ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS CRIANÇAS COM DIABETES MELLITUS TIPO 1: REVISÃO INTEGRATIVA

NURSING CARE FOR CHILDREN WITH TYPE 1 DIABETES MELLITUS: INTEGRATIVE REVIEW

ATENCIÓN DE ENFERMERÍA AL NIÑO CON DIABETES MELLITUS TIPO 1: REVISIÓN INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8010215


1Lucas Medeiros de Aquino Santos;
2Ricardo José Silva Lima Júnior;
3Antônio José Bento.


RESUMO

Objetivo: Levantar dados na literatura científica sobre a assistência de enfermagem às crianças portadoras de diabetes mellitus tipo 1. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, qualitativa, do tipo revisão integrativa da literatura. Amostra de 10 artigos utilizados para a construção da pesquisa que foram encontrados nas seguintes bases de dados: Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), realizados no período de março a junho de 2022. Resultados e discussão: Para o entendimento da temática foi realizado uma análise dos artigos selecionados destacando suas características mais importantes que foram utilizadas para o levantamento de dados da pesquisa. Conclusão: Esta pesquisa colabora com a assistência de enfermagem aos pacientes com DM1, por apresentar orientações de prevenção à CAD e favorecer a adaptação ao tratamento e a hábitos saudáveis, que melhorem a qualidade de vida dessas crianças e adolescentes.

Palavras-chave: Assistência de enfermagem. Crianças. Diabetes Mellitus Tipo 1.

SUMMARY

Objective: To collect data in the scientific literature on nursing care for children with type 1 diabetes mellitus. Methodology: This is a descriptive, qualitative study, of the integrative literature review type. Sample of 10 articles used for the construction of the research that were found in the following databases: Database of Nursing (BDENF), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Scientific Electronic Library Online (SCIELO), carried out from March to June 2022. Results and discussion: To understand the theme, an analysis of the selected articles was carried out, highlighting their most important characteristics that were used to collect research data. Conclusion: This research collaborates with nursing care for patients with DM1, by presenting DKA prevention guidelines and favoring adaptation to treatment and healthy habits, which improve the quality of life of these children and adolescents. Keywords: Nursing care. Children. Diabetes Mellitus Type 1.

RESUMEN

Objetivo: Recoger datos en la literatura científica sobre el cuidado de enfermería al niño con diabetes mellitus tipo 1. Metodología: Se trata de un estudio descriptivo, cualitativo, del tipo revisión integrativa de la literatura. Muestra de 10 artículos utilizados para la construcción de la investigación que se encontraron en las siguientes bases de datos: Base de Datos de Enfermería (BDENF), Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS) y Biblioteca Científica Electrónica en Línea (SCIELO), realizadas a partir de marzo a junio de 2022. Resultados y discusión: Para comprender el tema, se realizó un análisis de los artículos seleccionados, destacando sus características más importantes que sirvieron para recolectar datos de investigación. Conclusión: Esta investigación colabora con la atención de enfermería a los pacientes con DM1, al presentar pautas de prevención de la CAD y favorecer la adaptación al tratamiento y hábitos saludables, que mejoren la calidad de vida de estos niños y adolescentes.

Palabras clave: Atención de enfermería. Niños. Diabetes mellitus tipo 1.

1 INTRODUÇÃO

Uma das doenças mais comum no mundo é a Diabetes Mellitus (DM), que ocorre ao longo da vida (Collet; Batista; Nóbrega; Souza & Fernandes, 2018). No Brasil estima-se que 5 a 10% dos portadores de DM são do tipo 1, acometendo sobretudo crianças e adolescentes, uma vez que é comumente diagnosticado durante a infância (Silva, et al., 2020), sendo uma doença endócrino-metabólica prevalente na infância e adolescência, caracterizada pela hiperglicemia persistente (Cavalcante, et al, 2023).Consiste em um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos, consequência da destruição parcial ou total das células beta das ilhotas de Langerhans pancreáticas, ocasionando a incapacidade progressiva de produção de insulina (Silva, et al., 2020; Ramos; Noronha; Lins; Santos; Santos & Cantalice, 2022).

Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é uma condição crônica, associada a diversos distúrbios metabólicos que consequentemente pode afetar a qualidade de vida tanto da criança adoecida como dos familiares por causa de várias responsabilidades e disciplina exigidas para o confronto das demandas de cuidado por todos os envolvidos, ocasiona redução de insulina no organismo e traz várias complicações, dentre elas a Cetoacidose Diabética (CAD) consisti em uma complicação grave do DM, sendo comum em aproximadamente 25% dos casos no momento do diagnóstico de DM1, e causa comum de morte entre crianças e adolescentes (Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020).

