AVALIAÇÃO DAS DIMENSÕES DO MOBILIÁRIO (CADEIRA E MESA) DE UMA SALA DE INFORMÁTICA QUANDO COMPARADO AOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS DOS ALUNOS DE UM COLÉGIO PROFISSIONALIZANTE.

EVALUATION OF FURNITURE DIMENSIONS (CHAIR AND TABLE) IN A COMPUTER ROOM WHEN COMPARED TO ANTHROPOMETRIC DATA OF STUDENTS IN A VOCATIONAL COLLEGE.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7930418


Ezaquel Bednarczuk
Erick Chagas Mustefaga
Everton Lorenzett Tavares
Luiz Henrique Natalli
Lucas Zappia Barcik
Andressa Vitoria Xavier Barbosa


RESUMO

Este trabalho objetivou mostrar a aplicabilidade das medidas antropométricas do corpo humano no dimensionamento do mobiliário (cadeira e mesa) utilizado no laboratório de informática, visando oferecer maior conforto, segurança e saúde aos alunos de um curso técnico. Para isso, foram realizadas medidas diretas com uso de uma fita métrica, em uma amostra de 22 alunos na posição sentada e estática, onde foram selecionadas seis medidas (altura dos olhos, altura do cotovelo, altura poplítea, comprimento da nádega/poplítea, altura da coxa, largura do quadril), e posteriormente determinados os percentis 5, 50 e 95% que tinham relação com o uso mobiliário do laboratório. As dimensões do mobiliário foram determinadas com uma fita métrica, sendo: a altura da parte superior do monitor, altura da mesa, comprimento assento da cadeira, espaço entre o assento e o tampão da mesa, altura assento da cadeira, e largura assento da cadeira. Os resultados mostraram que o mobiliário apresentou irregularidades como: a altura do monitor deve ter 1,15 metros, altura da mesa deve ser de 0,70 metros, a cadeira deve ter regulagem de altura variando de 0,39 a 0,46 metros e a cadeira também deve ter 0,52 metros de largura.

Palavras chaves: Mesa, cadeira, computador, antropometria, alunos, postura. 

ABSTRACT

This work aimed to show the applicability of anthropometric measurements of the human body in the design of the furniture (chair and table) used in the computer lab, aiming at offering greater comfort, safety and health to the students of a technical course. For this purpose, a direct measurement using a tape measure was performed in a sample of 22 students in the seated and static position, where six measurements were selected (eye height, elbow height, popliteal height, buttock / popliteal length, height of thigh, hip width), and subsequently determined the 5, 50 and 95% percentiles that were related to the laboratory use of furniture. The dimensions of the furniture were determined with a tape measure, being: height of the top of the monitor, height of the table, length of chair seat, space between the seat and the desk cap, seat height of the chair, and chair seat width . The results showed that the furniture presented irregularities such as: the height of the monitor should be 1.15 meters, the height of the table should be 0.70 meters, the chair should have height adjustment ranging from 0.39 to 0.46 meters and the chair should also be 0.52 meters wide.

Key words: Table, chair, computer, anthropometry, students, posture.

1. INTRODUÇÃO

O corpo humano executa dois tipos de trabalho muscular: o dinâmico e o estático. No muscular dinâmico ocorre contração, extensão e gasto de energia, enquanto que no estático durante a contração ocorre apenas o acúmulo de resíduos decorrente da manutenção de postura ou de postura inadequada em virtude de um mobiliário mal dimensionado. As patologias comuns ocasionadas por postura de sentar inadequada podem levar aos desvios posturais com dores intensas e a incapacidade funcional em adultos (CORBIOLI, 2005).

Na dinâmica do sentar-se a pressão nos discos intervertebrais é maior na posição sentada seja ela ereta, relaxada para frente ou relaxada para trás do que em pé, por isso as condições do estar e permanecer sentado deve merecer atenção especial, e a antropometria das cadeiras deve permitir alternância postural como o recostar-se no encosto que transfere o peso do tronco para o encosto e contribui para diminuir a pressão nos discos intervertebrais e, por sua vez, a inclinação do encosto alivia a pressão dos discos e o trabalho estático da musculatura das costas (RODRIGUES, 2003).

