A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AO PORTADOR DA SÍNDROME DE ESPECTRO AUTISTA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7987680


Josiane Macena dos Santos1
Bruno de Sousa Carvalho Tavares2


RESUMO

O presente artigo detém por escopo realizar uma abordagem sobre a importância da assistência farmacêutica ao portador da síndrome de espectro autista, tendo em vista que atualmente está patologia vem se mostrando predominante em meio a sociedade, se tornando questão de saúde pública, visto que ocasiona no indivíduo acometido problemas de comunicação, sociabilidade e comportamento, deste modo, sendo necessário a presença de profissionais qualificados que auxiliem no processo de tratamento, tal como o farmacêutico. O problema de pesquisa é qual o papel desenvolvido pelo profissional farmacêutico no processo de tratamento do Portador da Síndrome de Espectro Autista? O objetivo geral consiste em demostrar a importância do farmacêutico no tratamento farmacológico da Síndrome de Espectro Autista. Quanto a metodologia utilizada, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com a revisão de artigos, revistas, livros, jornais, teses, dissertações. Concluindo-se que o farmacêutico se mostra de grande relevância para o auxílio e monitoramento do paciente sobre o uso do medicamento, indicando a posologia adequada, horário e intervalo de uso, fomentando o uso racional dos medicamentos, assim como outras atribuições que se mostram de ideal importância para a qualidade de vida do paciente.

Palavras-chaves: Autismo, Farmacêutico, Medicamentos. 

1 INTRODUÇÃO 

O presente projeto detém por finalidade, realizar uma breve abordagem sobre o tema a importância da assistência farmacêutica ao portador da Síndrome de Espectro Autista, tendo em vista que atualmente a Síndrome do Espectro Autista, vem se tornando frequente em meio a sociedade, tornando-se um caso de saúde pública, visto que este caracteriza-se por ser um transtorno neuropsiquiátrico, que se desenvolve de maneira precoce na infância, de modo, a ocasionar isolamento social e falha no processo de comunicação. Neste sentido, a atenção farmacêutica exerce um papel de grande importância no processo de tratamento do portador do Autismo, visto que estes são os profissionais responsáveis pela criação e qualidade dos medicamentos, assim como, por prestar orientações sobre o uso destes, de maneira a contribuir para a qualidade de vida do paciente com Autismo.

O autismo consiste em uma síndrome comportamental, em que o indivíduo tem o seu desenvolvimento motor e psiconeurológico comprometido, de modo a ocasionar dificuldades de interação social, linguagem e cognição da criança, as manifestações clínicas do autismo, encontra-se voltado a problemas neurais, crises convulsivas e outras. Deste modo, é necessário que o diagnóstico da doença seja realizado o mais cedo possível, para que possa ser realizado tratamentos que permitam o desenvolvimento do indivíduo. Nesta linha, o presente artigo apresenta por problemática o seguinte questionamento: Qual o papel desenvolvido pelo profissional farmacêutico no processo de tratamento do portador da Síndrome de Espectro Autista? 

Neste sentido, o objetivo principal consiste em demonstrar a importância do farmacêutico no tratamento farmacológico da Síndrome de Espectro Autista. E por objetivos específicos: Identificar os aspectos conceituais, fisiopatologia, epidemiologia e diagnóstico do Autismo; discorrer sobre o tratamento farmacológico do Autismo; discutir o papel do farmacêutico no tratamento do Autismo.

O TEA é uma patologia que ainda não é amplamente compreendida, onde o portador da patologia apresenta sintomas desde a fase pré-escolar, entre as principais alterações encontram-se a de comportamentos repetitivos, dificuldades de sociabilização e comunicação, necessidade de rotina, déficit no uso da imaginação, de modo, a se constatar um atraso no desenvolvimento global, tornando-se necessário a presença de uma equipe de profissionais especializados para o tratamento desta patologia, inclusive os profissionais de farmácia. Deste modo, a justificativa para a escolha do tema em questão, consiste em demonstrar para a população a importância da assistência farmacêutica no tratamento de indivíduos portadores da Síndrome do Espectro Autista, visto que são profissionais que trabalham diretamente com os medicamentos que auxiliam no processo de recuperação e cura, assim como, os benefícios do uso correto e indiscriminado dos medicamentos. 

