RISCOS NA UTILIZAÇÃO INDISCRIMINADA DE MEDICAMENTOS ‘OFF- LABEL’ PARA EMAGRECIMENTO

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.8157227


1Felipe Silva Ribeiro
2Gabriel Gonçalves Pacheco
3Ana Flávia Nepomuceno Dias
4Isabella Nepomuceno Dias
5Marilda Rodrigues Rebêlo
6Vanessa Gomes Figueredo
7Ana Beatriz Santos Santana
8Vitória Laís Silva Lima
9Clara Fernanda Freitas Almeida
10Bárbara Lopes Soares Guimarães


RESUMO

Este estudo explora os riscos associados à utilização indiscriminada de medicamentos ‘off-label’ para o emagrecimento, com uma abordagem específica sobre o contexto brasileiro. O objetivo é descrever e analisar os riscos potenciais e as consequências para a saúde associadas a essa prática, bem como destacar a necessidade de políticas públicas mais efetivas e de uma conscientização mais abrangente. A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica de literatura pertinente, sem a utilização de citações diretas. O estudo conclui que o uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecer apresenta riscos significativos para a saúde, o que exige uma atuação mais forte dos órgãos de regulamentação e das autoridades de saúde. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam bem-informados sobre esses riscos, para que possam aconselhar adequadamente seus pacientes. Por último, este trabalho enfatiza a necessidade de futuras pesquisas para avaliar a prevalência do uso de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento e suas consequências a curto e longo prazo.

Palavras-Chave: Medicamentos ‘Off-label’. Emagrecimento. Riscos à Saúde. Políticas Públicas. Educação em Saúde. Conscientização.

ABSTRACT

This study explores the risks associated with the indiscriminate use of ‘off-label’ drugs for weight loss, specifically focusing on the Brazilian context. The aim is to describe and analyze the potential health risks and consequences associated with this practice, as well as to highlight the need for more effective public policies and comprehensive awareness. The research was conducted through a literature review of relevant literature, without the use of direct quotations. The study concludes that the ‘off-label’ use of weight loss drugs poses significant health risks, requiring stronger action by regulatory bodies and health authorities. Moreover, it is important for healthcare professionals to be well informed about these risks so that they can appropriately advise their patients. Finally, this work emphasizes the need for future research to assess the prevalence of ‘off-label’ drug use for weight loss and its short and long-term consequences.

Keywords: ‘Off-label’ Drugs. Weight Loss. Health Risks. Public Policies. Health Education. Awareness.

1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

A busca pela perda de peso e a conquista do corpo ideal são objetivos comuns a muitas pessoas no século XXI. Nesse contexto, o uso de medicamentos para alcançar tais metas se tornou uma prática cada vez mais prevalente. Entretanto, um fenômeno preocupante que emergiu é o uso “off-label” de medicamentos para emagrecimento, ou seja, a utilização de fármacos para propósitos não aprovados pelos órgãos reguladores. A agência reguladora de medicamentos no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), assim como a FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos, tem normas específicas para a aprovação de medicamentos, que incluem indicações precisas de uso. O uso “off-label”, nesse sentido, desvia dessas indicações autorizadas, podendo levar a uma série de consequências negativas (Radley et al., 2006).

1.2. IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

A utilização de medicamentos “off-label” para emagrecimento é um tema de grande relevância devido a diversas razões. Em primeiro lugar, as consequências para a saúde do uso não regulamentado desses medicamentos podem ser graves e até mesmo fatais (Lasser et al., 2002). Segundo, este fenômeno está intimamente ligado à pressão sociocultural por um “corpo perfeito”, o que pode levar a escolhas perigosas por parte dos indivíduos (Grilo et al., 2010). Terceiro, a falta de conhecimento sobre os riscos associados a esta prática torna crucial a necessidade de pesquisas que informem ao público, aos profissionais de saúde e aos decisores políticos. Quarto, a natureza ‘off-label’ desse uso significa que muitas vezes ele ocorre sem o conhecimento ou supervisão de profissionais de saúde, aumentando ainda mais os riscos (Wittich et al., 2012). Portanto, a importância desta pesquisa reside em contribuir para a literatura existente, educar o público sobre os perigos desta prática e fornecer informações que possam orientar políticas públicas e práticas profissionais.

