REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8096794
Ana Paula Gomes Soares1
Débora Moutinho Rodrigues2
Samuel Reis e Silva3
Resumo
A Síndrome de Burnout é uma condição psicológica de ordem biopsicossocial resultante do estresse crônico presente no ambiente de trabalho e esta é composta por três dimensões sendo, respectivamente: Exaustão Emocional, Despersonalização e Redução da Realização pessoal. A princípio, o termo Burnout foi citado pela primeira vez na década de 70, definindo-o como um estado de exaustão causado por intenso esforço ao trabalho. Os cuidadores que atuam em instituição de acolhimento para crianças e adolescente estão vulneráveis ao Burnout, pois além de haver o desgaste pelo trabalho, estão expostos às vivências de cada acolhido, o que gera uma sensibilidade emocional por parte destes servidores, da mesma forma ocorrem com esses profissionais implicações devido ao ambiente onde exercem suas atividades apresentar falhas organizacionais. Diante disso, o objetivo desse estudo é explorar sobre a síndrome de burnout nos cuidadores de instituição de acolhimento para crianças e adolescentes. A respectiva pesquisa tem por base uma abordagem de revisão narrativa de literatura, onde foram utilizados materiais disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Brasil Scientific Eletronic Library Online (SciELO – Brasil), Periódicos CAPES, Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC) e o Google Acadêmico. Assim, verificou-se que a quantidade excessiva de atividades, a aproximidade dos profissionais com os acolhidos e o ambiente regido por regras, gera uma carga de estresse que aponta para o surgimento de Burnout. Conclui-se que deve haver mais estudos direcionados para esse grupo de profissionais, visto que, levantamentos e pesquisas com esta temática para esse público são escassos e obsoletos.
Palavras-chave: Burnout. Cuidadores. Vínculo. Instituição de Acolhimento. Acolhidos.
Abstract
Burnout Syndrome is a bio-psychosocial psychological condition resulting from chronic stress present in the work environment and is composed of three dimensions, being, respectively: Emotional Exhaustion, Depersonalization and Reduced Personal Achievement. At first, the term Burnout was mentioned for the first time in the 70’s, defining it as a state of exhaustion caused by intense work effort. The caregivers who work in foster care institutions for children and adolescents are vulnerable to Burnout, because besides being worn out by the work, they are exposed to the experiences of each patient, which generates an emotional sensitivity on the part of these servers, and the same way, these professionals have implications due to the environment where they carry out their activities present organizational flaws. Therefore, the aim of this study is to explore burnout syndrome in caregivers of children and adolescents’ shelters. The respective research is based on a narrative literature review approach, where available materials were used in the Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Brazil Scientific Eletronic Library Online (SciELO – Brazil), Periódicos CAPES, Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC) and Google Acadêmico. Thus, it was verified that the excessive amount of activities, the closeness of the professionals with the patients and the environment governed by rules, generates a stress load that points to the emergence of Burnout. It is concluded that there must be more studies directed to this group of professionals, since surveys and research with this theme for this public are scarce and obsolete.
Keywords: Burnout. Caregivers. Bond. Foster Care Institution. Children and Adolescents.
INTRODUÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde (2021) a Síndrome de Burnout é uma exaustão emocional cujos sintomas são cansaço extremo, estresse e esgotamento físico causados por situações de trabalho desgastantes que exigem demasiada competitividade ou responsabilidade. A principal causa desta condição é precisamente o excesso de atividades presentes no ambiente de trabalho.
Adiante, o Burnout é composto por três dimensões principais que são a exaustão emocional, despersonalização e a redução da realização profissional. Dessa maneira é uma condição biopsicossocial, pois se constitui a partir das particularidades do indivíduo e, do mesmo modo, por especificidades do ambiente onde exerce sua profissão, logo esses aspectos encontram-se em constante inter-relação.
Por conseguinte, a Síndrome de Burnout está em evidência por ser uma circunstância que se faz presente em diversas áreas profissionais, principalmente em profissões que tem um envolvimento com outras pessoas. E, uma das profissões em que pode haver um índice significativo da síndrome são os cuidadores sociais, pois é uma categoria de trabalhadores pouco valorizada no Brasil e no mundo do ponto de vista legal, econômico e social (MINAYO; GUALHANO, 2021).