No ambiente escolar tem-se observado uma grande lacuna de aplicações e adequações ergonômicas. A atividade escolar por não tratar-se de uma situação de trabalho, muitas vezes fica à mercê da causalidade, ou seja, ainda não existe um critério que lhes atenda aos requisitos de saúde e segurança para a concepção do mobiliário escolar. Portanto, informar-se e conhecer o assunto é uma necessidade urgente para que cresça a consciência social sobre este tema (OLIVATTI, 2010).

Desde crianças, a escola é um local onde as pessoas passam grande parte do dia. As crianças passam, aproximadamente, um quarto do dia na escola e 80% desse tempo estão sentadas, ocupadas com trabalho escolar, além disso, atualmente o uso de computadores é corriqueiro. 

Além dos aspectos pedagógicos, o uso do computador na escola suscita discussões sobre a utilização da ergonomia no planejamento do ambiente escolar e na definição de orientações preventivas aos professores e estudantes. Entendendo Se como ergonomia,o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia (ROCHA et al, 2013).

Com isso, este trabalho tem como objetivo avaliar as dimensões do mobiliário (mesas e cadeiras) utilizado em um laboratório de informática, comparando-as com dados antropométricos de uma população de 30 indivíduos, todos alunos de um colégio de ensino profissionalizante localizado no município de Irati-PR, de forma a sugerir um ambiente de estudo confortável e, sobretudo, preservar a saúde e a integridade física dos usuários do ambiente.

O desenvolvimento deste trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica, abordando conceitos sobre ergonomia, antropometria, uso da ergonomia na atividade escolar e uso de computadores nas escolas. No item material e métodos, é descrito os materiais e métodos usados para obtenção de dados e o tratamento aplicado nos mesmos. No item resultados e discussão são apresentadas as dimensões do mobiliário da sala de informática (mesa e cadeira), perfil antropométrico dos alunos, ambas comparadas para realizar o dimensionamento do mobiliário da sala de informática (mesa e cadeira). E na conclusão é descrito os principais itens observados no desenvolvimento deste trabalho propondo sugestões de correções e ideias para pesquisas futuras. 

2.  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Ergonomia visa a adequação do ambiente do trabalho ao funcionário, tendo seu objetivo desenvolver e aplicar técnicas de adaptação do homem ao seu trabalho e formas mais eficientes de desempenhá-lo, visando o bem-estar e aumento de produtividade. A ergonomia não envolve somente o ambiente físico, mas sim todos os aspectos referentes à organização, controle e produção de resultados (SAKAMOTO, 2014).

Para a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) temos a definição de Ergonomia como sendo o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano.

Iida (1990) define a ergonomia como o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O trabalho com uma acepção bastante ampla, abrangendo não somente máquinas e equipamentos utilizados para transformar materiais, mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho, envolvendo além do ambiente físico, também aspectos organizacionais de como esse é programado e controlado para produzir os resultados desejados.

A palavra ergonomia provém das palavras gregas ἔργον (ergon) que significa trabalho e νόμος (nomos) que significa lei da física. A palavra trabalho significa que o estudo é aplicado a quase todas as atividades humanas planejadas ou significativas, particularmente se envolve algum grau de esforço ou de perícia. Assim, a ergonomia pode ser definida como a ciência preocupada com o trabalho humano, abrangendo o design das ferramentas utilizadas, os objetos e o ambiente humano (PHEASANT E HASLEGRAVE, 2006).

A ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento humano no trabalho e outros fatores importantes para o projeto de sistemas de trabalho, citados por Iida (1990), que são:

•      O homem: características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do trabalhador; influência do sexo, idade, treinamento e motivação;

•      A máquina: todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu trabalho, englobando equipamento, ferramenta, mobiliário e instalações;

•      Ambiente: características do ambiente físico que envolve o homem durante o trabalho, como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases e outros; 

•      Informação: refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um sistema, a transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões; 

•      Organização: é a conjugação dos elementos acima citados no sistema produtivo, estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipes; 

•      Consequências do trabalho: questões de controles como tarefas inspetivas, estudos de erros e acidentes, além dos estudos sobre gastos energéticos, fadiga e estresse.