1.3. OBJETIVO DO TRABALHO

O objetivo principal deste trabalho é explorar e entender os riscos inerentes à utilização indiscriminada de medicamentos “off-label” para emagrecimento. Para atingir este objetivo, o estudo será dividido em diferentes etapas. Primeiro, será feita uma revisão bibliográfica abrangente para identificar e discutir os medicamentos que são comumente usados ​​de maneira “off-label” para emagrecimento. Em seguida, serão abordados os potenciais riscos físicos e psicológicos associados ao uso desses medicamentos, com foco naqueles que foram documentados na literatura científica. Além disso, o trabalho buscará entender as razões por trás da prevalência do uso “off-label” desses medicamentos, levando em consideração fatores como a pressão sociocultural para emagrecer e a falta de conhecimento sobre os riscos associados a essa prática. Por fim, o trabalho discutirá as possíveis estratégias de intervenção e prevenção para minimizar esses riscos, incluindo políticas de saúde pública, educação do paciente e responsabilidade dos profissionais de saúde (Rocha, 2013).

1.4. METODOLOGIA DA PESQUISA

Para desenvolver esta pesquisa, utilizou-se a metodologia de revisão bibliográfica, conforme descrito por Canto (2016). O método de revisão bibliográfica é uma forma de investigação baseada na busca de materiais já publicados, como livros e artigos, sobre o tema em questão – neste caso, os riscos na utilização indiscriminada de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento.

Inicialmente, a pesquisa concentrou-se em materiais primários, como artigos de periódicos científicos que discutem o uso de medicamentos ‘off-label’ e seus riscos potenciais, especialmente quando usados para perda de peso. Foram buscados artigos científicos publicados em revistas renomadas na área de saúde e farmacologia, com foco em trabalhos que analisam os efeitos, segurança e eficácia desses medicamentos quando utilizados fora das indicações aprovadas (Fink, 2013).

Além dos artigos primários, foram consultados livros e capítulos de livros relevantes, além de relatórios de agências de saúde e organizações profissionais relacionadas à medicina e farmacologia.

As referências foram avaliadas cuidadosamente, considerando a qualidade e a relevância das fontes (Canto, 2016). Os dados obtidos por meio da revisão bibliográfica foram então organizados e analisados, com o objetivo de fornecer uma visão abrangente e atualizada sobre os riscos da utilização indiscriminada de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento.

1.5. ESTRUTURA DO ARTIGO

Este artigo é organizado em oito seções principais. A introdução (seção 1), já elaborada, provê o contexto e estabelece a importância, objetivo, e metodologia da pesquisa.

A seção 2 traz a definição de conceitos-chave, como medicamentos ‘off-label’, emagrecimento e a busca por soluções rápidas e o papel da indústria farmacêutica. Esta seção ajuda a preparar o terreno para as discussões posteriores no artigo.

A seção 3 detalha a utilização ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento, com subseções discutindo tipos comuns de medicamentos usados, as razões para seu uso e a prevalência do uso ‘off-label’.

A seção 4 aborda os riscos e consequências da utilização ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento. Aqui, os riscos à saúde física e mental, consequências sociais e econômicas, e uma revisão de estudos de casos relevantes serão analisados.

A seção 5 discute a regulamentação e políticas públicas relacionadas ao uso ‘off-label’ de medicamentos, o papel dos profissionais de saúde na mitigação dos riscos, e as políticas públicas necessárias para combater a utilização indiscriminada desses medicamentos.

A seção 6 trata da educação e conscientização, enfocando a importância da educação e conscientização do público, estratégias eficazes de educação e conscientização, e o papel das redes sociais e da mídia na disseminação de informações.

A seção 7 apresenta a conclusão, com um resumo das descobertas, implicações das descobertas para políticas públicas e práticas profissionais e sugestões para pesquisas futuras.