Ademais, SILVA E ROSSANELLI (2021) expressam que o Burnout atinge trabalhadores que dirigem seus serviços ao cuidado com outras pessoas, o que por essa característica deixa o profissional vulnerável emocionalmente, e em relação a isso tem-se dado atenção até que ponto o indivíduo expõe-se a se dedicar a uma causa ou objetivo, em detrimento do próprio estado emocional.
À vista disso, as instituições de acolhimento têm um trabalho bastante expressivos com os cuidadores sociais, pois são esses profissionais que trabalham diariamente com as crianças e adolescentes enquanto estão institucionalizados. Dessa forma, essas crianças que em sua maioria passaram por situações de vulnerabilidade e falta de afeto, buscam suprir suas carências no adulto mais próximo que, nesta situação, é o cuidador. Portanto, esses servidores passam por uma carga de trabalho desafiadora, em razão de diversas vezes terem que exercer o papel familiar e profissional (GUERRA; DEL PRETTE, 2018)
Diante de tais informações, esses profissionais ficam expostos à exaustão emocional devido ao contato constante com o estresse, carga de trabalho exaustiva e desgaste emocional. Assim, o artigo tem por objetivo explorar sobre a Síndrome de Burnout nos cuidadores do serviço de acolhimento para criança e adolescentes.
Continuando, no que concerne as contribuições deste trabalho para o meio social, percebe-se a importância que este assunto tem para apresentar, focando na qualidade e saúde mental dos cuidadores que é uma classe de trabalhadores onde há ainda pouca visibilidade em relação as condições de saúde mental. Além disso, a proposta é fazer com que as pessoas entendam sobre o contexto em que esses servidores estão inseridos e como eles atuam no local de trabalho.
Quanto a relevância da pesquisa para a comunidade cientifica, PEREIRA (2019) expõe que os estudos sobre essa temática estão mais direcionados a outros grupos de profissionais como da área da saúde e educação, portanto, há a necessidade estudar sobre os cuidadores sociais que atuam diretamente com as crianças e jovens. Tendo em vista que o assunto é pouco discutido, é importante transmitir o conhecimento para que possa ser debatido e levado em consideração para comunidade científica.
Em suma, o respectivo estudo trata-se de uma revisão narrativa de literatura. À vista disso, esse método conforme MATTOS (2015) é definido por não necessitar do uso criterioso de procedimentos para busca e análise das literaturas selecionadas. Ademais, a realização da leitura do título e resumos dos estudos publicados possibilitou na escolha dos materiais que constituem o presente estudo, em razão de que as obras selecionadas satisfazem aos objetivos propostos.
1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO
O respectivo estudo trata-se de uma revisão narrativa de literatura. À vista disso, esse procedimento segundo MATTOS (2015) se caracteriza por não necessitar do uso criterioso de procedimentos para busca e análise das literaturas selecionadas. Ademais, conforme o autor “[…] a busca pelos estudos não precisa esgotar as fontes de informações” (p. 02). E sinaliza, por fim, que as interpretações sobre os conteúdos obtidos estão passíveis às reflexões pessoais dos pesquisadores.
Por conseguinte, para a elaboração do referencial teórico, foi realizada uma busca nos principais bancos de dados eletrônicos como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Brasil Scientific Eletronic Library Online (SciELO – Brasil), Periódicos CAPES, Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC) e o Google Acadêmico. Assim, os materiais selecionados para a construção da pesquisa foram artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso, teses e dissertações.
Adiante, na busca pelos materiais para a produção do estudo foram utilizados os seguintes descritores: “Síndrome de Burnout”, “Cuidadores”, “crianças e adolescentes em medida protetiva”, “abrigos infanto-juvenil”, “SAICA” e “instituição de acolhimento”. Estes termos, primeiramente, foram pesquisados de forma isolada e, em seguida, em combinação entre si para a obtenção das produções publicadas.
Assim sendo, os conteúdos selecionados foram limitados aos que se enquadrassem ao tema e que respondessem aos objetivos propostos. Continuando, os critérios de inclusão foram materiais desenvolvidos na língua portuguesa contendo uma das expressões de busca, acesso completo ao conteúdo publicado, estudos e outras publicações produzidas no período de 2006 a 2023. Quanto aos critérios de exclusão foram descartadas produções que não atendiam ao tema proposto, publicados fora do tempo estabelecido, em idiomas estrangeiros e que apresentassem acesso restrito ao material.
