CLAREAMENTO DENTÁRIO DE CONSULTÓRIO: REVISÃO DE LITERATURA

OFFICE DENTAL BLEACHING – LITERATURE REVIEW
BLANQUEAMIENTO DENTAL DE CONSULTORIO – REVISIÓN DE LA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7994195


Geová Batista de Souza Pessoa*, João de Souza Ferreira1, Gabriela de Figueiredo Meira1, Juliana Lopes de Sá1, Lucas Francisco Arruda Mendonça2.


RESUMO

Objetivo: revisar a literatura nos últimos cinco anos sobre o clareamento dentário de consultório. Metodologia: foi realizado uma revisão bibliográfica narrativa de literatura entre os anos de 2018 a 2023 nas bases de dados eletrônicas da PubMed MedLine e Biblioteca Virtual de Saúde BVS, utilizando as palavras-chave indexadas nos descritores em ciências da saúde da Descritores em Ciências da Saúde DeCS e Medical Subject Headings MSH, respectivamente: “Clinical Protocols”, “Tooth Bleaching” e “Dental Aesthetics”. Resultados: Para que se possa realizar qualquer tratamento clareador, é necessário que faça um diagnóstico acertivo da etiologia do escurecimento dental, uma vez existem diferentes formas de tratamento para as pigmentações dentárias principalmente ao indicar o clareamento de consultório tento em vista esse possuir uma concentração elevada que tende a aumentar a sensibilidade no decorrer do desenvolvimento do tratamento. Conclusão: com a evolução das tecnologias os cirurgiões dentistas podem associar a técnica clareadora de consultório a aparelhos de LED e Lasers para diminuir o tempo de trabalho, sensibilidade pós-tratamento e aumentar a velocidade de reação de clareamento dentário de consultório.

Palavras-Chave: Clareamento dentário, Revisão, estética dentária.

ABSTRACT

Objective: to review the literature over the past five years on nurse-controlled bleaching. Methodology: a narrative literature review was carried out between the years 2018 to 2023 in the electronic databases of PubMed MedLine and VHL Virtual Health Library, using the keywords indexed in the health sciences descriptors of Medical Subject Headings and Descriptors in DeCS Health Sciences, respectively: “Clinical Protocols”, “Tooth Bleaching” and “Dental Aesthetics”. Results: To carry out any whitening treatment, it is necessary to make an accurate diagnosis of the etiology of the dental darkening, since there are different forms of treatment for dental pigmentations, mainly when indicating the whitening of the tooth, in view that it has a high concentration that tend to increase sensitivity during and after treatment. Conclusion: with the evolution of technologies, dentists can associate the headphone whitening technique with LED devices and lasers to reduce working time, post-treatment sensitivity and increase the speed of whitening reaction received from waiters.

Keywords: Weighted bleaching, Revision, dental aesthetics.

RESUMEN

Objetivo: revisar la literatura de los últimos cinco años sobre el blanqueamiento controlado por enfermera. Metodología: se realizó una revisión narrativa de la literatura entre los años 2018 a 2023 en las bases de datos electrónicas PubMed MedLine y BVS Biblioteca Virtual en Salud, utilizando las palabras clave indexadas en los descriptores de ciencias de la salud de Medical Subject Headings y Descriptors en DeCS Health Sciences, respectivamente: “Protocolos Clínicos”, “Blanqueamiento Dental” y “Estética Dental”. Resultados: Para realizar cualquier tratamiento de blanqueamiento es necesario realizar un diagnóstico certero de la etiología del oscurecimiento dental, ya que existen diferentes formas de tratamiento para las pigmentaciones dentales, principalmente al indicar el blanqueamiento del diente, en vista de que tiene una alta concentración que tiende a aumentar la sensibilidad durante y después del tratamiento. Conclusión: con la evolución de las tecnologías, los odontólogos pueden asociar la técnica de blanqueamiento de auriculares con dispositivos LED y láseres para reducir el tiempo de trabajo, la sensibilidad posterior al tratamiento y aumentar la velocidad de reacción de blanqueamiento recibida de los meseros.

Palabras clave: Blanqueamiento ponderado, Revisión, estética dental.

