DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC), ASPECTOS DA QUALIDADE DE VIDA DOS PORTADORES

CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE (COPD), QUALITY OF LIFE ASPECT OF SUFFERERS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8084306


Nailde Melo Santos1
Eloisa Silva de Arruda2
Ednamar Raquel Nunes2
José Nazareth Barbosa Santos Filho3
Ana Carolina Machado Chaves Rabelo4
Ana Patrícia Fonseca Coelho Galvão5
Marinete Rodrigues de Farias Diniz5
Meire Coelho Ferreira5


RESUMO

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como limitação de fluxo de ar pelos alvéolos pulmonares, resposta inflamatória anormal causada por inalação de partículas e gases nocivos, formando uma mudança na vascularização pulmonar. Dentre os sintomas causados pela doença, a interferência na qualidade de vida (QV) nas atribuições de atividade diárias (AD) dos portadores, sendo eles fraqueza muscular (fadiga), dificuldade de respirar (dispnéia), expectorações, tosse persistente, edema de membros, cefaleia, hipóxia, reinfecções frequentes e alterações sistêmicas. O estudo objetiva avaliar a qualidade de vida de pessoas portadoras da DPOC, e traçar condutas. O artigo trata-se de uma revisão de literatura com artigos em português e inglês entre 2013 e 2023, obtidos nas bases de dados: BVS, LILACS, Medline e SciELO. Durante a seleção foram incluídos artigos originais conforme o grau de legibilidade, os critérios de exclusão foram artigos incompletos, fora do recorte temporal, duplicados, que não tinham relação com o objetivo. De acordo com os resultados obtidos com os questionários utilizados na pesquisa, métodos utilizados para avaliação do quadro clínico e monitoramento da QV. Observou-se nos domínios ressaltados no estudo um declínio influenciado de forma negativa, principalmente de portadores que não aderem ao tratamento e reabilitação pulmonar, resultando no agravo dos sintomas, afetando a mobilidade física e AD. Diante do exposto, deve-se tomar medidas de promoção e educação em saúde, possibilitando os diferentes mecanismos de reabilitação e autocuidado, tornando o indivíduo capaz e responsável pela sua autonomia e melhoria de QV.

Descritores: DPOC, Qualidade de Vida, Reabilitação Pulmonar.

ABSTRACT

Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) is a disease characterized by the World Health Organization (WHO), as limitation of airflow through the lung alveoli, abnormal inflammatory response caused by inhalation of particulate matter and harmful gasses, forming a change in pulmonary vascularization. Among the symptoms caused by the disease, the interference in quality of life (QoL) in the daily activity assignments (AD) of the carriers, being muscle weakness (fatigue), difficulty breathing (dyspnea), expectoration, persistent cough, limb edema, headache, hypoxia, frequent reinfections, and systemic changes. The study aims to evaluate the quality of life of people with COPD, and to outline guidelines. The article is a literature review with articles in Portuguese and English between 2013 and 2023, obtained from the following databases: BVS, LILACS, Medline and SciELO. During the selection, original articles were included according to the degree of readability, the exclusion criteria were incomplete articles, outside the time frame, duplicates, and unrelated to the objective. According to the results obtained with the questionnaires used in the research, methods used for assessing the clinical picture and monitoring QL. It was observed in the domains highlighted in the study a decline influenced negatively, especially in patients who do not adhere to treatment and pulmonary rehabilitation, resulting in worsening of symptoms, affecting the physical mobility and AD. In view of the above, health promotion and education measures should be taken, enabling the different mechanisms of rehabilitation and self-care, making the individual capable and responsible for his autonomy and improvement of QoL.

Descriptors: COPD, Quality of Life, Pulmonary Rehabilitation.

1. INTRODUÇÃO

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como limitação de fluxo de ar pelos alvéolos pulmonares, é uma resposta inflamatória anormal causada por inalação de partículas e gases nocivos, danificando o parênquima, formando uma mudança na vascularização pulmonar (DATASUS 2022).

No cenário mundial, o tabagismo é o principal fator que causa DPOC, fumantes possuem predisposição para a doença, desta forma torna-se a terceira causa de morbidade e mortalidade, causado pela inalação de fumaça nos pulmões.      