Por fim, a realização da leitura do título e resumos dos estudos publicados viabilizou a escolha dos materiais que constituem o presente estudo, visto que, as obras selecionadas satisfazem aos objetivos propostos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SÍNDROME DE BURNOUT
A síndrome de Burnout é uma condição psicológica que acomete os servidores de diversas áreas de trabalho, implicando em dificuldades para a execução das atividades no ambiente onde está inserido e, de modo igual, ocorrem prejuízos nas relações interpessoais, emocionais e físicos do sujeito. Assim, esta síndrome surge como resultado de quando o indivíduo é exposto a um contexto onde envolve o estresse crônico e, portanto, levando à exaustão em virtude das demandas do trabalho.
O termo Burnout foi citado pela primeira vez na década de 70 por Herbert Freudenberger “como sendo um estado de exaustão, fadiga ou de frustração, originado por dedicação a uma causa […]” (CARDOSO, 2016, p. 12). Outrossim, esta expressão é definida como “queimar-se por inteiro” ou “queimar de dentro para fora” em razão de um esgotamento físico e mental experienciado pelos profissionais (REZENDE & SANTOS, 2020).
Dessa forma, as dificuldades apresentadas nos ambientes de trabalhado estão relacionadas a três dimensões e suas respectivas características que abrangem a Síndrome de Burnout, sendo elas: Exaustão Emocional (EE), Despersonalização (DP) e Redução da Realização Pessoal (RRP).
Conforme MENEZES (2017) a exaustão emocional é a primeira reação causada em decorrência da sobrecarga de trabalho, conflitos entre os servidores e o estresse em razão das exigências presentes. Assim sendo, essa dimensão abrange sintomas como a raiva, solidão, impaciência, desesperança, tensão, irritabilidade etc. (C NDIDO & SOUZA, 2017). Portanto, a partir do surgimento dessa exaustão que envolve o esgotamento emocional, logo as demais características irão se fazer presente ocasionando um agravamento na qualidade de vida do indivíduo e no desempenho das atividades no âmbito de trabalho.
Ainda que, a exaustão emocional seja o primeiro sinal do aparecimento do Burnout, a despersonalização e a redução da realização pessoal são vivenciadas de forma significativa pelos indivíduos e, assim, comprometendo o desempenho no trabalho. De acordo MENEZES (2017) a despersonalização surge como uma forma de proteção à exaustão emocional, ou seja, fazendo com que o indivíduo se distancie de seus deveres e das pessoas, enquanto a redução da realização pessoal refere-se ao sentimento de inadequação diante do aspecto profissional e pessoal, realizando avaliações negativas de si, baixa confiança e a incapacidade para produzir suas atividades laborais com eficiência.
Por conseguinte, o Burnout apresenta um conjunto de sinais e sintomas consideráveis e estes são subdivididos em quatro esferas, sendo estas: física, psíquica, comportamental e defensiva. No que se refere à questão física, nela se apresentam sintomas como insônia e a fadiga; na esfera psíquica ocorrem alterações nas funções de atenção e memória, além de apresentar quadro de ansiedade; quanto ao contexto comportamental se apresenta a negligência no trabalho, conflitos entre colegas e a irritabilidade e, por fim, a defensiva significa ao isolamento e rebaixamento na qualidade do trabalho exercido (MENEZES, 2017).
Seguindo, além desta síndrome apresentar suas características principais e as outras dimensões que a envolvem, há presente nela os fatores internos e externos que são visualizados como uma predisposição para o surgimento de Burnout. Dessa maneira, os fatores internos que advém do próprio sujeito são apresentados no contexto de vocação como a busca por obter resultados significativos referentes aos trabalhos exercidos e construir uma imagem satisfatória de si. Assim, quando o indivíduo expõe suas necessidades de maneira intensa, envolvendo autocritica e rigidez para a realização de atividades, somado à escolha de executar suas tarefas de forma individual e obter reconhecimento exclusivo, são condições para o desenvolvimento da síndrome de Burnout, visto que, o único propósito é obter gratificações desconsiderando os prejuízos que a sobrecarga e o estresse podem ocasionar (CARDOSO, 2016).
Do mesmo modo, NUNES E AMARAL (2018) complementam que as pessoas que estão suscetíveis ao Burnout são aquelas que apresentam um elevado perfeccionismo na realização de suas atividades e, consequentemente, apresentam continuamente o sentimento de culpa em razão de não terem alçando suas próprias expectativas na realização das atividades laborais.