A ergonomia pode ser abordada em ergonomia física (que estuda os aspectos relativos à postura do trabalho, uso de materiais, os movimentos repetitivos, arquitetura dos postos de trabalho, a segurança e a saúde do trabalhador), ergonomia cognitiva (que estuda os processos mentais, isto é os aspectos ligados à carga mental, tomada de decisões, relação entre homem e computador, estresse e treinamento) e ergonomia organizacional (que estuda os aspectos referentes à comunicação, cultura organizacional, gestão da qualidade), todas procuram como objetivo principal a segurança e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com os sistemas produtivos. (IIDA, 1999)

Para Kroemer e Grandjean (2005), a ergonomia é uma disciplina científica que estuda as interações das pessoas com outros elementos, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos em projeto. A ergonomia deve ser aplicada para melhorar o projeto e o funcionamento de qualquer ambiente ou produto com os quais as pessoas interagem, sendo considerada uma ciência baseada em diversas áreas do conhecimento. Está relacionada à otimização do espaço e ao seu uso, a partir de observações e análises das condições ideais, considerando aspectos funcionais, disposição de mobiliário e circulações. Ela pode promover ao usuário autonomia e orientação na realização de atividades pertinentes à funcionalidade do espaço.

2.1. ANTROPOMETRIA

Segundo Iida (1990), a antropométria é o estudo das medidas do corpo humano, sendo importantes na determinação dos aspectos relacionados ao ambiente de trabalho e sua influência no desempenho de atividades, no entanto os estudos antropométricos apresentam alguns problemas práticos pelo fato das pessoas não apresentarem medidas iguais em função de algumas variáveis, tais como: tempo, idade, sexo, etnias, clima. O tamanho de uma amostra varia de acordo com a variabilidade da medida e precisão que se deseja obter e pode ser calculado estatisticamente, a exemplo das medidas antropométricas adotadas pelas forças armadas nos EUA, que são geralmente baseadas em amostras de 3 a 5 mil indivíduos, entretanto para a maioria das aplicações em ergonomia, que não se exige graus de confiança superior a 90 ou 95%, amostras de 30 a 50 indivíduos são mais que suficientes. É desejável, sempre que possível e economicamente justificável, que as medidas sejam realizadas diretamente tomando uma amostra significativa das pessoas que serão usuárias e consumidoras do objeto a ser projetado. 

Minetti, et al. (2002) descreve que na ergonomia, são encontrados dois tipos de dimensões antropométricas: estáticas e dinâmicas. Determinando-se como dimensões estáticas aquelas relacionadas com as medidas físicas do corpo parado, enquanto que as dinâmicas se relacionam com as medidas do corpo em movimento, ou trabalhando.

Couto (2002) define antropometria como sendo o estudo das medidas humanas. O conhecimento dessas medidas e como saber utilizá-las é de grande importância na determinação de vários aspectos relacionados ao posto de trabalho, visando à manutenção de uma boa postura.

Conforme afirma Bittencourt (2011), a antropométrica é o conjunto de medidas do corpo humano necessárias ao processo projeto de espaços, mobiliários e equipamentos, incluindo-se variáveis pertinentes à faixa etária, sexo, raça e, inclusive, grupos ocupacionais. Tais referências de variação nas dimensões humanas consideram-se de extrema importância, considerando as diferenças representativas a partir dos extremos de qualquer população.

Segundo Guedes e Guedes (2003) a Antropometria é o conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou suas partes. É aplicável em todas as fases do ciclo de vida e permite a classificação de indivíduos e grupos. O tamanho físico padrão de uma população pode ser determinado pela medição de suas variáveis antropométricas. O entendimento da antropometria se dá pela coleta de dados referentes às medidas externas corporais. Com esses resultados, são montadas equações e índices que predizem resultados de componentes corporais, como índice de massa corporal e somatória de dobras cutâneas.