No Brasil a incidência do uso de cigarros em diferente faixa etária torna-se um problema de saúde pública que pode ser prevenida através da promoção de educação em saúde e prevenção (FABBRO et al., 2018).

Dentre os sintomas causados pela doença, a interferência na qualidade de vida (QV) nas atribuições de atividade diárias (AD) dos portadores, sendo eles fraqueza muscular (fadiga), dificuldade de respirar (dispnéia), expectorações, tosse persistente, edema de membros, cefaleia, hipóxia, reinfecções frequentes e alterações sistêmicas (GOLD 2020).

Atualmente, o diagnóstico da doença é obtido pela confirmação de dados clínicos e questionários como o documento Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD) como método de avaliação e o teste de caminhada de seis minutos (TC6M), são avaliados de acordo com o grau de comprometimento pulmonar do paciente, o procedimento é simples e acessível (SILVA et al.,2019).

A QV é definida dentro do contexto de bem-estar físico, mental, emocional, espiritual, social e profissional, estes aspectos se diferem entre subjetividade e multidimensionalidade. Na avaliação dos parâmetros de gravidade do quadro clínico e efetivo do paciente, realizasse o monitoramento da doença, efetividade com o tratamento e desempenho de AD, os questionários introduzidos para avaliação da QV são chamados: St. George Respiratory Questionnaire (SGRQ) e Chronic Obstructive Pulmonary Disease Assessment (CAT), realizada por profissionais da saúde (FOLCH et Al.,2019).

Considerando o desequilíbrio da QV, pessoas com DPOC enfrentam problemas de inserção no meio social, relacionamento familiar, conjugal e dificuldade na realização de AD, tornando-se susceptíveis à depressão e isolamento. Desta forma, os sintomas persistentes, a dependência para realização de tarefas cotidianas e ausência da família e torna-se obstáculos, dificulta a realização dos tratamentos com a equipe multiprofissional de saúde (NASCIMENTO et al., 2014).

Dentre os mecanismos de tratamento para DPOC se estende de diversas maneiras, como medicamentos broncodilatadores e anti-inflamatórios, auxilia na limpeza facilitando a respiração, as medicações mudam de acordo com a prescrição médica, entre outros tratamentos com Reabilitação Pulmonar (RP) e suplementação de oxigênio que é a oxigenoterapia, dependendo da gravidade (FABBRO et al., 2022).

Na RP o tratamento é realizado com exercícios físico, auxiliando na prática de atividades, contribuindo para o condicionamento físico e exercendo educação em saúde, desta forma os sintomas torna-se menos frequentes, resultando no autocuidado, e consequentemente diminuindo comorbidades ocasionados pela doença (SILVA et al., 2021).

A oxigenoterapia predispõem de casos mais graves da DPOC, é inserido um cateter nasal para suplementação de O2, este tratamento consiste em casos bem específicos, para o monitoramento do oxigênio no sangue é feito através da gasometria feita pelo enfermeiro para avaliação de parâmetros (MESQUITAL et al., 2022).

Portanto, na assistência de enfermagem o principal papel é analisar o paciente de forma humanizada, esclarecer dúvidas sobre a doença e tipos de tratamento, propor intervenções para melhorar a qualidade de vida, promover o autocuidado e a educação permanente sobre a realidade de portadores da DPOC, desta forma criar possibilidades de convivência com a doença de forma equilibrada (CELESTINO et al., 2019).

Deste modo, justifica-se o presente estudo, ao descrever o cenário de pacientes com DPOC na sociedade, esclarecendo as dificuldades de portadores em prosseguir com o tratamento, esclarecer a importância da realizar a educação em saúde sobre os diversos mecanismos de reabilitação pulmonar, desta forma estabelecer condutas de assistência sobre a qualidade de vida. O estudo objetiva avaliar a qualidade de vida de pessoas portadoras da DPOC, e traçar condutas.

2. METODOLOGIA

A pesquisa é uma revisão de literatura, obtida através das bases de dados: Sistema Online de Busca e análise de PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), foi utilizado na pesquisa os descritores de saúde (DeSC) nas seguintes combinações: “DPOC”, “Qualidade de Vida”, “Reabilitação Pulmonar”, combinando com os operadores booleanos AND.

