CAN THE PHYSIOTHERAPIST CONTRIBUTE TO HUMANIZED CHILDBIRTH?
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7994236
Leila Karla Serrão Rodrigues1;
Lycia Beatriz Lisboa da Silvia1;
Thaiana Bezerra Duarte2.
Resumo
Introdução: Parto humanizado é um parto que possui o objetivo de minimizar a quantidade de medicamentos e procedimentos cirúrgicos, tornando-o menos artificial e violento. Na gestação e no trabalho de parto humanizado o fisioterapeuta auxilia várias técnicas, como: eletroterapia, exercícios para os músculos do assoalho pélvico, exercícios respiratórios, alongamentos, técnicas de massagem, orientações relacionadas a postura e amamentação, técnicas essas que são capazes de minimizar os desconfortos e dificuldades que vão existir no puerpério. Objetivo: Verificar a importância da inserção do fisioterapeuta na equipe de parto humanizado. Materiais e método: Revisão literária, a busca pelos artigos foi realizada na base de dados: Biblioteca virtual, Scielo, PEdro, Pubmed/Medline, Periódicos Capes. Foram inclusos artigos que detalhassem as técnicas fisioterapêuticas utilizadas no trabalho de parto e excluídos os artigos de revisão de literatura e artigos publicados anteriormente ao ano de 2013. Resultados: Foram incluídos: 2 ensaios clínicos randomizados, 2 estudos randomizados e 1 estudo de caso que utilizaram técnicas fisioterapêuticas que demonstraram resultados positivos no alívio da dor parto durante o parto. Conclusão: Verificou-se que o papel do fisioterapeuta no trabalho de parto humanizado ainda é pouco reconhecido pelas gestantes, parturientes e seus acompanhantes apesar de se mostrar eficiente as condutas fisioterapêuticas na redução do quadro álgico, na ansiedade e no relaxamento da musculatura pélvica.
Palavras-chave: “Fisioterapia”. “Dor”. “Parto”. “Alívio”.
Abstract
Background: Humanized delivery is a delivery that aims to minimize the amount of medication and surgical procedures, making it less artificial and violent. During pregnancy and humanized labor, the physiotherapist assists with various techniques, such as: electrotherapy, exercises for the pelvic floor muscles, breathing exercises, stretching, massage techniques, guidance related to posture and breastfeeding, techniques that are able to minimize the discomforts and difficulties that will exist in the puerperium. Purpose: To verify the importance of the insertion of the physiotherapist in the humanized delivery team. Methods: Literary review, the search for articles was carried out in the database: Virtual Library, Scielo, PEdro, Pubmed/Medline, Periódicos Capes. Articles were included that detailed the physiotherapeutic techniques used in labor and excluded literature review articles and articles published before the year 2013. Results: The following were included: 2 randomized clinical trials, 2 randomized studies and 1 case study that used physiotherapeutic techniques that demonstrated positive results in relieving labor pain during labor. Conclusion: It been found that the physiotherapist role in humanized labor is still unknow to pregnant women, parturients and their companions, despite the fact that physiotherapy procedures are efficient in reducing pain, anxiety and relaxation of the pelvic muscles. Keywords: “Physiotherapy”. “Pain”. “Labor”. “Relief”.
- INTRODUÇÃO
Parto Humanizado é um parto que possui o objetivo de minimizar a quantidade de medicamentos e procedimentos cirúrgicos, tornando-o menos artificial e violento. Além disso, essa modalidade de parto tem o intuito de prestar uma assistência acolhedora e humanizada à mulher em todas as etapas do trabalho de parto (CAITANO et al, 2019).
O Ministério da Saúde define o parto humanizado como aquele que as mínimas intervenções são aplicadas e tem a fisiologia respeitada, favorecimento as vontades e necessidades da parturiente e do bebê, a parturiente pode ter um acompanhante de sua escolha e práticas comprovadas cientificamente como benéficas para o binômio, como: aleitamento na primeira hora de vida, contato pele a pele precoce (golden hour), clampeamento de cordão após cessar a pulsação, entre outros (BRASIL, 2014).
Esse parto é um conjunto de procedimentos, que abordam situações antes, durante e depois do parto, respeitando os limites da mãe, ouvindo-a com atenção, passando segurança, tendo paciência, tentando tornar o momento mais tranquilo, calmo e confortável, que é o momento do parto (CAITANO et al, 2019).
Para a realização do parto humanizado é necessário a equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeuta, farmacêutico, psicólogo, nutricionista, e terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, (GALLO; SANTANA, 2009).