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF) estimou uma prevalência de DM na população mundial em 9,8% no ano de 2021 (537 milhões de pessoas), acrescentando 10,8% em 2030 (643 milhões de pessoas) e 11,2% em2045 (783 milhões de pessoas). As 537 milhões de pessoas diagnosticadas com DM, milhões são crianças e adolescentes, com a prevalência nas áreas urbanas em relação às rurais, além de ser em países de renda mais alta do que em países de baixa renda (Barichello; Scaratti; Argenta & Zanatta, 2022).

No Brasil, o cuidado à pessoa com doença crônica deve ser regido pelas Redes de Atenção à Saúde (RAS), que visam a não fragmentação da assistência ao usuário no conjunto de ações e serviços que precisam ser efetivos e eficientes para prestar atenção contínua e integral (Collet; Batista; Nóbrega; Souza & Fernandes, 2018).

Na DM crônica a probabilidade de tratamento é a internação, quando há agravamento do quadro, ou até mesmo em circunstâncias rotineiras de cuidados (Barichello; Scaratti; Argenta & Zanatta, 2022).

1 MANIFESTAÇÕES E FATORES DE RISCO DA DM 1

Algumas causas atribuídas para o surgimento da DM1 das famílias em suas crianças, incluindo hereditariedade, fator fisiológico, alimentação e fator emocional. A hereditariedade é uma maneira proeminente de explicar não somente os talentos, a inteligência e os traços de caráter individuais, mas também a emergência enigmática da doença. A genética nutre evidências de que existe uma herança biológica compartilhada. Mas, a informação popular sobre hereditariedade deve ser levado sua importância em relação às informações de distúrbios ou propensões herdadas pelos indivíduos (Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020).

Diversas famílias descobriram a doença da criança devido ao aparecimento de algumas manifestações, como os sinais e sintomas, além disso, a certeza de que algo não ia bem fez com que procurassem atendimento para esclarecer a situação de saúde da criança (Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020).

As manifestações clínicas são relevadas pelas desorganizações que acontecem no organismo em CAD. A associação da deficiência de insulina com o aumento dos hormônios contrarreguladores acarreta o processo metabólico, que culmina na cetonemia e acidose metabólica, induzindo à diurese osmótica, perda de fluidos e eletrólitos e, por consequência, à desidratação. Tais alterações além de afetar o sistema gastrointestinal, apresentando “os sinais e sintomas como náuseas e vômitos, e o sistema respiratório, sendo a dispneia de Kussmaul decorrente da compensação respiratória da acidose metabólica” (Ramos; Noronha; Lins; Santos; Santos & Cantalice, 2022). “Também interfere na função do sistema nervoso central, pode gerar graus leves de sonolência, confusão mental, e estabelecimento de estado de coma profundo” (Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020).

Os fatores socioeconômicos, tais como o nível educacional, a renda, o vínculo empregatício e o estilo parental, interferem diretamente no manejo da doença e na qualidade de vida dessa população. Adicionalmente, o elevado índice de morte prematura e complicações decorrentes do DM1 encontram-se relacionados às condições socioeconômicas desfavoráveis, como o desemprego e a baixa renda, sendo essa realidade ainda mais evidente nos países em desenvolvimento (Cavalcante, et al, 2023).

DIAGNÓSTICO, FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO DA DM 1

O diagnóstico da DM1 se fundamenta nos critérios postos pela Associação Americana de Diabetes (American Diabetes Association, ADA) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A apresentação de autoanticorpos associados à destruição de “células beta-pancreáticas – anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-tirosina fosfatase (antiIA2), anti-insulina (anti-IAA), anti-células da ilhota (anti- ICA) e anti-transportador de zinco 8 (anti-ZnT8)” – confirma o diagnóstico da DM1, sobretudo quando há alguma dúvida (Souza, et al., 2020).

O diagnóstico em crianças menos de 5 anos, particularmente menores de 2-3 anos, correm mais risco de serem diagnosticadas com DM1 na presença de CAD, uma vez que sintomas como poliúria, polidipsia e polifagia são mais difíceis de identificar na fase de amamentação e que usam fraldas (Souza, et al., 2020).

O diagnóstico do DM1 provoca inúmeras alterações no cotidiano da criança e de seus familiares, principalmente pelo fato de lidarem com uma nova situação desafiadora. Com o passar do tempo, eles passam a conhecer melhor a doença e, dependendo do apoio social e da assistência recebida, podem levar uma vida mais equilibrada, garantindo a continuidade do crescimento e desenvolvimento adequados para a criança com diabetes (Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020).

A DM é uma condição crônica ocasionada por defeitos na ação ou na secreção da insulina, ou em ambas, levando à hiperglicemia. O controle de desta condição, pode ocasionar, a longo prazo, diversas complicações como “[…] distúrbios microvasculares e macrovasculares, que resultam em retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial periférica” (Barichello; Scaratti; Argenta & Zanatta, 2022).