A antropometria é um método de avaliação do tamanho, proporção e composição corporal, permitindo mensurar os tecidos ósseo, muscular e adiposo. A importância dessas medidas tem sido reforçada, porque, em todas as idades, as dimensões corporais podem refletir o estado de saúde de um indivíduo ou de determinada população (BARBOSA e COQUEIRO, 2012 apud MENEGHINI, 2013).

Conforme afirma Bittencourt (2011), o uso de tabelas antropométricas pode ser entendido como referencial, sendo recomendado como prática indiferenciada, uma vez que existem variações dimensionais, tanto para homens quanto para mulheres. Assim, para que se possa projetar produtos para uma determinada população, torna-se necessário conhecer o conceito de percentil (p) que é definido como “unidade estatística (1 de 100) de uma distribuição normal da população”. Os percentis mais frequentemente utilizados são o 5%, que apresentam as menores dimensões de uma população, e o 95% que representa maiores dimensões de uma população. Estes dois, em uma distribuição populacional normal, correspondem às medidas extremas de 90% de uma população.

Para realizar a avaliação antropométrica de uma determinada população deve-se levar em consideração sua etnia. Geralmente, grupos étnicos tendem a ter surgido de um mesmo grupamento natural e genético, caracterizando uma mesma população. Além deste fator, idade e sexo muitas vezes também entram como determinantes na caracterização de um público-alvo. Durante toda a vida, nosso corpo sofre alterações. Os valores antropométricos tornam-se diferentes, se compararmos uma criança de 4 anos e uma pessoa com 60 anos (CAMPISTA, 2008).

Contudo, tratando-se de projetos de mobiliários, deve-se levar em conta a natureza da atividade a ser realizada, uma vez que as posturas naturais do corpo ou posturas do tronco, braço e pernas que não envolvam trabalho estático e movimentos naturais são condições necessárias para um trabalho eficiente, sendo imprescindível a adaptação do local de trabalho às medidas do corpo e à mobilidade do operador (KROEMER e GRANDJEAN, 2005).

2.2. USO DA ERGONOMIA NA ATIVIDADE ESCOLAR

Considerando-se que a sala de aula é um ambiente de trabalho como outro qualquer, onde as pessoas realizam tarefas específicas, é conveniente a aplicação de resultados de pesquisa na solução de problemas práticos dentro da escola (OLIVATTI, 2010).

O mobiliário escolar, juntamente com outros fatores físicos, é notadamente um elemento da sala de aula que influi circunstancialmente no desempenho, segurança, conforto e em diversos comportamentos dos alunos (MORO et al., 1997). O mobiliário, em função dos requisitos da tarefa, determina a configuração postural dos usuários e define os esforços, elementos essenciais para a adoção de comportamentos diversos, estabelecidos numa jornada de trabalho em sala de aula, além de manter vínculo restrito com a absorção do conhecimento (NUNES et al, 1995).

Segundo Castellucci et al (2010), a ergonomia em contexto escolar, encontra-se ligada à interação dos alunos física e psiquicamente com a estrutura escolar, os equipamentos, materiais, ambiente e avaliação. Desde crianças, a escola é um local onde passamos grande parte do nosso dia. As crianças passam, aproximadamente, um quarto do dia na escola e 80% desse tempo estão sentadas, ocupadas com trabalho escolar. Dada a longa permanência dentro das salas de aulas, o “posto de trabalho” dos alunos é a sala de aula, sendo a mesa, a cadeira e o material escolar parte desse posto de trabalho. 

No estudo sobre o mobiliário escolar alguns fatores devem ser observados, pois os estudantes permanecem sentados a maior parte do tempo. Por isso, é necessário uma avaliação do que acontece fisicamente com o homem quando ele está na posição sentada, para que se possa entender melhor as necessidades dos alunos nesta posição (OLIVATTI, 2010). 

