consulta nas bases dos dados: Public MEDLINE, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados de enfermagem (BDENF) (através da Biblioteca Virtual em Saúde – BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud (IBECS). 

Ademais, foram incluídos artigos disponíveis na íntegra gratuitamente, publicados em português, inglês, espanhol, com recorte temporal de 2017 a 2023, utilizando os descritores em saúde (DeCs):  ‘’Aleitamento Materno’’, ‘’Desmame Precoce’’, ‘’Enfermagem‘’.

E os MesHs foram: “Breastfeeding”, “Early Weaning”. “Nursing”, utilizando as estratégias de cruzamento dos descritores, a partir do operador booleano AND e OR. Todos os resultados foram conferidos e em caso de discordância realizou-se discussão entre os avaliadores e análise por um quinto avaliador para alcance de consenso, bem como a classificação do nível de evidência. 

Constituíram como critérios de exclusão: publicações repetidas, estudos de revisão, resumos de congressos, anais, editoriais, monografias, dissertações, teses, além de estudos que não respondessem ao objetivo ou à questão norteadora de pesquisa delineada.

Ressalta-se que a seleção dos estudos foi realizada por quatro autores de forma independente, adotando-se a revisão por pares, guiada por um checklist previamente elaborado, com as informações relevantes de cada artigo considerando a pergunta de pesquisa, e pelo checklist do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA).

Durante a busca nas bases de dados identificou-se uma amostra de 173 produções, com a inclusão dos critérios restou-se 34. Por fim iniciou-se a leitura dos títulos e resumos. A partir da referida identificação das amostras e dos critérios determinados na segunda etapa da metodologia, obteve-se uma amostra final de 10 artigos, publicados em periódicos nacionais e internacionais.

Foi realizada a classificação do nível de evidência de acordo com a abordagem metodológica do estudo. Dessa forma atribuiu-se ao: Nível I- Revisão Sistemática ou Metanálise de Ensaios Clínicos Controlados e Randomizados, nível II – Ensaio Clínico Controlado e Randomizado com Intervalo de Confiança Estreito, nível III – resultados terapêuticos e ensaios clínicos não randomizados, nível IV – Estudos de caso – controle e estudos de coorte, nível V – revisão sistemática de estudos qualitativos, descritivos e filosóficos, nível VI – estudo individual de caráter descritivo e qualitativo, nível VII – opiniões de comitês de especialistas e autoridades.

Após seleção dos textos nas bases de dados,  seguiu-se a recomendação do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses(PRISMA) disponível no Equator Network(12) conforme apresentado na Figura 1. 

Figura 1 – Fluxograma de seleção dos estudos de recomendação PRISMA.

Fonte: Adaptado de Moher, 2015

RESULTADO 

Por meio da metodologia empregada para a revisão de literatura foram selecionados 10 (dez) artigos publicados entre os anos de 2017 e 2022, autor, título, ano de publicação, país do estudo, tipo do estudo/nível de evidência e Resultados. A seguir, no Quadro 1, observa-se a síntese dos estudos selecionados, os quais estão apresentados por ordem cronológica decrescente de publicação.

As produções selecionadas concentraram-se nos anos de 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, respectivamente. A maioria foi publicada em português, em periódicos de Enfermagem, é realizada no Brasil. 

Quadro 1 Caracterização dos estudos selecionados segundo título, ano de publicação, país do estudo, delineamento do tipo de estudo/ Nível de evidência  e resultados, Salvador, Bahia, Brasil, 2023.

