EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS NA PREVENÇÃO DE QUEDAS DOS IDOSOS

PHYSIOTHERAPY EXERCISES IN THE PREVENTION OF FALLS IN THE ELDERLY

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8011544


Brenda Francieli Dias De Mesquita1
Evelyn Dayany Dos Santos Monteiro1
Karine Ferreira Do Nascimento1
Rafael De Queiroz Moreira1
Dennys Ricardo Duarte Dos Santos2


RESUMO

As quedas são um problema comum em idosos, que podem resultar em lesões graves e até mesmo na morte. A fisioterapia tem um papel importante na prevenção de quedas em idosos, com exercícios específicos que visam melhorar o equilíbrio, a força muscular e a coordenação. Este ensaio tem como objetivo discutir a importância dos exercícios fisioterapêuticos na prevenção de quedas em idosos. O objetivo primordial do presente trabalho é compreender a importância dos exercícios fisioterapêuticos para a prevenção de quedas em idosos. Para atingir aos objetivos propostos, recorreu-se à revisão de literatura integrativa, dedutiva com finalidade básica e objetivo descritivo. A fisioterapia desempenha um papel importante na prevenção de quedas em idosos. Vários estudos mostraram que exercícios específicos de fisioterapia podem melhorar o equilíbrio, a força muscular e a coordenação em idosos, reduzindo assim o risco de quedas. Estes exercícios incluem treinamento de equilíbrio, exercícios de fortalecimento muscular e exercícios de coordenação. Conclui-se que A fisioterapia desempenha um papel importante na prevenção de quedas em idosos, com exercícios específicos que visam melhorar o equilíbrio, a força muscular e a coordenação. O treinamento de equilíbrio, os exercícios de fortalecimento muscular e os exercícios de coordenação são alguns dos principais exercícios utilizados na fisioterapia para prevenir quedas em idosos. É importante que os idosos realizem esses exercícios regularmente, sob a supervisão de um fisioterapeuta, para reduzir o risco de quedas e melhorar a qualidade de vida.

Palavras-chave: Idoso; Queda; Fisioterapia.

ABSTRACT

Falls are a common problem in the elderly, which can result in serious injury and even death. Physical therapy plays an important role in preventing falls in the elderly, with specific exercises aimed at improving balance, muscle strength and coordination. This essay aims to discuss the importance of physiotherapeutic exercises in the prevention of falls in the elderly. The primary objective of this study is to understand the importance of physical therapy exercises for the prevention of falls in the elderly. To achieve the proposed objectives, an integrative and deductive literature review was used with a basic purpose and descriptive objective. Physical therapy plays an important role in preventing falls in the elderly. Several studies have shown that specific physiotherapy exercises can improve balance, muscle strength and coordination in the elderly, thereby reducing the risk of falls. These exercises include balance training, muscle strengthening exercises and coordination exercises. It is concluded that Physical therapy plays an important role in preventing falls in the elderly, with specific exercises aimed at improving balance, muscle strength and coordination. Balance training, muscle strengthening exercises and coordination exercises are some of the main exercises used in physical therapy to prevent falls in the elderly. It is important for seniors to perform these exercises regularly, under the supervision of a physiotherapist, to reduce the risk of falls and improve quality of life.

Keywords: Elderly; Fall; Physiotherapy.

1. INTRODUÇÃO

As quedas são um dos principais problemas de saúde que afetam a qualidade de vida em idosos e são particularmente comuns e onerosas na população idosa. Dos idosos com mais de 64 anos de idade, 28–35% caem a cada ano e a frequência das quedas aumenta com a idade e o nível de fragilidade, até 50% em idosos com mais de 80 anos. Representa um sério problema de saúde pública devido às altas demandas de saúde e aos custos de saúde relacionados e tem um grande impacto sobre o paciente individual (GOMES et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2017).