Quando o ser humano se encontra na posição sentada, a primeira alteração que ocorre é o aumento na pressão dos discos intervertebrais da coluna lombar, cerca de 50%, o que gera uma tendência à degeneração dos mesmos. “Esse aumento se deve à eliminação do amortecimento de pressões dado pelo arco dos pés e pelos tecidos moles dos membros inferiores” (COUTO, 2002). 

Outro fator importante na posição sentada é a tendência das pessoas se curvar para frente, está inclinação do tronco acarreta uma tendência de queda de todo o corpo. Para equilibrar este esforço e manter o tronco ereto, os músculos desenvolvem uma contração e esta contração muscular resulta em um aumento da pressão, sendo assim, esse aumento de pressão causa desconforto. Para minimizar o mesmo, a tendência do homem é de apoiar os cotovelos sobre a mesa (OLIVATTI, 2010).

É, por isso, importante que se tenha um ambiente adequado para os alunos já que um ambiente desadequado pode ter implicações negativas, como problemas na aprendizagem, disfunções posturais e músculo-esqueléticas, e dores lombares (CASTELLUCCI et al., 2010).

Para Olivatti (2010), as medidas mais críticas consideradas para o estudo da postura sentada são: altura poplítea, comprimento do saco, espaço do apoio lombar, altura do apoio lombar, altura do cotovelo ao assento, altura da coxa.

2.1. USO DE COMPUTADORES NAS ESCOLAS 

Na história, nunca uma ferramenta de trabalho foi utilizada por tantas pessoas como o computador está sendo utilizado. Apesar de ser uma ferramenta relativamente nova, há cerca de 20 anos no mercado, está presente nos diversos setores do mercado, desde a indústria até o setor de serviços. Hoje, é praticamente inaceitável o trabalho e a comunicação sem o uso dos recursos proporcionados pelo computador (NEKATSCHALOW et al, 2009).

O recurso às tecnologias da informação e comunicação (TIC) tem vindo a crescer rapidamente. Hoje em dia são utilizadas em praticamente todos os ramos de atividade, inclusivamente na educação, tendo tornado o uso de computadores e equipamentos informáticos uma presença constante dentro das salas de aula (DOCKRELL et al, 2010).

Segundo Dockrell et al. (2010), verifica-se um benefício do recurso às TIC com o aumento da utilização dos computadores pelos mais jovens, houve um aumento das competências informáticas e, existe uma correlação estatisticamente significativa entre as competências informáticas dos estudantes e o seu nível de pensamento crítico. 

No entanto, os efeitos negativos da incorreta utilização dos computadores na saúde dos utilizadores são subestimados, de tal forma que continuam a ser pouco considerados os fatores ergonômicos no momento da disponibilização dos computadores nas escolas. Em muitas situações são introduzidos com adaptações mínimas do mobiliário ou mesmo nenhumas, e sem ter em atenção a ergonomia (ROBBINS et al., 2009).

Segundo Rocha et al (2003), o computador é uma ferramenta de ensino consolidada nas escolas. Apesar disso, a adequação das salas de informática às características antropométricas dos estudantes ainda não foi implementada. Recomendando que, na aquisição de mobiliários novos, ou reestruturação dos ambientes, as orientações sobre ergonomia sejam incorporadas. Os professores de informática deveriam receber noções de ergonomia, para que pudessem repassar esses conhecimentos nas aulas de informática, ajudando assim a criar nos estudantes uma postura preventiva com relação aos problemas que o uso do computador e os ambientes inadequados podem ocasionar nos seus desempenhos e na saúde.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Na determinação das dimensões do mobiliário do laboratório de informática foi realizada uma medição direta com uso de fita métrica, tendo um exemplar de cadeira e mesa, já que todos contem a mesma medida. Conforme ilustrado na Figura 1, as dimensões obtidas foram as seguintes: altura da parte superior do monitor, altura da mesa, comprimento assento da cadeira, espaço entre o assento e o tampão da mesa, altura assento da cadeira e largura assento da cadeira.

Figura 1. Dimensões da cadeira e mesa estudadas.

FONTE: Ergonomia para escritórios (2017), adaptado pelo Autor.