AutorTitulo/Ano/PaísMétodo/Nivel de EvidenciaResultados
SILVA, A.M (a)ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: EMPECILHOS APRESENTADOS POR PRIMÍPARAS. Brasil – 2018 Quantitativo/ Exploratório/ Descritivo/ VIConstatou-se que metade das mulheres não receberam nenhum tipo de informação, e a outra metade foram orientadas apenas sobre aleitamento materno exclusivo e sua importância.
BRANDÃO, A.P.MFatores relacionados ao desmame precoce do aleitamento maternoExploratória, Descritiva/ quantitativa/ VITratando-se do tipo de parto, metade das pacientes evoluíram para o parto cesariano, supõe-se que tenha sido um fator que interferiu na efetivação da amamentação na primeira hora de vida.
ALMEIDA, L.M.NA influência do retorno ao trabalho no aleitamento materno de trabalhadoras da enfermagem. Brasil – 2021. Descritivo,/ qualitativa/ VIApontou interrompimento do aleitamento por por retorno ao trabalho, baixa escolaridade
DOMINGUEZ,C.B Dificuldades no estabelecimento da amamentação: visão das enfermeiras atuantes nas unidades básicas de saúde. Brasil – 2017. Qualitativo/ VIEvidenciou-se que a técnica incorreta de amamentação é um feito que influencia diretamente na efetividade do AM. 
MARTINS, B.C AUTOEFICÁCIA DA GESTANTE PARA O ALEITAMENTO MATERNO: ESTUDO TRANSVERSAL. Brasil – 2019. Quantitativo/ Descritivo/Transversal/ VIMostrou-se a impressão materna de que o leite é fraco ou de que há pouco leite.
PENHA, J.SDor mamária em lactantes: prevalência e fatores associados. Brasil – 2021Transversal, Analítico, com Quantitativa/ VIA fissura mamilar, dor e desconforto na amamentação, induz a mãe a oferecer complementos alimentares, reduzindo a frequência das mamadas, contribuindo para a diminuição da produção de leite e o consequente desmame precoce.
MORAES, G.G.W,Associação entre duração do aleitamento materno exclusivo e autoeficácia de nutrizes para amamentar. Brasil – 2021.Longitudinal/ Observacional/  A ausência do apoio do congue contribui para ineficaz ao AM.
ALVES, J.SOrientações sobre amamentação na atenção básica de saúde e associação com o aleitamento materno exclusivo. Brasil – 2018Transversal/VIApontou-se, que há evidências de que o uso de mamadeira está associado ao desmame precoce e ao aumento da morbimortalidade infantil, pois é uma importante fonte de contaminação.
REIS, N.M.C.LConhecimento sobre aleitamento materno em puérperas de um hospital público do interior de São Paulo.Descritivo/ Transversal/ Quantitativo/ VIMulti tarefas ou triplas jornadas de trabalho assumidas, muitas vezes, pela mulher: mãe, dona de casa e trabalhadora remunerada.
SIVA,  A.B .L (b)Experiência e atitudes de gestantes acerca do aleitamento materno. Brasil – 2021 Qualitativo/VIA  rede social, crenças e cultura  que cerca a mulher, formada pelos seus familiares, vizinhos e pessoas próximas contribuem para o desmame precoce.
AMARAL, D.SConhecimento das gestantes residentes em comunidades rurais sobre o aleitamento materno. Brasil – 2020Descritivo/VIO uso de chupeta se mostrou inversamente associado ao aleitamento materno exclusivo.

Fonte: Salvador, Bahia, Brasil

DISCUSSÃO

A consulta pré natal é um momento oportuno para os profissionais de saúde trabalharem acerca do aleitamento materno. Entretanto dados dessa pesquisa relataram que a maioria das mulheres recebe orientações no pré-natal de forma incompleta, por outro lado as demais referem não as ter recebido e também não participou de outras atividades como o grupo de gestantes, prática bastante importante para o sucesso da amamentação exclusiva ( TOMASI et al.,2021). 

Portanto, Torna-se importante, então, dialogar com as gestantes durante o acompanhamento de pré-natal abordando-se os seguintes aspectos: planos da gestante com relação à alimentação da criança; experiências prévias; mitos; crenças; medos; preocupações; fantasias relacionadas ao aleitamento materno; as vantagens e desvantagens do uso de leite não humano e a importância da amamentação no puerpério ( AMARAL et al., 2019).

É notório que o contato de forma imediata com recém nascido no seio materno logo após o nascimento é considerado como possível influenciador do início, manutenção e duração do AME. Por outro lado, o parto cirúrgico influência nos primeiros momentos da amamentação, uma vez que, os recém nascido demoram a entrar em contato com a mãe e os níveis de prolactina são reduzidos em consequência da anestesia.(,ALVARENGA et al., 2017).

Averiguou-se  déficit no conhecimento das gestantes acerca dos seus direitos enquanto lactantes, sobre seus direitos ao retorno ao trabalho. Importante que  através da Atenção Básica (AB), os profissionais irão além de focar nos benefícios do leite materno, divulgando estratégias e direitos para que as mulheres tenham condições de colocar em prática o aleitamento materno e na ausência da mesma realizar a ordenha para nutrir o seu filho ( CARREIRO et al., 2018).

Constatou-se que a escolaridade materna favorece maior tempo de aleitamento, mas por outro lado, a maior escolaridade materna também facilita a inserção da mulher no mercado de trabalho e com isso impõe limitações à amamentação de forma exclusiva, facilitando assim a introdução de outro leite na alimentação da criança através da mamadeira (ROCHA et al.,2018).

Além disso, acesso à informação compreendem melhor a importância  dos benefícios da amamentação repassados durante o pré-natal, sendo pouco influenciadas por culturas ou experiências externas. Porém, mulheres com baixa escolaridade  tendem a introduzir precocemente outros alimentos na dieta da criança e tem pouca adesão ao pré-natal (DOMINGUEZ et al., 2017).