A hiperglicemia ao longo prazo, está associada a complicações microvasculares que levarão a distúrbios oculares, lesão em rins e nervos, bem como um aumento do risco de doença cardiovascular (Serra; Ferreira; Pascoal; Rolim, 2020).

A Sociedade Internacional de Diabetes Pediátrica e Adolescente (International Society of Pediatric and Adolescent Diabetes, ISPAD) determinou os seguintes critérios diagnósticos para CAD: “glicemia acima de 200 mg/dL, acidose metabólica (pH venoso abaixo de 7,30 ou bicarbonato sérico abaixo de 15 mEq/L) e cetose (cetonemia ou cetonúria)”. A CAD é uma complicação do DM1, originada pela deficiência de insulina, e a principal causa de morbimortalidade em crianças (Souza, et al., 2020).

A insulinoterapia apresentação para aplicar insulina basal (NPH, Lantus, Tresiba e insulina da ação ultrarrápida) frequência de aplicação diária é de um até quatro vezes, reversando sempre, aplicado por via subcutâneo com dispositivo em caneta (recarregável ou descartável) ou seringa de insulina (50 e 100UI) (Cavalcante, et al, 2023).

Após o início do tratamento com insulina exógena, pode haver uma fase transitória, conhecida como lua de mel, quando a necessidade de insulina é menor (abaixo de 0,5 UI/kg/dia) e os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) ficam abaixo de 7%. Nesse andamento, que pode durar semanas a anos e se apresentar em até 80% das crianças e adolescentes com diabetes, podendo apresentar recuperação parcial da função das células beta-pancreáticas, levando ao aumento da secreção de insulina e maior sensibilidade periférica (Souza, et al., 2020).

1ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À FAMÍLIA NO AUTOCUIDADO DA CRIANÇA COM DM 1

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua família é um grande desafio para os profissionais da saúde, já que o processo de mudança de hábitos está diretamente ligado à vida de seus familiares e amigos. Aceitar-se, assim, frente ao suporte fornecido e ao apoio dos profissionais e das redes de suporte sociais, lentamente, a criança e o adolescente adquirirão autonomia para gerenciar sua vida com a doença de forma a viver com qualidade (Nobre; Costa; Minasi; Possani; Mota & Gomes, 2019).

O autocuidado apoiado propicia abertura para o protagonismo do usuário em relação à sua própria saúde, e apresenta cinco etapas: 1) avaliação – identificação de conhecimentos, comportamentos, vida social e histórico de saúde; 2) aconselhamento – transmissão de informações construtivas e educação em saúde; 3) acordo – construção conjunta e colaborativa do plano de autocuidado a partir das informações previamente obtidas na avaliação; 4) identificação de barreiras, motivações e envolvimento; e 5) acompanhamento – definição da forma de monitoramento mais eficaz de acordo com o perfil do usuário. Dessa forma, trata-se de uma ação imprescindível para o trabalho dos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) junto a essa população (Collet; Batista; Nóbrega; Souza & Fernandes, 2018).

Quando as tarefas diárias de autocuidado, requeridas pelo tratamento, ocorrem de maneira fragilizada, o gerenciamento da doença pode tornar-se insatisfatório. Os resultados envolvendo os aspectos clínicos da criança e do adolescente com DM1, como o valor glicêmico alterado causada pela aplicação incorreta de insulina e a monitorização inadequada da glicose sérica, são consideradas informações importantes para a tomada de decisão no cuidado em saúde (Cavalcante, et al, 2023).

Viver com DM1 exige uma atitude compartilhada do adolescente com a família e os amigos, manutenção do autocuidado, bem como atenção e orientação de uma equipe multiprofissional. O autocuidado com a doença crônica torna-se complexo, visto que as necessidades particulares observadas nessa fase (mudanças sociais e emocionais, crescimento e desenvolvimento, puberdade) podem influenciar no tratamento da doença e interferir no autocuidado. Nesse processo, os familiares e os profissionais de saúde podem intervir com o propósito de atingir o equilíbrio físico, emocional, psíquico e social desses indivíduos por meio do cuidado integral. Diante disso, a família é vista como um alicerce fundamental da sociedade capaz de ajudar o adolescente frente à nova realidade (Barichello; Scaratti; Argenta & Zanatta, 2022).

O interesse pelo tema surgiu pelo aumento de casos de crianças e adolescente com DM1 e da falta de informação dos familiares sobre a doença, sendo importante conscientizar os familiares sobre as complicações e a mudança na alimentação e estilo de vida da família e da criança com DM1.

De acordo com a literatura científica, qual a assistência do enfermeiro para a família e crianças com diabetes mellitus tipo 1? Acredita-se que o enfermeiro é o profissional capacitado para prestar assistência e acompanhamento à família de crianças com DM1.