Por fim, a seção 8 apresentará as referências bibliográficas consultadas para a construção deste artigo.

2. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS-CHAVE

2.1. MEDICAMENTOS ‘OFF-LABEL’

Os medicamentos ‘off-label’, também conhecidos como uso fora do rótulo, referem-se ao uso de medicamentos de uma forma não especificada na bula aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou FDA (Food and Drug Administration) no caso dos Estados Unidos (Radley et al., 2006). Este tipo de uso pode incluir variações de dose, via de administração, faixa etária ou indicação terapêutica.

Em alguns casos, o uso ‘off-label’ de medicamentos é necessário e benéfico, especialmente em situações onde não há alternativas terapêuticas disponíveis para uma condição específica. No entanto, é importante destacar que essa prática deve ser baseada em evidências científicas sólidas e realizada com a devida responsabilidade, dado que pode acarretar riscos significativos à saúde quando feita de maneira indiscriminada (Ventola, 2009).

A regulamentação sobre o uso ‘off-label’ varia de país para país. No Brasil, a prescrição ‘off-label’ é permitida desde que o médico assuma a responsabilidade pela prescrição e informe ao paciente sobre a natureza ‘off-label’ do uso (ANVISA, 2009).

2.2. EMAGRECIMENTO E A BUSCA POR SOLUÇÕES RÁPIDAS

O emagrecimento é um processo que envolve a redução da massa corporal total, que pode ocorrer devido à perda de fluidos corporais, massa muscular ou gordura (Bessesen, 2008). Enquanto o emagrecimento saudável e sustentável geralmente envolve mudanças de estilo de vida, como alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas, há uma tendência crescente na busca por soluções rápidas para perda de peso, como dietas radicais e uso indiscriminado de medicamentos.

Esta busca por emagrecimento rápido e fácil é alimentada por diversos fatores socioculturais, incluindo a influência da mídia e de padrões de beleza irreais (Sobal et al., 2001). Além disso, a pressão social e o estigma em torno da obesidade e do sobrepeso podem levar muitas pessoas a buscar medidas drásticas para perda de peso.

É importante ressaltar, entretanto, que a busca por soluções rápidas para emagrecimento muitas vezes pode trazer consequências negativas para a saúde física e mental. Além de poder levar a uma perda de peso insustentável, a qual frequentemente resulta em ganho de peso a longo prazo (Mann et al., 2007), o uso indiscriminado de medicamentos para emagrecer pode causar uma série de efeitos colaterais prejudiciais.

2.3. O PAPEL DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

A indústria farmacêutica desempenha um papel crucial no desenvolvimento e distribuição de medicamentos utilizados no tratamento de uma infinidade de doenças e condições de saúde, inclusive para o emagrecimento. No entanto, esta indústria é também frequentemente criticada por suas práticas de marketing e influência sobre as percepções e comportamentos do público e dos profissionais de saúde (Moynihan et al., 2002).

Com relação ao uso de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento, a indústria farmacêutica é acusada por alguns de promover de forma indireta esse uso, ao exagerar os benefícios e minimizar os riscos associados a seus produtos (Fugh-Berman & Melnick, 2008). Isso pode acontecer através de estratégias de marketing direcionadas tanto a profissionais de saúde quanto ao público em geral, bem como através do financiamento de pesquisas que podem, em alguns casos, ser tendenciosas a favor de seus produtos (Lexchin, 2012).

No entanto, é importante ressaltar que a indústria farmacêutica também contribui de maneiras significativas para a saúde pública, ao desenvolver e fabricar medicamentos que salvam e melhoram vidas. Além disso, as empresas farmacêuticas estão sujeitas a regulamentações rigorosas em muitos países, destinadas a garantir a segurança e eficácia de seus produtos.

