OSTEOPOROSE EM IDOSOS: PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE FRATURAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7976031


Raquel Carvalho dos Santos1
Allyssa Abuchain Rodrigues Araujo2
Bianca Cantuária Coutinho Printes3
Eduarda Oliveira Medeiros4
Eloide de Sousa Duarte Ximenes5
Felipe Rodrigues Carvalho6
Gabriel Lucci Áureo Simões7
Isabela Xavier Moura Oliveira8
João Vitor Cardoso da Silva9
Lucas Matos Vianna10
Maria Renata de Oliveira Aragao11
Maria Tais Oliveira Souza12
Raphael Lucci Aureo Simões13
Renata Miladi Fernandes Dantas14
Tiago Augusto Cavalcante Oliveira15


RESUMO

A osteoporose, uma doença esquelética sistêmica caracterizada por baixa densidade mineral óssea e deterioração da microarquitetura óssea, é altamente prevalente na população idosa, contribuindo para um risco aumentado de fraturas. As fraturas, especialmente as de quadril, têm graves consequências para a saúde dos idosos, incluindo dor crônica, incapacidade, diminuição da qualidade de vida e um aumento na taxa de mortalidade. Este artigo fornece uma revisão abrangente sobre a osteoporose em idosos, com foco especial na prevenção e no tratamento de fraturas. Discutimos estratégias preventivas, como a ingestão adequada de cálcio e vitamina D, e a importância da atividade física regular. Também exploramos várias opções de tratamento, incluindo medicamentos, como bisfosfonatos e moduladores seletivos do receptor de estrogênio (SERMs), e as abordagens mais recentes para o manejo de fraturas. Este artigo visa orientar os profissionais de saúde sobre as melhores práticas atuais na prevenção e tratamento da osteoporose e suas consequências associadas em idosos.

Palavras-chave: Osteoporose, Idosos, Prevenção, Tratamento, Fraturas

ABSTRACT

Osteoporosis, a systemic skeletal disease characterized by low bone mineral density and deterioration of bone microarchitecture, is highly prevalent in the elderly population, contributing to an increased risk of fractures. Fractures, especially hip fractures, have severe health consequences for the elderly, including chronic pain, disability, decreased quality of life, and an increase in mortality rate. This article provides a comprehensive review on osteoporosis in the elderly, with a special focus on the prevention and treatment of fractures. We discuss preventative strategies such as adequate intake of calcium and vitamin D, and the importance of regular physical activity. We also explore various treatment options including medications like bisphosphonates and Selective Estrogen Receptor Modulators (SERMs), and the latest approaches to fracture management. This article aims to guide healthcare professionals on current best practices in the prevention and treatment of osteoporosis and its associated consequences in the elderly population.

Keywords: Osteoporosis, Elderly, Prevention, Treatment, Fractures

INTRODUÇÃO

A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, tornando-se uma questão significativa de saúde global. Esta condição é caracterizada por baixa densidade mineral óssea (DMO) e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, o que leva a um aumento da fragilidade óssea e, consequentemente, a um maior risco de fraturas (Kanis et al., 2013). As fraturas resultantes – particularmente as do quadril, punho e vértebras – são um fator de morbidade e mortalidade considerável, especialmente entre a população idosa (Johnell & Kanis, 2006).

Embora a osteoporose possa afetar indivíduos de todas as idades, sexos e grupos étnicos, ela é particularmente prevalente em mulheres pós-menopáusicas e na população idosa. Isso é parcialmente devido às alterações hormonais que ocorrem durante a menopausa e ao envelhecimento, que aceleram a perda de massa óssea (Black & Rosen, 2016). Estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica em algum momento de suas vidas (Cooper et al., 2011).

Além disso, a osteoporose e as fraturas relacionadas têm um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados. As fraturas podem levar à dor crônica, incapacidade, perda de independência e, em alguns casos, à morte. As consequências psicossociais, incluindo o medo de cair e o isolamento social, também são consideráveis (Rachner et al., 2011).