2 DESENVOLVIMENTO 

2.1 Metodologia 

O método utilizado no presente estudo tratou-se de uma revisão bibliográfica, com base nos dados colhidos em sites tais como MEDLINE, SciELO, Google Acadêmico e PEDro. Foram utilizados para o desenvolvimento do artigo livros, revistas, jornais, teses, dissertações, assim como, materiais disponibilizados em sites de internet. 

Ao que concerne os critérios de inclusão, foram utilizados materiais publicados nos últimos 05 anos, que compreende o período de 2019 a 2023, nos idiomas de português e inglês. Já os critérios de exclusão, envolveram trabalhos que se encontram fora do período proposto e que não estejam relacionados ao período proposto. Salienta-se que para a elaboração da pesquisa foram utilizadas palavras chaves que facilitarão todo o processo do estudo bibliográfico, tais como: Autismo, Farmacêutico, Medicamentos. 

2.2 Resultados e Discussão 

2.2.1 Aspectos conceituais, fisiopatologia, epidemiologia e diagnóstico do autismo

Nos dias atuais, o autismo se mostra como uma patologia predominante em meio a sociedade, acometendo milhares de indivíduos. Neste sentido, de acordo com Novaes (2022), no Brasil atualmente a taxa de TEA se mostra elevada, sendo que a cada 10 mil pessoas, 27,2% são acometidas pelo autismo, tornando-se um caso de saúde pública. 

O autismo pode ser entendido como uma síndrome que ocasiona desvio nas relações interpessoais de comportamento e linguagem, podendo este ser identificado desde os primeiros anos de vida. Conforme os conhecimentos de Soares (2019), o autismo vem sendo tema de grandes debates no âmbito da educação e medicina, visto que este ainda se mostra desconhecido em alguns aspectos, gerando dúvidas para muitos indivíduos sobre seu desencadeamento. 

De acordo com Guimarães (2021), o autismo se relaciona a um grupo de transtornos, que abrange uma tríade de prejuízos de cunho qualitativo, sendo estes na comunicação, comportamento e interação social, sendo que tais prejuízos podem variar para cada criança, onde em algumas apresentam sintomas de baixa ou alta gravidade. 

Nesta linha de raciocínio, Dias (2019, p. 12), dispõe sobre o autismo, que: 

O autismo não é um só transtorno e sim um grupo de condições que é caracterizado por déficits na comunicação, interação social e padrões repetitivos de comportamento. Não é incluído na classificação de deficiência mental porque o deficiente mental não tem dificuldade de convívio social e nem todo autista tem prejuízo de aprendizado. Sua ocorrência se dá entre o 2 e 12 anos, e a característica principal é a dificuldade extrema de relacionamento com outras pessoas.

Deste modo, compreende-se que o autismo é uma patologia que afeta negativamente nas relações interpessoais, gerando dificuldades de convivência para o indivíduo acometido. Entende-se que, os primeiros indivíduos a identificar que há algo estranho com as crianças acometidas pelo TEA, são os pais. Ao perceberem comportamento diferenciado, estes passam a procurar respostas para tais incertezas, deste modo, buscando auxílio de profissionais capacitados. Ao que concerne o diagnóstico do autismo, os médicos não possuem critérios, o diagnóstico será indicado, quando houver a consulta com a criança, e for identificado determinados padrões comportamentais (MAGALHÃES et al., 2021). 

Ao que concerne a fisiopatologia do autismo, pode se relaciona a algumas anormalidades, como fatores ambientais, síndromes monogênicas, epigenética, micro duplicações, entre outras. Dias (2019), informa que a assimetria cerebral do portador da síndrome de espectro autista, apresenta menor atividade no hemisfério esquerdo, o qual é responsável pelas estruturas da memória, funcionamento social e linguagem. 

As pessoas com autismo comumente apresentam grandes dificuldades ao que concerne a movimentação de seu corpo, segmentos e globalidade, ocasionando ao autista um déficit sobre o seu corpo. Neste sentido, Soares (2019), aduz que variados são os sintomas que acometem os autistas, sendo estes: fala ou linguagem atrasadas; restrita compreensão das ideias; reações anormais às sensações; disfunções nas habilidades sociais, físicas e linguísticas; relacionamento anormal com pessoas e objetos, entre outros sintomas que afetam a sociabilidade do indivíduo. Neste sentido, as manifestações clínicas do autismo, encontram-se voltadas a problemas neurais, crises convulsivas e outras.