Observou-se para o sucesso da amamentação a respeito da pega correto  a gestante deve escolher a posição mais confortável, relaxada, o corpo do bebê deve estar bem próximo ao da mãe, todo alinhado e voltado para ela, barriga com barriga e sua cabeça deve estar no mesmo nível da mama. Ademais o RN deve abocanhar o mamilo e a auréola de forma completa ( SILVA et al., 2021). 

Dados como leite fraco evidenciado no estudo predomina fator forte para o desmame precoce sendo cada gestante tende a produzir o leite materno conforme as necessidades do filho e sua composição varia de acordo com a quantidade de leite produzido e dias após o nascimento do bebê ( ALVES; OLIVEIRA; RITO,2018).

O leite materno é composto de todos os nutrientes que o lactente necessita até os 6 meses sem necessidade de introduzir outros alimentos. Em sua composição possui, glóbulos brancos, proteínas e anticorpos que atuam no sistema imunológico do bebê; enzimas e carboidratos que auxiliam na formação da microbiota intestinal e no funcionamento do corpo; e vitaminas e minerais, que são essenciais para o crescimento saudável do bebê. Cerca de 50% do valor calórico total do leite humano é proveniente da gordura, fonte de colesterol, vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos essenciais (NAZARETH; FONSECA, 2017).

Por outro lado a fissura mamilar, que está entre as principais causas de dor e desconforto na amamentação, induz a mãe a oferecer complementos alimentares, reduzindo a frequência das mamadas, contribuindo para a diminuição da produção de leite e o consequente desmame precoce, formando um ciclo vicioso ( MATIAS et al., 2022).

Sobre isso, é preciso questionar se a mãe sente dor ao amamentar, além de perceber se o bebê se sufoca com a mama ou faz ruídos altos de sucção, pois estes fatores são indícios de pega inadequada. Para tanto, se faz necessário um esforço conjunto do sistema de saúde, com apoio profissional no sentido de capacitar para uma assistência adequada. Sendo aspectos importantes na garantia de que a amamentação seja vivenciada de forma satisfatória e agradável e, por conseguinte, aumente os índices de amamentação no país ( ROCHA et al., 2018).

Sabe-se que a presença de um companheiro representa um fator favorável à prática e continuidade da amamentação exclusiva, pelo apoio afetivo, emocional que oferecem e até mesmo com as tarefa domésticas que as mesma enfrentam após o parto contribuindo para diminuir a sobrecarga e favorecendo a mulher mas disposição para da de amamentar. BRANDÃO et al., 2016).

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde, o uso de bicos e chupetas também é considerado fator primordial ao desmame do AM, além disso seu uso não é recomendado para crianças amamentadas ao seio materno. Nesse sentido, o uso desses acessórios pode ocasionar vários problemas dentre estes: o espaçamento das mamadas, descoordenação do processo de sucção, esvaziamento parcial das mamas e maior risco de ingurgitamento mamário ( VICTORA et al., 2016).

O processo de amamentar é um processo interativo com a família e o cotidiano social. Faz-se importante que familiares participem deste processo providenciando os cuidados diários, enquanto as mães amamentam pois contribui para a alta eficácia da amamentação ( MENDES et al., 2021).   

Conjugado a isso, a tecnologia pode ser favorável quando se obtêm de informações verídicas e cientificamente confiáveis, frente a isso, cabe aos profissionais de saúde orientar as gestante e puérpera acerca de site, redes sociais confiável para busca de informações ( SOUZA et al., 2021).

CONCLUSÃO

O estudo possibilitou visualizar o cenário em que se insere a problemática do desmame precoce, bem como atender aos objetivos a que se propôs a pesquisa.

Contudo, diante do exposto o profissional de saúde, deve elaborar estratégias, realização de encontros das gestantes, desde o início do pré-natal e depois do nascimento, pode ser fundamental para a solução de dúvidas, auxílio nas dificuldades e mudanças de paradigmas sobre a amamentação, além disso,  ações educativas priorizando ainda mais a importância do AM e ter maior resolutividade quanto aos fatores destacados. Por ser uma questão ampla, o profissional não deve apenas priorizar os fatores biológicos, mas também buscar melhoria no vínculo com a gestante, valorizar questões de cunho psicológico e social, apoiando e orientando ainda mais a nutriz.

Acredita-se que este estudo possa contribuir para a melhoria da amamentação exclusiva, orientando assim os profissionais de saúde a traçar estratégias em combate ao desmame precoce . Com base nos dados encontrados no estudo, sugere-se a ampliação das investigações sobre esta temática, mediante uma abordagem mais aprofundada buscando verificar, também, a influência das experiências anteriores e a presença das mães dessas nutrizes na amamentação atual. 

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