O fisioterapeuta tem como função preparar a gestante com orientações sobre a função do assoalho pélvico, posições para aliviar a dor e exercícios respiratórios durante a hora do parto (CAITANO et al, 2019). Por esse motivo sua presença é importante na equipe multidisciplinar.
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), define que o fisioterapeuta pode atuar e exercer seu trabalho em hospitais, sala de pré-parto, parto e puerpério (FREITAS et al, 2017), através do Decreto nº9640/84 e da Lei nº8856/94.
Durante a gestação e no trabalho de parto humanizado o fisioterapeuta aplica várias técnicas, como: eletroterapia, exercícios na bola suíça, exercícios respiratórios, alongamentos, massagem, orientações relacionadas a postura e amamentação, pensados em aliviar o quadro álgico e dificuldades que vão existir no puerpério (LIMA DE SOUZA et al, 2017).
Será que está claro o papel do fisioterapeuta no parto Humanizado? Será que a população possui informação de que o fisioterapeuta participa do parto humanizado? Infelizmente essas informações referentes a função do profissional fisioterapeuta ainda não são comuns em todas as maternidades de rede pública e privada e não são do conhecimento de todas as parturientes (BELEZA; CARVALHO, 2004).
Portanto o objetivo desse estudo é mostrar a importância da inserção do fisioterapeuta na equipe de parto humanizado.
- MATERIAIS E MÉTODO
Trata-se de uma revisão de literatura, a busca por artigos foi realizada nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, PEdro, Pubmed/Medline, Scielo, Periódicos Capes. No período de março de 2022.
Para as pesquisas foram utilizadas as seguintes palavras chaves: fisioterapia (physiotherapy), efeito (effect), parto (childbirth).
Os critérios para inclusão dos artigos foram os artigos que detalhassem as técnicas fisioterapêuticas utilizadas no Parto Humanizado. Optou-se por artigos de ensaio clínico randomizado, estudo exploratório e caso clínico, publicados em idioma português e inglês, estudos realizados com técnicas de alívio da dor que os fisioterapeutas podem utilizar durante o trabalho de parto. Os critérios para exclusão dos artigos foram: artigos de revisão de literatura e artigos publicados anteriormente ao ano de 2013.
Inicialmente foram utilizadas as palavras chaves trabalho de parto (labor), dor (pain), fisioterapia (physiotherapy), inseridas nas bases de dados Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde, Pedro, Pubmed/Medline, foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão, realizou-se a leitura do título e do resumo para selecionar os artigos para compor a revisão.
- RESULTADOS
Nas pesquisas realizadas nas bases de dados PubMed, BVS, Pedro, Scielo e Periodicos Capes encontrou-se o total de 126 artigos. Foi observado o total de 11 artigos duplicados, e através da leitura do título e abstract foram excluídos 104 que não condiziam com o objetivo do estudo, 4 foram excluídos por serem resumo de literatura. Para a leitura na íntegra dentre 7 artigos, 2 não estavam disponíveis. Sendo assim 5 artigos foram inclusos nesta revisão.
Foram descritos os autores, tipos de estudos, objetivos, intervenções e resultados da eficiência das técnicas fisioterapêuticas como mostra a tabela 1;
A tabela 01 apresenta a síntese dos artigos selecionados para esta revisão.