Nesse contexto, o objetivo geral da pesquisa é levantar dados na literatura científica sobre a assistência do enfermeiro à família de crianças portadoras de DM1. Conhecer a fisiopatologia, sinais e sintomas e fatores de risco da DM1; Exibir o diagnóstico, complicações e tratamento da DM1; Descrever a assistência de enfermagem à família no autocuidado da criança com DM1.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura do tipo descritivo, qualitativo. Amostra de 10 artigos utilizados (figura 1) para a construção da pesquisa que foram encontrados nas bases de dados: Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), a coleta de dados foi realizada no período de março de 2022 a março de 2023. Para tentar responder a pergunta norteadora da pesquisa: Quais os cuidados de enfermagem são assistidos às crianças com diabetes mellitus tipo 1? Para nortear a elaboração desde artigo, desta forma direcionando a busca e a análise dos resultados da literatura investigada.

Descritores: Assistência de Enfermagem. Crianças. Diabetes Mellitus tipo 1. Cruzamentos: criança and diabetes mellitus tipo 1 and assistência de enfermagem. Critério de inclusão: artigos científicos em língua portuguesa publicada entre os anos de 2018 a 2023. Critérios de exclusão: artigos científicos em língua estrangeira e publicados mais de cinco anos. Esta pesquisa foi realizada em cinco etapas: identificação da pergunta norteadora da pesquisa (1); busca das literaturas nas bases de dados (2); avaliação dos documentos quanto ao rigor metodológico (3); análise dos dados (4) e apresentação dos resultados (5). Em suma, a revisão integrativa permitiu a síntese de múltiplos estudos publicados, tornando viável a compreensão do estado da arte da temática investigada, enriquecendo assim, os conhecimentos pré-existentes.

FIGURA 1: Fluxograma dos artigos encontrado nas bases de dados.

Fonte: Autor, 2023.

Foram encontrados 686 artigos após os cruzamentos nas bases de dados: da SCILEO com 109 artigos, da LILACS com 476 artigos e da BDENF com 101 artigos. Depois de aplicado os critérios: 17 artigos da SCIELO, 24 artigos da LILACS e 14 artigos da BDENF e por fim, após análises dos resumos, foram selecionados 11 artigos: 04 artigos da SCIELO, 03 artigos da LILACS e 03 artigos da BDENF.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o entendimento da temática foi realizado uma análise do conteúdo dos artigos selecionados postos nas tabelas a seguir destacando suas características mais importantes que foram utilizadas para o levantamento de dados da pesquisa.

A tabela 1 mostra as principais características dos artigos selecionados da base de dados da LILACS que foram utilizados para o levantamento de dados:

Tabela 1: Artigos selecionados da base de dados da LILACS utilizados para o levantamento de dados.

AUTOR/ANO/ REVISTA/ BASE DE DADOSTEMARESUMO
Cavalcante; et al, 2023. Rev. Enferm. LILACSPerfil social e clínico de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1Objetivo: identificar o perfil social e clínico de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1. Método: pesquisa quantitativa, transversal e descritiva, desenvolvida com 81 responsáveis de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 entre março e setembro/2021, em dois centros de referência da Paraíba. A análise descritiva foi realizada com auxílio do software Statistical Package for the Social Science, versão 18. Resultados: predominantemente, os acompanhantes das crianças e adolescentes eram as próprias mães, 90,1%, e cerca de 40% viviam com renda familiar menor que um salário mínimo. Entre as crianças e adolescentes, 54% apresentaram valores elevados de hemoglobina glicada, mesmo estando em tratamento; 65,4% indicaram desconhecimento na forma correta de armazenamento da insulina, e 77,6% possuía lipohipertrofia. Conclusão: foram preponderantes a vulnerabilidade socioeconômica e o manejo clínico ineficaz do diabetes mellitus tipo 1 em crianças e adolescentes
Collet; Batista; Nóbrega; Souza & Fernandes, 2018. Rev Esc Enferm. LILACSAutocuidado apoiado no manejo da Diabetes tipo 1 durante a transição da infância para adolescência.Objetivo: Analisar as necessidades de pré-adolescentes com diabetes tipo 1 para o autocuidado apoiado no manejo da doença. Método: Pesquisa qualitativa, realizada entre outubro e dezembro de 2016 com pré-adolescentes atendidos em um ambulatório hospitalar e em Unidades de Saúde da Família, utilizando-se de entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por meio da análise temática, à luz do referencial teórico de autocuidado apoiado. Resultados: Participaram da pesquisa nove pré-adolescentes. Identificou-se que, para a construção da auto eficácia, os préadolescentes necessitam superar a fase de negação da doença; saber lidar com os sentimentos desencadeados pela necessidade de mudanças no estilo de vida; receber apoio familiar e da rede social; e ter conhecimento e auto percepção adequados para se sentirem seguros no manejo da diabetes. Conclusão: Evidenciou-se que os desafios intrínsecos à adolescência e o modo como os pré-adolescentes com diabetes lidam com a doença em seu cotidiano influenciam o manejo da diabetes e ocasionam necessidades que devem ser valorizadas pelos profissionais da rede de cuidado por meio do apoio para o autocuidado.
Souza, et al., 2020. Rev Paul Pediatr. LILACSCetoacidose diabética como apresentação inicial de diabetes tipo 1 em crianças e adolescentes: estudo epidemiológico no sul do brasil.Objetivo: Avaliar as variáveis associadas ao diagnóstico de diabetes melito tipo 1 (DM1) na vigência de cetoacidose diabética e seu impacto na evolução da doença. Métodos: Foram avaliadas 274 crianças e adolescentes com idade até 15 anos acompanhados em um ambulatório de endocrinologia pediátrica de um hospital universitário de Curitiba, Paraná, cuja primeira consulta ocorreu entre janeiro de 2005 e abril de 2015. Resultados: A maioria dos pacientes teve diagnóstico de DM1 na vigência de cetoacidose diabética. Os fatores associados foram: menor idade e maior número de consultas prévias ao diagnóstico; a cetoacidose diabética foi menos frequente quando havia um irmão com DM1 e quando o diagnóstico foi feito na primeira consulta médica. Náuseas ou vômitos, dor abdominal, taquidispneia e alteração do nível de consciência foram mais frequentes no grupo com cetoacidose diabética ao diagnóstico. Não se observou associação com nível socioeconômico, tempo de sintomas antes do diagnóstico e duração do período de lua de mel. Conclusões: São necessários estudos prospectivos para definir melhor o impacto desses fatores no diagnóstico e no controle da doença. Campanhas de conscientização dos profissionais de saúde e da população são necessárias para que haja diagnóstico precoce e tratamento adequado do diabetes melito em crianças e adolescentes.