3. A UTILIZAÇÃO ‘OFF-LABEL’ DE MEDICAMENTOS PARA EMAGRECIMENTO

3.1. TIPOS COMUNS DE MEDICAMENTOS USADOS ​​’OFF-LABEL’ PARA EMAGRECIMENTO

Existem vários medicamentos que, embora não sejam originalmente destinados ao emagrecimento, são frequentemente usados ​​’off-label’ com esse propósito. Entre os mais comuns, podemos citar:

1. Antidepressivos e ansiolíticos: Algumas pessoas usam medicamentos como fluoxetina e bupropiona, originalmente desenvolvidos para tratar depressão e ansiedade, com o intuito de perder peso. Esses medicamentos podem suprimir o apetite ou aumentar a energia, mas o uso para perda de peso não é aprovado e pode ter efeitos colaterais significativos (Blumenthal & Gold, 2010)

2. Medicamentos para diabetes tipo 2: Alguns medicamentos para diabetes, como metformina e liraglutida, podem levar à perda de peso e são, por vezes, usados ​​’off-label’ para esse fim. Embora esses medicamentos possam ser eficazes na perda de peso, eles não são aprovados para esse uso e podem ter efeitos colaterais (O’Neil et al., 2012).

3. Estimulantes: Medicamentos estimulantes, como anfetaminas e metilfenidato, às vezes são usados ​​’off-label’ para suprimir o apetite e aumentar a energia, facilitando a perda de peso. No entanto, esses medicamentos têm alto potencial para dependência e abuso, além de vários outros efeitos colaterais (Volkow & O’Brien, 2007).

3.2. RAZÕES PARA O USO ‘OFF-LABEL’ DESSES MEDICAMENTOS

Existem várias razões pelas quais as pessoas podem recorrer ao uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecer. A pressão social para se conformar a um ideal estético particularmente magro é certamente um fator contribuinte. Muitos indivíduos podem se sentir impelidos a perder peso rapidamente, e a promessa de resultados rápidos oferecida por esses medicamentos pode ser atraente (Harris & Forhan, 2013).

Outra razão é a frustração com métodos tradicionais de perda de peso. Dietas e exercícios requerem tempo, esforço e paciência, e nem sempre produzem os resultados desejados na velocidade que os indivíduos desejam. Isso pode levar algumas pessoas a recorrerem a medicamentos ‘off-label’ como uma “solução rápida” (Perri & Corsica, 2002).

Adicionalmente, alguns podem usar esses medicamentos ‘off-label’ por recomendação de profissionais de saúde mal-informados ou mal-intencionados que, desconsiderando as diretrizes oficiais, prescrevem esses medicamentos para emagrecer. Este é um problema particularmente grave, pois coloca os pacientes em risco e enfraquece a confiança na profissão médica (Radley, Finkelstein & Stafford, 2006).

3.3. A PREVALÊNCIA DO USO ‘OFF-LABEL’ DESSES MEDICAMENTOS

Apesar da falta de dados concretos sobre a prevalência global do uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecer, pesquisas sugerem que esse fenômeno é bastante comum. Um estudo de 2016 conduzido por Pan et al. revelou que quase 50% de todos os medicamentos prescritos em um hospital universitário canadense eram ‘off-label’. Ainda que essa pesquisa não tenha se focado exclusivamente em medicamentos para emagrecer, os resultados indicam que o uso ‘off-label’ é uma prática comum no campo médico (Pan et al., 2016).

Além disso, um estudo brasileiro publicado em 2017 mostrou que mais de 10% dos indivíduos que procuram tratamentos para obesidade em centros de saúde recorrem ao uso ‘off-label’ de medicamentos para perda de peso (Machado et al., 2017). Essa estatística sugere que a prática também é prevalente no Brasil, mesmo sendo considerada ilegal.

Esses estudos, embora limitados, apontam para uma prevalência preocupante do uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecer. A falta de dados mais concretos e atualizados sobre a situação, porém, destaca a necessidade de mais pesquisas nesse campo para entender completamente a magnitude do problema.

4. RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DA UTILIZAÇÃO ‘OFF-LABEL’ DE MEDICAMENTOS PARA EMAGRECIMENTO

4.1. RISCOS À SAÚDE FÍSICA

O uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento apresenta vários riscos à saúde física. Embora possam ocorrer perdas de peso iniciais, muitos desses medicamentos não são destinados ao emagrecimento e, portanto, não foram submetidos a ensaios clínicos para esse fim. Como resultado, seu uso pode levar a efeitos colaterais indesejados e potencialmente graves.

