PAPEL DO ENFERMEIRO NO MANEJO CLÍNICO E ASSISTENCIAL A PACIENTES IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

THE NURSE’S ROLE IN THE CLINICAL AND CARE MANAGEMENT OF ELDERLY PATIENTS WITH TYPE 2 DIABETES MELLITUS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7991516


Jaqueline Izabele Lima1;
Carlos Cesar Custódio2.


RESUMO

Objetivo: abordar sobre a atuação do enfermeiro no cuidado de idosos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2. Assim, fora realizada um estudo sobre suas causas, fatores de risco, diagnóstico, tratamento e complicações. No mesmo sentido, tratou-se sobre a atuação do enfermeiro no tratamento da patologia, dispondo sobre as orientações necessárias para que se proceda o autocuidado, ressaltando a importância desse. Métodos: O artigo em questão visa explanar sobre Dibetes Mellitus 2, e para desenvolver a temática foi utilizada a abordagem qualitativa, consubstanciada em ampla revisão narrativa, com conhecimento voltado para o ramo da saúde, fundamentando-se mais precisamente em legislações, artigos científicos, sites oficiais e estudos relacionados ao assunto, bem como no material descrito por Soares (2019), Maranhão e Coriolano (2019) e Rosa (2018) .Resultados: Os resultados apontam que a Diabete Mellitus tipo 2 é uma doença com alta prevalência no Brasil e suas complicações se dão devido ao diagnóstico tardio, sendo que o acompanhamento e aconselhamento do enfermeiro são de suma importância para o tratamento da patologia.Conclusão: Assim sendo, o conhecimento básico sobre a patologia leva a identificação do quadro para que o tratamento ocorra o mais rápido possível fim de promover, proteger e restaurar a saúde dos indivíduos.

Palavras-chave: Diabete mellitus tipo 2, Cuidados, Enfermagem, Idosos.

ABSTRACT

Objective: Objective: to address the role of nurses in the care of elderly people with Type 2 Diabetes Mellitus. Thus, a study was carried out on its causes, risk factors, diagnosis, treatment and complications. In the same sense, it dealt with the role of the nurse in the treatment of the pathology, providing the necessary guidelines for self-care, emphasizing its importance. Methods: The article in question aims to explain about Diabetes Mellitus 2, and to develop the theme a qualitative approach was used, embodied in a broad explanatory-bibliographic review, with knowledge focused on the health sector, based more precisely on legislation, scientific articles, official websites and studies related to the subject, as well as in the material described by Soares (2019), Maranhão and Coriolano (2019) and Rosa (2018). Results: The results indicate that Type 2 Diabetes Mellitus is a highly prevalent disease in Brazil and its complications occur due to the late diagnosis, and the follow-up and advice of the nurse are of paramount importance for the treatment of the pathology. Conclusion: Therefore, the basic knowledge about the pathology leads to the identification of the condition so that the treatment occurs as quickly as possible. possible purpose of promoting, protecting and restoring the health of individuals.

Keywords: Type 2 diabetes mellitus, Care, Nursing, Elderly.

INTRODUÇÃO

Desde os anos 80 o Diabetes está incluso no rol doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sendo, atualmente, uma das mais prevalentes, fato esse que se dá devido ao aumento da expectativa de vida da população e as mudanças no estilo de vida, caracterizadas por um estilo de vida sedentário e hábitos alimentares inadequados que predispõem ao acúmulo de gordura corporal.

O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue devido a defeitos na secreção e/ou ação da insulina, hormônio que controla os níveis de glicose no sangue.

O seu aumento na fase da melhor idade, ou seja, após os 60 anos de idade, quando se inicia a terceira idade, conforme o art. 1º do da Lei nº 10.741/2003, conhecido como Estatuto do idoso, que rege:

Art. 1º – É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

A elevação dos números de DM2 é associada ao fato de que durante o envelhecimento humano ocorrem alterações fisiológicas e metabólicas, como o aumento da glicemia pós-prandial, que podem ser explicados pela diminuição da massa muscular e aumento da gordura corporal. Com o envelhecimento, isso leva a uma diminuição na secreção de insulina induzida pela glicose.