Nos critérios de inclusão sucedeu aos artigos completos, publicados no idioma português e inglês, abordando portadores da DPOC entre os anos 2014 e 2023, distribuídos de forma gratuita na íntegra que contenham os descritos em saúde utilizados.

Os critérios de exclusão decorreram de artigos que possuem diferentes idiomas, que não se enquadra no recorte temporal, e não contém os descritos da pesquisa, não serão avaliadas as revisões, monografias e teses persistentes, a amostra da pesquisa realizada mediante a leitura dos artigos selecionados da base de dados seguindo os critérios de inclusão e exclusão.

Como definição da coleta de dados e informações obtidas no período de agosto de 2022 a junho de 2023 com os artigos selecionados. O Instrumento de coleta obtido e desenvolvido pela leitura minuciosa e periódica de título, autor, ano, tipo de estudo, objetivo e principais resultados, disposto na tabela através do Microsoft Word versão atualizada, na análise de dados foram selecionados artigos com texto de acordo com os objetivos do artigo, determinados pelos critérios de pesquisa.

Quadro 1 – Componentes da pergunta de pesquisa, seguindo-se do acrônimo PICO.

DESCRIÇÃO ABREVIAÇÃO COMPORTAMENTO DE PESQUISA 
PopulaçãoPPortadores de DPOC
IntervençãoIRP
ComparaçãoCAntes e após RP
DesfechoOAvaliar a qualidade de vida de pessoas portadoras da DPOC, e traçar condutas.

Fonte: SANTOS; ARRUDA, 2023.

Figura 1 – Fluxograma da seleção dos artigos nas bases de dados.

Fonte: SANTOS; ARRUDA, 2023.

3. RESULTADOS

O quadro abaixo expõe os resultados obtidos no estudo dos artigos selecionados nas bases de dados SicELO, BVS, LILASC e PubMed, para construção da amostra utilizada neste estudo, sendo detalhado por título, autor, ano, tipo de estudo e resultados encontrados.

Tabela 1 – Quadro de resultados.

TÍTULO AUTOR BASE DE DADOSTIPO DE ESTUDORESULTADOS ENCONTRADOS 
A1Quality of life and burden in carers for persons with Chronic Obstructive Pulmonary Disease receiving oxygen therapy.CEDANO et al., 2013SicELOTrata-se de estudo transversalanalítico.Os cuidadores dos portadores de DPOC estão propensos a episódios de fadiga, ansiedade e sinais e sintomas de depressão devido à sobrecarga de cuidados. 
A2A qualidade de vida na pessoa com DPOC: contributos da cinesioterapia respiratória.MARTINS et al. 2015BVSFatores de riscoForam avaliados conforme o questionário SGRQ antes da Cinesioterapia e após, os resultados mostraram insatisfatórios sem diferença significativa.
A3Fatores determinantes da qualidade de vida numa população de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica.BARROS et al., 2014LILACSObservacional, analítico transversal.A depressão e dispneia foram os principais fatores que interferem diretamente na QV e autocuidado dos portadores de DPOC.
A4Relação entre força muscular periférica e respiratória e qualidade de vida em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica.SANTOS et al., 2015LILACSEstudo transversalVerificasse associação entre QV e força muscular dos três compartimentos (músculo respiratório e músculos do MMII e MMSS), o quadríceps e pressão expiratória correlacionam-se de forma negativa na avaliação e AVD.
A5Reabilitação da mobilidade diafragmática com função pulmonar, força muscular, força respiratória, dispneia e atividade física de vida diária em pacientes com DPOC.ROCHA et al., 2016
PubMedO estudo se caracteriza por ser do tipo descritivo,transversal e de abordagem quantitativa.A hiperinsuflação pulmonar é a redução da capacidade do diafragma de gerar fluxo e pressão, dificultando a contração muscular, uma das principais alterações do portador de DPOC, que resulta em dispneia, inatividade e diminuição do complexo físico, sintomas esses que interfere na QV e AVD.
A6Chronic Obstructive Pulmonary Disease: daily life activity and quality of life.SILVA et al., 2018PubmedEstudo é uma pesquisa transversal.Avalia a limitação à atividade de vida diária (AVD) e qualidade de vida através dos instrumentos SGRQ, 67,7% apresentam sobrepeso, 40% postura inativa e sedentarismo, após reabilitação pulmonar indica melhora na AVD.
A7Analysis of two questionnaires on quality of life of Chronic Obstructive Pulmonary Disease patients.AYORA et al., 2019SciEloEstudo analítico de coorte transversal.CAT e SGRQ, avaliam os pacientes de forma complexa, voltados aos sintomas do paciente, SGRQ melhor método para avaliar QV cotidiana, CAT se enquadra melhor na avaliação de pacientes internados em ambiente hospitalar. 
A8Influência da reabilitação pulmonar no paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica, fenótipo exacerbador.BONH et al., 2020BVSEstudo retrospectivo.A reabilitação pulmonar tem como objetivo o benefício da QV, quando a comparação com pacientes com fenótipo exacerbado e não exacerbador não significa diferença significativa observada no tratamento. 
A9Reabilitação respiratória em pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica – PROTOCOLO DE ESTUDO.CASADO et al. 2021BVSTipo de estudo descritivo e correlacional.A reabilitação respiratória na população descrita norteou-se mudança significativa com o aumento do desempenho na QV e marcha. 
A10Capacidade funcional de indivíduos com doenças crônicas.CATIVO et al., 2021LILACSTrata-se de um estudo transversal de amostra por conveniência.A DPOC gera impacto na capacidade funcional e QV, representados por dispneia, fadiga, alterações emocionais, diminuição das capacidades cardiorrespiratórias, inatividade e sedentarismo. 