As consequências dessas quedas são somáticas, psicológicas, sociais e econômicas. Elas induzem perda de confiança e medo de novas quedas, dor crônica, perda de independência e redução da qualidade de vida, bem como um custo econômico maior do que os formuladores de políticas apreciam. Em 10 a 20% dos casos, as quedas resultam em fraturas ósseas e traumatismo craniano e podem levar ao aumento da mortalidade. Pode não ser possível evitar as quedas completamente, mas as pessoas que tendem a cair com frequência podem ser habilitadas a cair com menos frequência (SANTOS et al., 2015; SOFIATTI et al., 2021).

Porém, para os idosos, residir em casa própria ou em instituição, o comprometimento físico e psicológico e as limitações funcionais pioram significativamente a qualidade de vida. Assim, em idosos com risco de queda, equilíbrio, mobilidade funcional, força muscular e medo de cair estão associados à qualidade de vida (CUNHA; PINHEIRO, 2016).

A atividade física regular bem como os exercícios fisioterapêuticos podem ser formas de desacelerar o declínio e manter ou mesmo aumentar a autonomia pessoal e a qualidade de vida. De acordo com as recomendações e estratégias para promoção de exercícios em idosos em risco também poderiam lucrar com programas de exercícios adaptados. As intervenções de prevenção de quedas que incluem programas de exercícios são reconhecidos como eficazes para reduzir a incidência de quedas em idosos, parecem prevenir lesões causadas por quedas e mostram melhora significativa na qualidade de vida em idosos frágeis, bem como em mulheres com osteopenia ou osteoporose (ALVES et al., 2017).

Os programas de exercícios fisioterapêuticos parecem reduzir a taxa de quedas, o os fatores de risco para quedas e o risco de morte, melhorando o equilíbrio, a força das pernas, a função, a atividade física e a confiança no equilíbrio em idosos adultos (SILVA et al., 2017).

Para manter os efeitos dos programas de exercícios fisioterapêuticos, os idosos devem continuar o maior tempo possível com esses exercícios. No entanto, a adesão de adultos mais velhos às intervenções de exercícios diminui com o tempo. Uma variedade de fatores determinam, aumentam ou diminuem a adesão aos exercícios em idosos. Esses fatores podem ser psicológicos e cognitivos, comportamentais, físicos ou simplesmente organizacionais. O motivador mais forte que afeta a adesão ao exercício em adultos mais velhos é a autoeficácia e a integração do conceito de autoeficácia em programas de exercícios para permitir que os indivíduos continuem com o programa é altamente recomendada (OLIVEIRA et al., 2018).

Com o aumento da idade, a aptidão física dos idosos diminui gradualmente, e esse declínio geralmente se manifesta por quedas e lesões relacionadas a elas. As quedas são a terceira causa de incapacidade crônica, com morbidade e mortalidade extremamente altas. A fratura é uma das consequências adversas comuns de quedas, e as quedas também aumentam os custos sociais e os encargos para o sistema de saúde. Mesmo quando não causam danos físicos, as quedas podem levar ao declínio da autoconfiança e da autoimagem, atividade limitada e isolamento social, o que pode acelerar o declínio dos órgãos funcionais em idosos. Os efeitos adversos das quedas podem levar ao declínio funcional em longo prazo, tornando mais difícil cuidar desses idosos (SILVA et al., 2017).

O presente trabalho é relevante para a sociedade em virtude de apresentar uma temática que afeta diversas famílias, que são as quedas em idosos, com um número cada vez mais crescente de casos. Academicamente, o trabalho vem para fornecer uma visão geral detalhada da intervenção do exercício fisioterapêutico na prevenção de quedas em idosos, permitindo uma replicação mais fácil deste trabalho na prática.

O objetivo do presente artigo é compreender a importância dos exercícios fisioterapêuticos para a prevenção de quedas em idosos.

2. METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado por meio de uma revisão integrativa da literatura, com abordagem qualitativa, cuja coleta de dados foi realizada nos meses de outubro a dezembro de 2021, desenvolvida em seis etapas. Nas duas primeiras etapas foram delineados a justificativa, a questão problema (Quais os principais benefícios dos exercícios fisioterapêuticos para a prevenção de quedas em idosos?) e o objetivo da pesquisa. Na terceira etapa, definiu-se como fontes de pesquisa as bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs.