AUTOR/ ANO | TIPO DE ESTUDO | OBJETIVO DO ESTUDO | INSTRUMENTO DA COLETA DE DADOS/ INTERVENÇÃO | RESULTADOS |
LEUNG; 2013 | Estudo de caso | Avaliar a eficiência do exercício na bola conduzido pelo fisioterapeut as no alívio da dor, diminuição do estresse, e facilitação do processo de trabalho de parto. | Participaram deste programa um total de 203 gestantes; 181 estavam no grupo da fase latente, enquanto 22 foram categorizadas no grupo sem dor de parto. Os fisioterapeutas ensinaram exercícios de bola grupos ou individualmente por 30 minutos. As mulheres tiveram a opção de continuar ou parar de usar a bola de parto a qualquer momento, e outros métodos de alívio da dor. Os dados iniciais, como intensidade da dor do parto, intensidade da dor nas costas, frequência das dores do parto, níveis de estresse e ansiedade e pressão subjetiva sobre o abdome inferior foram recuperados antes de iniciar os exercícios com bola. Os s parâmetros foram autorreferidos por meio de escalas visuais analógicas (EVA). | Em ambos os grupos, houve diferenças estatisticamente e clinicamente significativas no nível de dor nas costas, nos níveis de estresse e ansiedade, bem como no nível de pressão sobre o abdome inferior antes e após o exercício. No grupo da fase latente, foram demonstradas reduções significativas na dor do parto e na frequência da dor do parto. |
GALLO et al, 2013 | Ensaio clínico randomizado | Verificar o resultado do efeito da massagem na fase ativa do trabalho de parto. | As participantes do grupo experimental receberam uma massagem lombar de 30 massagem por um fisioterapeuta na fase ativa do trabalho de parto. Um fisioterapeuta atendeu os participantes do grupo de controle pelo mesmo período, mas apenas respondeu a perguntas. Ambos os grupos receberam cuidados perinatais de rotina. Após o parto foram coletados os dados referentes aos desfechos obstétricos e neonatais. Além da opinião sobre o atendimento do fisioterapeuta durante o estudo. Foi observada mudança na intensidade da dor ao final do período de intervenção. Para medir isso, a intensidade da dor foi marcada pelo participante em uma escala analógica visual de 0 a 100 mm no início e no final do período de intervenção . | Ao final da intervenção, a intensidade da dor foi de 52 mm no grupo experimental grupo e 72 mm no grupo controle, que foi significativament e diferente com uma diferença média de 20 mm. Os grupos não diferiram significativament e nas outras medidas de resultado relacionadas à dor. Os resultados obstétricos também foram semelhantes entre os grupos, exceto a duração do trabalho de parto, que foi de 6,8 horas no grupo experimental e 5,7 horas no grupo controle, diferença média de 1,1 horas. Os pacientes de ambos os grupos ficaram satisfeitos com o cuidados prestados pelo fisioterapeuta. |
BÁEZSUÁREZ et al, 2018 | Estudo randomizado | Investigar o efeito analgésico de uma aplicação de TENS durante o trabalho de parto e descobrir a dose mais eficaz. | Os participantes foram divididos em três grupos (21 por grupo: dois TENS ativos e um placebo). A intervenção ativa TENS 1 consistiu em uma frequência constante de 100 Hz, 100 μs, a intervenção ativa TENS 2 consistiu em uma variação de alta frequência (80–100 Hz), 350 μs, e em um grupo placebo, os participantes foram conectados aos eletros do TENS sem estimulação elétrica. O TENS foi aplicado com dois eletrodos autoadesivos colocados paralelamente à medula espinhal (níveis T10–L1 e S2–S4). | A análise entre os grupos destacou uma diminuição significativa na dor, medida na EVA, em vários estágios (basal, 10 min e 30 min depois) no grupo TENS 2 ativo em comparação com o grupo TENS 1 e também em comparação com o TENS grupo placebo. O único O grupo que obteve melhora com resultados clinicamente significativos (mais de 1,3 cm da EVA) foi o grupo TENS 2 ativo. |
CAVALCAN TI et al, 2019 | Ensaio clínico randomizado | Avaliar o efeito da hidroterapia de aspersão com o exercício na bola suíça de forma isolada e de forma combinada, sobre a percepção da dor, ansiedade e progressão do trabalho de parto. | 128 parturientes foram divididas em três grupos: um grupo de exercício na bola, um grupo de banho quente, bola, e outro grupo de terapias combinadas. Foram avaliados a ansiedade, a dor 30 min antes e após a intervenção terapêutica por meio de escala visual analógica (EVA). | Houve aumento no escore de dor e redução da ansiedade em todos os grupos, sobretudo o grupo que utilizou as terapias combinadas apresentou maior dilatação cervical. As contrações aumentaram em todos os grupos de intervenção, principalmente quem utilizou banho e bola associados como também mostrou menor duração do tempo de trabalho de parto. |
NJOGU et al, 2021 | Estudo randomizado | Determinar os efeitos da terapia TENS na primeira fase do trabalho de parto. | As mulheres foram designadas para o grupo experimental (receberam terapia TENS no primeiro estágio do trabalho de parto) ou o grupo controle (recebeu cuidados obstétricos de rotina). O desfecho primário foi a intensidade da dor do trabalho de parto, avaliada pela escala visual analógica (VAS) imediatamente após a randomização, 30, 60 e 120 min após a terapia TENS e 2–24 h após o parto. | O grupo experimental teve pontuações EVA médias estatisticamente significativament e mais baixas em um tempo diferente (30, 60 e 120 min pós-intervenção e 2–24 h pósparto) do que o grupo controle. O grupo experimental demonstrou uma duração estatisticamente significativament e menor da fase ativa do trabalho de parto do que o grupo controle. |
Esta revisão inclui um total de 766 parturientes com idade entre 18 e 42 anos e idade gestacional de 37-42 semanas. Dois artigos utilizaram o exercício com a bola, porém Cavalcanti et al (2019) separaram as parturientes em três grupos: grupo que realizou somente exercício na bola; grupo que realizou somente banho quente de aspersão e o terceiro grupo foi associado banho quente e exercício na bola, diferente de Leung et al (2013) que usaram somente exercício na bola por 30 min(movimentos de anteversão, retroversão, circundação e lateralização de pelve). Outros dois estudos utilizaram o TENS, no estudo de Báez-Suárez et al (2018) foram feitas alterações de frequência para ver qual a mais eficaz com os eletrodos posicionados em T10-L1 e S2-S4, porém Njogu et al (2021) utilizaram os eletrodos em ambos os braços nos pontos de acupuntura hegu (LI4, ponto que alivia a ansiedade, no primeiro e segundo ossos do carpo, e pontos de acupuntura neiguan (PC6, controle de náuseas) 4 cm acima da linha transversal medial no pulso, além do T10–L1 e S2–S4, a frequência foi ajustada de acordo com a tolerância da parturiente. Somente um artigo utilizou a massagem como técnica de relaxamento e redução do quadro álgico durante o trabalho de parto (GALLO et al, 2013).