Nos dias atuais, para ser realizado o diagnóstico do Transtorno de Espectro Autista, faz-se necessário a presença de profissionais extremamente capacitados, pois a única base que esses profissionais possuem é o da tríade Autista, ou seja, a caracterização segundo a DSM-IV, pela dificuldade de comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. Diante disto, Guimarães (2021, p. 21), aduz que: 

O diagnóstico, geralmente feito na infância, deve ser realizado mediante avaliação do quadro clínico, incluindo os sintomas e as características comportamentais descritas anteriormente. Um profissional com formação médica e anos de experiência clínica, familiarizado com esse transtorno é o mais indicado para realizá-lo.

Deste modo, o autismo caracteriza-se por ser uma patologia que ocasiona problemas mentais, afetando a interação social e comunicação da criança. Neste sentido, é necessário que o diagnóstico da doença seja realizado o mais cedo possível, para que possa ser realizado tratamentos que permitam o desenvolvimento do indivíduo, nesta linha, o profissional de farmácia se mostra de grande importância na terapia medicamentosa desses pacientes, visto que estes visam a promoção e recuperação da saúde através do manuseio dos medicamentos.

2.2.2 Tratamento Farmacológico do autismo

Um dos tratamento do autismo, que visa auxiliar no desenvolvimento do paciente é o tratamento farmacológico, no entanto, para que seja escolhida a terapia adequada para cada paciente é necessário que sejam observadas os sintomas do paciente, diagnóstico, histórico de tratamento tratamentos farmacológicos, entre outros fatores, com o intuito de se utilizar os medicamentos que gerem menos efeitos adversos, favorecendo a adesão do tratamento. Nesta linha de raciocínio Dias (2019), aduz que os medicamentos voltados para o tratamento do autismo, não atuam sobre o TEA, mas sim sobre os sintomas da patologia, de modo que o uso destes ainda se mostra incipiente. 

Conforme os conhecimentos de Silva, Almeida e Abreu (2022), o uso de fármacos é essencial para o tratamento de crianças autistas, no entanto, este deve ser avaliado de maneira individual e criteriosa, para que possa atender de maneira específica as necessidades de cada paciente. Atualmente não existem fármacos relacionados diretamente ao tratamento do autismo, sendo usados medicamentos que ajudam a combater os sintomas secundários do autismo.

De acordo com os conhecimentos de Magalhães (2021), os fármacos utilizados no tratamento do autismo, não agem na melhoria das dificuldades de comunicação, sociabilidade e interesses. A ação dos medicamentos encontra-se voltada à redução ou eliminação de sintomas que prejudicam a convivência da criança com o autismo, agindo sobre o sono, agressividade, descontrole, inquietude e raiva. 

Conforme os conhecimentos de Costa et al (2021), entre os principais medicamentos utilizados no tratamento do autismo, se encontram: antipsicóticos (Fenotiazinas, Heterocíclicos); antidepressivos (Tricíclicos, ISRSs, IMAOs); ansiolíticos-sedativos (Benzodiazepínicos, Ciclopirrolonas); e estabilizadores do humor (Lítio+, Antiepiléticos / anticonvulsivantes). Estes medicamentos utilizados no tratamento farmacológico do autismo, buscam reduzir os sintomas secundários, tais como agressividade, hiperatividade, irritabilidade, ansiedade, comportamentos repetitivos, e outros. Os medicamentos mencionados se apresentam de grande ajuda no tratamento e controle dos sintomas do autismo. No entanto, estes podem ocasionar diversos efeitos colaterais no paciente, assim como, podem ocasionar dependência. 

Dias (2019) aduz que atualmente no Brasil, somente dois medicamentos são aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária para o tratamento do autismo, sendo estes aripiprazol e risperidona, sendo estes medicamentos utilizados para o controle dos sintomas do TEA. 

Para Silva, Almeida e Abreu (2022), informam que os medicamentos mais utilizados no tratamento farmacológico do autismo, trata-se da classe de antidepressivos, psiquiátricos, psicotrópicos, estabilizadores de humor, ansiolíticos, antipsicóticos e neurolépticos, sendo que cada um destes medicamentos é prescrito de acordo com as necessidades do paciente. Antipsicóticos como clozapina, risperidona e aripiprazol são indicados para os pacientes que apresentam movimentos repetitivos, agressividade, hiperatividade, irritabilidade, ansiedade e depressão. Os antidepressivos, buscam a elevação do humor. Já os estabilizadores de humor, visam combater os distúrbios afetivos ou de humor, entre outras situações relacionadas

Variados são os sintomas adversos ocasionados por fármacos utilizados no tratamento do autismo, tais como a cefaleia, vômito e edema. Deste modo, o profissional de farmácia se apresenta de grande importância no acompanhamento do paciente autista, visto que é o profissional que possui conhecimentos sobre os medicamentos e suas interações, neste sentido, se mostrou de fundamental relevância no auxílio do uso correto dos medicamentos (DIAS, 2019).