Continuando, existem os fatores externos que estão relacionados as condições do próprio ambiente de trabalho e esses são caracterizados como as altas demandas de tarefas, exigências de terceiros, a falta de colaboração entre os servidores e a desorganização do próprio local. Desse modo, estes são aspectos que somam para o desenvolvimento do Burnout e, então, ocorrem prejuízos na realização das atividades propostas (CARDOSO, 2016).
Sendo assim, o desenvolvimento da síndrome de burnout ocorre a partir da interação entre as condições ambientais e as características do próprio indivíduo. Essa condição torna-se mais suscetível ao aparecimento quando os servidores dirigem seus serviços ao cuidado do outro, ou seja, está trabalhando diretamente com um público que necessita de determinados cuidados implica em uma vulnerabilidade emocional que demanda atenção, visto que, nesse processo de auxiliar o outro há o envolvimento da relação profissional e pessoal que pode resultar em mudanças emocionais para aquele que presta o serviço (PÊGO & PÊGO, 2016).
Por conseguinte, no que se refere aos dados e informações sobre a Síndrome, a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2022 reconheceu e caracterizou o Burnout como doença ocupacional, além de receber um novo código na Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-11), categorizado agora por QD85. Quanto as estatísticas sobre a Síndrome de Burnout no Brasil, segundo os dados do International Stress Management Association (ISMA-BR), o país ocupa o segundo lugar com mais casos da síndrome no mundo, e conforme os estudos da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) afirmam que 32% dos trabalhadores do país apresentam essa condição (ANAMT, 2018). E, ainda, pelas leis brasileiras trabalhistas, o Burnout está classificado como uma doença do trabalho e, dessa forma, ocorre o amparo através de auxílios e benefícios para os profissionais que apresentam a patologia, pois esta se assemelha a um contexto de acidente de trabalho (BARREIROS; SANTOS & SOUZA, 2021).
Posto isto, como o Burnout é uma resposta devido ao estresse e a exaustão crônica, a síndrome tornou-se um problema de saúde pública, dado que, implica em resultados negativos não só para a saúde física, mental e social das pessoas, mas que essa condição reflete sobre as condições socioeconômicas, ou seja, há o prejuízo em decorrência das faltas das pessoas, alta rotatividade e os gastos nos ambientes de trabalhos em geral (VIEIRA; RUSSO, 2019). Complementando, SILVA E ROSSANELLI (2021) expressam que quando o profissional tem sua saúde comprometida ocorre que este pode se ausentar de suas obrigações no trabalho, gerando assim agravos econômicos por motivos de a própria instituição de trabalho ter que contratar novos funcionários, realizar transferências, repor trabalhadores e organizar novos treinamentos e, principalmente, a própria organização estabelecer auxílios para amparar esses servidores que estão afastados.
Dessa forma, entende-se que a Síndrome de Burnout é decorrente do estresse e exaustão laboral, o que gera grandes impactos e desafios para o profissional na atualidade, uma vez que não se trata de um problema exclusivo do sujeito, mas sim, de uma soma de suas próprias características e do ambiente na qual está inserido e exercendo sua respectiva função. Além disto, entende-se que a Síndrome de Burnout se dá de forma gradativa e insidioso, aumentando a gravidade da condição de maneira lenta (FARIAS et al., 2017).
Por fim, acrescentando neste mesmo aspecto REZENDE E SANTOS (2020), explicam que os sintomas da síndrome se dá a partir de um processo lento e acumulativo, o que pode levar anos ou até décadas para serem notados, além de que raramente os sintomas e sinais principiantes do Burnout são percebidos pela pessoa que está apresentando esse sofrimento.
2.2 CUIDADORES SOCIAIS
De acordo com BRASIL (2008, p. 08) “o cuidador é o servidor que cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”.
Assim, para que o cuidador venha exercer a sua função dentro das instituições de acolhimento, é importante que este apresente condições físicas e psíquicas satisfatórias devido as demandas e condições de trabalho e, também, apresente habilidades e competências em meio a casos emergenciais onde a tomada de decisão é necessária. E, além disso, é pertinente que o cuidador social esteja em constante atualização sobre o seu exercício profissional (BRASIL, 2008).
Segundo BRASIL (2009) para até 10 acolhidos, deve ter um cuidador responsável, a quantidade pode variar de acordo com a demanda da instituição, pois existem alguns casos em que os usuários têm uma situação específica (por exemplo um acolhido deficiente, com problemas de saúde ou idade abaixo de um ano). Nesse caso, é um cuidador para cada 8 acolhidos quando houver um usuário com uma situação específica e um cuidador para 6 acolhidos, quando houver duas ou mais situações específicas.