Na quarta etapa, os critérios de inclusão foram: artigos com ênfase em exercícios fisioterapêuticos na prevenção de quedas em idosos, publicados no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2021, contendo as palavras “Idoso”, “Fisioterapia”, “Exercícios” e seus correlatos em inglês ou no título, resumo ou palavras-chave. Na quinta etapa, realizou-se avaliação crítica por meio de um roteiro de coleta de dados com as seguintes informações: autor, ano, objetivo, metodologia e principais resultados. Na sexta e última etapa, foram obtidos os resultados, utilizando a análise de conteúdo para avaliação teórica.

Figura 1. Fluxograma de seleção de artigos.

A Figura 1 apresenta o fluxograma de coleta de dados da revisão integrativa de literatura.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Resultados

A tabela 1 apresenta o resumo das informações dos principais artigos selecionados nas bases de dados SCIELO, PUBMED e LILACS.

Autor(es)ObjetivoMetodologiaResultadosConclusões
Aguiar, Lopes, Souza, 2019Avaliar o risco de quedas em idosos frequentadores da clínica escola de Fisioterapia das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE.Quantitativo, com abordagem descritiva, transversal e exploratória.A análise dos dados revela que a faixa etária predominante é de 62 anos, com uma representatividade significativa do sexo feminino. É alarmante constatar que a maioria dos idosos sofreu quedas nos últimos 12 meses, resultando em lesões diversas. Estes dados apontam para a necessidade urgente de medidas preventivas e de cuidados específicos para esta população vulnerável.Um dos fatores que está relacionada à propensão das quedas é a questão da mobilidade funcional e o equilíbrio. O risco de quedas em idosos aumenta com o avançar da idade e a prevenção é importante no sentido de diminuir os problemas secundários consecutivos as quedas.
Ambrose et al., 2019Avaliar o efeito de um programa de exercícios domiciliares como estratégia de prevenção de quedas em idosos que foram encaminhados a uma clínica de prevenção de quedas após um acidente.Ensaio clínico randomizadoO indicador primordial que utilizou-se foi o registro autodeclarado de quedas ocorridas durante o período de 12 meses. No que se refere aos eventos adversos, estes foram coletados exclusivamente no grupo que praticou exercícios, abrangendo quedas, lesões e dores musculares relacionadas à intervenção física. É importante ressaltar que tais informações foram obtidas de forma criteriosa e profissional.Entre os idosos atendidos em uma clínica de prevenção de quedas após uma queda, um programa domiciliar de exercícios de força e equilíbrio reduziu significativamente a taxa de quedas subsequentes em comparação com os cuidados habituais prestados por um geriatra. Esses achados apoiam o uso deste programa de exercícios domiciliares para prevenção secundária de quedas, mas requerem replicação em outros ambientes clínicos.
Chitrakull et al., 2020Determinar a eficácia de um exercício físico multissistêmico (EFM) para prevenção de quedas e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em idosos pré-frágeisEnsaio clínico randomizadoO desfecho primário do estudo consistiu na avaliação do risco de queda através do PPA, 12 semanas após o início do programa de exercícios e 24 semanas de acompanhamento. Observou-se diferenças significativas entre o grupo EFM e o grupo controle, com melhora na propriocepção, força muscular, tempo de reação, oscilação postural e redução do medo de cair nas pontuações do grupo EFM nas semanas 12 e 24. Além disso, houve um aumento significativo na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) no grupo EFM em comparação com o grupo controle. Esses resultados apontam para a eficácia do programa de exercícios multissêmico na prevenção de quedas e melhoria da qualidade de vida dos participantes.O programa EFM aumentou significativamente a força muscular e melhorou a propriocepção, o tempo de reação e a oscilação postural, levando à redução do risco de queda em idosos com pré-fragilidade.