Com isso, o DM2 altera a qualidade de vida do indivíduo devido a: fragilidade, funcionamento prejudicado, dor nos membros inferiores – causados pela neuropatia diabética, que se trata de uma complicação da doença que afeta os nervos periféricos, como mãos e pés -falta de energia, instabilidade emocional, de modo que esses podem ser aliviados por meio de cuidados da enfermagem e autocuidado.

Devido a esses fatores, é relevante que idosos com DM2 pratiquem o autocuidado para melhorar sua qualidade de vida, sendo que esse se refere a ações que os indivíduos realizam para atender às suas necessidades e ajudar a manter sua saúde e bem-estar.

Para tanto, a atuação do enfermeiro fundamental, pois esses profissionais detém o conhecimento necessário para auxiliar no cuidado ao paciente com Diabetes, bem como para apoiar e orientar esses idosos nas ações voltadas à prevenção das complicações do DM2.

Assim sendo, a pesquisa visa ressaltar a importância do enfermeiro na promoção do autocuidado em idosos com Diabetes tipo 2, explicando sobre a doença, fatores de risco e alterações metabólicas, passando, então, a dispor sobre a necessidade do autocuidado associado aos cuidados da enfermagem.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O Diabete Mellitus

O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas deixa de produzir insulina ou quando produz insuficientemente ou quando o organismo não consegue absorver a insulina que produz (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2015).

A insulina se trata de um hormonio anabólico necessário paar que ocorra o transporte de glicose e aminoácidos, formação de glicogênio hepático, formação de glicose em triglicerídes no músculo esquelético, bem como síntese de ácido nucléico e proteíca. Assim, a insulina tem por função o aumento da taxa de transporte de glicose. (SOARES, 2019)

O diabete mellitus é dividido entre tipo 1 e tipo 2, sendo que o tipo 1 acomete cerca de 5 a 10% dos portadores de diabtes que, geralmente, possuem menos de 30 anos idade. A patologia ocorre devido à destruição de células beta no pâncreas, geralmente por processo autoimune, determinada forma autoimune tipo 1A, ou, de forma menos frequente, por causa desconhecida, determinada forma idiopática tipo 1B . Nestas formas de DM, a taxa de destruição das células beta do pâncreas ocorrem de maneira variável, podendo ser rápida em alguns indivíduos, como em crianças, por exemplo, e lenta em outros, como nos adultos, por exemplo. (MARANHÃO; CORIOLANO, 2019)

Já a DM 2, que acomete a grande maioria dos portadores da doença (90%) consiste na deficiência da secreção da insulina, ou da falta de sensibilidade dos tecidos em relação à ela, causando um grande aumento da produção de glicose. Trata-se de uma doença de desenvolvimento lento, o que ocasiona o diagnóstico tardio da patologia, gerando um agravamemto dessa.(GUIMARÃES; TAKAYANAGUI, 2018)

O diabetes tipo 2 é causado pela resistência à insulina e obesidade. Ocorre em pessoas com mais de 40 anos. O pâncreas secreta insulina normalmente, mas sobram insulina e glicose no sangue e células com pouca glicose. O pâncreas libera muita insulina levando as células β a se deteriorarem (ROSA, 2019).

De tal modo, o DM2 tem sua origem na redução da sensibilidade dos tecidos-alvo à insulina, ou seja, ele se torna resistente à insulina, e para que evitar que haja acumulo de glicose no sangue, torna-se necessário um aumento na produção do hormônio, assim, nomeia-se a doença, também, como diabetes não insulino-dependente, vez que há produção de insulina, em sua maioria, acima da taxa tida como normal.(TANQUEIRO, 2020)

Devido à resistência à insulina a lipólise do tecido adiposo também aumenta, liberando na circulação ácidos graxos livres, que agravam a resistência à insulina. Por causa da grande demanda de insulina, gradativamente as células betas do pâncreas então em falência, manifestando-se em intolerância à glicose, que evoluirá para DM2. (SILVA et al., 2019)

Geralmente os primeiros sintomas notados pelos pacientes de DM2 consiste na concentração sérica alta de glicose, vez que consequentemente há maior secreção de agua pelos rins para que a grande quantidade de glicose possa ser diluida. Assim, há aumento no nível de urina, o que acarreta a sede em excesso. (LUCENA, 2017)

O Ministério da Saúde (2022) argumenta que a DM2 é mais comum em adultos com mais de 40 anos de idade, que possuem excesso de peso, sedentarismo, maus hábitos alimentares e histórico familiar.