Os dados antropométricos foram obtidos através de medições diretas e estáticas, realizada em 22 alunos, estudantes do curso técnico de segurança do trabalho, que usam constantemente o laboratório de informática do colégio situado no município de Irati – PR.

Para efeito de comparação, as dimensões do mobiliário do laboratório de informática atenderam às principais variáveis antropométricas: altura dos olhos, altura dos ombros, altura do cotovelo, altura poplítea, altura do joelho, comprimento do antebraço, comprimento nádega/poplítea, altura da coxa, larguras dos cotovelos e largura dos quadris, conforme demonstradas na Figura 2.

Figura2. Ilustração das medidas antropométricas utilizadas no estudo. FONTE: Iida (1990), adaptado pelo autor.

Para o desenvolvimento do trabalho analisou-se estatisticamente as variáveis  antropométricas dos alunos mediante o uso dos percentis, nos níveis 5%,  50% e 95%, também foram determinados o desvio padrão, o coeficiente de variação, média e o intervalo da medida no qual se encontram 90% dos indivíduos. O percentil é uma análise estatística amplamente utilizada para tratamento de dados antropométricos, que é uma separatriz que divide a distribuição da frequência ordenada em 100 partes iguais, a partir do menor para maior, em relação a algum tipo específico de dimensão corporal. 

Para as variáveis antropométricas a serem estudadas neste artigo os percentis utilizados foram 95% e 5% para que 90% da população pudessem usar o laboratório de informática com uma postura ereta. Isto permite afirmar que, para a variável estudada, o percentil de 5% indica que 5% da população está abaixo do limite inferior da população e, no percentil de 95%, indica que 5% esta acima. Os percentis nos níveis intermediários permitem conhecer valores intermediários da variável analisada e, adequar o equipamento ao maior número de alunos, desenvolvendo, portanto, regulagens nos equipamentos para estes níveis intermediários. 

4.  RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.  DIMENSÕES DO MOBILIÁRIO DA SALA DE INFORMÁTICA (MESA E CADEIRA)

As dimensões do mobiliário do laboratório de informática (mesa e cadeira) estão descritas na Tabela 1. Observando-se que alguns itens possuem regulagem, que justifique os intervalos dimensões encontradas. 

Tabela 2. Medidas determinadas no mobiliário (mesa e cadeira) usado na sala de informática.

Dimensões do mobiliárioUnidade de medida (metros)
Altura da parte superior do monitor1,04
Altura da mesa0,75
Comprimento assento da cadeira0,41
Espaço entre o assento e o tampão da mesa*0,21 a 0,28
Altura assento da cadeira*0,42 a 0,49
Largura assento da cadeira0,48

Nota: *: possibilidade de ajuste na dimensão devido a presença de um mecanismo de regulagem. Fonte: Autor, 2017.

4.2.       PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS ALUNOS

O tratamento estatístico das variáveis antropométricas dos alunos encontra-se registrados na tabela 2, relativos à posição sentada para conferir com as dimensões do mobiliário do laboratório de informática. 

Tabela 2. Percentil, médias, desvio padrão e coeficiente de variação para medidas antropométricas estática dos alunos em posição sentada.

 5%50%95%Média geralDesvio padrãoC.V(%)
Altura dos olhos (m)1,151,201,261,200,043,23
Altura do cotovelo (m)0,640,700,750,700,045,91
Altura poplítea (m) 0,390,440,460,430,036,51
Comprimento da nádega/poplítea (m)0,520,560,590,560,035,29
Altura da coxa (m)0,110,150,180,150,0318,87
Largura do quadril (m)0,370,430,520,440,0613,83

FONTE: Autor 2017.

As medidas antropométricas são formadas em faixas dentro de um limite mínimo e máximo. Segundo MINETTI  et al., (2002) o uso dessas informações depende do projeto, das aplicações e da finalidade das medidas. Pois, através dessas variáveis que o mobiliário do laboratório de informática será avaliado, propondo sugestões de forma a permitir que o máximo de alunos possa utilizá-lo sem que lhes tragam quaisquer prejuízos à saúde. 

