QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE: REVISÃO DE LITERATURA 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8083964


Nicole Falone Resende Honorato¹; Brunna Marcela Nunes Leal¹; Raquel de Andrade Coutinho¹; Dadja Maria Oliveira da Paz Fontes¹; Gustavo Vinhal de Curcio de Andrade¹; Bruna Postal Oliveira2; Cinthya Tamie Passos Miura²; Igor Lima Rocha²; Rayane Santos de Seles²; Artur Arruda Cirqueira³; Carlos Fonseca Machado Júnior³; Brunna Antunes4; Ian Moura de Oliveira Sanches5; Gabriela Paier6; Yasmin Mauri6; Ingryd Eccel kill6; Leonardo Ambrósio Pereira Galvão7


RESUMO 

Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações. A causa é desconhecida e acomete as mulheres duas vezes mais do que os homens. Inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade. Além das articulações pode acometer outros órgãos ou tecidos como a pele, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue. É sobre esses sintomas e acometimento sistemático que se torna fundamental a intervenção precoce com métodos que auxiliam na melhora da qualidade de vida dos pacientes portadores. Configura-se em uma revisão bibliográfica de caráter exploratório, tendo como base teórica o Google Acadêmico, Scielo, Sociedade Brasileira de Reumatologia e Medline, para construir o presente estudo, o que auxilia no alcance dos objetivos pré- estabelecidos. 

Palavras-Chave: Inflamação crônica. Qualidade de Vida. Diagnóstico Precoce. 

ABSTRACT 

Rheumatoid Arthritis is a chronic inflammatory disease that can affect multiple joints. The cause is unknown and it affects women twice as often as men. It usually begins between the ages of 30 and 40 and its incidence increases with age. In addition to the joints, it can affect other organs or tissues such as the skin, nails, muscles, kidneys, heart, lungs, nervous system, eyes and blood. It is about these symptoms and systematic involvement that early intervention with methods that help improve the quality of life of patients with it becomes essential. It is configured in an exploratory bibliographic review, having Google Scholar, Scielo, the Brazilian Society of Rheumatology and Medline as a theoretical basis, to build the present study, which helps to reach the pre- established objectives. 

Keywords: Chronic inflammation. Quality of life. Early Diagnosis. 

1. INTRODUÇÃO 

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que afeta primariamente as articulações, mas pode envolver tecidos extra articulares, como a pele, os vasos sanguíneos, pulmões e coração. Envolve caracteristicamente 3 ou mais articulações interfalangeanas proximais (IFP), metacarpofalangeanas (MCF), punho articulações metatarsofalangeanas (MTF), embora outras articulações também possam estar envolvidas. Muitas evidências apoiam a natureza autoimune da doença. 

A condição é mais comum em mulheres em idade fértil, com início entre os 27 e 55 anos de idade. A complicação mais comum é a incapacidade musculoesquelética decorrente da artrite destrutiva que podem comprometer a qualidade de vida dos portadores, diminuindo então, o bem-estar e autoestima, a história dos portadores é de dor e rigidez em múltiplas articulações com sintomas iniciais predominantemente em 1 local ou alguns locais dispersos e fadiga, perda de peso e mialgia. 

A importância do diagnóstico precoce visa descartar diagnósticos diferenciais e melhorar qualidade de vida dos pacientes, uma vez que a artrite reumatoide precoce deve ser distinguida de outras condições que podem causar dor e inflamação nas articulações, para que o tratamento com terapia modificadora da doença possa ser iniciado antes que a destruição erosiva das articulações tenha começado. 

2. REVISÃO DE LITERATURA 

2.1 Importância do diagnóstico precoce 

A artrite reumatoide (AR) é definida como um distúrbio inflamatório sistêmico, que pode atingir tecidos e órgãos, mas afeta especialmente as articulações, causando uma sinovite proliferativa e inflamatória não supurativa que normalmente avança para degradação da cartilagem articular e anquilose das articulações1

O curso clínico da doença se inicia de forma lenta, insidiosa e é extremamente variável, e podem incluir rigidez em uma ou mais articulações, que podem encontrar-se de forma mais acentuada pela manhã, acompanhada de um desconforto ao tentar movimentar o local e sensibilidade nas articulações. Algumas vezes, o paciente pode relatar sensação de estar “pisando em seixos” e que está encontrando dificuldade para fechar os punhos de manhã1

Dor intensa e limitação funcional são os principais sintomas com impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes com AR. Na maioria dos pacientes, sua independência é afetada e, por ser uma doença que afeta mesmo em idade produtiva, acarreta limitações em suas atividades sociais, de lazer e profissionais. Por isso, é de extrema importância fazer um diagnóstico precoce para prevenir danos e complicações no futuro. FALA MINHA 