Fonte: SANTOS; ARRUDA, 2023.

Os resultados obtidos através da base de dados correspondem a dois na plataforma SciELO, três na BVS, três na LILACS e dois na PubMED, os artigos correspondem a avaliação de uma determinada população, quatro introduziram o questionário SGRQ, somente um com TC6, e outro com CAT. Todos estão relacionados e interligados sobre a qualidade de vida dos pacientes, quatro direcionados a reabilitação pulmonar e tratamentos como cinesioterapia e oxigenoterapia. 

4. DISCUSSÃO

4.1 Instrumento de avaliação da QV

A avaliação é obtida com dados utilizando questionários definindo o bem-estar, baseado na autopercepção do paciente em sua QV cotidiana, os questionários mais utilizados em estudos quantitativos e qualitativos relacionados a DPOC, foram CAT e SGRQ. O questionário CAT é utilizado pela equipe multiprofissional, mostrou-se eficaz na avaliação do quadro clínico de pacientes hospitalizados, desta forma é realizado a checagem do agravamento e evolução do paciente (AYORA et al., 2019).  

Entretanto o SGRQ verificou-se detalhadamente o aspecto da QV dos portadores de DPOC, que engloba 76 itens divididos em 3 domínios, os domínios são: sintomas, atividade e impacto psicossocial da doença, os valores variam de 0 a 100, o paciente é direcionado a sua autopercepção de sua vida cotidiana (MARTINS et al. 2015). A DPOC dificulta o paciente a realizar tarefas, como mobilidade, AD, banho, higiene pessoal, vestir-se e atividade sexual, a limitação de tarefas e desempenho no cotidiano (VASCONCELOS et al., 2021). 

A TC6M ou teste de caminhada de seis minutos, avalia a aptidão física e consumo de O2, percorrida a distância entre 6-12min, possui menor custo, fácil de desenvolvê-lo e dinâmico, os resultados equivalem a moderada e severa, a análise dos resultados é obtido visualmente da distribuição do enfisema (BASTOS et al.,).

4.2 Avaliação do quadro clínica na DPOC

Conforme os resultados de avaliação pelos instrumentos utilizados para autopercepção do paciente, houve o declínio da QV evidenciado pelo agravamento da doença em relação aos sintomas, comorbidade e alterações emocionais. A dispneia e depressão criaram destaque na avaliação por seu alto percentual nos estudos selecionados (BARROS et al., 2014). 

Em decorrência da inflamação sistêmica extrapulmonares, ocorre a perda da massa muscular, a hiperinsuflação pulmonar gera desgaste do diafragma e parede torácica, ou seja, dificuldade da passagem do fluxo aéreo pelo pulmão (ROCHA et al., 2016). Estima se que a depressão está associada a dificuldade de adormecer, sonolência diurna e síndrome da apneia obstrutiva do sono, que favorece as alterações de humor, afetando diretamente na QV (CATIVO et al., 2021). 

Na análise, nota-se que os sintomas estão interligados pela incapacidade funcional, gerando uma cascata de complicações e agravamentos pelo descuido do autocuidado. No contexto familiar, de acordo com o estudo SCHMITT et al., (2021), o desfecho familiar, principalmente em idosos portadores de DPOC, que teve como consequência carência emocional e sensação de abandono do familiar e amigos.  

Os cuidadores de pacientes com DPOC, sofrem esse impacto da QV, o desgaste físico e desestabilidade emocional, no estudo CEDANO et al., (2013), foram selecionados 80 cuidadores, para avaliar impacto do cuidado com o paciente com DPOC, os cuidadores desenvolveram problemas musculoesquelético e alta prevalência de osteoporose decorrente da sobrecarga. 

4.3 Qualidade de vida com RP contínua 

A Reabilitação Pulmonar (RP), é a intervenção utilizada para tratamento da DPOC, RP busca estabilidade, equilíbrio funcional e sobrevida de pacientes, reduzindo taxas de morbidade, gravidade de sintomas e alterações sistêmicas, provendo o autocuidado e flexibilidade de inserção no meio social. O tratamento pode ser curto, médio e longo, que busca tolerância de exercícios físicos, diminuição da ansiedade e depressão, inserção social, promovendo efeitos benéficos no equilíbrio da QV (PINTO et al., 2020).

No tratamento de RP, é integrado processo do cuidar, desenvolvimento do autocuidado, autonomia e maximização da QV, observando a história pregressa cínica, estágio da doença, situação familiar e disponibilidade de inserção ao tratamento. A equipe multiprofissional responsável pela adesão do paciente ao tratamento constitui de especialistas: médicos, enfermeiros da reabilitação, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogos, nutricionistas e assistente social, atendendo as necessidades do indivíduo (MARTINS et al., 2013).

 RP obteve resultados positivos, o tratamento contínuo desenvolve mobilidade física, força muscular expiratória aumentada, capacidade funcional equilibrada e diminuição da dispnéia (MORTORI et al., 2022). Entre os diversos tipos de tratamento, se encontra a cinesioterapia respiratória (CR) e oxigenoterapia, a CR no estudo MARTINS et al., (2013) destacou-se que não houve resultados satisfatórios de acordo o questionário SGRQ, podendo ser visualizado um agravamento após tratamento. 

Na oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP), mostrou-se eficaz, contribuindo para mudança de quadro com parâmetros produtivos, como capacidade funcional, reduzindo hipoxemia, realização de AD, aumento da sobrevida e QV. Os desfechos negativos encontrados por paciente são: desconforto com tubos nasais, dificuldade de adesão e acesso a ODP (HASS et al., 2020). A RP e ODP mostraram-se promissoras como tratamento de reabilitação, destacando resultados favoráveis para mudança de estilo de vida e QV, desempenhos de AD desenvolvidas sem auxílio, estímulo de autonomia na vida cotidiana. 

5. CONCLUSÃO 

Diante do exposto, a importância do acompanhamento do profissional de saúde e equipe multiprofissional com paciente portador da DPOC, para avaliar parâmetros que interferem na QV e inserção social em formas de instrumentos de avaliação. Desta forma, a RP e ODP aderem como propulsores eficazes para tratamento da DPOC, controlando sintomas, agravamentos funcionais e alterações emocionais, decorrentes da doença, assim como impacto positivo na independência pessoal, relação familiar e social no cotidiano. 

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1Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Docente do Curso de Enfermagem. E-mail: naildems@terra.com.br.
2Graduando (a) em Enfermagem pela Universidade CEUMA – UNICEUMA.
3Médico Cirurgião, Docente de Medicina. Faculdade EDUFOR.
4Graduanda de Medicina pela Universidade CEUMA – UNICEUMA.
5Docente da Universidade CEUMA – UNICEUMA.