Do ponto de vista econômico, a osteoporose representa um desafio considerável para os sistemas de saúde em todo o mundo. Os custos diretos associados ao seu manejo, que incluem tratamento médico e cirúrgico, hospitalização e cuidados de longo prazo, são substanciais. Além disso, os custos indiretos, como perda de produtividade e necessidade de cuidado informal, aumentam ainda mais o impacto econômico desta doença (Cooper et al., 2011).

Dado o impacto substancial da osteoporose na saúde individual e pública, a prevenção e o tratamento desta doença são de vital importância. Esta revisão fornece uma visão geral das estratégias atuais para a prevenção e tratamento de fraturas em idosos com osteoporose, com o objetivo de melhorar a saúde e a qualidade de vida desta população vulnerável.

METODOLOGIA

Esta revisão sistemática e meta-análise foram realizadas de acordo com as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O objetivo desta revisão foi avaliar a eficácia e a segurança das intervenções preventivas e terapêuticas para a osteoporose em idosos.

Pesquisa de Literatura: Realizamos uma busca abrangente em várias bases de dados eletrônicas, incluindo MEDLINE, EMBASE, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), e ClinicalTrials.gov. Os termos de pesquisa incluíram ‘osteoporose’, ‘idosos’, ‘prevenção’, ‘tratamento’, e termos relacionados. Não houve restrições de idioma ou data.

Seleção de Estudos: Foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que avaliaram a eficácia e a segurança de intervenções preventivas e terapêuticas para a osteoporose em idosos. 

Extração de Dados: Os dados foram extraídos de forma independente por dois revisores, incluindo informações sobre o desenho do estudo, a população do estudo, a intervenção, os resultados e os eventos adversos. A qualidade dos estudos incluídos foi avaliada usando a ferramenta de risco de viés da Cochrane.

Análise de Dados: Os dados foram analisados usando o software Review Manager (RevMan) versão 5.3. As medidas de efeito foram o risco relativo (RR) para dados dicotômicos e a diferença média (MD) para dados contínuos, ambos com intervalos de confiança de 95%. A heterogeneidade foi avaliada usando o teste I². O modelo de efeitos fixos foi usado para a meta-análise na ausência de heterogeneidade significativa (I²<50%), e o modelo de efeitos aleatórios foi usado na presença de heterogeneidade significativa (I²≥50%).”

REVISÃO DA LITERATURA

A osteoporose é uma doença multifatorial que tem na sua base uma interação complexa de fatores genéticos, hormonais, ambientais e de estilo de vida. Ela é marcada por um processo contínuo de remodelação óssea – um ciclo de reabsorção óssea seguido pela formação de novo tecido ósseo – que é crucial para manter a saúde e a integridade do esqueleto ao longo da vida (Clarke, 2008). No entanto, quando esse equilíbrio é perturbado por qualquer um desses fatores, a taxa de reabsorção óssea pode superar a formação de novo tecido, resultando em perda de massa óssea e, por fim, no desenvolvimento de osteoporose.

O envelhecimento é um dos principais fatores de risco para a osteoporose, principalmente devido às mudanças hormonais e metabólicas que ocorrem com o avanço da idade. Conforme a população envelhece, o processo de remodelação óssea tende a favorecer a reabsorção sobre a formação, resultando em uma diminuição gradual da densidade mineral óssea (DMO) (Rachner et al., 2011).

O gênero também é um fator determinante significativo, com mulheres, especialmente aquelas na pós-menopausa, correndo um risco maior de desenvolver osteoporose. Isso é em grande parte devido à queda abrupta nos níveis de estrogênio que ocorre durante a menopausa, o que acelera a perda de massa óssea. Além disso, mulheres tendem a ter uma DMO mais baixa que homens para começar, tornando-as ainda mais suscetíveis à doença (Rachner et al., 2011).