Pacientes com AR possuem expectativa de vida reduzida se comparada com a da população em geral, cerca de 50% dos indivíduos com AR ficam incapacitados de trabalhar por até 10 anos a partir do início da doença. Em resumo, a AR tem um significativo impacto no âmbito econômico e social dos portadores1

Os avanços diagnósticos na AR favorecem a identificação precoce e o monitoramento da atividade da doença e contribuem para um tratamento adequado e eficaz. Mesmo com todo o progresso e opções terapêuticas disponíveis, uma considerável parcela da população com doenças reumáticas autoimune evoluem 

com desfechos desfavoráveis, podendo isso   ser resultado de fatores intrínsecos do paciente, como por exemplo, predisposição genética, sexo e herança familiar, como fatores que são externos a essa população, quer seja pela falta do pronto reconhecimento do médico generalista ou dificuldade de acesso ao especialista, dentre outros2

O estado agressivo da AR reforça a importância do diagnóstico precoce porque, com base nas evidências clínicas, a AR tem impacto na qualidade de vida dos pacientes. Consequentemente, avaliar a qualidade de vida dos pacientes com AR é de extrema importância para o controle da doença e acompanhamento do tratamento. A AR tem grande influência na capacidade física dos pacientes, afetando os chamados qualidade de vida e a capacidade de causar alto desemprego. 

2.2 Capacidade funcional em pacientes com artrite reumatoide 

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune que se caracteriza, principalmente, por poliartrite crônica simétrica de grandes e pequenas articulações, rigidez matinal e que pode levar a comprometimento musculoesquelético, com impotência funcional. Tais fatores contribuem para a incapacidade e para a ineficiência física desses pacientes3. Há evidências crescentes que apontam para o efeito do fator comorbidades na incapacidade funcional em pacientes com AR, demonstraram a influência negativa das comorbidades em todos os domínios da capacidade funcional, independentemente do nível de atividade da doença6

Dentre as estratégias de tratamento não farmacológicas da AR, destaca-se a prática de exercícios físicos que abordam o desenvolvimento da amplitude do movimento, da funcionalidade, da capacidade cardiovascular e da força muscular3. Em geral, os exercícios físicos são seguros e recomendados para portadores de AR e outras doenças reumáticas4. Os pacientes com AR apresentam maior risco de doença cardiovascular. O possível efeito da atividade física sobre o risco cardiovascular, perfil inflamatório e imunológico é de grande interesse para os profissionais de saúde3

Estudos mostram que restrições de exercício físico para pacientes com AR estão relacionadas, principalmente, à piora da sintomatologia articular, fato que pode contribuir tanto para a inatividade e o destreinamento da capacidade aeróbia, quanto para o aumento do risco cardiovascular5. Exercícios que promovam ganhos de força e massa muscular estão associados à melhora da funcionalidade, além de também serem eficazes como adjuvantes no controle da atividade da doença3

Devido à importância da atividade física para os pacientes com AR, é essencial o desenvolvimento de um programa de exercícios físicos que possa contemplar intencionalmente princípios metodológicos fundamentais para atender ao objetivo de prevenir, controlar e/ou tratar essa doença crônica3

2.3 Qualidade de vida do paciente 

Não existindo cura para a artrite reumatoide, seu tratamento visa controlar sintomas, aliviar a dor, prevenir danos estruturais e morte prematura, melhorar/normalizar a função, melhorar a participação social9. É uma doença inflamatória, crônica, autoimune, sistêmica e progressiva com etiologia ainda desconhecida, que causa danos progressivos no sistema musculoesquelético, envolve pequenas e grandes articulações levando a dor, deformidades e até mesmo destruição óssea e cartilaginosas irreversíveis7. Além dos problemas relacionados à dor e à inflamação advindos com a doença, os pacientes com AR também são acometidos por problemas psicológicos, como ansiedade e depressão8

A evolução da AR está intimamente relacionada com o aumento da ansiedade e da depressão, com uma prevalência de 13% a 47%, sendo que esses transtornos são três vezes mais prevalentes em portadores de AR8. Os pacientes com AR apresentam deficiência funcional importante com consequente diminuição da qualidade de vida (QV). Pacientes com AR têm uma baixa QV comparados aos que não possuem a doença, a QV aparece afetada nos componentes físico e mental, bem como na capacidade funcional. Também relacionam pior QV aqueles que apresentam doença muito ativa, maior dor e deficiência funcional7. 

Qualidade de vida é um conceito multidimensional que incorpora todos os aspectos da vida humana, inclusive as dimensões física, funcional, emocional, social e espiritual. Diz respeito à percepção do próprio indivíduo sobre a suas expectativas, padrões e preocupações dentro do contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive7

Sabendo que a artrite reumatoide pode levar a profundas alterações na saúde e na autonomia das pessoas, principalmente em um grupo vulnerável e em crescimento como os idosos, a avaliação da qualidade de vida dessa população merece receber uma visão mais integrada. 

