EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE UROLOGIA PEDIÁTRICA EM LITÍASE URINÁRIA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO NORDESTE BRASILEIRO

EXPERIENCE OF THE PEDIATRIC UROLOGY SERVICE IN PEDIATRIC URINARY LITHIASIS AT A UNIVERSITY HOSPITAL IN NORTHEAST BRAZIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7996042


Antonio Eduardo Dantas Silva1;
Paloma Larissa Arruda Lopes2;
Renata Dionísio Nunes de Oliveira3;
Tereza Cristina Monteiro de Melo Prazeres4


RESUMO

Introdução: A litíase do trato urinário é uma doença com aumento de incidência e prevalência na população pediátrica nas últimas décadas. A etiologia, nessa população, é multifatorial. As infecções urinárias, as anormalidades estruturais e metabólicas do rim e do trato urinário são fatores predisponentes à formação de cálculos urinários. As manifestações clínicas são incomuns e quando presente, a dor é o principal sintoma. A escolha do tratamento cirúrgico deve ser individualizada para cada paciente. Metodologia: é um trabalho descritivo e observacional realizado no Hospital Universitário da UFMA, com 19 pacientes de seis a treze anos, submetidos a procedimento cirúrgico para litíase urinária entre 2017 a 2022. Resultados: os pacientes possuíam idade de 6 a 13 anos, sendo a maior faixa etária acometida os pacientes entre 6 e 8 anos. O sexo feminino foi o mais prevalente. A sintomatologia variou, sendo a mais comum a cólica renal, seguido de hematúria. A infecção urinária foi comum em quase metade dos pacientes (n=9), dentre os quais 1 paciente apresentou ITU de repetição. O principal tratamento cirúrgico foi a ureterorrenolitotripsia flexível, seguido da nefrolitotripsia percutânea, porém também foram realizados ureterolitotripsia semirrígida e cirurgias abertas (ureterolitotomia ou pielolitotomia) em casos específicos. Em todos os pacientes foi implantado o cateter duplo J e o tempo de permanência médio do cateter duplo J em nossos pacientes variou de 27 a 144 dias. No presente estudo, houve uma taxa de complicação de 15,78% grau I de Clavien-Dindo. Conclusão: Os pacientes eram predominantemente do sexo feminino e encontravam-se principalmente na faixa etária dos 6 aos 8 anos. As taxas de complicações relacionadas aos procedimentos são baixas, entretanto sangramento é uma complicação grave, que aumenta a morbimortalidade dos pacientes.

Palavras-chave: Litíase urinária 1. População Pediátrica 2. Tratamento cirúrgico 3.

ABSTRACT

Introduction: Urinary tract lithiasis is a disease with increased incidence and prevalence in the pediatric population in recent decades. The etiology in this population is multifactorial. Urinary infections, structural and metabolic abnormalities of the kidney and urinary tract are predisposing factors to the formation of urinary calculi. Clinical manifestations are uncommon and, when present, pain is the main symptom. The choice of surgical treatment must be individualized for each patient. Methodology: is a descriptive and observational study carried out at the University Hospital of UFMA, with 19 patients aged between six and thirteen years, who underwent a surgical procedure for urolithiasis between 2017 and 2022. Results: the patients were aged between 6 and 13 years, with the highest age group affected being patients between 6 and 8 years. Females were the most prevalent. Symptoms varied, the most common being renal colic, followed by hematuria. Urinary tract infection was common in almost half of the patients (n=9), among which 1 patient had recurrent UTI. The main surgical treatment was flexible ureterolithotripsy, followed by percutaneous nephrolithotripsy, but semi-rigid ureterolithotripsy and open surgery (ureterolitotomy or pyelolithotomy) were also performed in specific cases. The double J catheter was implanted in all patients and the average length of stay of the double-J catheter in our patients ranged from 27 to 144 days. In the present study, there was a complication rate of 15.78% Clavien-Dindo grade I. Conclusion: The patients were predominantly female and were mainly aged between 6 and 8 years. The rates of complications related to the procedures are low, however, bleeding is a serious complication, which increases the morbidity and mortality of patients.