Gonçalves et al., 2016Apontar os benefícios da cinesioterapia na manutenção do equilíbrio do idoso garantindo qualidade de vida, melhora nas atividades de vida diária (AVDs), na flexibilidade geral, aumento do equilíbrio e força, prevenindo uma nova queda, reduzindo assim, os gastos no sistema público de saúde.Qualitativo etnográficoDe acordo com a pesquisa realizada, é possível afirmar com segurança que a prática regular de exercícios de cinesioterapia por idosos resulta em uma significativa redução no risco de quedas. Em outras palavras, os dados apontam para uma correlação positiva entre a atividade física planejada e a prevenção de acidentes.Indicou a propriocepção; o treino da marcha e o fortalecimento muscular como principais técnicas cinesioterapêuticas, para que o idoso readquira o equilíbrio.
Hewitt et al., 2018.Realizar um estudo controlado randomizado para testar o efeito do exercício de melhores práticas publicadas no cuidado de idosos residencial de longo prazo.Estudo controlado randomizadoOs resultados da pesquisa revelaram uma redução significativa de 55% na taxa de quedas entre os participantes que realizaram exercícios (razão da taxa de incidência = 0,45, intervalo de confiança de 95% 0,17-0,74). Além disso, foi observada uma melhora no desempenho físico desses indivíduos (P = 0,02), o que reforça a importância da prática de atividades físicas para a prevenção de quedas em idosos. É importante ressaltar que não foram registrados eventos adversos graves durante o estudo. Esses resultados evidenciam a eficácia e segurança dos exercícios como estratégia preventiva para quedas em idosos.O Programa Sunbeam reduziu significativamente a taxa de quedas e melhorou o desempenho físico em residentes de idosos. Essa descoberta é importante, pois o trabalho anterior nesse cenário apontou resultados inconsistentes, resultando em diretrizes de melhores práticas sendo cautelosas ao recomendar exercícios nesse cenário. Este trabalho oferece uma oportunidade para melhorar a prática clínica e os resultados de saúde para residentes de cuidados de longa duração.
Mendes et al., 2017Comparar o equilíbrio, através da Escala de Equilíbrio de Berg, num grupo de idosos.Retrospectivo com análises de prontuários
Após a meticulosa coleta de dados, constatou-se que, mediante a comparação das avaliações dos participantes, houve um considerável aumento de 23,57% na estabilidade corporal, graças às séries de exercícios propostas. Somente um dos participantes apresentou resultado desfavorável, tendo em vista que interrompeu o tratamento por seis meses. É importante ressaltar que tais resultados foram obtidos com extrema precisão e rigor científico.
Utilizar as intervenções fisioterápicas para o treino de equilíbrio no idoso tendo como foco principal a prevenção de quedas evita que estas se tornem um problema de saúde pública mundial.
Moliga, 2019Identificar as características dos pacientes do ambulatório de geriatria do Centro de Saúde Escola que sofreram quedas, avaliar o risco de novas quedas e analisar o efeito de um protocolo de exercícios físicos na redução do risco de quedas em idosos.Estudo prospectivoDos 56 indivíduos que concluíram o tratamento, 10 (17,9%) eram do sexo masculino e 46 (89,1%) do sexo feminino, com uma média de idade de 75 (±8,6) anos. A média do número de quedas foi de 4,2 (±2,6) e a média do número de medicamentos utilizados foi de 4,7 (±2,7). Houve uma diferença estatisticamente significante entre os escores dos dois instrumentos de avaliação (TUG e Escala de equilíbrio de Berg) antes e depois da intervenção (p <0,05).A intervenção teve um efeito positivo na melhoria do equilíbrio e na redução do risco de quedas em idosos. É importante destacar que a diferença entre os sexos deve ser considerada na elaboração de estratégias de prevenção e tratamento de quedas em idosos. Esses resultados reforçam a importância de intervenções multidisciplinares e personalizadas para essa população vulnerável.
Nascimento et al., 2018Mostrar os benefícios da prática de exercícios físicos na marcha de idosos.Explicativo qualitativo, estudo de casoDe acordo com a pesquisa, atividades físicas direcionadas para a terceira idade apresentam melhorias significativas na locomoção dos idosos.As alterações na marcha que ocorrem devido a um processo natural de envelhecimento do corpo podem ser atenuadas mediante a uma série de exercícios possibilitando benefícios como o aumento da velocidade, maior equilíbrio, aumento do tônus muscular e flexibilidade.