Sobre os fatores de risco Nascimento (2020) menciona que há influência genética, derivados do estilo de vida e relacionados à idade. Em relação aos fatores ligado ao estilo de vida, a autora ressalta a pré disposição em pessoas obesas, vez que essa causa aumento a resistência insulinica, o sedentarismo, que é um fator de pré disposição para à obesidade, a hiperglicemia, que ocorre devido a diminuição da secreção de insulina e/ou aumento da resistência insulica, bem como a hipertensão sistêmica.

O Ministério da Saúde (2022) ainda menciona que o diagnostico é feito por meio de exames de rotina em indivíduos que não possuem sintomas, sendo que tal exame é feito ao se medir a glicemia em jejum de 8 horas, glicemia plastica após 2 horas da sobrecarga oral de 75g de glicose (TOTG) ou hemoglobina glicada (HbA1c).

De tal modo os resultados do exame serão comparados conforme a tabela abaixo a fim de que ocorra o diagnostico:

Figura 1 – critérios para diagnóstico DM2

Fonte: Ministério da Saúde (2022).

Cumpre mencionar que o pré-diabético consiste no individuo que possui nível de glicose no sangue mais altos que o normal, mas ainda não é possível o diagnosticar como DM2, trata-se, então, de uma forma do corpo alertar sobre o risco eminente da doença em seu estágio mais grave. (SANTOS; LANDIM; SILVA BEZERRA, 2022)

No decorrer do tempo, a concentração sérica alta de glicose lesa os vasos sangüíneos, os nervos e outras estruturas internas. Substâncias complexas derivadas do açúcar acumulam-se nas paredes dos pequenos vasos sangüíneos, provocando espessamento e ruptura dos mesmos. Ao espessarem, esses vasos transportam cada vez menos sangue, especialmente para a pele e os nervos. O mau controle da concentração sérica de glicose tende a produzir aumento da concentração sérica de substâncias gordurosas (lipídeos), acarretando uma aterosclerose (formação de placas nos vasos sangüíneos) acelerada. A aterosclerose é 2 a 6 vezes mais comum nos indivíduos diabéticos que nos não diabéticos e ocorre igualmente em homens e mulheres (MARANHÃO; CORIOLANO, 2019).

A doença é capaz de aumentar a frequencia de amputação de membros inferiores em 3x, pois há, também, um aumento no desenvovuimento da doença arterial obstrutiva periférica, que consiste no bloqueio ou estreitamento da artéria oclusiva dos mebros inferiores, de modo que a incidência de gangrena é muito maior em pacientes diabéticos. (CORTEZ, 2021)

É de suma importância ressaltar que o DM2 não possui cura, porém seu tratamento inclui diversas abordagens, sendo que um dos principais para tratamento e prevenção é mudança de hábitos a fim de que se ostente uma vida saudável.

O estudo realizado por Francisco et al (2022), aponta que uma entre cada cinco pessoas entre 65 e 69 anos de idade possui diabetes. Atualmente população mundial com DM atualmente seja de aproximadamente 387 milhões, podendo chegar a 471 milhões em 2035, e, associada à rápida transição demográfica, gere uma pirâmide etária com maior peso relativo, principalmente entre adultos e idosos, assim como devido ao aumento dos casos do DM2, que representa 90 a 95% dos casos

O número de pessoas com diabetes está aumentando devido ao crescimento e envelhecimento da população, urbanização acelerada, aumento da prevalência de obesidade e estilos de vida sedentários e sobrevivência prolongada de pessoas com diabetes. Quantificar a prevalência atual de DM e estimar o número de pessoas com diabetes no futuro é importante porque permite o planejamento racional de recursos para a prevenção do diabetes (INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2016).