INTRODUÇÃO

Ter um sorriso puro, brilhante, e harmônico é fator determinante de beleza atualmente. Inúmeros estudos vêm demonstrando que a maioria das populações apresentam algum tipo de desconforto e insatisfação com a coloração natural de seus dentes, dando importância a utilização de produtos disponíveis pelas indústrias farmacêuticas que só visam os lucros em detrimento a saúde dos dentes (BATISTA, et al., 2021). Ao encontro disso, temos também a evolução da odontologia que tem desenvolvido novas formulações, mais eficazes e rápidas para o clareamento dental, que fez com que a técnica fosse bem aceita no meio acadêmico como um componente indispensável da odontologia estética e entre a população leiga, dado os excelentes resultados dos procedimentos clareadores. Dessa forma, existem duas vias principais de clareamento dentário, sendo a primeira pela utilização de géis clareadores e a segunda pela remoção da coloração externa do dente, por meio de agentes abrasivos (KOC VURAL, et al., 2021).

A queixa do escurecimento dentário é um dos problemas mais relatados nas clínicas odontológicas. Esse escurecimento cria uma gama de problemas estéticos e psicológicos, o que faz com que o público gaste somas consideráveis de tempo e dinheiro na tentativa de solucionar essa situação (SULIEMAN, 2000; RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ, VALIENTE & SÁNCHEZ-MARTÍN, 2019).

Os primeiros relatos que se tem na literatura sobre a tentativa de clarear os dentes se dão de 1850 em dentes não vitais utilizando uma mistura de cloreto de cal e solução de Labarraque como agente clareador, formando a substância que hoje é conhecida como cloridrato de cálcio e ácido acético (ASBELL, 1990; ALQAHTANI, 2014). Ainda nesse período, foram utilizados outros agentes clareadores com sucesso em dentes não vitais, como o peróxido de hidrogênio, em 1885, o superoxol (30% de peróxido de hidrogênio), em 1918. Destaca-se que todos os compostos até então eram agentes oxidantes e o tratamento era focado em clarear dentes desvitalizados (HARLAN, 1985; HAYWOOD, 1992; PLOTINO et al, 2008; RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ, VALIENTE & SÁNCHEZ-MARTÍN, 2019).

O tratamento de dentes vitais escurecidos só passou a ocorrer a partir dos anos 1860 com ácido oxálico e depois com peróxido de hidrogênio ou pirosona (JOSHI, 2016). Em 1900, empresas começaram a fabricar produtos clareadores (HAYWOOD, 1992), e o uso da luz e corrente elétrica só passou a ser empregado para acelerar a reação de clareamento em 1910 (STEWART, 1965; COHEN S & CHASE, 1979; ROCHA AO et al., 2021).

Para Batista, et al., (2021) os métodos de clareamento dentários são bastante conservadores e eficazes uma vez, os resultados serem vistos em poucas semanas. Além disso, embora a técnica caseira e a de consultório possuam os mesmos agentes clareadores, por terem concentrações diferentes, necessitam de uma alteração na forma de uso. E, apesar de alguns pacientes apresentarem reações ao tratamento, como sensibilidade, há métodos para prevenir essas situações e assim, deixar o procedimento mais agradável ao paciente.

Embora sua eficiência, muitos agentes clareadores trazem consigo alguns efeitos colaterais como irritação gengival e hipersensibilidade dentária (PINTADO-PALOMINO, et al., 2015). Isso somado a grande quantidade de agentes clareadores no mercado podem causar uma confusão nas cabeças dos Cirurgiões Dentistas sobre qual o melhor material clareador utilizar (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ, VALIENTE & SÁNCHEZ-MARTÍN, 2019).

Todos os anos surgem novos materiais odontológicos no mercado, fazendo-se necessário que se desenvolva estudos para se comprovar a eficácia desses produtos (BARBOSA, et al., 2015). Dentro deles temos os clareadores dentários. Para obter resultados ótimos, o clareamento em consultório geralmente requer um período maior de aplicação, bem como mudanças do agente clareador aplicado nas superfícies dos dentes a cada consulta (BATISTA, et al., 2021).

Em vista disso, o objetivo desse trabalho foi revisar a literatura nos últimos cinco anos sobre o clareamento dentário de consultório.

MÉTODOS

Foi realizado uma revisão bibliográfica narrativa de literatura entre os anos de 2018 a 2023 nas bases de dados eletrônicas da PubMed MedLine e Biblioteca Virtual de Saúde BVS, utilizando as palavras-chave indexadas nos descritores em ciências da saúde da Medical Subject Headings e Descritores em Ciências da Saúde DeCS, respectivamente: “Clinical Protocols”, “Tooth Bleaching” e “Dental Aesthetics”, por meio da aplicação dos marcadores booleanos “AND” e “OR” para combinar as palavras-chave: ((Tooth Bleaching)AND(office teeth whitening)).