Nos estudos de ensaios clínicos randomizados utilizaram a escala visual analógica EVA para a avaliação da dor e constatou-se na maioria dos estudos mudança significativa positiva do quadro algico e aumento da dilatação com a redução do tempo de trabalho de parto.
- DISCUSSÃO
Os artigos incluídos nesta revisão demonstraram que o exercício na bola, associado ou não ao banho quente, apresentam benefícios no processo de trabalho de parto, na diminuição do estresse, ansiedade, da dor, dilatação e no tempo de trabalho de parto. A eletroterapia também é uma técnica que pode ser utilizada para amenizar a dor durante o trabalho de parto, se aplicada da forma correta. Para ajudar a promover o relaxamento da parturiente o fisioterapeuta também pode realizar massagens na região lombo-sacra que promove diminuição de estresse e ansiedade.
Segundo Leung et al (2013) que utilizaram o execício na bola como método para o alívio da dor no parto, as formas não farmacológica são muito importantes, pois quando injetado analgésicos nas parturientes elas apresentam vários efeitos colaterais como tontura, vômitos, náuseas e o aumento do escore de sedação, fazendo com que a parturiente fique acamada. No estudo de Leung et al (2013) as parturientes foram orientadas pelos fisioterapeutas a realizar exercícios na bola, os movimentos realizados formam; realizar micromovimentos de saltos na bola; antro e retroversão de pelve; movimentos circulares; abraçar a bola e mover a pelve de forma livre, para os lados ou para frente e para trás. O fisioterapeuta é o profissional capacitado para a realização dos exercícios na bola tanto no pré-natal como durante o trabalho de parto. Os exercícios realizados com a bola aumentam a mobilidade pélvica, podendo ser executados em pé ou sentada. Este exercício reduz o quadro álgico, melhorando também os aspectos psicológicos, como ansiedade e estresse, além disso diminui a duração da primeira fase do trabalho de parto.
A hidroterapia e o exercício na bola são terapias acessíveis que podem ser utilizadas de forma associada ou isolada para promover melhor bem-estar, diminuição da dor e maior dilatação na primeira fase de trabalho de parto encontradas tanto nas redes particulares como em redes públicas. No estudo de Cavalcanti et al (2019) além do exercício na bola suíça realizado de forma isolada, foi associado ao banho quente de aspersão com o jato de água caindo sobre a região lombo-sacra da parturiente. A hidroterapia por meio de banho quente de aspersão promove relaxamento psicológico, regulação das contrações, associada ao exercício na bola que auxilia na descida e na posição vertical do feto, alívio da dor e relaxamento da musculatura pélvica. Cavalcanti et al (2019) observou que houve aumento no escore de dor dos três grupos, entretanto o nível de ansiedade diminuiu em todos os três grupos de estudo, a dilatação e contrações também apresentaram diferenças significativas no grupo em que usou terapia associada, seguido pelo grupo que usou somente o banho quente. A literatura científica nos mostra que há uma diferença estatisticamente significativa em parturientes que utilizaram as duas técnicas de banho quente e exercício na bola, como observamos no estudo de Cavalcanti et al (2019), o grupo que utilizou a terapia associada teve melhor desempenho na dilatação e a diminuição do tempo de trabalho de parto. Inclusive no estudo de Sharifipour, Kheirkhah, Rajati e Haghani (2022) onde separaram as parturientes em grupos e comparam o exercício na bola associado ao banho quente, também observaram melhores resultados e experiência no trabalho de parto, pois o uso da terapia combina promove benefícios psicológicos; relaxamento, diminuição da ansiedade, promovendo saúde mental além dos benefícios fisiológicos durante o parto que melhoram a dilatação a duração de tempo do trabalho de parto.