Em relação ao Diabetes Mellitus tipo 2, atinge indivíduos de qualquer idade, principalmente maiores de 40 anos, compreendendo cerca de 7,6% do total da população brasileira. Sua prevalência crescente determina que em 2025, existirá cerca de 11 milhões de diabéticos no Brasil, o que representa 100% das estatísticas atuais. (ATLAS DO DIABETES FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DIABETES, 2022)

Ainda, outros estudos mostram que o diabetes acomete 18% dos idosos, de modo que 50% das pessoas com DM tipo 2 possui mais de 60 anos de idade, com isso, o diabetes nesta população causa um maior risco de morte prematura por conta da associação com outras comorbidades e grandes síndromes geriátricas. (PEREIRA et al, 2022)

Tanqueiro (2020) alega que do ponto de vista do gerenciamento do autocuidado, o diabetes em idosos requer atenção especial, pois apresenta complexidades adicionais associadas a questões específicas da idade, como baixos níveis de independência, mobilidade limitada, suporte social inadequado e capacidade reduzida de autocuidado. Esses fatores muitas vezes limitam o acesso aos cuidados, e o impacto na saúde e na qualidade de vida dos idosos é muitas vezes subestimado pelos profissionais.

O aumento de casos de diabetes em todo o mundo ocorreu, também, devido a uma complexa interação de fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos. De tal modo o aumento do diabetes tipo 2 e dos fatores de risco relacionados, que incluem níveis crescentes de obesidade, dietas não saudáveis ​​e falta de atividade física são evidentes na sociedade moderna, que é cada dia mais sedentária e não possui hábitos saudáveis. (ATLAS DO DIABETES FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DIABETES, 2022)

Outra característica desta condição crônica é que as práticas de autocuidado respondem por 98% do tratamento, de modo que o profissional de saúde possui o papel de apoiador e facilitador do cuidado, de modo que se trata de uma forma de cudiado diferente daquela convencional, onde o atendimento é realizado e, de fato, finalizado, trata-se de um cuidado a longo prazo. Este tipo de assistência, baseada no autocuidado, transcende o modelo biomédico, ainda hegemônico no Brasil. (CORTEZ et al., 2021)

A assistência da enfermagem ao idoso portador de DM2

O enfermeiro desempenha um papel importante no cuidado ao indivíduo acometido pelo DM, principalmente no estímulo ao autocuidado relacionado à saúde para promover a cooperação e adesão do paciente ao tratamento, além de incentivá-lo a enfrentar as mudanças cotidianas e alcançar o bem-estar (MASCARENHAS, 2021).

Essa situação está relacionada à sistematização da assistência, que ajuda a organizar o trabalho do enfermeiro e melhorar o relacionamento com os pacientes, proporcionando melhor atendimento a essa clientela. A consulta de enfermagem representa o primeiro momento de aplicação do processo de enfermagem e é atividade privativa do enfermeiro, que utiliza os métodos e estratégias do trabalho científico para identificar condições de saúde/doença, subsidiar prescrições e implementar ações de enfermagem. (PEREIRA et al, 2022)

Assim sendo, a consulta de enfermagem ainda não é instituída na maioria dos serviços de saúde no Brasil e, mesmo quando realizada, apresenta lacunas em sua implementação e execução, desse modo, os pacientes não possuem a visão de cuidado por meio do profissional da enfermagem, visão essa que deve ser mudada, vez que esses se tratam de parte integrante e importante no processo. (CORTEZ et al., 2021)

Desta forma, ajuda a promover, proteger, restaurar e restaurar a saúde dos indivíduos, famílias e comunidades. Nesse contexto, a SAE oferece uma abordagem organizada e sistemática de análise da saúde dos indivíduos, identificando suas necessidades e padrões de resposta aos problemas, possibilitando a identificação de soluções adequadas para atender a essas necessidades. Tomados em conjunto, pode-se compreender que o papel da enfermagem no cuidado ao paciente com diabetes é essencial, principalmente por meio de um cuidado sistêmico e coerente, que tenha como foco a pessoa e sua família para reduzir o estresse do paciente. e sofrendo de complicações secundárias a esta doença multimetabólica chamada diabetes (MASCARENHAS 2021).