2.2.3 O papel do farmacêutico no tratamento do autismo

Os resultados desta revisão destacam a importância da assistência farmacêutica no tratamento farmacológico da TEA. Contudo, primeiro faz-se necessário enfatizar que assistência farmacêutica é diferente de atenção farmacêutica, conforme relatado por Costa et al. (2021), em que a assistência farmacêutica tem como objetivo garantir o acesso da população a medicamentos de qualidade e promover seu uso racional. Embora muitas pessoas confundam os termos assistência e atenção farmacêutica, a assistência farmacêutica abrange todas as etapas relacionadas ao medicamento, enquanto a atenção farmacêutica consiste em ações específicas que visam orientar e acompanhar o paciente no uso adequado dos medicamentos.

Assim Sousa, Fonseca e Souza (2021) afirmam que o farmacêutico é um profissional essencial para o tratamento do Transtorno do Espectro Autista, já que ele pode acompanhar a administração dos medicamentos, orientar sobre posologia, interações medicamentosas e potenciais efeitos colaterais, além de avaliar a adesão ao tratamento. Dessa forma, a presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar contribui para uma melhor eficácia e segurança do tratamento.

É importante considerar que o tratamento adequado do Transtorno do Espectro Autista deve ser uma abordagem multidisciplinar e individualizada. Essa multidisciplinaridade alcança o farmacêutico, como destacado por Almeida, Lima e Barros (2019, p. 1):

O farmacêutico atuante no autismo pode desenvolver atividades como: atenção farmacêutica, abordagem medicamentosa, monitoramento e acompanhamento do paciente, palestras e discussões educativas isentas de preconceito, traçando um plano terapêutico específico a cada paciente, priorizando suas necessidades individuais. Entretanto, existem desafios que englobam a falta de informação, capacitações, presença destes na saúde pública e a carência de pesquisas sobre o tema no Brasil, dificultando a atuação profissional nesta área.

O trecho apresentado evidencia a importância do farmacêutico no atendimento a pacientes com Transtorno do Espectro Autista, destacando a variedade de atividades que este profissional pode desenvolver, desde a atenção farmacêutica até o acompanhamento individualizado do paciente. No entanto, também é apontado que existem desafios que dificultam a atuação profissional nesta área, como a falta de informação, capacitação e pesquisas sobre o tema no Brasil (VOLKMAR; WIESNER, 2019). Portanto, é importante ressaltar que a escolha do medicamento e a dosagem devem ser individualizadas e baseadas nas necessidades específicas de cada paciente, além de ser acompanhada de perto por um profissional capacitado

A importância do farmacêutico no tratamento do TEA não se limita apenas à dispensação dos medicamentos, mas envolve ações que visam a garantia da segurança, eficácia e qualidade da terapia medicamentosa. Além de desenvolver um plano terapêutico individualizado, o farmacêutico deve acompanhar de perto o paciente, avaliando a resposta ao tratamento e ajustando a posologia conforme necessário. É também responsabilidade do farmacêutico orientar o paciente e sua família em relação às interações medicamentosas, efeitos adversos e colaterais, e promover ações educativas para informar sobre o transtorno e seu tratamento. Dessa forma, o farmacêutico se torna um aliado importante na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos com TEA e suas famílias (DIAS, 2019)

Segundo Nascimento, Silva e Guedes (2021), o papel do farmacêutico é de extrema importância no tratamento de pacientes com TEA, pois além de desenvolver um plano terapêutico, o profissional também é responsável por orientar os pacientes e seus familiares em relação à posologia, interações medicamentosas, efeitos adversos e colaterais. Além disso, o farmacêutico promove ações educativas que visam informar e conscientizar sobre o transtorno e seu tratamento, contribuindo para o uso racional dos medicamentos e para a melhora da qualidade de vida do paciente, como se destaca:

[…] é o farmacêutico o profissional mais apto à condução dessa ampla farmacoterapia. 