Um exemplo comum é o uso de estimulantes, como anfetaminas e metilfenidato, para suprimir o apetite (Schneider et al., 2011). Embora esses medicamentos possam resultar em perda de peso no curto prazo, eles também podem causar aumento da frequência cardíaca, pressão alta e até mesmo acidentes cardiovasculares. A longo prazo, podem surgir problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, devido ao seu efeito sobre a química cerebral.

Da mesma forma, o uso ‘off-label’ de medicamentos antidiabéticos, como a metformina, para perda de peso pode levar a efeitos colaterais como náuseas, diarreia e desconforto abdominal (Golomb et al., 2018). Além disso, existe o risco de hipoglicemia, uma condição potencialmente perigosa que pode resultar em tonturas, confusão e perda de consciência.

Ao usar medicamentos ‘off-label’ para emagrecer, indivíduos também podem estar negligenciando as causas subjacentes da obesidade, que podem incluir uma dieta pobre e falta de atividade física. Essas questões não podem ser resolvidas com medicamentos e exigem mudanças no estilo de vida para serem efetivamente tratadas.

4.2. RISCOS À SAÚDE MENTAL

A utilização indiscriminada de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento também pode apresentar riscos significativos à saúde mental. As substâncias presentes em muitos desses medicamentos podem afetar a química cerebral, potencialmente causando ou agravando problemas de saúde mental (Kumar et al., 2015).

Por exemplo, medicamentos estimulantes usados ‘off-label’ para suprimir o apetite, como anfetaminas e metilfenidato, podem causar ansiedade e insônia, além de possuir um risco de dependência (Gallagher et al., 2010). Em longo prazo, o uso destas substâncias pode levar a um aumento da agitação, depressão e até psicose em alguns casos.

Além disso, medicamentos serotoninérgicos como fluoxetina e sertralina, que por vezes são usados ‘off-label’ para a perda de peso, podem também causar efeitos colaterais psicológicos, como alterações de humor, insônia e até sintomas mais graves, como pensamentos suicidas (Himmerich et al., 2018).

Cabe ressaltar ainda que a busca por medicamentos para emagrecimento pode ser um indicativo de uma imagem corporal distorcida e de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia nervosa, que são sérios problemas de saúde mental que exigem intervenção médica e psicológica adequada.

4.3. CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E ECONÔMICAS

A utilização indiscriminada de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento pode acarretar consequências sociais e econômicas graves.

No aspecto social, o uso desses medicamentos pode levar ao estigma e ao isolamento social. Isso ocorre quando os indivíduos sofrem de sintomas de saúde mental associados ao uso ‘off-label’, como ansiedade e depressão, que podem dificultar as interações sociais e o desempenho no trabalho ou nos estudos (Weitzman, 2004). Além disso, a busca constante por medicamentos para perda de peso pode indicar uma imagem corporal distorcida e a presença de transtornos alimentares, que são doenças graves que também podem ter impactos sociais significativos.

Economicamente, o uso ‘off-label’ para emagrecimento pode resultar em custos substanciais para o indivíduo e para o sistema de saúde. Para o indivíduo, há o custo dos medicamentos, bem como o custo do tratamento dos efeitos colaterais e complicações relacionadas (Alexander et al., 2008). Para o sistema de saúde, o uso ‘off-label’ pode levar a um aumento da demanda por serviços de saúde, incluindo hospitalizações e visitas à sala de emergência, o que representa uma pressão adicional sobre os recursos de saúde já limitados (Ventola, 2009)

5. REGULAMENTAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS

5.1. LEIS E REGULAMENTAÇÕES ATUAIS RELACIONADAS AO USO ‘OFF-LABEL’ DE MEDICAMENTOS

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão responsável por regular o uso de medicamentos, incluindo a aprovação, venda e prescrição ‘off-label’ de medicamentos. Segundo as diretrizes da ANVISA, a prescrição ‘off-label’ é permitida em determinadas circunstâncias. No entanto, tal uso deve ser justificado por evidências científicas robustas e a decisão deve ser compartilhada com o paciente, após explicação dos riscos e benefícios (ANVISA, 2018).