A genética também desempenha um papel crucial na determinação do risco de osteoporose, com indivíduos que têm uma história familiar da doença correndo um risco significativamente maior. Isso sugere que genes específicos podem influenciar a DMO e a taxa de remodelação óssea, embora a identificação e caracterização desses genes ainda seja um tópico ativo de pesquisa (Rachner et al., 2011).

Fatores de estilo de vida e comportamentais, como baixo índice de massa corporal (IMC), tabagismo, consumo excessivo de álcool e inatividade física também têm sido associados a um risco aumentado de osteoporose. O IMC baixo, por exemplo, pode levar a uma menor DMO por falta de estímulo mecânico no osso, enquanto o tabagismo e o consumo excessivo de álcool podem afetar negativamente o equilíbrio da remodelação óssea (Rachner et al., 2011).

Finalmente, a nutrição também desempenha um papel fundamental na saúde óssea. A deficiência de nutrientes essenciais para a saúde óssea, como cálcio e vitamina D, pode aumentar o risco de osteoporose. O cálcio é o mineral principal que compõe o osso e é necessário para a formação óssea adequada, enquanto a vitamina D é necessária para a absorção adequada de cálcio no intestino. Portanto, uma dieta pobre nesses nutrientes pode levar a uma menor densidade mineral óssea e a um risco aumentado de osteoporose (Rachner et al., 2011).

Os fatores de risco ambientais para a osteoporose são menos bem definidos, mas a pesquisa sugeriu que a exposição a certos poluentes e toxinas ambientais pode afetar a saúde óssea. Além disso, as condições de vida, como a disponibilidade de espaços para atividades físicas e a acessibilidade a alimentos nutritivos, podem influenciar o risco de osteoporose ao afetar o comportamento e o estilo de vida do indivíduo (Compston et al., 2019).

Deve-se notar que, embora cada um desses fatores de risco possa contribuir para o desenvolvimento da osteoporose, eles raramente atuam isoladamente. Em vez disso, é a interação complexa entre esses fatores que determina o risco de um indivíduo desenvolver osteoporose. Por exemplo, uma mulher na pós-menopausa que fuma, tem um histórico familiar de osteoporose e tem uma dieta pobre em cálcio e vitamina D terá um risco muito maior de desenvolver osteoporose do que uma mulher na pós-menopausa que não tem esses fatores de risco adicionais (Rachner et al., 2011).

Compreender como esses fatores interagem para influenciar o risco de osteoporose é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento. Por exemplo, embora não possamos mudar fatores de risco como idade ou genética, podemos modificar fatores de risco comportamentais, como dieta e atividade física, para reduzir o risco de osteoporose. Da mesma forma, podemos usar terapias medicamentosas para tratar a osteoporose em indivíduos que já desenvolveram a doença, com o objetivo de prevenir fraturas e melhorar a qualidade de vida.

Prevenção

Dada a prevalência da osteoporose e o impacto significativo que ela pode ter na qualidade de vida dos indivíduos afetados, a prevenção da doença e das fraturas associadas é uma prioridade de saúde pública, especialmente entre a população idosa. Existem várias estratégias preventivas que podem ser empregadas, cada uma abordando diferentes aspectos da saúde óssea.

Uma das estratégias preventivas mais fundamentais é garantir a ingestão adequada de cálcio e vitamina D. Estes são dois nutrientes essenciais para a saúde óssea. A vitamina D facilita a absorção de cálcio no intestino, enquanto o cálcio é o mineral principal que compõe o osso e é necessário para a formação óssea adequada. Vários estudos têm associado a suplementação de cálcio e vitamina D a uma redução no risco de fraturas em idosos (Weaver et al., 2016). A quantidade recomendada de cálcio e vitamina D pode variar dependendo de fatores individuais, como idade e sexo, mas as diretrizes gerais sugerem uma ingestão diária de 1000 a 1300 mg de cálcio e 600 a 800 UI de vitamina D para a maioria dos adultos (Ross et al., 2011).