4.3.       DIMENSIONAMENTO DO MOBILIÁRIO DA SALA DE INFORMÁTICA (MESA E CADEIRA)

Quando sentados, os alunos possuem uma média de altura dos olhos de 1,20 metros com variação 1,15 a 1,26 nos percentis de 5 e 95%, contemplando 90% da unidade amostral. Já, a parte superior do monitor utilizado no laboratório de informática está à uma altura de 1,04 metros do chão, com isso, estatisticamente 95% dos usuários acabam adotando uma postura incorreta, inclinando o tronco e a cabeça para frente e para baixo, devido ao fato desta medida ser inferior ao valor correspondente ao percentil 5%. Neste caso, deve-se aumentar a altura do monitor para 1,15 metros, permitindo aos alunos enquadradas nos percentil 5% adotarem uma postura correta e, os enquadrados nos percentil acima, inclinarão com menor intensidade o tronco e a cabeça. 

Segundo Li et al. (2012), o monitor requer uma utilização cuidada já que o ângulo tem um forte impacto na interação homem-computador, levando a sensações de fadiga ou lesão a longo prazo. É recomendável que os ecrãs se encontrem dispostos centrados no utilizador, ligeiramente abaixo da altura dos olhos, e com uma inclinação até 15º abaixo do nível horizontal dos olhos porque permite que o operador assuma uma postura natural e confortável. Se o monitor for utilizado acima da altura dos olhos na posição sentada ocorre um endurecimento muscular e, eventualmente, o surgimento de dores de ombros e de braços.

Segundo Nekatschalow et al (2009), trabalhar com o monitor de vídeo excessivamente alto costuma causar dor na região do pescoço e, trabalhar com o monitor de vídeo excessivamente baixo, além da dor na região do pescoço, costuma causar dor na região dorsal. Descrevendo posição ideal, um pouco abaixo da projeção horizontal dos olhos e um pouco inclinado para cima, facilitando a leitura.

A altura da mesa é de 0,75 metros, cuja dimensão foi relacionada com a variável altura do cotovelo, apresentando 0,70 metros no percentil 50%, demonstrando assim, que é necessário reduzir 0,05 metros na altura da mesa. Pois Alencar et al (2016), descreve que, essa dimensão quando aplicada incorretamente pode ocasionar desconforto muscular no antebraço e dores nos ombros (quando muito alta) e inclinação da coluna para frente (quando muito baixa). Rocha et al (2003) descreve que, a altura da mesa deve permitir que o aluno fique posicionado com os ombros relaxados e o ângulo entre o braço e o antebraço seja de 90 graus.

Conforme Nekatschalow et al (2009), trabalhar com o teclado excessivamente baixo, geralmente causado por mesas ditas “para computador”, que têm uma altura muito baixa e obrigam a pessoa a ficar com o tronco encurvado para frente e com os braços e antebraços fora da posição correta de trabalho, ocasionam também extensão do punho, com tendência a compressão do nervo mediano no túnel do punho. Por isso, os antebraços devem estar horizontalizados e o teclado e o mouse devem estar na altura dos cotovelos.

Devido ao fato das cadeiras terem regulagem de altura, as dimensões da altura do assento variam de 0,42 a 0,49 metros, onde é observado que os alunos representados pelo percentil 5% passam por certo desconforto, tendo seus pés suspensos ou necessitando de apoio. Pois a variável altura poplítea apresentou média geral de 0,43 metros, com variações de 0,39 a 0,46 metros entre os percentil 5 e 95%, necessitando de cadeira que abaixem mais 0,03 metros ou um apoio para os pés das pessoas do grupo contido no percentil 5%.

Segundo Panero & Zelnik (2002), se a altura do topo da superfície do assento em relação ao piso for muito alta, a parte inferior das coxas será comprimida, o que pode causar considerável desconforto além de dificultar a circulação sanguínea. Se a altura do assento não permite um contato das solas dos pés com o piso, diminui a estabilidade do corpo. Se a altura do assento for muito baixa, as pernas podem ficar estendidas à frente, deixando os pés sem estabilidade. Entretanto, de modo geral, uma pessoa mais alta ficaria mais confortável usando uma cadeira com assento baixo, do que uma pessoa baixa usando uma cadeira com assento alto. 