Por isso, diante da relevância do tema, o farmacêutico tem um papel de extrema importância para o acompanhamento do paciente e notificação de possíveis interações medicamentosas, pois é na atenção farmacêutica ao portador do TEA que ele pode intervir neste acompanhamento com orientações, com o uso adequado dos medicamentos, harmonização terapêutica, revisão, monitoramento e dosagem (SILVA; ALMEIDA; ABREU, p. 25, 2022).

Depreende-se do entendimento do autor acima aludido, a importância do papel do farmacêutico no acompanhamento do paciente com TEA, principalmente no que diz respeito à farmacoterapia, que muitas vezes envolve uma ampla gama de medicamentos. O farmacêutico é o profissional mais apto a conduzir essa terapia, uma vez que possui conhecimentos sobre os medicamentos e suas interações, podendo intervir no acompanhamento do paciente com orientações sobre o uso adequado dos medicamentos, monitoramento de possíveis efeitos adversos e ajustes de dosagem. Além disso, o farmacêutico pode atuar na harmonização terapêutica, garantindo que os medicamentos prescritos estejam em conformidade com as necessidades do paciente e não interfiram uns com os outros. É importante destacar que a atenção farmacêutica ao portador do TEA é fundamental para garantir um tratamento adequado e seguro, maximizando os benefícios terapêuticos e minimizando os riscos associados ao uso de medicamentos (LOPES, 2019).

O papel do farmacêutico no acompanhamento do paciente com TEA é fundamental, já que ele possui contato direto com o paciente e pode identificar problemas de terapia medicamentosa. Dessa forma, o farmacêutico pode ser considerado um ponto chave no tratamento, verificando o uso adequado das medicações e garantindo uma terapia medicamentosa segura e eficaz (SOUSA; FONSECA; SOUZA, 2021).

Deste modo, o farmacêutico mostra-se de grande relevância para o auxílio e monitoramento do paciente sobre o uso do medicamento, indicando a posologia adequada, horário e intervalo de uso, fomentando o uso racional dos medicamentos, assim como outras atribuições que se mostram de ideal importância para a qualidade de vida do paciente. 

3. CONCLUSÃO

O presente estudo teve por escopo realizar um estudo sobre a Importância da assistência farmacêutica ao portador da síndrome de espectro autista, sendo possível ao decorrer do estudo alcançar os objetivos propostos. Inicialmente constatou-se que o autismo se relaciona a um grupo de transtornos, que abrange uma tríade de prejuízos de cunho qualitativo, sendo estes na comunicação, comportamento e interação social, sendo que tais prejuízos podem variar para cada criança, onde em algumas apresentam sintomas de baixa ou alta gravidade. Neste sentido, é necessário que o diagnóstico da doença seja realizado o mais cedo possível, para que possa ser realizado tratamentos que permitam o desenvolvimento do indivíduo. 

Um dos principais métodos utilizados no tratamento do autista, trata-se do farmacológico, no entanto, este deve ser avaliado de maneira individual e criteriosa, para que possa atender de maneira específica as necessidades de cada paciente. Entre os principais medicamentos utilizados no tratamento do autismo, se encontram: antipsicóticos (Fenotiazinas, Heterocíclicos); antidepressivos (Tricíclicos, ISRSs, IMAOs); ansiolíticos-sedativos (Benzodiazepínicos, Ciclopirrolonas); e estabilizadores do humor (Lítio+, Antiepiléticos / anticonvulsivantes). Estes medicamentos utilizados no tratamento farmacológico do autismo, buscam reduzir os sintomas secundários, tais como agressividade, hiperatividade, irritabilidade, ansiedade, comportamentos repetitivos, e outros.

Os medicamentos se mostram como grande aliado no tratamento dos efeitos secundários do autismo, no entanto, estes podem ocasionar efeitos adversos nos pacientes, tornando-se necessário o auxílio do profissional de farmácia no uso dos medicamentos, para que sejam minimizados estes efeitos. O papel do farmacêutico é de extrema importância no tratamento de pacientes com TEA, pois além de desenvolver um plano terapêutico, o profissional também é responsável por orientar os pacientes e seus familiares em relação à posologia, interações medicamentosas, efeitos adversos e colaterais.

REFERÊNCIAS

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1Acadêmico(a) do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera – Macapá.
2Orientador(a). Docente do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera -Macapá.