REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8188082
Fiamma Aricia da Silva Cerqueira1
Edylla Barbosa Lins Aroucha2
Rodolpho Costa dos Santos Gérard Henri Poussielgue3
Maria Tereza Teixeira da Nóbrega4
Raphael Lima Saraiva5
Kissiane de Almeida Galdino6
Italo Matheus da Silva Pequeno7
Rafaela da Costa Oliveira8
Marcos Vinicius de Almeida Teles9
Vanessa Santos da Silva10
RESUMO:
INTRODUÇÃO: A Aids é uma doença causada pelo vírus HIV, ela ocorre quando a pessoa infectada tem seu sistema imunológico cada vez mais afetado pelo vírus, chegando a um ponto onde o organismo não consegue mais se defender do invasor. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo principal analisar o perfil epidemiológico de idosos portadores de HIV/AIDS no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa realizada nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Acadêmico e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), utilizando como descritores “HIV”, “Gerontologia”, Infectologia”. Para análise, os critérios de inclusão foram textos originais e artigos completos publicados nos anos de 2019 a 2023. Selecionou-se 07 artigos e, excluindo os que não dissertam sobre o assunto. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com o aumento de parcerias sexuais na terceira idade, cada vez mais este grupo torna-se vulnerável a contrair o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Um dos principais motivos para isso é que alguns assuntos ainda são tabus na nossa sociedade, como o uso de preservativos por esta geração. Além disso, este aumento excessivo de casos de HIV na terceira idade também está atrelado à redescoberta do sexo por meio de medicações para impotência sexual e ao fato de que a maioria desta geração não aderiu à cultura do uso do preservativo, não se atentando ao risco de contrair o vírus. CONCLUSÃO: Conclui-se, que é necessário discutir sobre sexualidade na terceira idade e HIV, uma vez que, Muitos profissionais de saúde e boa parte da sociedade consideram os idosos apenas com o papel de avó ou avô, como se fossem assexuados, e esquecem que, muitas vezes, esses idosos têm vida sexual ativa e possuem dúvidas sobre a prevenção e sexo seguro.
Palavras-Chave: Idosos, HIV, Sexualidade.
ABSTRACT:
INTRODUCTION: Aids is a disease caused by the HIV virus, it occurs when the infected person has his immune system increasingly affected by the virus, reaching a point where the body is no longer able to defend itself against the invader. OBJECTIVE: The main objective of this study is to analyze the epidemiological profile of elderly people with HIV/AIDS in Brazil. METHODOLOGY: This is a narrative review carried out in the Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) databases, using “HIV”, “Gerontology”, Infectology as descriptors. For analysis, the inclusion criteria were original texts and complete articles published in the years 2019 to 2023. 07 articles were selected, excluding those that do not discuss the subject. RESULTS AND DISCUSSION: With the increase in sexual partners in old age, this group becomes increasingly vulnerable to contracting HIV and other sexually transmitted infections. One of the main reasons for this is that some subjects are still taboo in our society, such as the use of condoms by this generation. In addition, this excessive increase in HIV cases in old age is also linked to the rediscovery of sex through medications for sexual impotence and the fact that most of this generation did not adhere to the culture of condom use, not paying attention to the risk of contracting the virus. CONCLUSION: It is concluded that it is necessary to discuss sexuality in old age and HIV, since many health professionals and a good part of society consider the elderly only with the role of grandmother or grandfather, as if they were asexual, and forget that, often, these elderly people have an active sex life and have doubts about prevention and safe sex.
Keywords: Elderly, HIV, Sexuality.
INTRODUÇÃO
O HIV é uma acrograma em inglês que representa o vírus da imunodeficiência adquirida, causada pela Síndrome de próprio nome (AIDS). Sendo achado mundialmente no decênio de 80 do século passado, a aids tornou-se histórica devido à sua atitude epidêmica. Desde as primeiras notificações, os casos de HIV/aids, tinham características semelhantes: pessoas com cavaleiro grau socioeconômico, homossexuais/bissexuais, hemofílicos e receptores de sangue. Já a partir da decênio de 90, o contorno epidemiológico, caracteriza-se por heterossexualização, feminização, depauperação e internalização da epidemia (BRASIL, 2018).