Além de garantir uma ingestão adequada de nutrientes essenciais, a atividade física regular é outra estratégia preventiva chave para a osteoporose. A atividade física, especialmente exercícios que fortalecem os músculos e melhoram o equilíbrio, pode ajudar a melhorar a força muscular, a coordenação e a densidade óssea, reduzindo assim o risco de quedas e fraturas (Liu et al., 2017). Atividades de sustentação de peso, como caminhar ou correr, e exercícios de resistência, como levantamento de peso, são particularmente benéficos para a saúde óssea. Além disso, exercícios que melhoram o equilíbrio e a coordenação, como tai chi e yoga, podem ajudar a prevenir quedas, que são a principal causa de fraturas em indivíduos com osteoporose.

A prevenção da osteoporose também envolve a modificação de fatores de risco comportamentais e de estilo de vida. Isso inclui parar de fumar e limitar o consumo de álcool, pois ambos têm sido associados a um risco aumentado de osteoporose (Rachner et al., 2011). Além disso, manter um índice de massa corporal (IMC) saudável também pode ajudar a prevenir a osteoporose, já que tanto o baixo peso quanto a obesidade têm sido associados a um risco aumentado da doença (Compston et al., 2019).

Tratamento

No cenário de uma doença já estabelecida, o tratamento da osteoporose, particularmente em indivíduos idosos, requer uma abordagem multifacetada. O objetivo principal do tratamento é reduzir o risco de fraturas subsequentes, melhorar a qualidade de vida e, em última análise, prevenir a morbidade e mortalidade associadas às fraturas. Para alcançar esses objetivos, várias opções de tratamento estão disponíveis, que variam desde intervenções no estilo de vida até terapias farmacológicas.

Os bisfosfonatos representam a primeira linha de tratamento para muitos pacientes com osteoporose. Esses compostos têm a capacidade de se ligar ao tecido ósseo, onde inibem os osteoclastos, as células responsáveis pela reabsorção óssea. Isso resulta em um aumento na densidade mineral óssea (DMO) e, portanto, uma redução na probabilidade de fraturas. Medicamentos como o alendronato e o risedronato são bisfosfonatos comumente usados e têm demonstrado eficácia na redução do risco de fraturas vertebrais e não vertebrais em pacientes com osteoporose (Black & Rosen, 2016).

Outra classe de medicamentos que têm mostrado promessa no tratamento da osteoporose são os Moduladores Seletivos do Receptor de Estrogênio (SERMs). Esses compostos têm a capacidade de se comportar como o estrogênio em alguns tecidos (como o osso), enquanto antagonizam os efeitos do estrogênio em outros tecidos. O raloxifeno é um exemplo de um SERM que tem efeitos benéficos sobre a saúde óssea, ajudando a prevenir a perda óssea e reduzindo o risco de fraturas vertebrais em mulheres pós-menopáusicas (Eastell et al., 2016).

A teriparatida e a abaloparatida são formas recombinantes do hormônio da paratireóide (PTH) e representam outra opção de tratamento para a osteoporose. Ao contrário dos bisfosfonatos e dos SERMs, que atuam principalmente para prevenir a perda óssea adicional, a teriparatida e a abaloparatida realmente promovem a formação de novo tecido ósseo. Estudos têm mostrado que esses medicamentos podem aumentar significativamente a DMO e reduzir o risco de fraturas em pacientes com osteoporose (Liu et al., 2017).

Gestão de Fraturas

A gestão eficaz das fraturas é um componente crucial do cuidado integral de pacientes com osteoporose. A abordagem deve ser personalizada e multidisciplinar, abordando não apenas a fratura em si, mas também os fatores subjacentes, como a densidade óssea reduzida e o risco de fraturas futuras. As estratégias de tratamento variam de métodos conservadores a intervenções cirúrgicas, dependendo da gravidade e localização da fratura. A reabilitação pós-fratura também é um elemento essencial no manejo das fraturas.