Para os critérios de inclusão, selecionou-se os estudos publicados de janeiro de 2018 a janeiro de 2023, estudos experimentais in vivo com animais ou humanos, caso-controle, relatos de casos ou serie de casos, revisões sistemáticas e integrativas e narrativas da literatura. Foram excluídos os artigos incompletos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses, estudos in vitro e estudos que não articulassem no seu título ou resumo a palavra “clareamento dentário de consultório”

Visando a melhor organização dos resultados dessa revisão, optou-se por dividi-la em 4 partes. No primeiro tópico, foi descrito a etiologia da alteração de cor dental, no segundo o processo químico de clareamento dentário, no terceiro os principais produtos disponíveis no mercado para o clareamento de consultório, no quarto as contraindicações, e no quinto o papel da biofotônica para o clareamento dentário de consultório.

Foi obtido a partir da busca utilizando os descritores booleanos no Pubmed Medline 275 artigos e na BVS 245 artigos, dos quais foram selecionados 15 estudos para serem incluídos nessa revisão de literatura.

REVISÃO

Etiologia do escurecimento dentário

Para que se possa realizar qualquer tratamento clareador, é necessário que faça um diagnóstico acertivo da etiologia do escurecimento dental, uma vez existem diferentes formas de tratamento para as pigmentações dentárias (SHOKOUHINEJAD; KHOSHKHOUNEJAD; HAMIDZADEH, 2022).

A coloração escura dos nossos dentes, advém de compostos microscópicos chamados de cromóforos. Esses materiais podem ser classificados quanto sua origem em intrínseco e extrínseco, e quanto a natureza de suas moléculas em orgânicos e inorgânicos. A alteração de cor de origem intrínseca está diretamente ligada a anomalias de desenvolvimento, ingestão inadequada de flúor e outros fatores sistêmicos, já a extrínseca, se dá pela alta ingestão de alimentos com corantes e pigmentos. Já na classificação quanto a natureza de suas moléculas, os cromóforos orgânicos possuem carbono em sua composição como os carboidratos, lipídeos e proteínas, já serão inorgânicos geralmente íons de metais de transição coloridos como ferro, cobre e magnésio (PAIXÃO; LUCAS e SOUZA, 2023). Na figura 1 está disponível as causas das alterações de cor de natureza intrínseca e extrínseca de acordo com os estudos de Hattab et al (1999).

A alteração de coloração causada pelos cromóforos acontece por meio de sua capacidade de refletir o comprimento de onda luminoso específico responsável pela cor dos nossos tecidos dentários. Com isso, o clareamento dentário representa uma reversão química do escurecimento dentário, que ocorre graças ao aumento da permeabilidade do esmalte e dentina (FERREIRA, 2020).

Figura1: Etiologia das alterações de cor de natureza intrínseca e extrínseca segundo Hattab et al (1999).

Fonte: FERREIRA, 2020.

O processo químico de Clareamento Dentário

A reação química de oxidação é o mecanismo de ação dos géis clareadores sob os cromóforos, que são anéis de carbono. Devido a sua característica altamente instáveis, os géis clareadores quando em contato com os minerais dentários presentes no tecido dentário tem a capacidade de liberem radicais livres, sendo o principal deles o oxigênio, responsável por oxidar os pigmentos microscópicos da dentina e esmalte. Quando o oxigênio é liberado no esmalte, ele penetra nos túbulos dentinários agindo nos cromóforos, para torná-los compostos mais claros e simples e liberando como resultado da reação água e gás carbônico, que é eliminado para o meio pelo processo de difusão, como demonstra figura 2 e 3 (FAUS-MATOSES et al., 2019).

Figura 2: Processo químico de clareamento dentário.

Fonte: BISPO, 2006.

Figura 3: Mecanismo de clareamento dental por meio da ação do peróxido de hidrogênio.

Fonte: Andrade, 2009

Os géis clareadores mais utilizados são os à base de peróxido de hidrogênio e o peróxido de carbamida com diferentes concentrações, associado a outros produtos químicos como os modificadores de consistência, estabilizadores e desestabilizantes. A indicação de cada gel e concentração vai depender do tipo de técnica empregada, estando indicado os géis em concentrações elevadas para o clareamento profissional sob supervisão de um cirurgião dentista, devido ao seu alto poder de penetração nos tecidos dentários podendo causar dor, sensibilidade e necrose pós-tratamento (GREENWALL-COHEN e GREENWALL, 2019).