Keywords: Urinary lithiasis 1. Pediatric population 2. Surgical treatment 3.

INTRODUÇÃO

A litíase do trato urinário é uma doença pouco prevalente na população pediátrica, entretanto se observou um aumento na sua incidência e prevalência nas últimas décadas1. Em países desenvolvidos a incidência varia de 1% à 3%, apresentando média de idade de 9 anos, em especial naquelas que apresentam histórico familiar2.

A etiologia dos cálculos do trato urinário nessa população é multifatorial, apresentando em até 85% dos casos uma causa litogênica atribuível3-5. As anormalidades do metabolismo são importantes fatores de risco para o desenvolvimento da doença, sendo fundamental a avaliação metabólica após o diagnóstico inicial6,7. Os principais fatores de risco metabólicos estão associados à hipercalciúria, hipocitratúria e baixo fluxo urinário8,9. A identificação da anormalidade metabólica permite uma orientação mais específica tanto do tratamento como para prevenção da recorrência de litíase7.

As infecções urinárias e as anormalidades estruturais do rim e do trato urinário são outros fatores predisponentes à formação de cálculos urinários. A infecção urinária pode ser um fator primário para o desenvolvimento dos cálculos do trato urinário ou um fator associado. As crianças do sexo masculino são mais propensas ao desenvolvimento de cálculos infecciosos, devido a maior propensão a uropatias obstrutivas que levam à estase urinária6,10,11.

Esses cálculos são compostos principalmente por estruvita e estão relacionados a bactérias produtoras de urease (p. ex., Proteus mirabilis, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa), estando associados a cálculos coraliformes. A inflamação crônica renal pode levar à destruição do parênquima renal, promovendo uma disfunção completa do rim afetado6,11.

As manifestações clínicas nessa população são comuns, apenas 15% são assintomáticos. A dor é o principal sintoma, comum em cerca de 75% dos pacientes, localizada normalmente no abdome ou em flanco, porém em crianças pequenas é difícil a caracterização da dor. A intensidade da dor varia de acordo com a localização do cálculo. Cálculos renais comumente são assintomáticos, enquanto os cálculos ureterais são responsáveis por quadros álgicos mais intensos. Outras manifestações comuns são hematúria macroscópica, disúria, polaciúria, urgência miccional e náuseas/vômitos1,12-14.

O diagnóstico de litíase urinária é baseado na história clínica, exame físico e em diagnóstico por imagem. As principais modalidades de imagem utilizada em crianças são a ultrassonografia (US) e a tomografia computadorizada (TC) sem contraste.

Embora a maioria dos pacientes pediátricos evoluam com eliminação espontânea dos cálculos, a intervenção cirúrgica é necessária em uma parte considerável. Os tratamentos não invasivos, como a litotripsia extracorpórea, ou minimamente invasivos, como a ureterorrenolitotripsia flexível ou nefrolitototripsia percutânea, são os mais indicados nessa população. Entretanto, as cirurgias abertas ainda são empregadas em cerca de 20% dos casos15. A escolha do tratamento cirúrgico deve ser individualizada para cada paciente, levando-se em consideração a localização, tamanho, quantidade de cálculos e preferência do cirurgião para escolha da técnica adequada.

Dessa forma, esse estudo visa descrever a experiência do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão no tratamento cirúrgico da litíase do trato urinário na população pediátrica, avaliando o perfil epidemiológico, sintomatologia, tipos de procedimentos, tempo de duplo J e complicações.

MÉTODOLOGIA

É um estudo descritivo, observacional, do tipo série de casos. Foi utilizado dados dos prontuários eletrônicos (AGHU) disponibilizado no sistema digital de dados de 19 pacientes submetidos a procedimento cirúrgico para litíase urinária entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023 no Hospital Universitário Presidente Dutra da UFMA.