Apesar disso, a aplicação efetiva dessas regulamentações pode variar. A fiscalização é desafiadora devido à natureza privada das consultas médicas e ao elevado número de profissionais e pacientes envolvidos. Além disso, a publicidade e a venda de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento, muitas vezes através da internet, são práticas que desafiam ainda mais a regulamentação e a fiscalização (Cohen et al., 2012).

No contexto internacional, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos também permite a prescrição ‘off-label’, desde que os médicos considerem que isso esteja no melhor interesse dos pacientes. No entanto, as empresas farmacêuticas estão proibidas de promover ativamente o uso ‘off-label’ de seus medicamentos (FDA, 2011).

5.2. O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA MITIGAÇÃO DOS RISCOS

Os profissionais de saúde têm um papel crucial na mitigação dos riscos associados ao uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento. Primeiramente, eles têm a responsabilidade ética e profissional de prescrever medicamentos com base em evidências científicas robustas e nos melhores interesses do paciente, e de evitar a prescrição de medicamentos ‘off-label’ para fins não comprovados ou potencialmente prejudiciais (Wong et al., 2016).

Além disso, os profissionais de saúde devem se esforçar para educar os pacientes sobre os riscos e benefícios de qualquer tratamento proposto, incluindo o uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento. Isso envolve fornecer informações claras e compreensíveis, responder às perguntas dos pacientes e respeitar a autonomia do paciente em tomar decisões informadas sobre seu tratamento (Miller et al., 2017).

5.3. POLÍTICAS PÚBLICAS NECESSÁRIAS PARA COMBATER A UTILIZAÇÃO INDISCRIMINADA DESSES MEDICAMENTOS

Para combater a utilização indiscriminada de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento, são necessárias políticas públicas abrangentes que incluam:

1. Melhoria na fiscalização e na aplicação das leis existentes sobre a prescrição e venda de medicamentos (ANVISA, 2018).

2. Campanhas de conscientização pública sobre os riscos associados ao uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento (WHO, 2017).

3. Treinamento e educação continuada para profissionais de saúde sobre as melhores práticas de prescrição de medicamentos e o manejo responsável do uso ‘off-label’ de medicamentos (Wong et al., 2016).

6. EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO

6.1. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DO PÚBLICO

A educação e conscientização do público desempenham um papel crítico na luta contra a utilização indiscriminada de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento. A falta de conhecimento sobre os riscos associados ao uso ‘off-label’ desses medicamentos pode levar os indivíduos a fazerem escolhas perigosas para a sua saúde, enquanto um público bem-informado pode fazer escolhas de saúde mais seguras e eficazes (Ventola, 2009).

A educação pode assumir muitas formas, desde campanhas de informação pública até a educação nas escolas e nos centros de saúde. Além disso, as mídias sociais e a internet podem ser ferramentas eficazes para disseminar informações sobre os riscos associados ao uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento e promover uma compreensão mais precisa e completa sobre o tema (Ventola, 2009).

A conscientização também é fundamental. É importante que o público seja capaz de identificar sinais de uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento e entender o porquê de sua prática ser perigosa. Isso inclui a conscientização sobre os riscos para a saúde física e mental, bem como as consequências sociais e econômicas (Garattini & Bertele, 2010).

6.2. ESTRATÉGIAS EFICAZES DE EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO

Existem várias estratégias eficazes para educar e conscientizar o público sobre os riscos do uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento. Uma estratégia essencial envolve a disseminação de informações precisas e fáceis de entender para o público leigo. Isso pode ser feito através de folhetos informativos, palestras, programas de televisão e rádio, campanhas de saúde pública e discussões em grupo (Ventola, 2009).