Marques et al. (2021) ressalta que os cuidados do enfermeiro com o idoso portador de DM2 cingem em torno do auxílio a terapia medicamentosa, monitoramento glicêmico, cuidados adequados com os pés, além da capacidade de resolver conflitos.

Assim, o tratamento da patologia consiste em um cuidado diário do paciente devidamente instruido pelo profissional da enfermagem, Grossi (2020) menciona que por mais eficazes que sejam os tratamentos cientificamente comprovados por estudos experimentais, de nada adianta, se os pacientes não incorporam de maneira adqueada na vida diária. Por mais efetivas que sejam as intervenções comportamentais implementadas, nos estudos prospectivos e controlados, tudo se perde, se os pacientes não derem continuidade a elas.

Para Maranhão e Coriolano, 2019 as estratégias importantes para cuidar do idoso com DM são: fornecer informações ao paciente, como: alimentação, administração de insulina, exercícios; desenvolver um plano de ensino para o paciente; avaliar as estratégias de enfrentamento do paciente e tranquilizá-lo; O paciente determina os métodos de ensino, por exemplo: fornecimento de livros, vídeos, uso de vários folhetos; avaliação das habilidades e comportamentos de autocuidado do paciente, por exemplo: autoadministração de insulina, armazenamento de insulina, escolha do tipo de seringa, aspiração de insulina, inserção de agulha, seringa Descarte de agulhas, seleção e rodízio de locais de injeção; acompanhar pacientes experientes até que não cometam erros no autocuidado; instruir pacientes e familiares a reconhecerem sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia; além de outros cuidados básicos diários

Marques et al. (2021) dispõe sobre a Teoria do Autocuidado de Orem, a qual envolve os constructos teóricos do Autocuidado, dos Déficits de Autocuidado e dos Sistemas de Enfermagem, sendo que por tal método, os cuidados do enfermeiro consistem em: 1) coleta, análise sistemática e organizada dos dados; 2) identificação das necessidades das pessoas; 3) planejamento; 4) implementação; e 5) avaliação da assistência

Com a utilização da Teoria do Autocuidado de Orem, como um guia para conduzir as ações, o enfermeiro pode se destacar como um campo estratégico para implementação das intervenções com vistas à promoção do autocuidado às pessoas com DM2, pois é por meio das orientações do enfermeiro que se pode criar uma rede de apoio e de educação em saúde, como forma de contemplar uma assistência apropriada, ampliar o conhecimento das pessoas sobre os aspectos da doença e contribuir para o autogerenciamento do DM2. (MARQUES et al., 2021)

O impacto emocional do diabetes pode variar desde a obtenção de um diagnóstico, e o paciente ter que lidar com a aceitação de sua nova condição de saúde, até os tipos de cuidados que ele deve tomar para manter a doença sob controle. Os pacientes entendem que o tratamento pode interferir em suas atividades sociais diárias relacionadas à alimentação, mudar seu estilo de vida, mudar comportamentos e hábitos, e ainda precisam aprender a lidar com medos e preocupações diante de possíveis complicações (ROSA, 2019)

Há uma série de fatores que podem facilitar ou dificultar a adesão ao tratamento e o enfrentamento em idosos com DM. Apoio familiar, grupos de apoio e profissionais de saúde são fatores que afetam positivamente os idosos. No entanto, a presença de complicações e outras comorbidades, os efeitos colaterais dos medicamentos e sua disponibilidade não sustentável no sistema público de saúde têm sido fatores negativos no enfrentamento da doença em idosos (SOARES, 2019)

Estudos apontam que o maior desafio no cuidado de pacientes com DM ocorre na necessidade de alterações comportamentais que sao inerentes do tratamento da doença, principalmente, devido ao fato de que a doença acomete adultos que já tinham um padrão de vida sedentário e nada saudável (GROSSI, 2019)

O Ministério da Saúde (2022) ressalta sobre a importancia da conscientização sobre o pé diabético, ou seja, os riscos que o portador de DM possuem em relação a tal membro. Pois a doença não controlada causa uma série de riscos aos membros inferiores, seja por infecção ou por falta de circulação, o que ocasiona feridas que não cicatrizam, podendo, em casos extremos levar a amputação do membro.