Segundo Silva (2013) no início da pandemia a população idosa não foi afetada, apenas 4 casos foram notificados no Brasil em pessoas com 60 anos ou mais, pois os idosos são considerados de alto padrão de vida. No entanto, vemos agora uma mudança nesse padrão, a epidemia afetando a todos, independentemente da orientação sexual e do comportamento. Um dos fatores determinantes são os medicamentos para disfunção erétil, que estão no mercado desde a década de 1990, ajudando-os a ter uma vida sexual mais ativa. Também deve ser mencionado que os idosos geralmente não são considerados pelos seus médicos como estando em risco de infecção pelo HIV e, portanto, têm menos probabilidade de serem testados para o HIV do que os mais jovens, conforme descrito por Greene (2013). Saiba que apesar da maioria das novas infecções entre os idosos, pouquíssimas campanhas de prevenção visam especificamente essa faixa etária, conforme constatado por Autenrieth (2018).
A problemática do envelhecimento e da aids no Brasil está relacionada a questões culturais e de exclusão, principalmente aos estereótipos sociais relacionados ao sexo nessa idade (Saldanha et al., 2009; Santos & Assis, 2011). As chances de uma pessoa com mais de 60 anos ser infectada pelo HIV parecem muito pequenas para a sociedade e para os próprios idosos, pois o sexo nessa faixa etária ainda é considerado um tabu (Serra, Sardinha , Pereira, & Lima, 2013; Silva e Saldanha, 2012).
De acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde, o HIV/AIDS é reconhecido como uma condição de longa duração que afeta uma parcela significativa da população idosa. A prevalência dessa doença em indivíduos mais velhos aumentou aproximadamente 300% do ano de 2000 a 2016 (OMS, 2018; BRASIL, 2018). Também foi observada uma mudança no perfil da epidemia nesse período, com aumento do número de casos entre mulheres, heterossexuais, idosos e moradores de pequenas cidades (VIEIRA, 2014; QUADROS, 2016). Uma nova doença crônica precisa ser melhor compreendida de várias perspectivas.
A emergência do HIV/AIDS em idosos é um problema de saúde pública. Entre 1996 e 2019, a incidência na população brasileira com 60 anos ou mais aumentou de 5,9 para 12,2 em homens e de 1,8 para 5,9 em mulheres por 100.000 (Ministério da Saúde. economia, 2020). Idosos com HIV são mais suscetíveis à morte prematura porque, com a transição epidemiológica, esse grupo populacional passa a sofrer de doenças crônicas associadas (Veras, Oliveira, 2018) causadas por um estilo de vida desordenado, como: preguiça de praticar exercícios. consumo, tabagismo e má alimentação (Ferreira et al. 2018).
O presente estudo tem como principal objetivo analisar o perfil epidemiológico de idosos portadores de HIV/AIDS no Brasil.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão narrativa com abordagem qualitativa, a qual sob o ponto de vista contextual permite a discussão sobre um assunto delicado (ROTHER, 2007). As revisões narrativas são comunidades abrangentes e neutras para descrever e debater o desenvolvimento de determinado tema, sob o ponto de vista teórico e contextual. Esse tipo de revisão possui papel essencial para a educação continuada, visto que permite ao leitor a atualização de conhecimentos sobre assuntos específicos em curto período de tempo. Dessa forma, esse modelo de revisão fundamenta o artigo em uma análise e interpretação dos autores, conduzindo assim à demonstração de novas ideias e aprimoramento sobre a temática em questão (TOLEDO, 2017). Sendo assim, utiliza-se esse tipo de revisão com o intuito de explorar uma temática específica, permitindo evidenciar novos conhecimentos sobre XXX.
A busca na literatura ocorreu nos meses de X e X. Como essa metodologia não requer métodos específicos para procura de fontes na literatura (CORDEIRO et al. 2007), o processo de coleta foi realizado por meio das bases de dados X e X.
Além disso, foram incorporados materiais publicados por institutos filantrópicos reconhecidos, principalmente os materiais do ministério da saúde, visto que essa é uma temática com aprendizado limitado. Para realização da busca utilizou-se os seguintes Descritores em Ciências Saúde (dez): “X” e“X” e os MeSH (Títulos de Assuntos Médicos): “X”e“x” . Os critérios adotados para inclusão das publicações foram aqueles que abordaram sobre a temática, disponível na íntegra e online, publicado nos idiomas português, inglês e espanhol. Excluíram-se artigos indisponíveis na íntegra de forma gratuita e que não abordavam a temática. Foram selecionados X estudos para compor a revisão.