Clareadores dentários de consultório

A maioria dos agentes clareadores dentários são a base de peróxido de hidrogênio podendo ser associada à ativação por calor e luz, que servem para acelerar a reação de oxidação, e com isso, quantidade de oxigênio emergente. Com a aceleração da reação química os resultados são perceptíveis na primeira consulta, apresentando um efeito mais rápido e estão disponíveis no mercado tanto na forma líquida, como na forma em gel (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ et al., 2019).

Além do peroxido de hidrogênio, na composição dos agentes clareadores de consultório se tem disponível um agente espessante, que tem a função de aumentar a viscosidade do material sendo na maioria dos materiais clareadores a Glicerina, um catalisador que tem a função de acelerar a reação de oxidação, algum corante ou aromatizante para dar cor ou aroma ao gel clareador e um neutralizante ou também chamado de dessensibilizante que vai catalisar os peróxidos em eventuais contatos com os tecidos moles (FAVORETO et al., 2017; DONASSOLLO et al., 2021). No quadro 1 se tem disponível os principais clareadores dentais de consultório a base de peroxido de hidrogênio e suas composições.

Quadro 1: Principais clareadores dentais de consultório a base de Peroxido de Hidrogênio.

ProdutosComposição
Pola office® (SDI Limeted, Bayswater)Peróxido de hidrogênio a 35%, água, espessante, pigmento, catalizador e dessensibilizante.
Whiteness HP® (FGM)Peróxido de hidrogênio a 35%, água, espessante, corante e glicol.
Total Blanc® (DFL)Peróxido de hidrogênio a 35%, água, espessante e naturalizaste.
Whitegold® (DENTSPLY International)Peróxido de hidrogênio a 35%, água, espessante, solução Hidróxido de Sódio 50% e Solução 1% Corante FD&C Green.

Fonte: O quadro foi elaborado com base na bula dos medicamentos, 2023.

O protocolo clínico para aplicação dos géis clareadores a base de peroxido de hidrogênio é basicamente o mesmo. Em primeiro lugar, deve-se realizar a profilaxia com taça de borracha ou escova de Robson associada a pasta de pedra-pomes. Em seguida se faz a avaliação da cor com alguma escala colorimétrica. No terceiro momento deve-se aplicar o dessensibilizante e se fazer a proteção dos tecidos moles com a barreira gengival fotopolimerizável. Depois, deve-se manipular o produto e aplicar o gel clareador nos dentes. Para a remoção do agente, recomenda-se a aspiração do gel com o auxílio de sugador e em seguida, deve-se fazer a limpeza dos dentes com gaze. Por fim, alguns fabricantes recomendam realizar a aplicação de flúor neutro ou dessensibilizante (FERREIRA, 2020).

Contraindicações do clareamento de consultório

O tratamento de clareamento dentário por ser minimamente invasivo é bem recebido pelo público geral e possui poucas contraindicações absolutas. Ele deve ser empregado em pacientes que apresentem seus dentes escurecidos, por alta ingestão de produtos pigmentados, como o café, alterações de cor decorrentes da idade e atrésia dos canais, calcificação distrófica da polpa, podendo também ser indicado em casos leves de fluorose dental e machas causadas pela ingestão de tetraciclina (BISPO, 2006; LIMA, 2022).

Os fabricantes contraindicam o clareamento dental em crianças menores de 13 anos, gestantes e/ou lactantes, pessoas alérgicas a compostos peroxidados e pacientes terminais, pacientes com gengivite, periodontite, restaurações extensas e fumantes (CARDOSO; PINHEIRO; LOPES, 2014; LIMA, 2022).

O papel da biofotônica para o clareamento dentário

Descrita pela primeira vez em 1967 pelo físico francês Pierre Aigrain, a palavra fotônica foi utilizada para descrever um dos ramos da ciência e tecnologia que estuda as interações luminosas com a matéria (KRASNODĘBSKI, 2018). Quando se adiciona o sufixo “bio” a palavra “fotônica”, delimitamos o material em questão que será irradiado a terapia luminosa, que no caso são materiais orgânicos a base de carbono ou materiais biológicos, onde sua aplicação será utilizada para avanços nas várias áreas médicas e odontológicas (SARBADHIKARY; GEORGE; ABRAHAMSE, 2022).

A biofotônica usa a luz para entender e tratar doenças nos níveis molecular, subcelular, celular, tecidual e fisiológico de forma não invasiva. No clareamento dental ela foi empregada pela primeira vez em 1992 por Hanosh e Hanosh que descreveram um clareamento com peróxido de hidrogênio a 35% em gel ativado química e fisicamente por luz infravermelha. A associação aumentou a temperatura do peróxido de hidrogênio, o que acelerou o processo químico de oxidação (HANOSH; HANOSH, 1992).