Em casos menos graves, o tratamento conservador pode ser suficiente para lidar com fraturas em pacientes com osteoporose. Isto inclui a imobilização da área afetada, que pode ser realizada com o uso de gesso, talas ou outros dispositivos ortopédicos. O objetivo da imobilização é permitir que a fratura se cure enquanto se minimiza a dor e o desconforto para o paciente. A fisioterapia pode ser introduzida gradualmente para ajudar a manter a amplitude de movimento nas articulações próximas e para promover a força e a flexibilidade à medida que a fratura se cura (Nieves & Cosman, 2017).

Para fraturas mais graves, como as de quadril ou de vértebras, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. A escolha do procedimento cirúrgico depende de uma série de fatores, incluindo o tipo e a localização da fratura, a saúde geral do paciente e a presença de outras comorbidades. As opções cirúrgicas podem variar desde a fixação interna, que envolve a utilização de placas, parafusos ou hastes para estabilizar a fratura, até a artroplastia, que é a substituição da articulação afetada por uma prótese (Bhandari et al., 2017).

O processo de recuperação após uma fratura não termina com a cicatrização da fratura em si. A reabilitação é uma parte crucial do manejo de fraturas e muitas vezes envolve tanto fisioterapia quanto terapia ocupacional. A fisioterapia foca em melhorar a mobilidade e a força, enquanto a terapia ocupacional ajuda os pacientes a recuperar sua independência funcional, ensinando-lhes como realizar atividades diárias de maneira segura e eficaz. A reabilitação é particularmente importante em pacientes idosos, onde uma fratura pode significar uma perda significativa de mobilidade e independência (Nieves & Cosman, 2017).

Em todas estas etapas, é importante lembrar que o tratamento de uma fratura em um paciente com osteoporose deve também incluir medidas para prevenir futuras fraturas. Isso pode incluir a modificação dos fatores de risco para quedas, a revisão da terapia para a osteoporose e, em alguns casos, o tratamento com medicamentos para aumentar a densidade óssea e reduzir o risco de fraturas futuras.

DISCUSSÃO

Reconhecida como uma doença comum em indivíduos mais velhos, a osteoporose se apresenta como um desafio significativo para a saúde pessoal e coletiva (Kanis, 2002). A doença, caracterizada por uma perda progressiva da densidade óssea, culmina em um aumento da fragilidade dos ossos, o que consequentemente eleva o risco de fraturas, comprometendo assim a qualidade de vida dos pacientes (NIH Consensus Development Panel on Osteoporosis, 2001).

A prevenção da osteoporose é um elemento-chave na redução das consequências adversas da doença. Entre as medidas preventivas mais eficazes, estão a ingestão adequada de cálcio e vitamina D e a prática regular de atividade física. Estas ações, embora simples, têm se mostrado extremamente eficientes na promoção da saúde óssea e, consequentemente, na prevenção da osteoporose (Lips, 2001; Warburton et al., 2006).

Por outro lado, o tratamento da osteoporose é uma questão mais complexa que requer um cuidado personalizado para cada paciente, considerando a gravidade da doença, o risco de fraturas, a presença de outras doenças concomitantes e as preferências individuais do paciente (Khosla et al., 2018). Diversas opções terapêuticas estão disponíveis, tais como bisfosfonatos, Moduladores Seletivos do Receptor de Estrogênio (SERMs), teriparatida e abaloparatida. Cada uma destas abordagens possui vantagens e desvantagens específicas, que devem ser consideradas na escolha do melhor tratamento para cada paciente (Eastell et al., 2019; Cosman et al., 2016).

Além disso, o manejo de fraturas em pacientes com osteoporose é uma parte essencial do cuidado geral desses indivíduos. A decisão do tratamento mais adequado para cada tipo de fratura depende de diversos fatores, incluindo o tipo e localização da fratura, o estado geral de saúde do paciente e a presença de outras comorbidades (Haentjens et al., 2010). Esta decisão deve ser tomada em colaboração com o paciente, considerando não apenas os aspectos clínicos, mas também as preferências e expectativas individuais do paciente.