Por ter como referência bases públicas, não será preciso a submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa, respeitando, porém, os preceitos éticos alcançados na resolução número 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2013).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A aids tem grande poder simbólico como doença e repercute em questões sobre a sexualidade humana (Bacchini et al., 2012; Pinheiro, 2013). Segundo Villela (2013), a notícia sobre o HIV é uma experiência traumática que leva a grandes mudanças estruturais. O corpo, agora infectado pelo vírus, recebe outro mapa e delineia um novo modo de existência. A descoberta do HIV afeta o sujeito e cristaliza sua existência em uma nova categoria: a de viver com o vírus.
O impacto da infecção pelo HIV pode causar alterações em vários aspectos da vida humana. Enfrentar isso, juntamente com as dificuldades que a infecção pelo HIV acarreta na qualidade de vida, é um dos desafios enfrentados pelas pessoas que vivem com HIV/AIDS. Uma situação difícil como esta também acontece com os idosos que vivem com uma doença terminal, estigmatizados e que necessitam de apoio social, familiar e profissional para enfrentar e viver (Andrade, et al., 2010)
O diagnóstico tardio cria uma realidade em que o suporte terá que concentrar esforços para atender quadros mais graves, que terão que ser atendidos em espaços mais complexos, com implicações de custo para o sistema, sistema e qualidade de vida humana. idosos que podem ser tratados precocemente. Essa realidade não acontece apenas no cenário nacional. Tavoshi et ai. (2017), ao analisar dados epidemiológicos de 54.102 idosos diagnosticados com HIV/AIDS entre 2004 e 2015, em 33 países europeus, constatou que 61,5% dos idosos também foram diagnosticados com HIV/AIDS. estágio sintomático, que se modificou laboratorialmente, é classificado como diagnóstico tardio. O mesmo também é enfatizado nos estudos brasileiros que concluíram que o diagnóstico de HIV/AIDS em idosos costuma ser tardio (AFFELDTS et al., 2015; ARALDI et al., 2016).
Quando há uma falha inicial no plano de cuidados para esses idosos e os sujeitos são diagnosticados tardiamente, as consequências serão sentidas na jornada de tratamento. O diagnóstico tardio está associado a maior sofrimento e limitações vivenciadas pelos sujeitos, pior prognóstico e maior necessidade de apoio em diferentes níveis e espaços médicos. É preciso criar estratégias para a detecção precoce do HIV/Aids em idosos, que garantam uma intervenção mais precoce, melhores condições de saúde e maior sucesso no tratamento (GIRARDON-PERLINI, 2018).
CONCLUSÃO:
Conclui-se, que a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é transmitida pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e enfraquece o sistema imunológico, promovendo o desenvolvimento de diversas doenças. A situação epidêmica no Brasil mostra que, além de um número crescente de idosos vivendo com AIDS, a prevalência é maior em determinados grupos populacionais, como homossexuais, bissexuais e mulheres transexuais. Este estudo examinou dados de uma população idosa vivendo com HIV no Brasil para determinar a importância da conscientização do teste regular para o vírus em relação à necessidade de educação sexual para evitar o aumento do risco para essa população. Além disso, demonstra a relevância e a necessidade de melhor aparelhar os recursos de saúde para uma atenção especial e cuidados voltados para a saúde e o bem-estar dos idosos.
https://doi.org/10.1590/0102-311X00095613
https://doi.org/10.1590/1982-3703003224079
https://doi.org/10.1590/1981-22562021024.210209.pt
https://doi.org/10.1590/S0103-7331202333013
https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0051
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/25644/PEDRO%20HE….
1fiammacerqueira@gmail.com
Graduanda em Medicina – FITS
2Dyllaaroucha2016@gmail.com
Graduanda em Medicina – Uninassau
3rodolpho.poussielgue@gmail.com
Graduando em Medicina – FITS
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Doutoranda em Enfermagem e Biotecnologia – UNIRIO