Assim sendo, cabe ao enfermeiro dispor sobre os sintomas do pé diabético como: formigamento, dormência, queimação nos pés e nas pernas, sensação de choque, sensação de agulhadas e ainda a fraqueza nas pernas. Devendo, então, dispor sobre a necessidade de se examinar os pés em um ambiente bem iluminado, verificando sempre a existência de frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor (SANTOS; LANDIM; SILVA BEZERRA, 2022)

Ainda, considerando que se trata de autocuidado, deve o enfermeiro tratar sobre a necessidade de se manter os pés limpos, não podendo ser lavado com água quente, a fim de se evitar queimaduras, a importancia de se usar meia sem costura, a necessidade de lavar e secar bem as unhas antes de cortar, devendo ser cortada com alicate apropriado, não podendo haver extração de cuticula, assim como não se pode usar lixas e cortar calos. Ainda, cumpre mencionar sobre o calçado apropriado: fechados, macios, confortáeis e com solado rigido (MARANHÃO; CORIOLANO, 2019)

Secoli et al (2019) trata sobre o tratamento da DM2 com o uso de fármacos que ajudam no controle da glicose, vez que controlam a secreção da insulina, a produção heática de glicose e a sensibilidade à insulina. Existem, ainda, medicamentos que reduzem a absorção intestinal da glicose e os incretinomiméticos, que são análogos e agonistas ao GLP-1 e os inibidores da enzima protease dipeptil peptidase 4.

O Ministério da Saúde dispôs sobre a atuação da enfermagem aos pacientes portadores de DM, como sendo a assistência de enfermagem para a pessoa com DM precisa estar voltada para um processo de educação em saúde que auxilie o indivíduo a conviver melhor com a sua condição crônica, reforce sua percepção de riscos à saúde e desenvolva habilidades para superar os problemas, mantendo a maior autonomia possível e tornando-se corresponsável pelo seu cuidado. As ações devem auxiliar a pessoa a conhecer o seu problema de saúde e os fatores de risco correlacionados, identificar vulnerabilidades, prevenir complicações e conquistar um bom controle metabólico que, em geral, depende de alimentação regular e de exercícios físicos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022)

Assim sendo, cabe ao enfermeiro ensinar o paciente sobre a medição das taxas de açúcar no sangue, por meio do glicosímetro, assim como ensinar o jeito certo de dar a injeção de insulina, devendo, ainda, orientar como guardar e manipular as medicações, mostrar como cuidar das feridas e como fazer os curativos. Sendo que em caso de paciente hospitalizado deve realizar o acompanhamento da glicemia do paciente. (MARQUES et al., 2020)

Ainda, é preciso ficar atento para as possíveis complicações que a DM pode trazer ao paciente como: retinopatia, doenças cardiovasculares, nefropatias e neuropatia. (SILVA, 2019)

Grossi (2019) menciona que há a necessidade latente de esforços governamentais, em todos os segmentos da sociedade, a fim de frear o avanço da doença no Brasil, consistentes em alterações no estilo de vida, intervenções dietéticas e a manutenção de padrões glicêmicos, pressão arterial.

CONCLUSÃO

Elencam-se, assim, os cuidados de Enfermagem mais frequentes prescritos por enfermeiros no atendimento aos pacientes diabéticos: orientar como armazenar insulina; instruir acerca da necessidade de tomar a medicação nos horários corretos, conforme prescrição medicamentosa; nortear sobre os locais de aplicação da insulina e a necessidade de rotatividade; e sinalizar quanto à importância da verificação regular da glicemia. Ainda, é de suma importancia que o enfermeiro ofereça apoio educativo referente aos cuidados com os pés dos pacientes, de acordo com as necessidades individuais, para prevenção de úlceras e amputações.

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1 Faculdade Cristo Rei – Faccrei, Cornélio Procópio- Paraná, lima-adri-789@outlook.com

2 Faculdade Cristo Rei – Faccrei, Cornélio Procópio- Paraná, carlos@faccrei.com