No estudo de Báez-Suárez et al (2018) foi investigado o efeito do TENS para o alívio da dor durante o trabalho de parto, os eletrodos formam aplicados nos níveis T10–L1 e S2–S4 em todos os grupos, mas só dois grupos recebeu estímulos, o terceiro grupo era placebo. A frequência variou de 80-100 Hz, no grupo 1 a largura de pulso foi de 100 μs e no grupo 2 de 350 μs. A intensidade foi ajustada individualmente de acordo com a sensibilidade de cada parturiente, e todos os grupos receberam TENS durante 30 min, conclui-se nos resultados que o grupo que recebeu frequências modificadas no tempo 80–100 Hz com largura de pulso 350 μs, teve resultados clinicamente melhores na escala visual analógica (VAS). Entretanto no estudo de Njogu et al (2021) os eletrodos foram aplicados no ponto médio entre o primeiro e segundo ossos do carpo, 4 cm acima da linha transversal medial no pulso e nos níveis T10–L1 e S2–S4, a frequência foi uma corrente de pico de 15 mA e um pico tensão de circuito aberto de 300V, ajustada de acordo com a tolerância da parturiente. Obteve-se o resultado de uma mudança significativa no escore VAS de pontuação média compara ao grupo que não recebeu TENS, e também apresentou uma duração menor na primeira fase ativa do parto, não obtendo mudança na duração da segunda e terceira fase do parto. Segundo a literatura científica a maioria dos estudos que aplicaram o TENS para a redução da dor durante o trabalho de parto tiveram resposta positiva (REIS et al, 2022), pois dentre as técnicas aplicadas pelo profissional fisioterapeuta de forma não invasiva para o alívio da dor durante o parto a aplicação da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), se faz eficaz, porém depende do local da aplicação, frequência e duração de tempo. Entretanto, mesmo que alguns estudos relatem as vantagens para o alívio da dor durante o trabalho de parto falta a clareza nos estudos sobre os benefícios do TENS, aliás, não há parâmetros exatos na literatura atual que reforcem o efeito efetivo no alívio da dor durante o parto.
Uma técnica que proporciona o contato próximo entre fisioterapeuta e parturiente é a massagem, que promove o relaxamento e diminuição do estresse. No estudo de Gallo et al (2013) foi realizada massagem a entre T10 e S4 durante 30 min a entre T10 e S4 durante 30 min nos momentos de contração, as parturientes apresentavam dilatação 4 a 5 cm no início da intervenção, o resultado foi favorável na escala visual analógica com melhora da dor, no entanto não foi significativamente favorável na diminuição do tempo de trabalho departo. Para Kaçar; Keser (2021) em uma literatura científica mais atual, observou-se que a massagem mecânica realizada com luvas que tem bola de metal dentro é mais eficaz do que a massagem mecânica quente realizada com um pacote de cerejas aquecidas, em relação ao VAS da diminuição da dor.
A literatura científica apesar de mostrar a eficiência da técnica de massagem é insuficiente, pois os números de estudos que aborda esta técnica de forma isolada na redução da dor durante o trabalho de parto é reduzido.
- CONCLUSÃO
A presente revisão teve como objetivo verificar a importância da inserção do fisioterapeuta na equipe de saúde de parto humanizado. Diante disso através de artigos selecionados constatou-se que as técnicas fisioterapêuticas quando aplicadas reduzem a dor de o tempo de parto.
A utilização de recursos fisioterapêuticos como: exercício na bola suíça, hidroterapia, técnicas de massagem e TENS mostraram-se eficientes na redução do quadro álgico, na ansiedade e no relaxamento da musculatura pélvica.
Desta forma mostrou-se que o papel do fisioterapeuta no trabalho de parto humanizado ainda é pouco reconhecido pelas gestantes, parturientes e seus acompanhantes. É recomendável realizar ações que sejam capazes de promover a importância do profissional fisioterapeuta atuante no trabalho de parto humanizado.
REFERÊNCIAS
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1 Leila Karla Serrão Rodrigues; Lycia Beatriz Lisboa da Silvia do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
2 Thaiana Bezerra Duarte Doutorado em Reabilitação e Desempenho Funcional, Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
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