USO DA TERAPIA COMPRESSIVA NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS VENOSAS EM UM HOSPITAL REFERÊNCIA EM MARACANAÚ

USING COMPRESSION THERAPY IN VENOUS ULCERS HEALING IN A WELL-KNOWN MARACANAÚ HOSPITAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8155030


Joel Marrocos Fernandes Filho1; Igor Evangelista Melo Lins2; Ana Roberta Gomes Severiano3; Renata Cavalcante Lima Coêlho4; Anna Patricia Mororó Xerez Garcia5; Francisca Kleyciane Lima Torres6; Emilcy Rebouças Gonçalves7; Elisângela Guerra de Souza8; Sara Nogueira Silveira Lima9; Natália Bruno Chaves10; Maria Renara de Sousa Vieira11; Ana Thiena Apoliano Gomes da Silva12; Rodrigo Lima de Souza13; Izadora Fernanda Barros14


RESUMO

Objetivo: Avaliar a efetividade da terapia compressiva para o tratamento de úlceras venosas em um hospital referência em Maracanaú. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Foi realizado em um Hospital secundário da cidade de Maracanaú-CE, no período de outubro a novembro de 2020. A amostra do estudo foi calculada através de fórmula para população finita, tendo sido usado erro amostral de 5% e intervalo de confiança de 95%. Assim, a amostra final resultou em 232 pacientes. Resultados: Notou-se que 56 (58,3%) dos pacientes eram do sexo feminino e 40 (41,7%) eram do sexo masculino. Com relação aos membros 39 (40,6%) tinha lesão em MID; 50 (52,1%) possuíam lesão em MIE e 7 (7,3%) apresentaram lesão em ambos os membros. Observamos que houve redução das lesões nos casos de uma, duas e três lesões em 63 (65,6%), 12 (38,7%) e 5 (55,6%) dos pacientes, respectivamente. Conclusão: Ambas as terapias analisadas desenvolvem um papel importante na cicatrização das lesões ao que se refere aos aspectos clínicos, contudo os resultados não foram estatisticamente significativos.

Descritores: Úlcera Venosa; Bandagens; Epidemiologia; Enfermagem.

ABSTRACT

Objective: To evaluate the effectiveness of compression therapy for the treatment of venous ulcer in a well-known Maracanaú Hospital. Methods: This is a descriptive, quantitative and cross-sectional study. It was carried out in a secondary Hospital in the city of Maracanaú-CE, from October to November 2020. The study sample was calculated using a formula for finite population, using a 5% sampling error and a 95% confidence interval. . Thus, the final sample resulted in 232 patients. Results: the study shows the number of female patients were 56 (58,3%) and male patients, 40 (41,7%), each. Concerning the patients, 39 (40,6%), 50(21,1%) and 7 (7,3%) patients were injured on the right lower, left lower and both lower limbs, respectively. It was noted that 63 (65,6%), 12 (38,7%) and 5 (55,6%) of patients with one, two and three injuries had lesion reduction, respectively. Conclusion: Both therapies analyzed play an important role in the healing of lesions with regard to clinical aspects, however the results were not statistically significant.

Keywords: Venous Ulcer; Bandages; Epidemiology; Nursing 

1.  INTRODUÇÃO

A insuficiência venosa crônica (IVC) é uma doença que acomete a circulação venosa, no qual gera um hipofluxo do sangue nos vasos sanguíneos de menor calibre, com isso ocorre o extravasamento de integradores do sangue do espaço intravascular para o extravascular, ocasionando o edema e em alguns casos o surgimento de varizes (CARDOSO, 2017).

A insuficiência venosa acomete cerca de 5 a 30% da população adulta, podendo causar lesões de difícil cicatrização, que acometem principalmente pessoas obesas, sedentárias, que se alimentam de forma inadequada, diabéticos, multíparas, tabagistas e pessoas com histórico na família (ALDUNATE; ET AL. 2010).

As úlceras varicosas são caracterizadas como uma lesão única em membros inferiores normalmente próximo ao maléolo, bastante exsudativas, dolorosas, de difícil cicatrização, traz consigo também um impacto psicossocial, pois normalmente é uma lesão incapacitante, de difícil cicatrização, mesmo com uma boa adesão do paciente ao tratamento (CARDOSO; 2017).

Atualmente existem diversos tipos de terapia compressiva, como por exemplo, a elástica de multicamadas, ou a pneumática inelástica, entre outras, no entanto não está comprovada a eficácia das mesmas no tratamento de úlceras venosas. Porém, as mais utilizadas atualmente são a terapia elástica e inelástica, pois possuem menor custo e melhores resultados (ABREU; OLIVEIRA, 2015).

A bota de unna é um tipo de terapia compressiva inelástica e é caracterizada com uma atadura embebida em uma substância composta por óxido de zinco, goma acácia, óleo de rícino e água deionizada, propiciando um ambiente úmido favorecendo assim a cicatrização. É indicada em casos mais agudos, pois proporciona maior compressão durante os exercícios diários do paciente, reduzindo assim o edema ao longo do dia (ABREU; 2012).

Alguns parâmetros devem ser atendidos ao se usar a bota de unna, já que a mesma deve ser colocada da base dos pés até 2 cm abaixo do joelho, deve ser colocada na técnica em oito, para favorecer o retorno venoso e não dificultar mais ainda o fluxo sanguíneo (MARTINS JUNIOR; et al. 2017).

Outra terapia também muito utilizada é a faixa elástica, que consiste em uma atadura com fibras de elástico, proporcionando uma compressão constante tanto durante as atividades diárias quanto durante o repouso do paciente (ALBUQUERQUE; 2017).

A faixa elástica deve seguir os mesmos parâmetros que os da bota de unna para ser colocada, contudo ela deve ser retirada ao anoitecer, antes do paciente dormir, e deve ser recolocada ao amanhecer, antes do paciente realizar suas atividades diárias (CONVATEC; 2015).

O que diferencia a terapia compressiva inelástica da elástica é que a elástica possui níveis de compressão, que podem ser classificados como compressão leve (<20 mmHg), moderada (≥20 a 40 mmHg), forte (≥ 40 a 60 mmHg) e muito forte (> 60 mmHg), o nível de compressão recomendado para o tratamento de úlceras varicosa é de ≥40 mmHg, exceto para pacientes com insuficiência arterial (NICOLOSI; et al. 2015).

A escolha da temática surgiu mediante ao número de pacientes com úlceras venosas, atendidos em um ambulatório de estomoterapia em um hospital em Maracanaú, visto que a adesão e o tipo de tratamento utilizado afetam diretamente no reparo tecidual da lesão.

Notou-se que o presente estudo é de grande importância, pois uma boa assistência prestada, como a orientação do paciente quanto à técnica correta de se utilizar as terapias, os cuidados com as bandagens, o tempo de uso e os cuidados pós-cicatrização fazem com que esse paciente obtenha um reparo tecidual mais rápido e reduz a probabilidade de reincidia da úlcera, gerando assim qualidade de vida.

Com isso, o presente estudo objetiva verificar a eficácia da terapia compressiva elástica e inelástica, descrever as características clínicas e epidemiológicas de pacientes com úlceras venosas atendidos no ambulatório de estomoterapia em um hospital referência em Maracanaú.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Entende-se por estudo descritivo, aquele em que descreve e registra os fatos observados, sem mudá-los (PRODANOV, 2013). Por sua vez, a abordagem quantitativa é um método estatístico, que pode ser utilizado em pesquisas que buscam relações de causa e efeito, e tem como métodos a percentagem, a média e o coeficiente de correlação (PRODANOV, 2013). Por fim, o estudo é caracterizado por ser transversal, uma vez que ocorre em um período curto, como agora, hoje, sem que o participante seja acompanhado (MARCONI, 2005).

Cabe destacar que a pesquisa foi realizada em um Hospital secundário da cidade de Maracanaú-CE, no período de outubro a novembro de 2020. Dados da coordenação do setor de estomoterapia do hospital apontam que há uma população de 582 pacientes acometidos com úlcera venosa, desde 2010 até os dias atuais. A amostra do estudo foi calculada através de fórmula para população finita, tendo sido usado erro amostral de 5% e intervalo de confiança de 95%. Assim, a amostra final resultou em 232 pacientes.

Foi realizada a análise dos dados dos pacientes utilizando os prontuários manuais disponibilizados, observando evoluções, as medidas das lesões, o desenvolvimento e a reação ao tratamento com o uso de terapias compressivas. Foi confeccionado um termo de compromisso na utilização dos dados, para que a instituição autorize a utilização das informações contidas nos prontuários.

Vale destacar que a pesquisa foi submetida na Plataforma Brasil, para apreciação por um Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos gerando o seguinte número da CAAE: 37739020.5.0000.9987. Foram respeitadas de forma integral a Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. O presente estudo conta com a autorização da instituição por meio da assinatura da carta de anuência e de fiel depositário que seja emitido em duas vias (uma ficará com o pesquisador e a outra com a instituição concedente). Os dados foram coletados depois que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética (BRASIL, 2012).

2.1 Critérios de inclusão

  • Prontuário de pacientes dos últimos 5 anos.
  • Diagnóstico de úlcera venosa.
  • Em uso de terapia compressiva.
  • Maiores de 18 anos.

2.2 Critérios de exclusão

  • Prontuários com rasuras ou letra ilegível.
  • Possuir ao menos duas medidas da lesão.
  • Falta de informações.

2.3 Riscos

  • Danificar o prontuário. Com o intuito de minimizar o risco ao prontuário do paciente, iremos tomar as devidas precauções ao manusear o arquivo que contém informações importantes do mesmo.
  • Exposição de dados de identificação, segundo código de ética da Resolução 564/2017.

2.4 Benefícios

A pesquisa traz como benefícios a identificação do perfil de pacientes com úlcera venosa e como a terapia compressiva atua de forma direta na cicatrização da lesão. Com isso o setor de estomoterapia poderá prestar educação em saúde para os pacientes durante a espera para realização do curativo com o intuito de promover e prevenir a recidiva das úlceras venosas, melhorando assim a qualidade de vida dos mesmos.

2.5 Metodologias de análise de dados

Após a condução dos achados, a partir do protocolo de estudo, foi elaborado um banco de dados no programa Microsoft Excel (versão 2013). Em seguida foi realizado uma análise estatística através do programa SPSS versão 21.0, e foram calculadas frequência relativa e absoluta para variáveis categóricas.

Nas associações foi empregado o teste qui-quadrado de Pearson para variáveis categóricas dicotômicas e poliatômicas nominais, bem como a Razão de Chances e seu respectivo intervalo de confiança. Considerando o nível de significância de 5% (0,05) para todos os testes empregados.

Os dados depois de analisados foram apresentados em tabelas, gráficos ou figuras contendo números absolutos e percentuais.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Com base na amostra de 96 pacientes 56 (58,33%) correspondem ao sexo feminino e 40 (41,67%) representa o sexo masculino. Relacionamos o sexo a terapia compressiva objetivando saber o percentil de pacientes do sexo masculino e feminino que estavam em uso da terapia compressiva elástica e inelástica. Com isso tivemos como achado um total de 42 (75%) de mulheres em uso da terapia elástica e 14 (25%) em uso da terapia inelástica. Já a população masculina 25 (62,50%) fazem uso da terapia compressiva elástica e 15 (37,50%) utilizam a terapia inelástica.

Estudos apontam que as úlceras de origem venosa têm maior incidência em pacientes do sexo feminino devido ao menor número da taxa de mortalidade feminina é menor se comparado a taxa de mortalidade masculino. Outro dado também importante é que grande parte da população idosa é acometida pelas úlceras varicosas (AZOUBEL et al., 2010). Portanto, os dados encontrados corroboram com a literatura.

Outro dado também coletado foi a faixa etária na qual 16 (16,67%) tem de 20 a 49 anos; 21 (21,88%) tem de 50 a 59 anos e 59 (61,46%) possuem mais de 60 anos de idade. Associamos a idade aos tipos de terapia e observamos que entre a idade de 20 a 49 anos 14 (87,50%) fazem uso de terapia elástica e 2 (12,50%) fazem uso da terapia inelástica; já de 50 a 59 anos 15 (71,43%) fazem uso da terapia elástica e 6 (28,57%) utilizam a terapia inelástica; dos pacientes com 60 anos ou mais 38 (64,41%) estão utilizando a terapia elástica e 21 (35,59%) fazem uso da terapia inelástica.

Segundo estudos internacionais, 10% da população da Europa e da América do norte possuem insuficiência venosa e 0,2% dessas pessoas desenvolvem úlceras venosas, o que corresponde há mais de 70.000 mil pessoas com lesões provenientes da insuficiência venosa crônica (GREY; HARDING; ENOCH, 2006).

Quanto ao local da lesão foram classificados em membro inferior direito (MID), membro inferior esquerdo (MIE) e membros inferiores (MMII), no qual 39 (40,63%) possuíam lesão em MID; 50 (52,08%) possuíam lesão em MIE e  7 (7,29%) possuíam lesão em MMII.

Ao relacionarmos o local da lesão ao tipo de terapia observamos que 32 (82,05%) dos pacientes tem lesão no MID e estavam em uso da terapia elástica e apenas 7 (17,95%) estavam em uso da terapia inelástica; já 29 (58%) dos pacientes tem lesão no MIE e estão em uso da terapia elástica e 21 (42%) estão em uso da terapia inelástica; e 6 (85,71%) possuem lesão nos dois membros e estão em uso da terapia elástica e 1 (14,29%) utiliza a terapia inelástica.

Quanto aos sinais que caracterizam as úlceras de origem venosa como a dor, prurido e edema respectivamente, 57 (59,38%) não possuem dor e 39 (40,63%) possuem dor; 58 (88,54%) não possuem prurido e apenas 11 (11,46%) possuíam prurido; quanto a edema 31 (32,63%) não possuíam edema e 64 (67,37%) possuíam edema em membros inferiores.

Estudos apontam que a terapia compressiva atua diretamente nos sinais clínicos específicos das úlceras varicosas, não só minimizando, mas também extinguindo a dor, o edema e o prurido, no entanto ao deixar de utilizar a terapia esses sinais porém retornar (AGUIAR et al., 2020).

Ao analisarmos as lesões classificamos respectivamente em três tipos, pacientes com uma lesão, pacientes com duas lesões e pacientes com três ou mais lesões. Os pacientes com uma, duas, três ou mais lesões foram subclassificados de acordo com o tipo de resposta que obtivemos da lesão, que foram o aumento, a redução, a estabilização e a cicatrização das lesões.

Ao que corresponde a 96 pacientes com uma lesão 21 (21,88%) tiveram suas lesões aumentadas; 63 (65,63%) dos pacientes obtiveram a redução da lesão; 7 (7,29%) dos casos a lesão se manteve constante e 5 (5,21%) dos casos houve a cicatrização da lesão.

Ao que corresponde a 31 pacientes com duas lesões,12 (38,71%) dos casos houve o aumento das lesões; 12 (38,71%) obtiveram a redução das lesões; 2 (6,45%) dos casos as lesões se mantiveram constante e 5 (16,13%) dos casos houve a cicatrização da lesão.

Ao que corresponde a 9 pacientes com três ou mais lesões, 3 (33,33%) houve o aumento das lesões; 5 (55,56%) obtiveram a redução das lesões e 1 (11,11%) houve a cicatrização das lesões.

Outro aspecto analisado foi o tipo de terapia que os pacientes utilizaram, no qual foi classificado em duas, a terapia elástica e a terapia inelástica; 67 (69,79%) utilizaram a terapia elástica e 29 (30,21%) utilizaram a terapia inelástica.

Analisando a ação das terapias nas lesões obtivemos os seguintes dados. Ao que corresponde aos pacientes com uma lesão e que estava em uso da terapia compressiva elástica,13 (19,40%) tiveram suas lesões aumentadas; 44 (65,67%) obtiveram a redução da lesão; 5 (7,46%) a lesão se manteve constante e 5 (7,46%) ouve a cicatrização da lesão.

Já os pacientes que também possuíam uma lesão e que estavam com a terapia compressiva inelástica obtivemos os seguintes dados, 8 (27,59%) houve o aumento da lesão; já 19 (65,52%) obtiveram a redução da lesão e 2 (6,90%) observou-se uma estabilização da lesão.

Aos pacientes com duas lesões e que estavam em uso da terapia elástica, observamos as seguintes respostas; 8 (36,36%) houve o aumento da lesão; 9 (40,91%) notamos a redução da lesão; 1 (4,55%) a lesão se manteve constante e 4 (18,18%) houve a cicatrização da lesão.

Os pacientes com duas lesões e que estavam em uso da terapia inelástica encontramos os seguintes dados, 4 (44,44%) tiveram o aumento da lesão; 3 (33,33%) notamos a redução da úlcera; 1 (11,11%) mantiveram a lesão constante e 1 (11,11%) houve a cicatrização da ulceração.

Ao que se refere aos pacientes com três ou mais lesões e que estavam em uso da terapia compressiva elástica obtivemos os seguintes achados, 1 (20%) houve o aumento da lesão e 4 (80%) observamos a redução da lesão.

Já os pacientes com três úlceras que utilizam a terapia inelástica 2 (50%) tiveram aumento da lesão; 1 (25%) observamos a redução e 1 (25%) notou-se a cicatrização da úlcera.

Milic et al. (2009), reafirma os dados expostos na tabela 4 que ao iniciar o tratamento das úlceras venosas com a terapia compressiva, observou-se que após 26 semanas 50,26% das lesões cicatrizaram e após 52 semanas 87,3% das feridas fecharam, já 24 (12,7%) das lesões não obtiveram êxito na cicatrização, isso mostra que a terapia compressiva interfere de forma direta na melhora das úlceras. 

Estudos apontam que a terapia compressiva, independentemente do tipo, é a melhor escolha para o tratamento de úlceras de origem venosa e cabe ao profissional a escolha da terapia que melhor se adequa aquele paciente, no entanto a terapia por si só não desenvolve um bom desempenho se o paciente que a utiliza não aplica de forma correta, e não muda hábitos de vida nocivos ao mesmo (SANTANA et al., 2012).

Associado às lesões, observamos também as comorbidades relatadas pelos pacientes durante a primeira consulta, no qual o profissional estomaterapeuta realizava a anamnese.

Notou-se que mais da metade dos pacientes negaram outras comorbidades além da insuficiência venosa totalizando 57 (59,38%); já os outros 39 pacientes foram subdivididos de acordo com as seguintes comorbidade, 2 (2,08%) informaram ter Diabetes mellitus (DM); 14 (14,58%) referiam Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). 19 (19,79%) comunicou HAS e DM; 2 (2,08%) relataram ter HAS, DM e Trombose Venosa Profunda (TVP); outros 1 (1,04%) expôs ter Insuficiência hepática; 1 (1,04%) referiu ter Lúpus.

Segundo estudo realizado no Rio Grande do Norte que realizou uma pesquisa com 101 pacientes com úlceras venosas, 25 (24,8%) dos pacientes possuíam Diabetes Mellitus (DM) e 45 (44,6%) tinham Hipertensão Arterial Sistêmica (TORRES, 2016).