Fonte: Autor, 2023.

DM1 causa repercussões devido às mudanças e exigências no tratamento, que pode ocasionar efeitos negativos na qualidade de vida, tendo em vista o desconforto social e emocional gerado na criança, no adolescente e na sua família. Nesse sentido, conhecendo a realidade vivenciada por esse público e os fatores que interferem no gerenciamento da doença, sendo provável prestar uma assistência oportuna e individualizada. (Cavalcante, et al, 2023).

Na interdisciplinaridade o enfermeiro é importante porque é capaz de identificar problemas emocionais relacionados à doença para além do momento do diagnóstico. “O pré-adolescente precisa compreender sua condição de saúde, e o enfermeiro deve ajudá-lo a elaborar estratégias de enfrentamento”. No entanto, é essencial o uso de método que promova participação ativa do pré-adolescente para torná-lo protagonista de seu cuidado ao estimulá-lo à reflexão (Collet; Batista; Nóbrega; Souza & Fernandes, 2018).

Quanto a complicação da DM1 a CAD é classificada de acordo com o pH venoso, como leve (abaixo de 7,30), moderada (abaixo de 7,20) ou severa (abaixo de 7,10). Inúmeras vezes, “o diagnóstico de DM1 é feito durante um episódio de CAD, predizendo um controle metabólico pior, com chances mais baixas de um período de lua de mel, ou de um período mais curto, quando existente” (Souza, et al., 2020).

A tabela 2 mostra as principais características dos artigos selecionados da base de dados da SCIELO que foram utilizados para o levantamento de dados:

Tabela 2: Artigos selecionados da base de dados da SCIELO utilizados para o levantamento de dados.