Navega et al., 2016Avaliar a influência do método Pilates Solo na hipercifose torácica e no equilíbrio em idosasEstudo randomizado, longitudinal.O Grupo Pilates demonstrou uma efetiva manutenção do equilíbrio (p>0,05), além de uma notável redução média de 6 graus na hipercifose torácica (p0,05) em todas as variáveis avaliadas. Esses resultados comprovam a eficácia do método no aprimoramento da postura e do controle corporal.Após análise cuidadosa dos dados coletados, é possível afirmar com segurança que a prática do método Pilates Solo teve um impacto positivo na redução da hipercifose torácica e na manutenção do equilíbrio das idosas participantes da pesquisa. Este resultado é um importante indicador dos benefícios que esta modalidade de exercício pode trazer para a saúde e bem-estar das pessoas idosas.
Soares e Soares, 2017Avaliar os aspectos positivos da hidroterapia na força, equilíbrio e flexibilidade de idosas.Estudo randomizado, longitudinal.A prática da fisioterapia aquática tem se mostrado extremamente benéfica para a melhoria do equilíbrio estático e dinâmico, bem como para o fortalecimento e flexibilidade muscular, resultando em uma significativa melhora na qualidade de vida e capacidade funcional dos idosos atendidos. Além disso, o tratamento tem proporcionado uma maior independência e habilidade para a realização das atividades de vida diária, o que é fundamental para a manutenção da autonomia e bem-estar desses pacientes.A prática da hidroterapia é altamente indicada para os idosos que buscam manter a força, flexibilidade e equilíbrio corporal. Além disso, é uma excelente medida preventiva contra quedas, que podem trazer graves consequências para a saúde desses indivíduos. Por isso, investir nessa atividade pode ser uma ótima escolha para garantir uma velhice mais saudável e ativa.
Sofiatti et al., 2021Destacar a importância da fisioterapia na prevenção e no tratamento das quedas em pacientes idosos, visando a sua melhoria de qualidade de vida e maior capacidade funcional.Qualitativo, estudo de casoUm fisioterapeuta de excelência não se limita apenas ao tratamento de lesões, mas também possui habilidades preventivas incríveis. Afinal, uma assistência abrangente e multifatorial pode ser a chave para reduzir significativamente as chances de quedas. Portanto, é fundamental contar com um profissional capacitado e comprometido em promover a saúde e o bem-estar de seus pacientes.Como profissional, o fisioterapeuta possui o conhecimento necessário para guiar os pacientes e seus familiares em medidas seguras de prevenção de quedas. Além disso, trabalha incansavelmente com idosos para aumentar sua capacidade funcional, equilíbrio, suporte muscular e independência, permitindo-lhes realizar suas atividades diárias com segurança e bem-estar.
Yingyongyudha et al., 2016Examinar as capacidades do BESTest e do Mini-BESTest para identificar idosos com histórico de quedas e comparar os participantes com histórico de quedas na identificação da precisão do BESTest, Mini-BESTest, Berg Balance Scale (BBS) e o Timed Up and Go Test (TUG) para identificar participantes com histórico de quedas.Estudo randomizado, longitudinal.O Mini-BESTest apresentou a maior área sob a curva (0,84) em comparação com o BESTest (0,74), BBS (0,69) e TUG (0,35), sugerindo que o Mini-BESTest teve a maior precisão na identificação de idosos com histórico de quedas. Na pontuação de corte de 16 (de 28), o Mini-BESTest demonstrou uma precisão pós-teste de 85% com uma sensibilidade de 85% e especificidade de 75%. O Mini-BESTest teve a maior precisão pós-teste, com os demais tendo resultados de 76% (BESTest), 60% (BBS) e 65% (TUG).O Mini-BESTest demonstrou a maior capacidade de identificar corretamente o idoso com histórico de quedas, pois essa escala apresentou a maior área sob a curva (0,84) em comparação com o BESTest (0,74), o BBS (0,69) e o TUG (0,35).
Tabela 1. Resumo das informações dos principais artigos selecionados para a revisão integrativa.