3. METODOLOGIA 

O atual estudo se constitui como uma Revisão de Literatura, com caráter descritivo. A estratégia de identificação e seleção dos estudos foi por busca na base de dados Scielo, Sociedade Brasileira de Reumatologia, Medline e Google Acadêmico. Os critérios de inclusão pré-determinados para compilar o referencial teórico são 1) Artigos que se alinhavam ao eixo temático proposto 2) Artigos em outros idiomas além do Português, como Inglês. Entre os critérios de exclusão: 1) Artigos que discorriam sobre artrite reumatóide com foco em outras comorbidades. 2) Artigo com datação inferior a 2010. Os pesquisadores estavam sujeitos ao estresse de elaboração, coleta e análise dos dados ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Os benefícios sobrepõem qualquer risco, visto que, visa à evidenciação da importância em relatar o diagnóstico precoce a fim de melhorar a qualidade de vida dos portadores. Afastando qualquer interesse pessoal ou financeiro relativos aos dados coletados, afirmando o puro interesse científico para avaliar características de prevalência pré-estabelecidas de acordo com os objetivos pautados na pesquisa. 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória autoimune cuja manifestação clínica compromete a qualidade de vida, com implicações na capacidade física, emocional e funcionalidade dos portadores. A Artrite é associada à depressão após a ativação da doença. 

Apesar dos avanços diagnósticos favorecendo a identificação precoce, parte desse grupo evolui com desfechos desfavoráveis, tanto por fatores controláveis como dificuldade de diagnóstico por clínico geral, acesso a médicos especialistas, não adesão a fatores de mau prognóstico, falta de individualização do tratamento segundo à realidade local e dificuldade de acesso a exames complementares, além de fatores inerentes ao paciente, como predisposição genética. O rastreamento de metas que facilitem o reconhecimento precoce da artrite reumatoide contribuirá para a redução da morbidade dos pacientes acometidos por essa artrite reumatoide. 

Mediante a isso, torna-se importante e necessário a divulgação para que os profissionais que atendem na rede básica e em todo o sistema, possa identificar a patologia precocemente e tratar na fase inicial, a fim de reduzir os acometimentos articulações e sistemático, diminuindo então a capacidade funcional e emocional dos pacientes. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

  1. RODRIGUES, geovana maria coelho; de oliveira freitas, amanda karen; aragão, mónica andréa Miranda. A importância do diagnóstico precoce na qualidade de vida de pacientes com artrite reumatóide. atena editora direitos para esta edição cedidos à atena editora, p. 4, 2021. 
  2. DE FARIAS, Michelle Alves et al. A importância do diagnóstico precoce da artrite reumatóide para minimizar as chances de desfechos desfavoráveis-relato de caso. Anais da Faculdade de Medicina de Olinda, v. 1, n. 7, p. 29-33, 2022. 
  3. SANTANA, Frederico Santos de et al. Avaliação da capacidade funcional em pacientes com artrite reumatoide: implicações para a recomendação de exercícios físicos. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 54, p. 378-385, 2014. 
  4. GUALANO, Bruno et al. Efeitos terapêuticos do treinamento físico em pacientes com doenças reumatológicas pediátricas. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 51, p. 490-496, 2011. 
  5. TEIXEIRA, Vivian de Oliveira Nunes; FILIPPIN, Lidiane Isabel; XAVIER, Ricardo Machado. Mechanisms of muscle   wasting   in sarcopenia. Revista brasileira de reumatologia, v. 52, p. 252-259, 2012. 
  6. MARQUES, Wanessa Vieira et al. Influência das comorbidades na capacidade funcional de pacientes com artrite reumatoide. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 56, p. 14-21, 2016. 
  7. ROMA, Izabela et al. Qualidade de vida de pacientes adultos e idosos com artrite reumatoide. Revista brasileira de reumatologia, v. 54, p. 279-286, 2014. 
  8. MELLA, Lucas Francisco Botequio; BÉRTOLO, Manoel Barros; DALGALARRONDO, Paulo. Depressive   symptoms   in   rheumatoid arthritis. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 32, p. 257-263, 2010. 
  9. RIBEIRO, Ana Almeida et al. Determinantes psicológicos da qualidade de vida em pessoas com artrite reumatóide. Acta Paulista de Enfermagem, v. 35, 2022.

1Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos – UNITPAC, Araguaína/TO, Brasil.
2Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC, Palmas/TO, Brasil.
3Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC, Porto Nacional/TO, Brasil.
4Centro Universitário Goiatuba – Unicerrado, Goiatuba/GO, Brasil.
5Universidade de Gurupi – UnirG, Gurupi/TO, Brasil.
6Faculdade Multivix Cachoeiro de Itapemirim – Cachoeiro de Itapemirim/ES, Brasil.
7Universidade Ceuma Campus Imperatriz – CEUMA, Imperatriz/MA.