Outra estratégia eficaz é a incorporação de educação sobre medicamentos ‘off-label’ em programas escolares de saúde e ciência. Isso pode ajudar a educar as gerações mais jovens sobre os perigos do uso não regulamentado desses medicamentos antes que sejam expostas a eles (Radley, Finkelstein & Stafford, 2006).

Finalmente, campanhas de conscientização também devem se concentrar em fornecer informações sobre onde e como procurar ajuda se alguém estiver lutando com o uso de medicamentos para emagrecimento. Isso pode incluir informações sobre profissionais de saúde confiáveis, linhas diretas de suporte e grupos de apoio (Radley, Finkelstein & Stafford, 2006).

6.3. O PAPEL DAS REDES SOCIAIS E DA MÍDIA NA DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES

As redes sociais e a mídia têm um papel crucial na disseminação de informações sobre o uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento. Elas têm o poder de alcançar um grande público e podem ser uma ferramenta eficaz para educar e conscientizar as pessoas sobre os riscos associados a essa prática (Gottlieb, 2018).

No entanto, é crucial que as informações disseminadas sejam precisas e baseadas em evidências, uma vez que a desinformação pode ser facilmente espalhada através desses canais. Portanto, é vital que os profissionais de saúde, as organizações de saúde e os órgãos governamentais se engajem ativamente nas redes sociais e na mídia para fornecer informações corretas e equilibradas sobre o uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento (Gottlieb, 2018).

7. CONCLUSÃO

7.1. RESUMO DAS DESCOBERTAS

Neste estudo, discutimos os riscos associados ao uso indiscriminado de medicamentos ‘off-label’ para emagrecimento. Apesar de alguns medicamentos poderem apresentar benefícios de perda de peso, seu uso ‘off-label’ pode levar a efeitos colaterais graves e até fatais, como alterações cardíacas, psicológicas e metabólicas (Fralick et al., 2018).

Identificamos que os profissionais de saúde têm um papel fundamental na mitigação desses riscos, e é essencial que eles sejam devidamente informados e conscientes das implicações do uso ‘off-label’ desses medicamentos (Wittich et al., 2012).

Reconhecemos também a importância da regulamentação e das políticas públicas, que devem ser implementadas e rigorosamente aplicadas para proteger os consumidores da utilização indiscriminada desses medicamentos (WHO, 2019).

Finalmente, destacamos a necessidade de educação e conscientização do público. O uso responsável e informado de medicamentos requer a disseminação de informações precisas e apropriadas para o público em geral, incluindo a implementação de estratégias eficazes de educação e conscientização, e o uso de redes sociais e mídia para disseminar informações corretas e equilibradas (Ventola, 2009; Gottlieb, 2018).

7.2. IMPLICAÇÕES DAS DESCOBERTAS PARA POLÍTICAS PÚBLICAS E PRÁTICAS PROFISSIONAIS

Os resultados deste estudo sublinham a necessidade de uma atuação regulatória mais efetiva na utilização de medicamentos ‘off-label’ para o emagrecimento. Os reguladores de saúde devem implementar políticas claras e estritas que evitem a comercialização irresponsável desses produtos e protejam o público de danos potenciais (WHO, 2019). Além disso, profissionais de saúde devem estar cientes dos riscos associados a esses medicamentos e ser capacitados para aconselhar adequadamente seus pacientes sobre seu uso. Isso exige um esforço coordenado para garantir que a educação médica e os programas de treinamento incorporem essa conscientização em suas grades curriculares (Wittich et al., 2012).

7.3. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

Há uma necessidade premente de mais pesquisas nesse campo. Estudos futuros devem se concentrar em avaliar a prevalência real do uso ‘off-label’ de medicamentos para emagrecimento, assim como suas consequências para a saúde a curto e longo prazo. Além disso, seria relevante investigar as razões subjacentes à decisão dos indivíduos de optar por tais medicamentos, mesmo diante dos riscos conhecidos. Por fim, estudos que avaliam a eficácia de estratégias de educação e conscientização podem fornecer insights valiosos para orientar políticas públicas e práticas profissionais (Fralick et al., 2018; Gottlieb, 2018).

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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