3.2 DISCUSSÃO

O objetivo principal desta revisão foi compreender a importância dos exercícios fisioterapêuticos para a prevenção de quedas em idosos. Os resultados sugerem, conforme mencionam Hewitt et al. (2018), que a frequência e a periculosidade das quedas em idosos são um problema de saúde pública devido à sua prevalência e suas consequências. Devido à sua alta frequência, um programa projetado para evitar o risco de queda e restaurar o equilíbrio é importante. Nesse sentido, Navega et al., (2019) salientam que os problemas de deambulação e equilíbrio, aumentando o risco de quedas, são avaliados por diferentes testes como: teste de Tinetti (POMA), testes de Time-up-and-go. Triagem do paciente em seus aspectos físico, psicológico e ambiental é obrigatório.

Ambrose et al. (2017) e Mendes et al. (2017) reforçam que o exercício, realizado em grupo, individual ou combinado, pode reduzir o número de quedas, bem como o risco de queda em idosos. Os resultados desta revisão são semelhantes aos achados de revisões anteriores com relação aos efeitos do exercício nas quedas. Um novo resultado desta revisão, no entanto, é a descoberta de que o exercício, em programas de curto e longo prazo, é eficaz para reduzir o risco de queda, conforme medido por uma variedade de ferramentas de medição de risco de queda e por uma queda composta pontuação de risco, conforme assinalam Nascimento et al. (2018).

Quatro estudos avaliaram intervenções de exercício supervisionado individualizado (Gonçalves et al., 2016; Moliga, 2019; Navega et al., 2016; Soares e Soares, 2017) quatro estudos descreveram intervenções com abordagens combinadas (Aguiar, Lopes, Souza, 2019; Hewitt et al., 2018; Mendes et al., 2017; Nascimento et al., 2018) e apenas três estudos (Ambrose et al., 2019; Chitrakull et al., 2020; Sofiatti et al., 2021) compararam tipos de exercício (por exemplo, fortalecimento vs. equilíbrio ou equilíbrio vs. flexibilidade). Como resultado, não se pode fornecer diretrizes específicas sobre as melhores intervenções de exercícios para reduzir os fatores de risco de queda. Moliga (2019) apontou que há evidências limitadas de que a prescrição de exercícios individuais é mais eficaz do que programas de exercícios em grupo entregues na comunidade para diminuir o número de quedas. A maioria dos estudos continua a investigar intervenções de exercícios usando formatos de grupo. As razões para o interesse contínuo em exercícios em grupo podem incluir os custos reduzidos de oferecer programas em grupo em comparação com programas individualizados mais intensivos, entregues por profissionais de saúde, bem como as redes sociais que são incentivadas pelo ambiente do grupo. Muitas intervenções de estudo combinaram formatos de exercícios em grupo e individuais, que podem não ser representativos da prática clínica comum. Além disso, não está claro se um formato combinado melhorou ou não os resultados. Ensaios clínicos futuros devem considerar se os formatos examinados representam uma prática clínica comum (AMBROSE et al., 2019; NAVEGA et al., 2016).