AUTOR/ANO/ REVISTA/ BASE DE DADOSTEMARESUMO
Andrade & Alves, 2019. Jornal de Pediatria SCIELOInfluência dos fatores socioeconômicos e psicológicos no controle glicêmico em crianças jovens com diabetes mellitus tipo 1.Objetivo: Avaliar a influência dos fatores socioeconômicos e psicológicos no controle glicêmico de crianças pequenas portadoras de diabetes mellitus tipo 1. Métodos: Estudo de corte transversal, avaliou crianças pré-púberes, com diabetes mellitus tipo 1. Foram analisados os fatores socioeconômicos com o Critério de Classificação Econômica Brasil e as condições psicológicas através da versão brasileira do Problem Areas in Diabetes (B-Paid), associado ao controle glicêmico, mensurado pela hemoglobina glicada. Foi utilizada análise descritiva. As variáveis foram avaliadas bivariada e multivariantemente pelo modelo de regressão de Poisson robusto, os testes Exato de Fisher e Qui-Quadrado de Pearson para as razões de prevalência bruta e ajustada, sendo o intervalo de confiança estimado em 95%. Resultados: Foram incluídas no estudo 68 crianças com diabetes mellitus tipo 1. Foi observada uma associação negativa entre controle glicêmico (níveis de hemoglobina glicada), status socioeconômico (Critério de Classificação Econômica Brasil) e condição psicológica (versão brasileirado Problem Areas in Diabetes). Entre os participantes do estudo, 73,5% (n = 50) das crianças apresentaram status socioeconômico desfavorável, esses participantes apresentaram 1,4 vezes mais chances de apresentar valores alterados de hemoglobina glicada. Em relação a indivíduos com estado psicológico comprometido, houve uma prevalência de 26 (38,2%) apresentou uma pontuação acima de 70, sendo assim classificada com estresse psicológico, essas crianças foram1,68 vezes mais prováveis (intervalo de confiança 95%: 1,101, 1,301) de apresentar níveis mais elevados de hemoglobina glicada. Conclusão: As condições socioeconômicas e as características psicológicas dos participantes do estudo foram negativamente associadas aos resultados da hemoglobina glicada. Esses dados reforçam a importância das variáveis estudadas como preditores de controle glicêmico.
Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020. Rev Bras Enferm. SCIELOModelos explicativos das famílias de crianças com diabetes mellitus tipo 1.Objetivos: analisar como crianças com diabetes mellitus tipo 1 e suas famílias explicam a patologia, a partir da compreensão que possuem sobre os fatores relacionados à descoberta do diabetes, etiologia, tratamento e prognóstico da doença. Métodos: abordagem metodológica qualitativa, fundamentada na antropologia médica e método narrativo. Realizaram-se entrevistas em profundidade com 12 famílias de crianças com diabetes mellitus tipo 1 em seguimento em um centro especializado. Submeteram-se as narrativas à análise temática indutiva. Resultados: os modelos explicativos identificados descrevem a busca das famílias pelo esclarecimento dos sinais e sintomas que a criança apresentava. Diante da doença, as famílias se reorganizaram para atender às novas necessidades de cuidados de saúde das crianças, como alimentação adequada, prática de exercícios físicos e monitorização glicêmica. Considerações Finais: conhecer os modelos explicativos permite compreender como as famílias dão sentido à experiência do adoecimento da criança, favorecendo o cuidado diário de enfermagem e o efetivo controle da doença.
Ramos; Noronha; Lins; Santos; Santos & Cantalice, 2022. Cogitare Enferm. SCIELOCetoacidose diabética em crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 e fatores de risco associadosObjetivo: estimar a prevalência e fatores de risco de cetoacidose diabética em crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus tipo 1. Método: estudo epidemiológico de corte transversal em que foram analisados prontuários de crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus tipo 1, internadas nos últimos 10 anos em um hospital público de referência do município de Campina Grande, Brasil, no período de 2009 a 2019. Os dados foram analisados por estatística descritiva, bivariada e multivariada por regressão de Poisson. Resultados: 130 prontuários analisados e 46,2% apresentaram CAD. As variáveis independentes que impactaram, de forma significativa e conjunta, com o desfecho como: idade, infecção, erro alimentar e erro na dosagem de insulina. Conclusão: A CAD é cmum encontrado em crianças e adolescentes com DM1. Os resultados cooperam com a assistência de enfermagem e aceitam implementar intervenções de prevenção e manejo adequado do problema.
Silva, et al., 2020. Rev Paul Pediatr. SCIELOCintura hipertrigliceridêmica e fatores associados em crianças e adolescentes portadores de diabetes melito tipo 1.Objetivo: Avaliar a frequência do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica e analisar seus fatores associados em crianças e adolescentes portadores de diabetes melito tipo 1. Métodos: Trata-se de um estudo observacional analítico com indivíduos com diabetes melito tipo 1, de cinco a 18 anos de idade, de ambos os sexos, acompanhados em um hospital universitário do Nordeste brasileiro. Foram realizadas medidas de peso, altura e circunferência da cintura, além da análise do perfil lipídico e da hemoglobina glicada. O fenótipo cintura hipertrigliceridêmica foi definido pela presença simultânea da circunferência da cintura aumentada (≥percentil 90 por idade e sexo) e dos níveis séricos de triglicerídeos elevados (≥75 mg/dL para crianças e ≥90 mg/dL para adolescentes). Investigaram-se, ainda, os antecedentes familiares para doenças cardiovasculares e diabetes, e também variáveis sociodemográficas e comportamentais. Nos testes de inferência estatística, as proporções foram comparadas pelo teste do quiquadrado de Pearson e/ou exato de Fisher, sendo significante p<0,05. Resultados: Foram avaliados 102 pacientes, com predomínio do sexo feminino (54,9%) e de adolescentes (66,7%). A frequência de cintura hipertrigliceridêmica foi de 23,5%; a qual apresentou associação com o sexo feminino (p=0,043), excesso de peso (p=0,023), hipercolesterolemia (p=0,002), LDL elevado (p=0,001) e VLDL em valores limítrofes (<0,001). Conclusões: A frequência do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica foi associada ao sexo feminino, ao perfil lipídico aterogênico e ao excesso ponderal, evidenciando a importância do acompanhamento nutricional dessa população, visando à redução de agravos cardiovasculares futuros.

Fonte: Autor, 2023.

As crianças em situação socioeconômica adversa apresentam maior risco de controle metabólico glicêmico desfavorável, podendo ser agravado por seu impacto sobre a estrutura familiar (Andrade & Alves, 2019).

Com o surgimento da doença crônica deflagra conflitos, medo, insegurança e, muitas vezes, a superproteção familiar, levando ao comprometimento do desenvolvimento da criança em períodos críticos para a constituição da sua identidade (Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020).

Os profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, têm um papel estratégico na educação em saúde das crianças com DM1 e de suas famílias. Por isso, devem abordar não só os aspectos físicos (monitoramento da glicemia, administração de insulina, alimentação e exercício físico), mas também a interação com a criança, participando e compreendendo as experiências de dor, ampliando a compreensão da própria doença e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da criança, particularmente em relação aos aspectos emocionais e psicossociais (Dantas; Neris; Zago; Santos & Nascimento, 2020).

É essencial que os enfermeiros realizem o diagnóstico da precocemente, profissionais presentes em várias redes de básicas de saúde, identificando principal e mais grave das manifestações da DM1, os sinais e sintomas da CAD. Logo que, a equipe de saúde é responsável pela orientação aos familiares de crianças e adolescentes sobre as particularidades do DM1 e promover o empoderamento e o autocuidado. O enfermeiro atuação no “atendimento específico na elaboração e planejamento de estratégias de prevenção, com ações destinadas ao reconhecimento dos principais fatores de risco associados a CAD”. (Ramos; Noronha; Lins; Santos; Santos & Cantalice, 2022).

Diante disso, verifica-se a necessidade do cuidado multiprofissional efetivo para com esse público, com consultas mais frequentes e trabalhos educativos para o paciente e a família. O acompanhamento nutricional mostra-se de extrema relevância para a obtenção do controle metabólico, evidenciando-se a importância do conhecimento da contagem de carboidratos, no qual o nutricionista adéque a programação alimentar de forma individualizada e dentro de um contexto de rotina diária (Silva, et al., 2020).

A tabela 3 mostra as principais características dos artigos selecionados da base de dados da BDENF que foram utilizados para o levantamento de dados:

Tabela 3: Artigos selecionados da base de dados da BDENF utilizados para o levantamento de dados.

AUTOR/ANO/ REVISTA/ BASE DE DADOSTEMARESUMO
Barichello; Scaratti; Argenta & Zanatta, 2022. Rev baiana enferm. BDENFVivências de familiares de adolescentes diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 1: convivência, cuidados e mudanças.Objetivo: conhecer as vivências de familiares de adolescentes diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 1, relacionadas à convivência, cuidados e mudanças geradas pela doença crônica. Método: estudo qualitativo, realizado entre novembro 2017 e maio 2018 com 48 familiares de adolescentes com Diabetes Mellitus tipo 1, membros da rede social Facebook. Dados analisados segundo análise de conteúdo. Resultados: maioria de participantes eram mães, residentes no Centro-Oeste do Brasil, com idades entre 41 e 60 anos, nível superior e empregadas. Foram construídas três categorias para abordar a convivência familiar, cuidados constantes e adaptações requeridas pela doença crônica. Considerações finais: familiares de adolescentes diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 1 vivenciavam desafios diários, permeados por dificuldades, medos, culpas e incertezas quanto ao futuro. Dentre os desafios destacaram-se as mudanças decorrentes da condição crônica na rotina, cuidados constantes, dedicação exclusiva ao adolescente. A doença crônica possibilitou adoção de hábitos saudáveis de vida e maior cumplicidade familiar.
Nobre; Costa; Minasi; Possani; Mota & Gomes, 2019. Rev enferm. BDENFCuidado à criança e ao adolescente com diabetes mellitus tipo 1.Objetivo: conhecer as estratégias utilizadas pela família para o cuidado à criança e ao adolescente com Diabetes Mellitus tipo 1. Método: trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo desenvolvido com 12 familiares cuidadores. Coletaram-se os dados por meio de entrevistas semiestruturadas submetendo-os à técnica de Análise de Conteúdo. Resultados: relaciona-se a principal estratégia utilizada pela família para o cuidado à adaptação alimentar da criança e do adolescente; propicia-se a convivência da criança e do adolescente com outros que tenham diabetes; procuram-se outras famílias com filhos com a mesma condição para se realizar a troca de experiência acerca do cuidado. Consideram-se, também, outras estratégias a possibilidade da adaptação da família ao cuidado à criança e ao adolescente e o fato dos próprios adolescentes realizarem seu autocuidado. Conclusão: conclui-se como importante o papel educativo do enfermeiro junto às famílias no sentido de auxiliá-las no desenvolvimento de estratégias efetivas de cuidado à criança e ao adolescente com diabetes.
Serra; Ferreira; Pascoal & Rolim, 2020. Rev enferm BDENFDiagnósticos de enfermagem em pacientes diabéticos: revisão integrativa.Objetivo: identificar os diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia NANDA Internacional, Inc. evidenciados em pacientes com diabetes mellitus. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada no mês de maio de 2020, nas bases CINAHL, Scopus, PUBMED, LILACS, BDEnf e Biblioteca Eletrônica Científica Online SciELO. Foram selecionados artigos científicos que abordavam diagnósticos de enfermagem em pacientes adultos com diabetes mellitus tipo 1 e 2, no recorte temporal de 2004 a 2020. Resultados: selecionados 21 artigos, sendo a maioria brasileiros, do tipo descritivo e transversal. Encontrou-se 60 diferentes diagnósticos de enfermagem, destes, 43 eram com foco no problema, 15 de risco e dois de promoção da saúde. Conclusão: os domínios predominantes foram: Promoção da Saúde, Nutrição, Eliminação e Troca, Atividade/repouso, Enfrentamento/Tolerância ao Estresse e Segurança/proteção. As evidências de diagnósticos de enfermagem norteiam o cuidado de enfermagem, subsidiam o raciocínio clínico e científico
dos profissionais potencializando, assim, a sistematização da assistência. Fonte: Autor, 2023.