Além disso, as técnicas de clareamento dentais evoluíram não somente em relação aos materiais empregados nos géis clareadores e suas concentrações, mais também em relação às fontes de luzes empregadas como catalizadores dos procedimentos clareadores dentais. As principais fontes de luzes utilizadas são o laser Argônio, Diodo, a luz halógena, e os LEDs. Esses últimos se dividem em luz de LED propriamente dita e luz LED violeta (ZANIN; BRUGNERA JR. ZANIN, 2003; COLOMBO, 2021).

DISCUSSÃO

Pesquisadores brasileiro observaram a partir de sua revisão sistemática sobre a comparação dos efeitos de diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio usados para clareamento de consultório na mudança de cor e sensibilidade de clareamento dentário que o uso os produtos em baixa concentração produzem a mesma eficácia na alteração de cor com baixa intensidade de sensibilidade ao clareamento convencional (MARAN et al., 2020).

Para os espanhóis Faus-Matoses et al., (2019) a melhor técnica clareadora é a terapia combinada, tento em vista observar melhores resultados clareadores que a técnica de consultório. Indo além, eles preveem que a terapia clínica embora sendo inferior a combinada, apresenta bons resultados a curto e médio prazo e deve ser empregada como uma alternativa aos casos em que o paciente não consiga realizar a fase domiciliar.

De encontro aos achados de Faus-Matoses et al., (2019), Donassollo et al., 2021 constatou a partir de um estudo experimental com 130 voluntários que o clareamento caseiro com peróxido de carbamida a 10% foi superior ao clareamento de consultório com peróxido de hidrogênio a 35% e que a taxa de sensibilidade dentária foi equivalente nas diferentes técnicas.

Dourado Pinto et al., (2019) realizaram uma avaliação clínica das técnicas de clareamento dental com peróxido de hidrogênio, quanto à sensibilidade dentária, irritação gengival, a percepção da mudança de cor e concentração de minerais no esmalte com 75 voluntários que os fizeram constatar que todas as técnicas de clareamento dental com peróxido de hidrogênio são eficazes e assim como em qualquer técnica clareadora, reduzem o conteúdo de cálcio e fósforo dos dentes, os fragilizando. Os achados deles vão de encontro com os de Maran et al., (2020) sobre o clareamento caseiro produzir sensibilidade dentária igual ao de consultório. Nos estudos de Dourado Pinto et al., (2019) a sensibilidade da técnica caseira foi superior a técnica de consultório além de levar uma ocorrência de irritação gengival.

Um dos maiores problemas do clareamento dentário é a sensibilidade dentária pós procedimento. Em vista disso, pesquisadores brasileiros desenvolveram novas formulações de clareamento dental contendo produtos naturais a base de papaína, ficina ou bromelaína, onde avaliaram seu desempenho clínico em testes de colorimetria, efeito de superfície do esmalte e a citotoxicidade por meio de um estudo in vitro em quarenta discos dentários bovinos que os fizeram verificar que os novos géis clareadores tinham viabilidade celular e potencial clínico substancial para serem usados no desenvolvimento de clareadores naturais. Desse modo, sendo uma alternativa para o clareamento de consultório em pacientes que possuem alergia aos materiais a base de peróxidos de hidrogênio (RIBEIRO et al., 2020).

Pesquisadores iranianos Valizadeh et al., (2022) que buscavam avaliar a microdureza do esmalte após o clareamento de consultório com laser de diodo e luz LED em comparação com o procedimento de clareamento convencional em trinta e nove pré-molares humanos constataram que o clareamento a laser diodo foi mais rápido que procedimento de clareamento convencional, produzindo poucas alterações na microdureza da superfície do esmalte em comparação com o uso de um fotopolimerizador e o tratamento convencional, indo de encontro aos achados de Dourado Pinto et al., (2019) que concluíram que não existe alterações significativas na composição do esmalte entre as diferentes técnicas clareadoras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O procedimento de clareamento dentário de consultório continua sendo útil e minimamente invasivo para o reestabelecimento da estética dental. Contudo, com o avanço das tecnologias atualmente os cirurgiões dentistas podem associar a técnica clareadora os aparelhos de LED e Lasers para diminuir o tempo de trabalho, sensibilidade pós-tratamento e aumentar a velocidade de reação de clareamento dentário.

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*1Centro Universitário -FAMETRO, Manaus – AM, Brasil Email: luc.arr@hotmail.com