Os dados utilizados nesta avaliação foram obtidas a partir das informações obtidas com o uso dos protocolos e complementados, quando necessário, através da busca ativa dos prontuários dos pacientes. A análise das variáveis categóricas foi feita pela frequência de ocorrência enquanto as variáveis numéricas foram analisadas através do cálculo da média e desvio padrão.

Aspectos éticos: Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do HUUFMA, com número CAAE: 65747922.8.0000.5086, e só teve início após a sua aprovação, conforme Resolução n.º 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde que norteia as pesquisas envolvendo seres humanos, através da Plataforma Brasil. Não gerou custos para a instituição de saúde. Uma vez que se trata de estudo retrospectivo foi solicitada dispensa de aplicação de termo de consentimento livre esclarecido, e foram tomados os devidos cuidados para resguardar o sigilo da paciente envolvida.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Litíase renal é cada vez mais diagnosticado em crianças. Estudos demonstram um aumento considerável dos casos de litíase renal em pacientes pediátricos nos últimos anos2,16,17, alguns estudos relacionam esse aumento ao aumento da obesidade infantil17.

A incidência de cálculos renais aumenta com a idade2,16. Em nosso estudo, analisamos crianças de 6 a 13 anos, e obtivemos média de idade de 8,36 anos. Destoante da literatura, nossa maior incidência foi dos 6 aos 8 anos (63%), com diminuição da incidência com o aumento da idade (GRÁFICO 1).

GRÁFICO 01. Idade dos pacientes pediátricos submetidos a tratamento cirúrgico de litíase urinária no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 a 2022

Em um estudo de base populacional nos Estados Unidos com pacientes acima de 10 anos de idade, adolescentes entre 10 e 19 anos representaram apenas 4% do total de episódios de cálculos renais18. A explicação para a menor incidência pediátrica é desconhecida, mas pode ser devida em parte às maiores concentrações de inibidores da formação de cristais, como citrato e magnésio, na urina de crianças em comparação com adultos19.

O sexo feminino foi o mais afetado com litíase urinária, no presente trabalho, representando 57,89% (n=11) (TABELA 1). Esses dados convergem com a predominância feminina em estudos de Milliner et al e Ece et al. Entretanto, a literatura aponta predominância do sexo masculino na população pediátrica19-26.

TABELA 01. Informações quanto ao sexo dos pacientes pediátricos acometidos por litíase urinária que realizou intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022.

Fonte: os autores

Nos Estados Unidos, a distribuição por sexo variou com a idade em crianças hospitalizadas por cálculos renais27. Os meninos foram mais comumente afetados na primeira década de vida e as meninas na segunda década. Essa variação de sexo pode inferir que os meninos são mais propensos a ter malformações urinárias obstrutivas, resultando em cálculos renais que geralmente se manifestam precocemente, enquanto há um aumento na taxa de infecções do trato urinário, outro fator de risco para cálculos renais, em meninas pós-púberes sexualmente ativas27.

A apresentação da litíase urinária em crianças é frequentemente atípica1. Pacientes adultos são mais propensos a apresentar os sinais e sintomas clássicos de litíase urinária, como dor no flanco ou no abdome e hematúria macroscópica28. Esses sintomas podem passar despercebidos em pacientes pediátricos mais jovens, que apresentam dificuldade em localizar ou descrever seus sintomas. Com isso, esses pacientes procuram o pronto socorro por mais de uma vez e não conseguem fechar o diagnóstico. No entanto, todos os pacientes apresentaram alguma sintomatologia em nosso estudo. O sintoma mais prevalente foi a cólica renal (63%), seguido por hematúria (26%) e disúria (5%) (TABELA 02).

TABELA 02. Sinais e sintomas dos pacientes pediátricos acometidos com litíase urinária que realizaram intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022.

Fonte: os autores

A infecção do trato urinário (ITU) esteve presente em 47% dos pacientes, sendo 1 caso de ITU de repetição. Não foi possível correlacionar esses casos à distúrbios metabólicos como relatado por Issler et al (2017), uma vez que apenas 8 pacientes realizaram avaliação metabólica e de forma incompleta (TABELA 02) (TABELA 03).

Estudos demonstram que em cerca de 90% dos pacientes pediátricos com litíase urinária há pelo menos um fator de risco metabólico associado6,29. Nossa investigação contemplou apenas 8 (42,1%) pacientes, sendo que os dados sobre o estudo metabólico estavam incompletos. Isso se deve ao fato do Hospital Universitário UFMA/EBSERH não apresentar um protocolo definido para litíase urinária em população pediátrica além da demora de se realizar os exames laboratoriais. Em relação a citratúria, temos dados de 4 pacientes (21,05%), nos quais foi evidenciado hipocitratúria em 3 (15,78%) e citratúria normal em 1 (5,26%). Além disso, em relação a oxalúria, apenas 2 (10,52%) pacientes apresentavam dados, nos quais foi identificado oxalúria normal. Foi avaliado o cálcio urinário em 7 (36,84%) pacientes, 6 (31,57%) apresentavam calciúria dentro da normalidade e 1 (5,26%) apresentava hipocalciúria. Outro parâmetro avaliado foi a uricosúria em 8 (42,1%) pacientes, obtendo uricosúria normal em 5 (26,31%) pacientes e hipouricosúria em 3 (15,78%) pacientes (TABELA 03). Dos 8 pacientes investigados para distúrbio metabólico, foi encontrado alteração em 6 pacientes, o que representa uma taxa de distúrbio metabólica de 75%.

TABELA 03. Distúrbio metabólico nos pacientes pediátricos acometidos com litíase urinária que realizaram intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022.

Fonte: os autores

Em pacientes adultos com cálculos renais, a hipocitratúria é um achado frequente, além disso foi relatada em 10% das crianças com cálculos renais30. A excreção de citrato é maior em crianças do que em adultos. Em crianças, a hipocitratúria é definida como uma taxa de excreção urinária de citrato inferior a 400 mg/g de creatinina em uma coleta de urina de 24 horas31. Embora falte elucidação acerca da causa da hipocitratúria, as etiologias propostas incluem a ingestão de uma dieta rica em proteínas e fatores poligenéticos. Infelizmente, em nossa população, o citrato urinário foi medido em apenas 4 casos selecionados. Dessa forma, nos inviabiliza a conclusões epidemiológicas sobre o papel da hipocitratúria e dos distúrbios metabólicos em nosso estudo.

A etiologia da litíase urinária pediátrica é influenciada pelo escopo da investigação metabólica, pela definição aceita e pela área geográfica. O objetivo de realizar uma avaliação metabólica e infecciosa é garantir um tratamento adequado que possa minimizar o risco de litíase urinária recorrente. Desse modo, ressalta-se a importância da investigação metabólica de todos os pacientes diagnosticados com litíase urinária, além da investigação da composição do cálculo, visando prevenir quadros de recidiva. Além disso, a análise da composição do cálculo é crítica para a introdução da terapia direcionada após a conclusão das análises de urina, contudo não foi possível a realização da investigação em nenhum dos pacientes, uma vez que nosso serviço não dispõe desse tipo de análise.

O diagnóstico de litíase urinária é baseado na história clínica, exame físico e em diagnóstico por imagem. As principais modalidades de imagem utilizada em crianças são a ultrassonografia (US) e a tomografia computadorizada (TC) sem contraste. No presente trabalho, 15 pacientes foram submetidos a algum método de diagnóstico por imagem, optandose pelo diagnóstico inicial por meio de US. Porém, quatro pacientes não apresentavam, em seus prontuários, informações sobre a realização ou não de algum método por imagem (TABELA 04).

TABELA 04. Pacientes pediátricos acometidos com litíase urinária que realizaram intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022 submetidos a exames de imagem.

Fonte: os autores

A TC é o exame mais sensível para a detecção de cálculos renais, seguida da ultrassonografia e da radiografia simples32,33. O método de imagem preferível para detecção de cálculos renais é a US, uma vez que possui eficácia na detecção e evita a radiação, sendo o método de escolha em casos de suspeita de litíase urinária. Contudo, possui como limitação a detecção de cálculos menores que 5 mm e o fator de ser um método operador dependente, necessitando de experiência do ultrassonografista para melhor sensibilidade do método34,35.

Atualmente, o método mais sensível no diagnóstico de litíase urinária em crianças é a TC, detectando até mesmo cálculos menores que 5 mm32,36. Além disso, é possível a obtenção de informações acerca da anatomia de forma detalhada e de anormalidades estruturais37. Entretanto, a exposição à radiação levanta preocupações sobre seu uso como modalidade de imagem inicial. Preocupações foram levantadas de que crianças pequenas podem ser expostas a radiação excessiva, se doses convencionais de radiação para adultos forem usadas durante o procedimento38.A quantidade de radiação que a TC fornece depende de muitos fatores, especialmente dos protocolos usados e das configurações do equipamento para o exame individual. Exames de TC realizados adequadamente em crianças devem expor uma criança a exposições muito menores do que aqueles para o mesmo procedimento em um adulto. O benefício potencial de um exame de TC indicado é clinicamente reconhecido e documentado e é muito maior que o risco potencial de câncer53.

Pacientes pediátricos diagnosticados com cálculos renais costumam ter grandes chances de resolução espontânea durante o acompanhamento. Estudos apontam que 75% dos cálculos renais menores que 5 mm em crianças serão expelidos de forma espontanea em um período de 1,1 ano e apenas 15% exigirão intervenção cirúrgica.No entanto, cálculos maiores que 6 mm tem menor probabilidade de resolução espontânea e precisarão de intervenção cirúrgica39,40. Uma revisão sistemática da literatura relatou taxas de eliminação de cálculos em torno de 90% em crianças com idade média de 7,8 anos, em cálculos de tamanho médio de 9,8 mm e localizado, principalmente, no ureter (83%)45.No estudo atual, os cálculos urinários variaram de 04 mm a 43 mm, com média de 14 mm. Desse modo, todos os pacientes em estudo foram submetidos a alguma modalidade de tratamento cirúrgico (TABELA 05).

TABELA 05. Tamanho do cálculo dos pacientes pediátricos acometidos com litíase urinária que realizaram intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022.

Fonte: os autores

Como qualquer intervenção cirúrgica para cálculos renais, a seleção adequada do paciente pode levar ao aumento do sucesso geral sem a ocorrência de complicações. Um desses fatores relatados que foi proposto para afetar a resposta bem-sucedida foi a fragilidade do cálculo renal. A TC permite realizar a previsão da composição do cálculo com base na medição de unidade de Hounsfield. Abdelhamid et al. demonstraram que uma taxa de falha mais alta foi encontrada em cálculos renais duros, a maioria desses cálculos exigiu mais de um procedimento para responder ao tratamento, independentemente do tamanho do cálculo54.A densidade do cálculo é algo factível de ser realizado em nossa instituição, porém apenas 15 pacientes realizaram TC do aparelho urinário, 7 pacientes tiveram Unidades de Hounsfield (HU) documentada, sendo 1 paciente apresentou densidade < 500 UH, 4 pacientes apresentou densidade entre 500 e 1000 UH e 2 pacientes apresentou densidade > 1000 UH (TABELA 08).

TABELA 08. Densidade dos cálculos dos pacientes pediátricos acometidos com litíase urinária que realizaram intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022.

Fonte: os autores

Várias opções minimamente invasivas para remoção de cálculos renais ou ureterais estão disponíveis para tratamento cirúrgico em crianças41. Esses procedimentos geralmente substituem a remoção cirúrgica aberta de cálculos e podem ser usados em crianças de todas as idades, incluindo crianças pequenas e bebês. No entanto, a experiência e o conforto do cirurgião, bem como os equipamentos compatíveis com o tamanho da criança, devem ser considerados na escolha do procedimento cirúrgico.

O tratamento da litíase urinária infantil é desafiador devido ao tamanho menor rins e vias urinárias. Um procedimento cirúrgico eficiente, seguro e menos invasivo, seguido de um pós-operatório bem manejado, é fundamental no tratamento desses pacientes. As indicações para intervenção cirúrgica na criança com doença calculosa são semelhantes às da população adulta: dor intratável, infecção e obstrução grave. A litotripsia por ondas de choque (LCO) é o método minimamente invasivo por excelência no tratamento da litíase urinária e tem se mostrado eficaz na população pediátrica. A instrumentação ureteroscópica tornou-se cada vez mais miniaturizada e, como resultado, esse método de tratamento de cálculos ureterais também está se tornando mais comum, mesmo em crianças pequenas com cálculos ureterais55. Porém, essa modalidade de tratamento para litíase não está disponível nesta instituição. A abordagem cirúrgica dos pacientes do estudo foi individualizada, sendo optado por realizar ureterolitotomia, pielolitotomia, ureterolitotripsia rígida, ureterorrenolitotripsia flexível ou nefrolitotripsia percutânea (NLTP) (GRÁFICO 02). Independentemente da seleção das modalidades de tratamento, o objetivo final é tornar o paciente pediátrico livre de cálculos e reduzir ao mínimo o risco de recorrência.

GRÁFICO 02. Tipos de Tratamento Cirúrgico para litíase urinária em pacientes pediátricos
no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022

A NLTP consiste na obtenção de acesso percutâneo ao sistema coletor. Realiza-se a punção do sistema coletor com agulha de Chiba em região dos flancos, seguido da passagem do fio guia hidrofílico através da agulha de Chiba, realiza-se a dilatação da pele, tecido celular subcutâneo, músculo, retroperitônio, parênquima renal e sistema coletor com auxílio dos dilatadores de Alken, em seguida, inicia-se a tripsia do cálculo e extração dos fragmentos de cálculo com a pinça de apreensão. A depuração de cálculos através da NLTP teve resultados que variaram de 70 a 95%. O sucesso varia dependendo da experiência do urologista, da complexidade dos cálculos e da presença de uma anormalidade estrutural subjacente42. Uma revisão sistemática relatou que a NLTP teve maior remoção de cálculos do que ureterorrenolitotripsia, incluindo cálculos <2 cm de diâmetro43. No entanto, a NLTP foi associado a um maior tempo operatório e internação hospitalar e teve uma maior taxa de complicações para crianças com cálculos <2 cm de diâmetro42.

O tratamento endoscópico urológico por meio da ureterorrenolitotripsia foi adaptado para uso em pacientes pediátricos de todas as idades como terapia de primeira linha para cálculos < 20 mm de diâmetro. Também pode ser uma opção, em casos selecionados, para o manejo de crianças com cálculos maiores que 20 mm, em que a NLTP não é viável44,45. Uma vez que, o cálculo é visualizado, ele é extraído ou fragmentado com Holmium laser, ultrassom ou litotripsia eletro hidráulica. A ureterolitotomia e a nefrolitotomia raramente é realizado hoje e é reservado para crianças que falharam em outros procedimentos urológicos endoscópicos ou para aquelas com anormalidades anatômicas renais ou ureterais complexas46,47.

Embora o uso de cateter duplo J tenha sido um método comprovado e eficaz em várias situações clínicas, deve-se sempre ter em mente as complicações associadas ao uso prolongado do mesmo. As complicações incluem migração retrógrada, fragmentação, calcificação, formação de cálculos e oclusão48. Apesar das inovações tecnológicas do material usado na confecção dos cateteres, a incrustação continua sendo um dos efeitos colaterais mais importantes. Calcificação do cateter duplo J ocorre com mais frequência naqueles cateteres que permanecem por um período mais prolongado. Estudos relataram taxa de calcificação de 9,2% em cateteres duplos J que permaneceram por <6 semanas, com aumento da taxa para 76,3% em tempo de permanência de até 12 semanas48,49.

O tempo de permanência médio do cateter duplo J em nossos pacientes foram de 68 dias (9,7 semanas), variando de 27 a 144 dias e todos colocaram o cateter durante o procedimento cirúrgico (TABELA 06). Não foram observados nenhuma complicação associada ao tempo de permanência prolongado, entretanto devemos buscar meios de otimizar esse tempo de permanência, visando a prevenção das complicações mencionadas.

TABELA 06. Tempo médio em dias de permanência do cateter duplo J dos pacientes pediátricos acometidos com litíase urinária que realizaram intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022.

Fonte: os autores

Estudos acerca de complicações cirúrgicas para o tratamento de litíase urinária são limitados na população pediátrica. Ademais, os eventos adversos graves são semelhantes a taxa da população adulta (cerca de 5%). As principais complicações são sepse urinária, sangramentos, perfuração da pelve renal e lesão de órgãos adjacentes50,51. No presente estudo, obtivemos informações relacionadas a complicações de 14 pacientes, sendo que identificamos uma taxa de complicação grau I de Clavien-Dindo de 15,78%52. Desse modo, nossa taxa de complicação converge com os estudos da literatura atual (TABELA 07).

TABELA 07. Taxa de complicação dos pacientes pediátricos acometidos com nefrolitíase que realizaram intervenção cirúrgica no Hospital Universitário Presidente Dutra entre 2017 e 2022.

Estudos retrospectivos como este são limitados pela incompletude e baixo nível de detalhamento dos dados presentes no prontuário eletrônico. Embora pudéssemos identificar com precisão as crianças que realizaram tratamento cirúrgico no Hospital Universitário UFMA, a capacidade de caracterizar completamente a anamnese, exame físico e exames complementares não foi adequada, pois os dados não estavam descritos de forma completa no prontuário eletrônico. Desse modo, não podemos fornecer dados sobre análise metabólica, que demonstraram ser de interesse para o diagnóstico etiológico da litíase urinária, sendo assim não podemos tirar conclusões epidemiológicas sobre distúrbios metabólicos associados. Além disso, nossos resultados são baseados em dados obtidos de pacientes atendidos em nosso hospital, que apesar de ser uma rede terciária e de referência, não possuem dados para um estudo de base populacional. Portanto, nossos resultados podem diferir dos resultados da literatura da população geral.

CONCLUSÕES

O diagnóstico de litíase urinária na população pediátrica vem aumentando a cada dia, dessa forma, os serviços hospitalares terciários precisam direcionar sua atenção para esse público para realizar o tratamento e evitar recidivas.

Como somos o único serviço público do estado que realiza procedimentos cirúrgicos urológicos na população infantil nesse estado, devemos levar em conta a alta demanda e avaliarmos a implantação de um protocolo para atendimento, acompanhamento e tratamento dos pacientes, visando melhorar a qualidade do atendimento, a identificação de diagnóstico etiológico e mitigar as complicações cirúrgicas.

Além disso, esse trabalho nos mostra que é totalmente factível a realização do tratamento cirúrgico endo urológico para litíase urinária em população pediátrica apesar dos equipamentos não serem todos miniaturizado.

CONFLITOS DE INTERESSE

Este trabalho não possui conflitos de interesse.

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      1Hospital Universitário Presidente Dutra

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      3Hospital Carlos Macieira

      4Hospital Universitário Presidente Dutra