Embora houvesse evidências limitadas de que intervenções multifatoriais, incluindo exercícios, eram mais benéficas do que apenas exercícios, duas exceções devem ser observadas. Chitrakull et al. (2020) descobriram que uma intervenção de exercício realizada em casa não foi tão eficaz quanto uma intervenção de segurança doméstica para redução de quedas em idosos com deficiência visual. Além disso, combinar exercícios e segurança em casa não foi melhor do que o programa de segurança em casa sozinho. A baixa adesão ao programa de exercícios pode ter influenciado seus resultados. Mais pesquisas são necessárias para elucidar se o exercício pode reduzir quedas ou fatores de risco de queda em idosos com condições crônicas, já que a maioria dos estudos até o momento se concentrou em idosos saudáveis. Ressalta-se que os homens estão sub-representados nos estudos até o momento. Além disso, parece haver diferenças na notificação e nas circunstâncias de quedas para homens e mulheres (Hewitt et al., 2018; Mendes et al., 2017; Nascimento et al., 2018) bem como a variabilidade nas taxas de queda entre os dois sexos. Por exemplo, Sofiatti et al. (2021) relataram taxas de queda mais altas para homens do que para mulheres. Mais pesquisas são necessárias para determinar se existem diferenças relacionadas ao gênero no efeito das intervenções de exercício destinadas a reduzir quedas e risco de queda.

Aguiar, Lopes, Souza (2019) destacam que o fisioterapeuta é a chave para avaliar o paciente globalmente. O principal objetivo é restaurar a independência do paciente após uma queda e garantir uma ótima qualidade de vida. Uma reeducação funcional incluindo a reaprendizagem da marcha, equilíbrio, em pé e propriocepção é uma obrigação. Assim, Sofiatti et al. (2021) mencionam que uma forma preventiva deve ser mais adequada para o paciente de risco e a sociedade. Já Nascimento et al. (2018) evidenciam que um programa de prevenção de quedas envolvendo uma equipe multidisciplinar pode ser a solução do problema de saúde pública. Em alguns países existem tais programas. Eles informam os idosos sobre os riscos de quedas e as consequências às vezes trágicas. Para prevenir quedas, médicos de clínica geral, ergologistas, fisioterapeutas, enfermeiros e assistentes sociais têm de trabalhar em conjunto.

Os estudos de Yingyongyudha et al. (2016) evidenciam que os déficits de equilíbrio são um preditor significativo de quedas em idosos. O Balance Evaluation Systems Test (BESTest) e o Mini-Balance Evaluation Systems Test (Mini-BESTest) são ferramentas que podem prever a probabilidade de uma queda, mas suas capacidades e precisões não foram abordadas adequadamente. Os autores concluíram que o Mini-BESTest é a ferramenta mais precisa para identificar idosos com histórico de quedas em comparação com o BESTest, Berg Balance Scale (BBS) e Timed Up and Go Test (TUG).

4. CONCLUSÃO

O risco de queda é uma das preocupações de saúde prioritárias para os fisioterapeutas que avaliam e tratam o cliente idoso. Embora tenha havido um surto de ensaios clínicos randomizados controlados recentes avaliando intervenções de exercícios para prevenir quedas e melhorar o risco de quedas, ainda não existem diretrizes de melhores práticas em relação ao tipo, frequência, intensidade ou duração do exercício para prevenir quedas ou as medidas de resultados ideais para avaliar o risco de queda.

Os achados desta revisão sugerem que tanto os programas de exercícios em grupo quanto a prescrição individualizada de exercícios podem reduzir as quedas em idosos. Embora melhorias nos fatores de risco de queda possam ser observadas em intervenções com duração inferior a 6 meses, programas com duração superior a 6 meses são mais propensos a reduzir o número e a taxa de quedas. As ferramentas usadas para medir o risco de queda, principalmente o equilíbrio, variam muito entre os estudos e atualmente não existem ferramentas disponíveis que prevejam quedas de maneira ideal. Há necessidade de investigar subgrupos de idosos com condições crônicas, como acidente vascular cerebral e artrite, que podem aumentar o risco de queda, e o tipo ideal, duração e frequência de exercício para reduzir quedas e risco de queda ainda são desconhecidos.

Recomendações para pesquisas futuras ajudarão pesquisadores e fisioterapeutas a concentrar seus esforços na identificação de medidas de resultados de melhores práticas e métodos de intervenção para diferentes populações-alvo.

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1 Graduandos do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP.

2 Professor e orientador do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP.