REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7994745
Amanda Da Silva Leandro;
Karolina Elisabeth Pinheiro;
Katia Suellen Da Costa Cruz;
Larissa Evelyn De Melo Flores;
Regiane Da Silva;
Orientadora: Ana Maria Gonçalves Carr.
RESUMO
Introdução: Asma é uma doença caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo, sendo uma das principais causas de visitas nas Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica. Manifesta- se clinicamente por episódios recorrentes de sibilos, dispneia, sensação de aperto no peito e tosse.
A ventilação mecânica não invasiva é definida como um suporte ventilatório que não necessita de tubo orotraquial ou traqueostomia, é utilizado por meio de uma interface tipo máscara, com objetivo de promover a ventilação adequada, diminuir o trabalho respiratório e a fadiga muscular. Objetivos: O uso da VNI tem uma eficácia percebida logo após aplicação em pacientes asmáticos, levando à redução da necessidade de intubação. Tendo uma grande importância para o auxílio na melhorada expiração e inspiração assim auxiliando a troca gasosa de maneira eficiente. A fisioterapia atua no tratamento e prevenção das crises de asma em crianças e a VNI é uma ferramenta bem aceita e eficaz nestes casos. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática buscando referências publicadas entre o período de 2015 a 2021. Através de pesquisas em banco de dados eletrônicos como portal de periódicos: Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), outros artigos publicados no período. Resultados: No total foram encontrados 30 artigos e em sequência utilizando a estratégia de PICO. Desses somente 13 foram recuperados no levantamento inicial através da leitura de titulo e leituras exploratórias de seus resumos. Dos 13 recuperados, 5 foram excluídos por não contemplarem os padrões de inclusões. Foram utilizados 8 artigos que se enquadraram no tema proposto.
Conclusão: Pode-se concluir que a VNI é considerada uma alternativa de suporte ventilatório na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, com boa aceitabilidade e elevadas taxas de sucesso, sendo indicada na presença de distúrbios respiratórios agudos e crônicos.
Palavras chaves: FISIOTERAPIA, ASMA, VENTILAÇÂO NÂO INVASIVA, CRIANÇAS E TRATAMENTO DA ASMA AGUDA.
ABSTRACT
Introduction: Asthma is a disease characterized by airflow obstruction and is one of the main causes of visits to Pediatric Intensive Care Units. It is clinically manifested by recurrent episodes of wheezing, dyspnea, chest tightness and coughing.
Non-invasive mechanical ventilation is defined as a ventilatory support that does not require an orotracheal tube or tracheostomy, it is used through a mask-like interface, with the aim of promoting adequate ventilation, reducing the work of breathing and muscle fatigue. Objectives: The use of NIV is perceived to be effective soon after application in asthmatic patients, leading to a reduction in the need for intubation. Having a great importance for helping to improve expiration and inspiration thus helping gas exchange efficiently. Physical therapy acts in the treatment and prevention of asthma attacks in children and NIV is a well-accepted and effective toolin these cases. Methods: A systematic review was carried out, seeking references published between 2015 and 2021. Through searches in electronic databases such as journal portal: Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), other articles published in the period. Results: In total, 30 articles were found and in sequence using the PICO strategy. Of these, only 13 were retrieved in the initial survey by reading the titles andexploratory readings of their abstracts. Of the 13 retrieved, 5 were excluded for not meeting the inclusion standards. Eight articles that fit the proposed theme were used.Conclusion: It can be concluded that NIV is considered an alternative for ventilatory support in the Pediatric Intensive Care Unit, with good acceptability and high successrates, being indicated in the presence of acute and chronic respiratory disorders.
Keywords: PHYSIOTHERAPY, ASTHMA, NON-INVASIVE VENTILATION, CHILDREN AND ACUTE ASTHMA TREATMENT.
1. INTRODUÇÃO
A asma é considerada uma doença inflamatória, que resulta em restrição variável do fluxo aéreo, podendo ser reversível espontaneamente ou com tratamento. As alterações fisiopatológicas incluem broncoespasmo, edema na parede da via aérea, com consequente aumento da resistência e do trabalho respiratório. O tratamento padrão, a nível ambulatorial na doença estável, deve incluir broncodilatadores, corticóide e fisioterapia (SCHAEFFER, Juliana et, al. 2018).
A agudização da asma é caracterizada por mudanças no status prévios do paciente, incluindo um progressivo aumento da sintomatologia e um decréscimo da função pulmonar. A asma é descrita quando o paciente apresenta agitação, uso da musculatura acessória para a respiração, frequência respiratória (FR) acima de 30 rpm, frequência cardíaca (FC) acima de 120 bpm, e saturação periférica de O2, em ar ambiente, menor que 90%.A exacerbação da asma pode evoluir para falência respiratória e podem ser ameaçadoras para a vida dos pacientes, que necessitarão de admissão hospitalar e de tratamento urgente. (KOSTAKOU, Kaniaris et al. 2019). A doença manifesta-se por episódios de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, especialmente, à noite e pela manhã, ao despertar. É considerada a doença mais comum na infância, gerando custos indiretos e diretos para a sociedade. No mundo, estimam-se 300 milhões de indivíduos com asma, obtendo uma prevalência global de 10%. No Brasil, o número de acometidos já passa de 20 milhões, com prevalência de 20% em jovens na região Sul do país. Anualmente, ocorrem 350 mil hospitalizações por asma no Brasil, constituindo-se a quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde e o terceiro motivo entre crianças e adultos jovens. Essas hospitalizações, frequentemente, são causadas por períodos de crise, podendo ser oriundas de diversas substâncias e fatores alérgenos, bem como processos infecciosos. Fisiologicamente, isso desencadeia a hiperresponsividade e a obstrução brônquica, além da ocorrência de edema e do acúmulo de muco no sistema pulmonar, comprometendo a impedância respiratória (RUCKERT, Daniele, et al. 2021). A ventilação mecânica em pediatria é um recurso frequentemente usado como suporte para crianças criticamente enfermas. Diminui o risco de morbidade e mortalidade e garante a manutenção da oxigenação e/ou da ventilação dos pacientes de maneira artificial até que estes estejam capacitados a reassumi-las.
O tratamento convencional para a asma depende da gravidade da condi- ção. Em casos de exacerbações asmáticas, geralmente dá-se início ao tratamen- to por meio de fármacos de primeira linha, que, geralmente, compõem-se de broncodilatadores e corticosteroides, seguidos pelos agentes de segunda linha, como o brometo de ipratrópio e sulfato de magnésio. Existem alguns pacientes, entretanto, que não respondem ao tratamento farmacológico de primeira linha, tampouco os de segunda linha. Este pacientes podem, na falha do tratamento medicamentoso, ser induzidos a um tratamento invasivo por meio da intubação orotraqueal (OLIVEIRA, Jaqueline et al. 2020).
A ventilação mecânica não invasiva (VNI) foi utilizada pela primeira vez em adultos no final da década de 1980. Em 1993, ao se realizar uma busca na base de dados PubMed, era possível encontrar apenas 14 publicações com o termo “noninvasive ventilation”. Em 2003, esse termo já alcançava 88 trabalhos. Em busca realizada em 2013, foram encontradas 230 publicações científicas por meio do mesmo descritor (SILVA, Paula et al. 2015).
A ventilação mecânica não invasiva (VNI) é definida como um suporte ventilatório que não necessita de tubo orotraqueal (TOT) ou traqueostomia, utilizada por meio de uma interface, com o objetivo de promover a ventilação adequada, diminuir o trabalho respiratório, prevenir a fadiga muscular respiratória, aumentar a ventilação alveolar e melhorar as trocas gasosas, evitando, assim, a intubação e promovendo, em alguns casos, uma extubação precoce. É um recurso terapêutico não farmacológico e não invasivo, que pode ser utilizado na tentativa de amenizar as complicações e sintomas causados pela asma. Consiste em uma modalidade de suporte ventilatório que, por meio da utilização de interfaces não invasivas, permite aventilação do doente, sem necessidade de recorrer à ventilação invasiva por intermédio da intubação orotraqueal (MAGALHÃES, Fransuele et al .2018).
Atualmente, a VNI é considerada uma alternativa de suporte ventilatório na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), com boa aceitabilidade e elevadas taxas de sucesso ( Grande, Rosangela et al. 2020).
O mecanismo de funcionamento da VNI na crise de asma parece estar baseado em seu efeito broncodilatador, que leva ao recrutamento alveolar. Este ocorre como resultado da PEEP, que compensa o efeito gerado pelo aumento da PEEP intrínseca. Ocorre incremento de fluxo por intermédio dos canais de ventilação colateral, reexpandindo áreas atelectasiadas, melhorando a relação ventilação/perfusão e, consequentemente, diminuindo o trabalho respiratório. Quanto utilizada no modo com dois níveis de pressão positiva nas vias aéreas (BIPAP – bilevel positive airway pressure), a pressão inspiratória (IPAP) pode ajudar a musculatura inspiratória a vencer a limitação ao fluxo de ar e a hiperdistensão da caixa torácica, aumentando o volume corrente gerado. Na VNI, interface entre o paciente e o respirador pode ser uma máscara mantida no lugar por uma touca ou uma pronga nasal, ou seja, sem intubação traqueal, reduzindo as complicações da ventilação mecânica invasiva e aparecendo como uma alternativa para os pacientes pouco responsivos ao tratamento padrão para crise de asma. Existem algumas complicações que podem vir associadas ao uso da VNI, como lesões de pele (apoio da máscara), distensão gástrica, podendo levara vômitos e aspirações, enfisema subcutâneo, entre outros (SILVA, Paula et al. 2015).
Justifica-se que a VNI tem uma eficácia percebida logo após aplicação em paciente asmático, o fisioterapeuta atua de maneira preventiva e auxiliando na admistração e monitoração da VNI. Tendo uma grande importância para o auxílio na melhora da expiração e inspiração assim auxiliando a troca gasosa de maneira eficiente. A fisioterapia atua no tratamento e prevenção das crises de asma em crianças e a VNI é uma ferramenta bem aceita e eficaz nestes casos.
2. OBJETIVOS
Geral
- Demonstrar a eficácia da ventilação não invasiva como recurso fisioterapeutico em crianças com asma aguda;
Especifíco
- Esclarecer a ventilação não invasiva no tratamento da asma e sua importância;
- Esclarecer os efeitos fisiológicos causados pela asma;
- Conhecer a atuação da fisioterapia na VNI e no manejo da asma na fase aguda.
3. MÉTODOS
Protocolo e critérios de seleção
O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática da literatura. Este método permite reunir os conhecimentos de um determinado assunto empregando vários estudos já publicados. Realizado por meio de pesquisa bibliográfica de caráter exploratório e descritivo. Para a realização da mesma, foi efetuado um levantamento de publicações científicas relacionadas com a temática da pesquisa. Para realização do estudo foi realizado busca eletrônica nas bases de dados LILACS (Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde), SciELO (Scientifc Eletronic Library Online),e outros artigos publicados no período de 2015 a 2021, usando os descritores: Fisioterapia, Asma, ventilação não invasiva, crianças e tratamento da asma, estratégia de pico e critérios booleanos com AND,OR. Onde foram indetificados 30 artigos publicados nas bases de dados descritas, desses somente13 foram recuperados no levantamento inicial através da leitura de titulo e leituras exploratórias de seus resumos. Dos 13 recuperados, 5 foram excluídos por não contemplarem os padrões de inclusões.
Por fim, na realização do levantemento bibliográfico foram coletados 8 artigos que se enquadraram no tema proposto.
O processo para a escolha dos artigos foi apresentado por meio do fluxograma e os elementos fundamentais da questão de pesquisa e da construção da pergunta para a busca bibliográfica através da Tabela PICO.
Critérios de inclusão
Estão estabelecidos como critérios de inclusão: estudos publicados no idioma português, artigos com população alvo sendo menores de 18 anos, artigos que citavam a patologia da asma, ventilação não invasiva e que relacionavam os efeitos da VNI na asma.
Critérios de exclusão
Foram estabelecidos como critérios de exclusão: os artigos incompletos, resumos, artigos de sites desconhecidos, aqueles que não possuem evidencia cientificas e artigos que não respondiam aos objetivos esperados.
4. TABELA PICO
P | População | Crianças com asma aguda. |
I | Intervenção | Efeito da ventilação não invasiva em crianças asmáticas. |
C | Comparação | VNI x Síndrome respiratória aguda ou crônica. |
O | Outcomes/Desfecho | Eficácia da VNI em crianças asmáticas. |
Legenda:
P- População ou Paciente;
I – Intervenção ou Exposição;
C – Comparação;
O – Desfecho Variável;
5. CRONOGRAMA
MESES | JUL/ 2022 | AGOS/ 2022 | SET/ 2022 | OUT/ 2022 | FEV/ 2023 | MAR/ 2023 | ABR/ 2023 | MAIO / 2023 | JUN/ 2023 |
ETAPAS | |||||||||
Orientação de TCC | X | ||||||||
Definição do tema | X | ||||||||
Definição dos objetivos | X | ||||||||
Revisão de literatura | X | ||||||||
Instruções para introdução | X | ||||||||
Elaboração dos Métodos | X | ||||||||
Entrega do projeto | X | ||||||||
Resultados parciais | X | X | |||||||
Discussões parciais | X | X | |||||||
Entrega da primeira parte do trabalho | X | ||||||||
Discussão | X | ||||||||
Considerações finais | X | ||||||||
Entrega do TCC | X |
6. FLUXOGRAMA DE SELEÇÃO DOS ESTUDOS PRESENTES
7. RESULTADOS
A pesquisa foi realizada com base de dados eletrônicos, foram encontrados 30 estudos que se tratavam do tema escolhido, sendo eles todos avaliados em conjunto pelos responsáveis integrantes.
Na tabela citada é descrito o que o estudo apresenta e o intuito do que cada artigo nos trazia como conteúdo.
Logo abaixo, na figura do fluxograma é apresentado o resultado de inclusão e exclusão dos estudos para o desenvolvimento, onde 8, número total de artigos que foram selecionados que atendiam os critérios da pesquisa, sendo 3 lilacs, 4 scielo e1 de outros.
Autor / Ano | Objetivos | População | Tipo de Estudo | Desfecho |
Magalhães; Soares, et al.(2018). | Avaliar a VNI em pacientes asmáticos, sem a necessidade de recorrer à ventilação invasiva por intermédio da intubação orotraqueal. | Paciente internados na UTI e em ambulatórios. | Revisão integrativa. | A VNI é um recurso terapêutico, que pode ser utilizado natentativa de amenizar as complicações e sintomas causados pela asma. |
Abramo, et al. (2017). | Avaliar a VNI no modo CPAP ou Bipap, em asmáticos pediátricos agudos. | 1.157 crianças asmáticas que fizeram uso da VNI no modo Bipap. | Análise descritiva. | A VNI no modo Bipap é segura, eficaz no tratamento da asma, menor tempo de terapia, baixo índice de entubação. |
Kang, et al. (2019). | Sem interação, revisão de prontuários. Bipap por máscara nasal. Agrupadas de acordo com o uso do Bipap (SIM/NÃO). 24 com Bipap e 21 sem Bipap. | 33 crianças com (idade < 18 anos), admitidas em UTIP, por crise de asma. | Estudo descritivo retrospectivo. | Houve melhora significativa dos níveis de PCO2 e na FR do grupo Bipap após o início do suporte ventilatório em relação ao não Bipap. Os níveis de SpO2 melhoraram significativamente nos dois grupos. |
Pilar, et al> (2017). | Descrever a experiência com cânula nasal dealto fluxo (CNAF) e VNI em crianças com asma grave. | Crianças admitidas na Unidade de Terapia Intensiva. | Estudo DE Coorte. | No início precoce da VNI em associação com broncodilatador e corticosteroides é uma alternativa inicial segura para o tratamento da asma grave. Em casos mais graves a CNAF pode atrasar o inicio da VNI resultando em uma maior permanência na UTI Pediatríca. |
Golden et al. (2015). | Avaliar o tratamento com Bipap e gravidade moderada. Esem Bipap com gravidade leve. | 933 crianças admitidas na Utip com exacerbações agudas de asma. | Estudo observacional prospectivo. | As crianças que fizeram uso do Bipap estavam mais propensas a internamento hospitalar, além de não observarem nenhum benefício aparente com o seu uso e nem na redução do tempo de estadia hospitalar. |
Basnet et al. (2015) | Avaliar o benefício associado à VNI em conjunto com a terapia medicamentosa convencional. | 20 crianças, admitidas na Utip com estado asmático. | Estudo clínico prospectivo randomizado, controlado. | O uso precoce de VNI + broncodilatadores de ação rápida eesteroides sistêmicos, pode ser seguro, efetivo e bem tolerado. |
Schaeffer et al, (2018) | Avaliar a eficácia do BIPAP (IPAP=12 cmH2O e EPAP= 8 cmH2O), CPAP (8 cmH2O) ou treinamento muscular respiratório (TMR- controle), submetidos a 10 sessões de 1 hora. | Crianças e adolescentes asmáticas. | Revisão Sistemática. | Houve redução brônquica no grupo BIPAP e CPAP. Nenhuma alteração na função pulmonar ocorreu no grupo TMR. |
Rehder et al. (2017). | Revisar terapias auxiliares (Beta Agonista, heliox, anticolinérgicos, VNI, antibiótico, magnésio, ECMO) incluindo os mecanismos básicos de ação e as evidências apoiando seus usos em paciente asmático. | Crianças com exacerbação moderada da asma aguda grave. | Revisão Sistemática. | Existem dados insuficientes para orientar o uso de terapias auxiliares seos sintomas persistirem ou a internação for necessário. No entanto, uma variedade de terapias pode ser considerada e pode fornecer benefícios ao paciente com exacerbação moderadada da asma aguda grave. |
8. DISCUSSÃO
Segundo os resultados obtidos, observa-se que a ventilação mecânica não invasiva, visa manter o controle da asma com o objetivo de promover a ventilação adequada, diminuir o trabalho respiratório, prevenir a fadiga muscular respiratória e melhorar as trocas gasosas, evitando a intubação e uma extubação precoce.
Diante dos artigos selecionados, foi analisado e constatado que em estudo realizado por ABRAMO, et al. (2017), utilizando o modo CPAP ou Bipap em pacientes asmáticos pediátricos agudos, demonstrou ser benéfico e seguro tendo um baixo índice de intubação e menos tempo de tratamento.
KANG, et al. (2019), fez o uso do modo Bipap por máscara nasal separando os pacientes em com ou sem uso do Bipap, obtendo resposta positiva no grupo com uso demonstrando melhora nos níveis de PCO2 e na FR diferente do grupo onde não houve o uso do Bipap, porém com melhora do SpO2 nos dois grupos.
KORANGET, et al. (2016), apesar de o fato da prevalência de asma em crianças ter aumentado mundialmente nas últimas décadas, as indicações para a VNI na asma aguda apresentam fragilidades. Observou-se que não há estudo em larga escala para validar os seus efeitos no tratamento da asma nessa população, nem protocolo padronizado a ser sugerido nas diretrizes atuais.
GOLDEN, et al. (2015), apontou que as crianças que fizeram uso do Bipap estavam propícias a um internamento hospitalar além de não ter nenhum benefício aparente nem redução de tempo de internação com uso deste modo.
PILAR, et al. (2017), mostrou controvérsia descrevendo a experiência com canula nasal de alto fluxo e VNI apresentando que no início a VNI em associação com broncodilatador e corticosteroides é inicialmente seguro para tratar asma grave e em casos graves a CNAF pode retardar o início da VNI tendo uma permanência maior na UTIP.
BASNET, et al. (2012), MAGALHÃES, et al. (2018) e SCHAEFFER, et al. (2018), mostraram que tanto o modo de Bipap quanto a VNI e VNI com uso de broncodilatadores, pode ser seguro não tendo nenhuma alteração pulmonar, sendo efetivo e bem tolerado tornando um modo de tratamento eficaz amenizando as complicações e sintomas causados pela fisiopatologia.
BERLINSKI, et al. (2017), demonstrou que outro benefício também associado a VNI é que a mesma pode ser utilizada junto a terapia medicamentosa convencional, visando melhorar a obstrução ao fluxo aéreo e reduzir o esforço respiratório. Cogita-se que a VNI possa potencializar a deposição de fármacos aerossóis (broncodilatador) nas vias aéreas por terapia inalatória durante a exacerbação da asma.
REHDER, et al. (2017), demonstrou que a insuficiência de dados para o uso de terapias auxiliares se houver persistência dos sintomas ou se necessário a internação, contudo tendo uma diversidade de terapias que podem ser consideradas, como a VNI e Bipap, oferecendo benéficos aos pacientes com exacerbação de asma grave.
SILVA, et al.(2015), atualmente acredita que o uso de VNI em outros grupos de pacientes, como por exemplo, pacientes com exerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tem levado a redução da necessidade de intubação, da mortalidade dos custos de tratamento, o que tem tornado seu emprego cada vez mais usual.
REHDERET, et al. (2017), relata que o tratamento da asma engloba diferentes mecanismos que visam manter o controle da doença incluído agentes farmacológico como os betas-2 agonistas inalatórios de curta duração, glicorticoídes orais e os anticolinérgicos inalatórios. Os antibióticos podem ser utilizados no processo de hospitalização.
KOSTAKOUETAL, et al. (2019), o tratamento convencional, em âmbito hospitalar, depende das condições de agravamento do paciente, sendo assim para o manejo inicial de agudizações da asma, fármacos são necessários. Usualmente, são utilizados fármacos com ação broncodilatadora (beta2-agosnista, de longa e curta ação) e corticosteroides sistêmicos.
MARTINEZ, et al. (2019), CNAF parece ser uma terapia útil para a exacerbação da asma em enfermarias pediátricas. A gravidade do comprometimento pulmonar e o número de admissões anteriores podem permitir a identificação de um grupo de risco que precise de CNAF. Alguns autores estimam que os valores da taxa de fluxo inicial apropriada e a taxa de fluxo máxima para a utilização da CNAF é baseada no peso corporal, enquanto outros autores determinam com base na gravidade da apresentação clínica do paciente.
DEMOULE, et al. (2020), a VNI evita que a maioria dos pacientes com exacerbação da asma necessite subsequentemente de ventilação invasiva. Os esforços futuros devem se concentrar na eficácia da VNI e na avaliação da técnica da cânula nasal de alto fluxo. A ventilação mecânica invasiva é reservada para pacientes que falham na VNI e são posteriormente intubado.
SILVA, et al. (2021), existem evidências que mostram o uso da pressão positiva na prevenção e reversão de atelectasias, principalmente em pacientes submetidos a cirurgias abdominais e torácicas. A VNI é um recurso útil para melhorar a tolerância durante o treinamento muscular, principalmente de pacientes em estágio avançado de doenças pulmonares crônicas.
SILVA, et al. (2015) tendo em vista que a utilização da VNI na DPOC parece ser eficaz e segura e a fisiopatologia da disfunção respiratória aguda na asma é, inúmeros aspectos semelhantes á da DPOC tem se pesquisado também o emprego desta nos quadros de crise de asma aguda ainda não estão totalmente fundamentados, e seu uso tem sido questionado, especialmente em crianças.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui se que, a VNI é uma alternativa satisfatória para o tratamento da ASMA, de uma forma mais branda, menos traumática pois por meio desta, faz se desnecessária a entubação do paciente ao mesmo tempo que se promove a ventilação adequada a diminuição do trabalho respiratório, a prevenção da fadiga muscular respiratória e o aumento da ventilação alveolar e melhora das trocas gasosas.
Não excluímos o fato de que o tratamento, pode ocasionar lesões de pele, distensão gástrica, podendo levar a vômitos e aspirações, porém, o uso da técnica, tem uma eficácia percebida logo após aplicação em paciente asmático, o que significa ter uma grande importância para o auxílio na melhora da expiração e inspiração assim auxiliando a troca gasosa de maneira eficiente. A fisioterapia segue tendo papel de extrema importância no uso desse método atuando de maneira preventiva e auxiliando na administração e monitoramento do equipamento da VNI.
10. REFERÊNCIAS
- DEMOULE A, Brochard L, Dres M, Heunks L, Jubran A, Laghi F, et al. How to ventilate obstructive and asthmatic patients – Intensive Care Med. [Internet]. 2020 [acesso 9 nov 2020]; 46(12):2436-2449. Disponível em: https://www.ncbi./.
- GONZÀLEZ – Martínez F, González-Sánchez MG, Toledo del Castillo B, Perez Moreno J, Muñoz MM, Rodriguez C. Treatment with high-flow oxygen therapy in asthma exacerbations in a paediatric hospital ward: experience from 2012 to 2016. An Pediatr [Internet]. 2019 [acesso 28 jun 2018]; 90(2):72-8. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/ 30322768/.
- GRANDE, R.A.. et al. Ventilação não invasiva em pacientes em uma UTI Pediátrica: fatores associados à falha. JBrasPneumol.2020;46(6):e20180053
- KANG, C. M et al. A ventilação com pressão positiva nas vias aéreas em doisníveis melhora eficientemente o desconforto respiratório nas primeiras horasdo tratamento de crianças com exacerbação grave da asma. J Formos Med.Assoc. V. 119, n.9,p.1.415-1.421,2019.
- KORANG, S. K et al. Ventilação com pressão positiva não invasiva para asma aguda em crianças. Banco de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas, edição 1, 2016.
- KOSTAKOU E, Kaniaris E, Filiou E, Vasileiadis I, Katsaounou P, Tzortzaki E, et al. Acute severe asthma in adolescent and adult patients: current perspectives on assessment and management. J Clin Med 2019 [acesso 22 ago 2019]; 1283;10.3390.
- MAGALHÃES, Fransuele Lopes dos Santos. Os benefícios da Ventilação Não Invasiva nos pacientes internados na UTI e em ambulatórios. 2018. 11 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Saúde daFamília) – Instituto de Ciências da Saúde, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, São Francisco do Conde, 2018.
- MENNA, S.S; Silva, P.S. Ventilação mecânica não invasiva na crise de asma aguda grave em crianças: níveis de evidências. Rio grande do sul: Rev BrasTerIntensiva.2015.
- REHDER, KJ. Adjunct Therapies for Refractory Status Asthmaticus in ChildrenRespir Care [Internet] 2017 [acesso 10 jun 2017]; 62(6)849-865.
- RUCKERT, D. O., Donadio, M. V. F., &Heinzmann-Filho, J. P. (2021). Intervenções de fisioterapia respiratória utilizadas durante a hospitalização de crianças e adolescentes com asma: Relatos profissionais. Scientia Medica, 31(1), e39356.
- SCHAEFFER, J. G., Mendes, E. R., &Chicayban, L. M. (2018).
- VENTILAÇÃONÃOINVASIVAPARAEXACERBAÇÃODAASMA:REVISÃODALITERATURA.Biológicas&Saúde,8(27).https://doi.org/10.25242/88688272018 1492. Acesso em: 14 de nov de 2018.
- SILVA, J. A. A.; OLIVEIRA, A. I. da S.; MAGALHÃES NETO, E. A. Impactos da ventilação não invasiva em crianças asmáticas internadas em unidades de terapia intensiva e enfermarias: uma revisão integrativa. Revista Contexto & Saúde, v. 21, n. 42, p. 16-24, 2021.
Amanda Da Silva Leandro 2083681-3
Karolina Elisabeth Pinheiro 2106436-9
Katia Suellen Da Costa Cruz 2143114-1
Larissa Evelyn De Melo Flores 2094961-8
Regiane Da Silva 2283330-7
Orientadora: Ana Maria Gonçalves Carr.