IMUNIZAÇÃO INFANTIL: SUA IMPORTÂNCIA E DESAFIOS NOS DIAS ATUAIS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8136613


Bruna Sampaio Tavares1
Jorge Rosemberg Bezerra Ramos2
Fiamma Aricia da Silva Cerqueira3
Luiz Fernando de Lima4
Kleber Jose Canedo Pimentel5
Larissa Camarotti Rebello Ferreira6
Thalita Marcelle Lisboa da Trindade7
Jordana Teixeira da Nóbrega8
Kissiane de Almeida Galdino9
Gabrielle Nepomuceno da Costa Santana10


RESUMO:

INTRODUÇÃO: O cenário brasileiro frente a adesão às campanhas vacinais está sofrendo recentes mudanças. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde, em janeiro de 2018, apontou que é crescente o número de pais que se recusam a vacinar seus filhos. O Programa Nacional de Imunização (PNI) é responsável pela definição dos Calendários Nacionais de Vacinação, para isto são considerados: a situação epidemiológica, a vulnerabilidade, o risco e as características sociais. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é falar sobre a importância da imunização Infantil, destacando sua importância contra o agravamento de doenças que podem ser evitadas e responder a seguinte pergunta: Qual o cenário atual da imunização Infantil?. METODOLOGIA: Trata-se de revisão bibliográfica com objetivo de trazer o que a literatura científica já tem falado sobre a importância da imunização infantil. Para sua realização foram elencados os seguintes critérios de inclusão: está preferencialmente no recorte temporal dos últimos cinco anos, disponível na íntegra de forma gratuita, está em português, inglês ou espanhol e o tema alinhado com o que o artigo desenvolvido propõe. Foram excluídos os artigos que não se enquadraram nas ordens acima. Resultados e Discussão: no Brasil, as taxas de óbito infantil reduziram-se, já que após a implementação do PNI, quase 100% da população infantil brasileira foi imunizada contra as principais doenças causadas por óbito precoce. Ademais, o PNI oferece cobertura vacinal ainda para a população adulta em todas as fases da vida, sem distinção de caráter, de modo a controlar e prevenir doenças com potencial de letalidade. CONCLUSÃO: A vacinação infantil mostra-se importante desde o nascimento até a vida adulta, visto que seus benefícios são comprovados cientificamente. Apesar das fake news e os movimentos anti-vacinas, os responsáveis continuam relatando a importância da vacina para seus filhos. Assim, o presente estudo demonstrou que a imunização desde a infância é de grande importância no que diz respeito à proteção individual e coletiva da população.

Palavras-chave: Imunização,  Vacinação,  Programa Nacional de Imunização. 

ABSTRACT:

INTRODUCTION: The Brazilian scenario regarding adherence to vaccine campaigns is undergoing recent changes. The National Council of Health Secretaries, in January 2018, pointed out that the number of parents who refuse to vaccinate their children is growing. The National Immunization Program (PNI) is responsible for defining the National Vaccination Calendars, for which the epidemiological situation, vulnerability, risk and social characteristics are considered. OBJECTIVE: The objective of this study is to talk about the importance of childhood immunization, highlighting its importance against the aggravation of preventable diseases and to answer the following question: What is the current scenario of childhood immunization? METHODOLOGY: This is a bibliographical review with the objective of bringing what the scientific literature has already said about the importance of childhood immunization. For its realization, the following inclusion criteria were listed: it is preferably in the time frame of the last five years, available in full for free, is in Portuguese, English or Spanish and the theme is aligned with what the developed article proposes. Articles that did not fit the above orders were excluded. RESULTS AND DISCUSSION: in Brazil, infant death rates were reduced, since after the implementation of the PNI, almost 100% of the Brazilian child population was immunized against the main diseases caused by early death. In addition, the PNI also offers vaccination coverage for the adult population at all stages of life, regardless of character, in order to control and prevent potentially lethal diseases. CONCLUSION: Child vaccination is important from birth to adulthood, as its benefits are scientifically proven. Despite fake news and anti-vaccination movements, those responsible continue to report the importance of vaccines for their children. Thus, the present study demonstrated that immunization since childhood is of great importance with regard to the individual and collective protection of the population.

 Keywords: Immunization, Vaccination, National Immunization Program.

INTRODUÇÃO:

O cenário brasileiro frente a adesão às campanhas vacinais está sofrendo recentes mudanças. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde, em janeiro de 2018, apontou que é crescente o número de pais que se recusam a vacinar seus filhos. Assim, além de amplas coberturas vacinais, é fundamental manter o sucesso destas e maximizar a proteção, fortalecendo que as doses sejam administradas nas idades recomendadas. Tendo em vista que a vacinação é a grande aliada para combater doenças imunopreveníveis, o entendimento populacional quanto aos imunobiológicos, doenças que estão sendo prevenidas e seus benefícios, contribuem para menor taxa de abandono e maior promoção da saúde pública (DE SOUZA SANTOS et al., 2020).

 O indivíduo se torna imune de agentes causadores de infecção, através de um processo chamado Imunização, que é a administração de vacinas e imunoglobulinas. Essas vacinas podem ser proteínas, toxinas fragmentadas de bactérias e vírus, ou até mesmo esses agentes inteiros, vivos atenuados ou mortos, que entram em contato com o sistema imunológico de um animal, resumem uma série de reações imunológicas que podem tornar o organismo completamente imune ao agente causador da infecção, protegendo-o também de posteriores infecções ou doenças infecciosas causadas por esse agente (ARAÚJO et al., 2020). 

 O Programa Nacional de Imunização (PNI) é responsável pela definição dos Calendários Nacionais de Vacinação, para isto são considerados: a situação epidemiológica, a vulnerabilidade, o risco e as características sociais. O programa também é responsável por: coordenar as ações de imunização; garantir a cobertura vacinal; homogeneidade da cobertura vacinal; controlar, eliminar ou erradicar, estimular a produção de vacinas no país, fornecer orientações específicas para diferentes grupos como crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e povos indígenas. O programa é admirado e reconhecido mundialmente na área de políticas públicas devido a sua abrangência, gratuidade, qualidade dos imunobiológicos, igualdade e equidade na sua distribuição, assim como o programa se compromete a favorecer o acesso e diversidade de vacinas direcionadas à população infantil (LEITE et al., 2021).

Portanto, o objetivo deste estudo é falar sobre a importância da imunização Infantil, destacando sua importância contra o agravamento de doenças que podem ser evitadas, e responder a seguinte pergunta: Qual o cenário atual da imunização Infantil? 

METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, a qual se baseou na recomendação dos Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análise (PRISMA).

 Primeiramente, para iniciar a busca dos estudos na literatura, define-se a pergunta norteadora, utilizando-se a estratégia da pergunta PICO: e responder a seguinte pergunta: Qual o cenário atual da imunização Infantil? 

 Em seguida, foi realizada a busca pelos descritores, no sistema DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), nos idiomas português, inglês e espanhol. Selecionou-se três blocos com descritores utilizando-se as palavras-chave: Imunização, Vacinação, Programas de Imunização e Enfermagem, bem como os operadores booleanos AND e OR para combinação de termos. A pesquisa dos artigos foi feita em fevereiro de 2019, nas bases de dados Cochrane, PubMed, Scopus e Web of Science.

 Para esta revisão sistemática, foram incluídos estudos do tipo ensaio clínico randomizado ou observacional transversal que respondem a pergunta norteadora, dos quais participaram crianças e adolescentes até 15 anos de idade, com diagnóstico de asma, e cuja intervenção fisioterapêutica aplicada tem sido o TMI ou experiência. 

 Não foram delimitados artigos pela data de publicação e Considere-se apenas como publicações nos idiomas inglês e português. Foram excluídos estudos de caso e série de casos, artigos de revisão e estudos cuja população incluída apresenta síndromes, déficits cognitivos e emocionais associados. 

 A seleção dos artigos foi realizada por dois avaliadores cegos, os quais realizaram a busca nas bases de dados e, inicialmente, leram os títulos e selecionaram aqueles compatíveis com a temática para análise dos resumos. Após a verificação dos resumos, os avaliadores elencaram os artigos para leitura na íntegra, sendo incluídos apenas os que respeitaram os critérios previamente padrões. As divergências, quanto à seleção dos estudos, foram resolvidas por meio de discussão entre os avaliadores. Conduziu-se também a avaliação da qualidade metodológica dos estudos selecionados por meio da escala PEDro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

 A vacinação é uma das intervenções mais custo-efetivas e seguras, fatores que propiciam tanto a proteção individual como a imunidade coletiva e constitui-se como componente obrigatório dos programas de saúde. Sua efetividade está condicionada a elevadas coberturas e à equidade do acesso (MARTINS; DOS SANTOS; ÁLVARES, 2019).

 Durante muitos anos, doenças comuns na infância, como a meningite, difteria, poliomielite, hepatite B, rotavírus, febre amarela, caxumba, rubéola, sarampo, coqueluche e tétano foram responsáveis por taxas elevadas de morbimortalidade em crianças menores de cinco anos em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. Apesar disso, no Brasil, as taxas de óbito infantil reduziram-se, já que após a implementação do PNI, quase 100% da população infantil brasileira foi imunizada contra as principais doenças causadas por óbito precoce. Ademais, o PNI oferece cobertura vacinal ainda para a população adulta em todas as fases da vida, sem distinção de caráter, de modo a controlar e prevenir doenças com potencial de letalidade (CORRÊA et al., 2021). 