As estratégias realizadas pelos profissionais da saúde visão orientar os adolescentes e familiares para otimizar a glicemia pós-prandial, mantendo dieta balanceada e variedade de alimentos, o que tornará controlável o custo com a alimentação. O fundamental é que a adequação nutricional seja feita de maneira individualizada, de acordo com as necessidades nutricionais e especificidades de cada paciente, garantindo melhor controle glicêmico, crescimento e desenvolvimento adequados em crianças e adolescentes com DM1, sem necessidade de dietas restritivas (Barichello; Scaratti; Argenta; & Zanatta, 2022).

À necessidade do autocuidado pela criança e pelo adolescente, sobre os cuidados necessários frente à doença como “o consumo de frutas quando apresentavam hipoglicemia e não se alimentar no caso de hiperglicemia, além da utilização da insulina para melhorar sua condição clínica” (Nobre; Costa; Minasi; Possani; Mota & Gomes, 2019).

O enfermeiro deve considerar todas as dimensões da pessoa e, contudo, é importante utilizar métodos e técnicas cientificamente validados para o planejamento do cuidado, dentre os quais se destacam a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), Processo de Enfermagem (PE), com a utilização de diagnósticos de enfermagem (DE) e as linguagens padronizadas da enfermagem como a Taxonomia II da NANDA International, Inc (NANDA-I). Para estabelecer a presença do DE, o enfermeiro realiza o levantamento das necessidades ou problemas a partir de um julgamento clínico sobre as respostas humanas reais ou potenciais do indivíduo, família ou comunidade que irão direcionar a assistência de enfermagem (Serra; Ferreira; Pascoal & Rolim, 2020).

4 CONCLUSÃO

A pesquisa aponta que na literatura o enfermeiro é o profissional que mais contribui para o sucesso da assistência à família de crianças com DM1, orientando sobre a doença e os cuidados na alimentação e mudança no estilo de vida. O enfermeiro realiza um papel fundamental às famílias no preparo da convivência com a doença, esclarecendo suas duvidas, informando suas complicações quando não aderência ao tratamento adequado.

Entende-se que, a DM1 é uma doença de fácil diagnóstico e um grande risco para saúde pública, ficando atentos aos sinais e sintomas específicos, as crianças e adolescentes diagnosticados com DM1 precisam de acompanhamento por uma equipe de saúde, mas principalmente pelos seus familiares, pois são eles que convivem e são responsáveis pela sua alimentação.

Esta pesquisa colabora com a assistência de enfermagem aos pacientes com DM1, por apresentar orientações de prevenção à CAD e favorecer a adaptação ao tratamento e a hábitos saudáveis, que melhorem a qualidade de vida dessas crianças, adolescentes e familiares.

REFERÊNCIAS

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1Lucas Medeiros de Aquino Santos https://orcid.org/0009-0004-7344-7038
Graduando do Curso de Bacharel em Enfermagem – FASVIPA E-mail: lucasmedeiros800@gmail.com

2Ricardo José Silva Lima Júnior https://orcid.org/0009-0003-4517-248X
Graduando do Curso de Bacharel em Enfermagem – FASVIPA E-mail: junioricardo2020@gmail.com

3Antônio José Bento https://orcid.org/0000-0001-8677-950X
Doutorado em Biotecnologia. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Especialista em Atenção Farmacêutica
Professor da Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar – FASVIPA E-mail: antonio.bento@fasvipa.com.br