Levando em conta que o número de crianças que necessitam de cuidados e o número de cuidadoras para o cuidado, torna-se difícil voltar o olhar para o atendimento individual, portanto, o cuidado é desenvolvido de forma conjunta. Com isso, todos os atributos do cuidar são essenciais no processo de desenvolvimento da criança, além de que os cuidadores se desdobram para oferecer o melhor de si mesmos, embora lhes faltem alguns conhecimentos básicos (MARQUES; CANO; VENDRUSCOLO, 2007). Ainda, o papel do cuidador como uma rede de apoio é um dos fatores primordiais para a adaptação e proteção da criança e do adolescente durante o período de acolhimento (SIQUEIRA; DELL‟AGLIO, 2011).
À vista disso, a criança necessita estabelecer relações afetivas com os cuidadores e precisam deles para se estruturar como sujeito. Com identidade própria, são os cuidadores que os escutam, os entendem, que cuidam deles atendendo suas necessidades na medida do possível, que lhes dão carinho, afeto, que lhes proporcionam oportunidades seguras de explorar e conhecer o mundo que as rodeiam, essas são condições essenciais ao adequado crescimento e desenvolvimento destas crianças (MARQUES; CANO; VENDRUSCOLO, 2007).
Ainda que, dentro das instituições de acolhimento sejam vivenciados essa construção de vínculos entre os acolhidos e cuidadores, torna-se também responsabilidade destes profissionais cuidar e educar as crianças e os adolescentes enquanto estiverem no local, visto que, nesse processo de cuidados primários e a prática da educação ocorre um desenvolvimento mais satisfatório das crianças (SOUZA; SANCHEZ, 2017).
Segundo GABATZ et al. (2019) afirma que o número de cuidadores nas instituições de acolhimentos é representado mais por mulheres, isso é devido a construção histórica envolvendo a criação das mulheres, ou seja, desde suas infâncias foram ensinadas e treinadas para exercer o cuidado para com o outro, detendo responsabilidades em geral e, principalmente, na criação de filhos.
Nessa perspectiva, o cuidado que as profissionais têm pelos acolhidos estão direcionados para que haja o menor prejuízo devido ao processo de rompimento do vínculo materno e, também, para que não ocorram tantos impactos significativos assim que a criança se insere em uma instituição. Dessa forma, estabelecendo essa conexão, o cuidado e demonstração de afetividade significa que as profissionais se tornam figuras maternas para os acolhidos (SILVA et al., 2020). Portanto, o trabalho exercido dentro dos ambientes de acolhimento são atribuições mais femininas que masculinas (GABATZ et al., 2019).
Adiante, nesse processo de construção afetiva entre as crianças e adolescentes com os cuidadores da instituição, comumente ocorre entre os menores conflitos para obterem atenção e afeto destes profissionais. Desse ponto de vista, esse comportamento se dá devido a estes acolhidos não terem recebido proteção, cuidado e acolhimento da sua família e, assim, buscam suprir essa falta nos cuidadores (PEREIRA; PEREIRA; JOHNSON, 2011).
Ademais, nesse processo de cuidado com o outro há envolvido não somente as responsabilidades, mas uma intimidade que implica na troca de sentimentos nessa convivência, em especial o cuidador que está em contato direto com o sujeito e vivencia as necessidades do mesmo. A partir disso, o cuidador responsável, realizando uma atividade que envolve o uso de seus afetos e emoções, torna-se um serviço desgastante principalmente na esfera psíquica (CAVALCANTI; MORI, 2017).
Complementando, GABATZ (2016) expõe que a partir do momento em que uma criança fica institucionalizada, para ela, a adaptação ao novo local se torna difícil e as cuidadoras em sua função precisam fazer com que o acolhido se sinta confortável, além de que, as profissionais em meio a essas circunstâncias precisam gerenciar suas próprias emoções e sentimentos.
Assim sendo, FARINHA (2019) acrescenta que os servidores de instituições de acolhimento que trabalham diretamente com crianças e jovens em risco, portam de grandes responsabilidades trabalhando com esse público, pois, no exercício de suas atividades precisam apresentar estratégias, atitudes e outros comportamentos para que ocorra além do cuidado básico, o estabelecimento de confiança e vínculo com os acolhidos. Com isso, percebe-se que os profissionais ficam vulneráveis ao desgaste emocional, estresses e conflitos dentro do ambiente de trabalho.
Para PAGNOTA (2018) quando o profissional busca oferecer de maneira singular o bem-estar de cada criança e adolescentes institucionalizado, ao mesmo tempo em que se dispõe a cuidar e dar atenção para os acolhidos, há nesse processo também as demandas pessoais do profissional que necessitam de atenção. Logo, a forma como cada servidor lida com essas circunstâncias tanto de trabalho quanto pessoal, poderá ou não trazer benefícios para a sua saúde, assim como, irá ou não refletir de maneira positiva ou negativa nas tarefas pessoais e profissionais.
Desse modo, apesar de os cuidadores trabalharem para favorecer o bem-estar dos acolhidos, estabelecendo interações mais positivas entre eles e buscando oferecer um ambiente adequado para o desenvolvimento deles, ocorre como consequência níveis de estresse altos que prejudicam a qualidade de vida destes profissionais e resultando numa interferência quanto a construção de vínculos (GABATZ et al., 2019).
Em consonância PAGNOTA E PREBIANCHI (2021) expressam que a tarefa de cuidar do outro torna-se um potencial estressor e, isso é devido a esta função acompanhar não somente o cuidado exclusivo com o outro indivíduo, mas, que é carregada de outras responsabilidades em geral como tarefas a serem feitas, busca por resolução de problemas, preocupações com a infraestrutura do local e outros. Portanto, essas circunstâncias levam a um desgaste físico e psíquico no profissional.
Para além desses aspectos, ANDREDADE (2017) corrobora citando que situações envolvendo a sobrecarga de trabalho, poucos cuidadores e o piso salarial desfavorável compromete no desempenho das atividades, assim como, resulta negativamente na qualidade de vida dos profissionais e dos acolhidos, uma vez que a atuação desqualificada do servidor atinge diretamente o bem-estar das crianças e adolescentes.
Em síntese, outros estudos reforçam que a baixa remuneração e o excesso de tarefas a serem realizadas pelos cuidadores gera, consequentemente, um serviço de baixa qualidade. Assim sendo, as mulheres são o público que mais apresentam essa condição devido a exercerem as atividades por mais horas, na busca de obter um salário maior (GABATZ et al., 2019).
2.3 INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO INFANTO-JUVENIL
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069 de 1990, baseia-se no princípio da prioridade absoluta para a proteção integral da criança e do adolescente e visa garantir os direitos à vida, à saúde, à alimentação, lazer cultural, dignidade, liberdade e vida familiar e comunitária.
Além disso, o ECA proíbe práticas coercitivas contra crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social e reafirma sua condição de sujeitos de direito, garantindo seus direitos humanos universalmente reconhecidos. Assim, quando as famílias não conseguem garantir a efetivação desses direitos, o Estado se compromete a fornecer instituições de apoio, como serviços de acolhimento para crianças e adolescentes vítimas de todas as formas de abuso como a negligência, abandono, exploração e quaisquer outros cenários de vulnerabilidade (ROSA et al., 2010).
Por conseguinte, o MINISTÉRIO DA CIDADANIA (2020) expressa que as instituições de acolhimento têm por objetivo de acolher as crianças e os adolescentes por meio de uma determinação judicial após a criança ou adolescente ter seus direitos violados e vivenciado contextos de desamparo e indiligência, ou ainda que não tenham recebido proteção por parte de sua família ou responsáveis.
De acordo com BRASIL (2009), a especificidade de atuação dos serviços de acolhimento segue um funcionamento de 24 horas para crianças e adolescentes que tenham entre 0 a 17 anos e 11 meses, que estejam sob medida protetiva. Dessa maneira, o respectivo local tem por delineamento acolher no máximo vinte crianças e adolescentes. Ademais, esses Serviços de Acolhimento são caracterizados por serviços de alta complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), bem como, as atividades prestadas estão sob as leis e regulamentos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e dos demais sistemas normativos (ACIOLI et al., 2018).
Continuando, a partir de uma verificação da situação, do perfil de cada acolhido e de seu processo de desenvolvimento, é necessário indicar qual abordagem é mais eficaz para responder as necessidades do menor. Assim, para determinar o que é mais efetivo para uma criança ou adolescente em particular, devem ser considerados seus dados, história de vida, aspectos culturais, motivos de aceitação, circunstâncias familiares, estado emocional e de desenvolvimento, previsão do tempo mínimo necessário para desenvolver uma solução viável permanente (reintegração familiar ou adoção), e analisar questões específicas como abuso ou dependência de álcool e outras drogas, presença de deficiências, parentesco – irmãos, tios, avós e entre outras condições particulares de cada menor acolhido (BRASIL, 2009).
Em sequência, as entidades que oferecem acolhimento temporário para crianças e adolescentes que estão sob medida protetiva e que passam a viver longe do convívio familiar por motivos de abandono em decorrência dos familiares ou responsáveis que não puderem cumprir seu dever de cuidado e proteção, os acolhidos permanecem nas instituições até que possam voltar a viver com sua família de origem, ou, se isso não for possível, encaminhar para família substituta ou outros meios. Portanto, essas instituições devem oferecer um ambiente acolhedor, condições para abrigar e suprir as demandas dos acolhidos (BRASIL, 2009).
Respectivamente RIZZINI E COUTO (2019) afirmam que um dos objetivos essenciais das instituições de acolhimento é a busca para reinserir os acolhidos ao convívio social, além de trabalhar para oferecer as condições básicas para as crianças e os adolescentes enquanto estiverem institucionalizados e, especialmente, o esforço para a defesa dos direitos de cada indivíduo.
No que diz respeito a essa circunstância, quando as tentativas de reinserir a criança ou adolescente à sua família não obtiver mais sucesso e assim ocorrer a ruptura dos vínculos familiares definitivamente, entra em ação as outras medidas protetivas que envolvem projetos e estratégias necessárias que induzem a construção de novos vínculos entre essas crianças e adolescentes à nova família e a comunidade. Para isso, é importante a atuação concomitante das políticas públicas junto a esses programas, pois visam garantir o direito da criança e do adolescente ao novo contexto familiar e comunitário (CARNELUTTI, 2021).
Dessa forma, a convivência no âmbito familiar e comunitário é indispensável à criança e ao adolescente, sendo assim, um direito de cada sujeito, independentemente se estes acolhidos vivem com a família biológica, substituta, adotiva, por intermédio de guarda ou tutela (RODRIGUES; DE PAULA, 2019).
Por conseguinte, tratando-se de receber os acolhidos nas instituições, é preciso que o local tenha condições favoráveis para acolhê-los, ou seja, é necessário que seja um ambiente personalizado para aquele determinado grupo. Ademais, é imprescindível que as atividades dispostas no local para as crianças e os adolescentes sejam semelhantes àquelas vivenciadas quando estes estavam no âmbito familiar (ESTEVAN; BALTOR; SILVA, 2020).
Adiante, as instituições com o objetivo de oferecer as melhores condições, visam respeitar e reforçar as particularidades de cada criança e adolescente, enfatizando a cultura, a subjetividade de cada um e o respeito mútuo. Todavia, como cada indivíduo é único, diante dessas atividades podem ocorrer reações diferentes e, assim, ocasionando dificuldades quanto ao seguimento de normas de convivência ou atitudes inesperadas. Entretanto, ainda assim, busca-se realizar um tratamento de forma humanizada com as crianças e os adolescentes, contudo esclarecendo que na instituição é necessário seguir regras e que há o estabelecimento de limites (GONÇALVES et al., 2021).
Assim como nos serviços de acolhimento são necessários esses estabelecimentos de convivência uns com os outros para que haja boas relações, é nas instituições que as vivências das crianças e dos adolescentes se tornam mais efetivas, portanto, o local deve dispor de condições que influenciem no desenvolvimento adequado e satisfatório dos acolhidos, objetivando especialmente a formação da subjetividade de cada um (MENDES; SOUZA, 2020).
Em sequência, enfatizando quanto a modalidade de instituição, o SAICA (Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes) é uma categoria especial de proteção social de alta complexidade, pois atende famílias e indivíduos que necessitam de acolhimento temporário em situações de abandono, ameaças ou violação de direitos. Dessa forma, é uma instituição que acolhe provisoriamente o público infanto-juvenil que são encaminhados pelo Conselho Tutelar, Serviço Especializado em Abordagem Social, Delegacia Especializada e demais serviços que componham o Sistema de Garantia de Direitos, mediante a guia de acolhimento expedida pelo Juizado da Infância e Juventude Cível (PREFEITURA DE MANAUS, 2022).
Outrora, SAICA era reconhecido por termos como Serviço de Acolhimento Institucional (SAI), abrigos ou orfanatos. Contudo, por ocorrência de movimentos sociais e a reorganização política esse campo foi sendo alterado, voltando-se apenas como serviço de acolhimento para crianças e adolescentes (RAMOS & FILHO, 2019). Em consonância CARVALHO (2017, p. 226) cita que “o SAICA representa uma reformulação técnica, conceitual e operacional do que anteriormente era o Abrigo, maneira como este serviço ainda é conhecido por alguns profissionais e usuários”.
Assim sendo, as atividades prestadas pelos SAICAs estão voltadas para o acolhimento provisório de crianças e adolescentes que estão sob medida de proteção do Estado. Dessa forma, a inserção desses sujeitos na instituição se dá em virtude de quando é apresentado riscos pessoais, sociais, abandono de incapaz e, em outras circunstâncias, quando a família ou responsáveis estão impossibilitados de prestar cuidado e proteção à criança ou adolescente (COHEN, 2021). Ademais, conforme o mesmo autor, quando os acolhidos apresentarem um grau de parentesco estes devem permanecer na mesma unidade para que assim haja as seguridades de proteção integral a eles.
De acordo com BRASIL (2009), para que o serviço de acolhimento consiga atender as demandas das crianças e adolescentes que estão em acolhimento, deve existir uma equipe de profissionais mínima, composto por um coordenador, equipe técnica (psicólogo e assistente social), cuidadores e auxiliar do cuidador. Dentre esses profissionais há um vínculo mais estabelecido com os cuidadores e os auxiliares, pois são esses profissionais que ficam responsável pela rotina diárias dos acolhidos, desde a alimentação aos cuidados de higienização.
Por fim, as instituições que desenvolvem atividades de acolhimento devem estar inscritas em Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Assistência Social, além de cumprirem uma série de normatizações acerca das atividades e estruturas, dentro dos padrões do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (BRASIL, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde de uma pessoa em sua integridade é definida por um estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas como ausência de doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021). E, neste aspecto, a síndrome de burnout tornou-se um problema de saúde pública em razão de que essa condição atinge profissionais que direcionam seus serviços ao cuidado com o outro. Diante disso, são apresentadas complicações nos âmbitos físico, mental e social, o que resulta em uma diminuição na qualidade de vida dessas pessoas (CAIXETA et al., 2021).
Diante do exposto, a busca e revisão de estudos sobre a síndrome de burnout em consonância com os cuidadores sociais possibilitou visualizar que essa classe de trabalhadores está passível de apresentar um quadro de Burnout, em virtude de exercerem suas obrigações sob condições em que há o envolvimento emocional contínuo com os acolhidos que se inserem nas instituições, conhecendo as histórias e vivências de cada criança e adolescente, resultando em um quadro emocional mais vulnerável.
Além disto, as condições ambientais, as obrigações em excesso a serem realizados pelos profissionais no local e a exigência árdua são outros fatores que contribuem significativamente para o surgimento de sinais e sintomas que constituem a patologia. À vista disso, a soma desses elementos leva os profissionais a apresentarem um estresse elevado, que transforma-se em um quadro crônico e, que por sua vez, ocorrem prejuízos consideráveis no funcionamento biopsicossocial.
Diante das pesquisas e conteúdos levantados, percebeu-se que os cuidadores que atuam em instituições de acolhimento e que direcionam suas atividades para o público infanto-juvenil são pouco estudados, sobretudo se tratando de um quadro de Burnout. Logo, para o desenvolvimento da pesquisa elaborada foi necessário ampliar o período de busca de materiais sobre o respectivo tema e público. Posto isto, torna se de essencial importância ter um olhar voltado para essa classe de servidores.
Por fim, compreendendo que a síndrome de burnout é uma condição de caráter laboral que abarca uma sintomatologia de exaustão, baixa energia, isolamento, dificuldades interpessoais, esgotamento físico e psíquico torna-se importante a presença de medidas que venham auxiliar na diminuição de determinantes causais do Burnout, principalmente se tratando desta classe de profissionais em seus respectivos locais de atuação. Assim sendo, BÓRIO et al. (2020) ressalta que é necessário haver uma dedicação na prevenção e promoção da saúde desses servidores, da mesma maneira que, é de suma importância possibilitar a capacitação profissional e de forma síncrona ter o acompanhamento psicológico para que possam exercer sua função com qualidade.
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1Graduanda do curso de psicologia no Centro Universitário Fametro (FAMETRO)
2Graduanda do curso de psicologia no Centro Universitário Fametro (FAMETRO)
3Professor Orientador no Centro Universitário Fametro (FAMETRO)