 Um estudo realizado em 1996 com 119 crianças menores de dois anos que frequentavam o Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), em Fortaleza, mostrou que o índice de oportunidades perdidas de vacinação ainda é muito grande, sendo de 31% na instituição pesquisada. Mostrando que, no Brasil, ainda existem muitos desafios a serem vencidos no que diz respeito à estruturação da atenção básica. A não participação da população e as causas que a motivam têm sido deixadas de lado no programa de vacinação em diversos países, o que não foi diferente no Brasil (DE OLIVEIRA MEDEIROS et al., 2022). 

 A carência de conhecimento, aliado ao acesso indiscriminado de informações errôneas e maliciosas na internet, as fake news, podem ter resultados desastrosos na saúde pública. A recusa à vacinação de crianças vem se tornando assunto recorrente nos meios de comunicação, contudo tal prática não é algo inédito, visto que no início do século XX ocorreram diversas manifestações no Rio de Janeiro em ataque a vacinação compulsória instituída pelo governo e colocada em prática pelo até então diretor geral de saúde pública Oswaldo Cruz (DE ARAÚJO et al., 2019).

 É de suma importância a presença do profissional de enfermagem na extensão da cobertura vacinal e no diálogo explicativo com os responsáveis das crianças sobre os benefícios que a vacina oferece. Uma vez que a equipe de enfermagem tem maior contato com o usuário, é de fundamental importância ressaltar que esta equipe tem o poder de intervenção no que diz respeito à educação em saúde ao orientar mães e/ou cuidadores para a importância da vacinação infantil. Como vacinador, o profissional de enfermagem, em circunstâncias oportunas, como a de agir como mentor no momento da vacinação, transmite informações fundamentais pertinentes à prevenção de doenças, contribuindo para que as famílias percebam o valor da imunização definido como método capaz de evitar enfermidades (DA SILVA et al., 2020).

CONCLUSÃO: 

Evidenciou-se, que a vacinação infantil mostra-se importante desde o nascimento até a vida adulta, visto que seus benefícios são comprovados cientificamente. Apesar das fake news e os movimentos anti-vacinas, os responsáveis continuam relatando a importância da vacina para seus filhos. Assim, o presente estudo demonstrou que a imunização desde a infância é de grande importância no que diz respeito à proteção individual e coletiva da população.

REFERÊNCIAS:

ARAÚJO, Maria Clara Gomes et al. Fatores que interferem no cumprimento do calendário vacinal na infância. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 42, p. e2874-e2874, 2020. Disponível em:https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/2874.  Acesso em: 06 Junho 2023. 

CORRÊA, Shesllen Mikaelly Cruz et al. As possíveis causas da não adesão à imunização no Brasil: uma revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 4, p. e7030-e7030, 2021. Disponível em:https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/7030. Acesso em: 29 Junho 2023. 

DA SILVA, Maria Regina Bernardo et al. Conhecimento dos responsáveis sobre a importância da vacina em uma unidade básica de saúde da Zona Oeste, Rio de Janeiro. Saúde Coletiva (Barueri), v. 10, n. 57, p. 3649-3664, 2020. Disponível em:https://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/saudecoletiva/article/view/954.  Acesso em: 29 Junho 2023.

 DE ARAÚJO, Maria Adelaide et al. Imunização infantil: letramento em saúde de mães de crianças de zero a dois anos. CIAIQ2019, v. 2, p. 1502-1507, 2019. Disponível em:https://proceedings.ciaiq.org/index.php/CIAIQ2019/article/view/2335.  Acesso em: 29 Junho 2023.

DE OLIVEIRA MEDEIROS, Luana et al. A importância da intervenção acerca da prática de imunização na infância. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, p. e32411528401-e32411528401, 2022. Disponível em:https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28401.  Acesso em: 29 Junho 2023.

DE SOUZA SANTOS, Mariana Quinta et al. O conhecimento sobre o calendário vacinal infantil até 15 meses de idade entre seus acompanhantes e os profissionais de saúde/Knowledge of caregivers and health professionals concerning the vacinal calendar of children up to 15 months of age. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 4, p. 18262-18276, 2020. Disponível em: https://brjd.com.br/index.php/BRJD/article/view/8600.  Acesso em: 06 Junho 2023.

LEITE, Ricardo Santana et al. Análise da taxa de abandono das vacinas de multidose do calendário nacional de vacinação infantil nos municípios de uma Região do Estado de São Paulo, Brasil. 2021. Disponível em:https://tede.unisantos.br/handle/tede/7563.  Acesso em: 06 Junho 2023. 

MARTINS, Karla Moreira; DOS SANTOS, Walquiria Lene; ÁLVARES, Alice da Cunha Morales. A importância da imunização: revisão integrativa. Revista de Iniciação Científica e Extensão, v. 2, n. 2, p. 96-101, 2019. Disponível em: https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacao-cientifica/article/view/153.  Acesso em 29 Junho 2023


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Especialista em Saúde da Família – FAVENI