Ao iniciarmos a pesquisa, tivemos algumas barreiras para coletar os dados, como a falta de informações como por exemplo as medidas, o local da lesão, a existência de comorbidades, o estado geral dos prontuários, com isso nossa amostra inicial de 232 pacientes reduziu para 96.

4. CONCLUSÃO

Concluímos por meio desta pesquisa, que ambas as terapias analisadas desenvolvem um papel importante na cicatrização das lesões ao que se refere aos aspectos clínicos, contudo os resultados não foram estatisticamente significantes. Entretanto observamos que as terapias minimizaram fatores como edema, dor, favorecendo a cicatrização da lesão, no entanto, a terapia elástica desenvolve melhor percentil ao que se refere a redução e cicatrização da lesão.

Dentre os fatores observados, associa-se há úlceras venosas dados como comorbidade, sexo, idade entre outros. Isso possibilitou maior conhecimento sobre a população que mais é acometida com essa patologia, tal como quais fatores intrínsecos e extrínsecos interferiam no tratamento desses pacientes.

Podemos observar algumas barreiras durante a coleta de dados da pesquisa, como a falta de informação contida nos prontuários e a fragilidade dos mesmos devido ao desgaste por uso diário, visto que grande parte dos pacientes atendidos na unidade frequentam vigorosamente o local para realizar novas avaliações. Diante do que fora exposto, a pesquisa foi de imensa importância para análise do tratamento utilizado no hospital referência em Maracanaú, para que as estratégias de tratamento sejam intensificadas para a melhora integral da lesão do paciente. Outro aspecto igualmente relevante é a atuação da enfermagem frente ao tratamento dos pacientes com úlceras, já que são eles que desenvolvem a função de orientar, instruir e capacitar esses pacientes ao uso das terapias de forma correta. 

6. REFERÊNCIAS

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ABREU, A. M.; OLIVEIRA, B. G. R. B. Estudo da Bota de Unna comparado à bandagem elástica em úlceras venosas: Ensaio clínico randomizado. Revista Latino-Americana de Enfermagem, p. 1-7, 2015.

AGUIAR, Janne Karlla de et al. Evolution of healing ulcers in the lower limbs of patients using Unna boot associated with shiatsu. Revista de Pesquisa Cuidado É Fundamental Online, [S.L.], p. 332-336, 10 jan. 2020. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO. http://dx.doi.org/10.9789/21755361.rpcfo.v12.7105.

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BRASIL, Resolução nº 466/2012 de 12 de dezembro de 2012. Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Diário oficial da União, Brasília, DF. Publicada no DOU nº 12, 13 de junho de 2013, seção 1, p. 1-59.

CARDOSO, L. V. Terapia da Bota de Unna na redução do edema em portadores de lesão venosa. 2017. 97f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. 2017.

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MILIC, Dragan J. et al. Risk factors related to the failure of venous leg ulcers to heal with compression treatment. Journal Of Vascular Surgery, [S.L.], v. 49, n. 5, p. 1242-1247, maio 2009. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2008.11.069.

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PRODANOV, C. C. Metodologia do trabalho científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2ª ed. Rio Grande do Sul, RS: Universidade Feevale, 2013. 

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TORRES, Sandra Maria da Solidade Gomes Simões de Oliveira. Associação dos aspectos sociodemográficos, clínicos e assistenciais da qualidade de vida das pessoas com úlcera venosa na atenção básica. 2016. 111 f. Tese (Doutorado) – Curso de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2016.


1Centro universitário Mauricio de Nassau
2Mestrado profissional saúde da mulher e da criança – UFC
3Mestrado profissional saúde da mulher e da criança – UFC
4Médica ultrassonografista EBSERH-MEAC
5EBSERH-MEAC
6Universidade Estadual do Ceará – UECE
7EBSERH-MEAC
8EBSERH-MEAC
9EBSERH-MEAC
10Mestrado profissional saúde da mulher e da criança – UFC
11Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
12Mestrado profissional saúde da mulher e da criança – UFC
13Universidade Estadual do Ceará – UECE
14Universidade de Cuiabá-Mt