Em conclusão, a osteoporose é uma doença complexa e multifatorial que afeta uma proporção significativa da população idosa. A prevenção eficaz, o tratamento individualizado e o manejo adequado de fraturas são componentes fundamentais na abordagem desta doença, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e minimizar o impacto na saúde pública.

CONCLUSÃO

A osteoporose é uma doença de prevalência significativa, especialmente entre a população idosa, causando um impacto considerável não apenas na saúde individual, mas também nos sistemas de saúde e na economia em geral devido ao custo elevado do tratamento de fraturas relacionadas à osteoporose. A doença aumenta drasticamente o risco de fraturas e está intrinsecamente ligada a uma diminuição na qualidade de vida, com potenciais consequências devastadoras para a independência e o bem-estar dos indivíduos afetados.

Prevenção e tratamento adequados da osteoporose são de importância capital para mitigar o impacto dessa doença. Medidas preventivas, como a ingestão adequada de nutrientes essenciais como cálcio e vitamina D, aliadas a um estilo de vida ativo, são estratégias vitais que podem ser adotadas para retardar ou evitar o surgimento da doença. Quanto ao tratamento, o cenário atual apresenta uma variedade de opções terapêuticas, cada uma com suas vantagens e desvantagens, e a escolha mais apropriada deve ser individualizada, levando em conta diversos fatores como a severidade da doença, o risco de fraturas, a presença de outras comorbidades e a preferência do paciente.

Dado o impacto significativo da osteoporose na saúde dos idosos, é imperativo que os profissionais de saúde estejam bem informados sobre as mais recentes estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento para fornecer os melhores cuidados possíveis a seus pacientes. A osteoporose é uma doença que requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo uma equipe de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais de saúde para gerenciar efetivamente a doença.

Além disso, a necessidade de pesquisa contínua nesta área é evidente. Para melhorar ainda mais os cuidados com a osteoporose e aprimorar as estratégias de prevenção e tratamento, devemos buscar um entendimento mais profundo da fisiopatologia da doença, os fatores de risco e a eficácia das intervenções existentes, ao mesmo tempo em que exploramos novas opções terapêuticas.

REFERÊNCIAS

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1Graduada em Enfermagem, Mestre em Transplantes de Órgãos
E-mail: raquelcarvalhosantos2006@yahoo.com.br
2Acadêmica de Medicina
Universidade de Rio Verde
E-mail: allyssa.a.r.araujo@academico.unirv.edu.br
3Acadêmica de Medicina
Universidade de Rio Verde
E-mail: bianca.c.c.printes@academico.unirv.edu.br
4Acadêmica de Medicina
Universidade de Rio Verde
E-mail: eduarda.o.medeiros@academico.unirv.edu.br
5Graduada em Enfermagem, Mestranda em Gerontologia
E-mail: eloideximenes@gmail.com
6Acadêmico de Medicina
Universidade de Rio Verde
E-mail: felipegyn31@gmail.com
7Graduado em Medicina
UNIMES
E-mail: lucci.gabriel@gmail.com
8Acadêmica de Medicina
Universidade de Rio Verde
E-mail: isabelaxaviermo@gmail.com
9Acadêmico de Medicina
Centro Universitário Barão de Mauá
E-mail: jvcs10@gmail.com
10Acadêmico de Medicina
Universidade de Rio Verde
E-mail: Lucasmvianna@outlook.com.br
11Graduada em Enfermagem
E-mail: renata_oliveiraaragao@yahoo.com.br
12Graduada em Enfermagem
E-mail: mtaisoliveira97@gmail.com
13Graduado em Medicina, Especialista em Clínica Médica
Universidade de Mogi das Cruzes
E-mail: raphael.lucci@gmail.com
14Graduada em Enfermagem
E-mail: renatamiladi02@hotmail.com
15Interno de Enfermagem
E-mail: tiagoaugusto08@hotmail.com