Conforme Alencar et al (2016), o uso de cadeiras com dimensões acima do necessário podem acarretar em dores musculares (compressão da poplítea, parte de trás da coxa) quando utilizadas por longos períodos de tempo. Já Moraes e Pequini (2000), afirmam que a altura elevada do assento pode acarretar problemas de circulação sanguínea e varizes. Olivatti (2010) descreve que, se a cadeira for alta, haverá falta de suporte para os pés e os quadris e os joelhos ficarão com flexão excessiva, sendo assim não existe uma cadeira correta, pois a altura e profundidade das cadeiras devem ser apropriadas para cada pessoa, onde a altura da cadeira possa permitir que os pés fiquem apoiados confortavelmente sobre o solo, evitando assim, pressão nos glúteos e coxas, e favorecendo o aparecimento das dores.

O espaço entre o assento e o tampão da mesa pode variar de 0,28 a 0,21 metros, conforme o ajuste da altura da cadeira, atendendo a maioria dos alunos, considerando que a variável altura da coxa apresentou 0,18 metros no percentil 95%. Sendo assim, um espaço com dimensões superiores às necessárias, possibilita mais espaço para as coxas.

Já na largura da superfície do assento (0,48 metros), quando comparada a variável largura do quadril no percentil 95% (0,52 metros), é observado que esse grupo de pessoas está utilizando cadeiras que não se enquadram nas dimensões mínimas necessárias.

Foi observado 0,41 metros de comprimento da superfície do assento, sendo um valor que não atrapalha os usuários, já que a variável comprimento da nádega/poplítea no percentil 5% tem um valor de 0,52 metros, e a NBR 13962 (1991) estipula um valor mínimo de 0,38 metros. Tendo a medida do comprimento do assento entre os valores mínimos recomendados pela norma e não ultrapassando os valores mínimos de percentil avaliado. 

Segundo Alencar et al (2016), se a profundidade do assento for maior que a que a variável comprimento da nádega/poplítea, o posto de trabalho é considerado prejudicial, uma vez poderia causar dores musculares pelo estrangulamento da parte de trás do joelho (poplítea) o que forçaria os usuários menores a se sentarem mais próximos da ponta da cadeira, adotando posturas incorretas pela inutilizarão do encosto da cadeira. 

Conforme Panero e Zelnik (2002), se a profundidade do assento for muito grande, a borda frontal da cadeira irá pressionar a área logo atrás dos joelhos, interrompendo a circulação sanguínea nas pernas e nos pés, causando irritação e desconforto para o usuário. Os assentos com pouca profundidade podem causar falta de suporte na parte inferior das coxas, dando a sensação de que o usuário está caindo do assento.

5.  CONCLUSÃO

As medidas antropométricas mostraram aplicabilidade na indicação da necessidade de redimensionamento do mobiliário da sala de informática, principalmente em relação à altura da parte superior do monitor, altura da mesa, altura assento da cadeira e largura assento da cadeira. 

Com o desenvolvimento deste trabalho, sugere-se:

•      Aumentar a altura do monitor para 1,15 metros, permitindo aos alunos enquadrados nos percentil 5% adotarem uma postura correta e, os enquadrados nos percentil acima, inclinarão com menor intensidade o tronco e a cabeça.  

•      Reduzir 0,05 metros na altura da mesa, deixando-a com 0,70 metros, com intuito de evitar desconforto muscular no antebraço e dores nos ombros, pois, a altura da mesa deve permitir que o aluno esteja posicionado com os ombros relaxados e o ângulo entre o braço e o antebraço seja de 90 graus.

•      Devido às variações de 0,39 a 0,46 metros que representam os alunos contidos nos percentil 5 e 95%, é necessário que as cadeiras abaixem mais 0,03 metros ou um apoio para os pés das pessoas do grupo contido no percentil 5%.

•      A cadeira deve ter 0,52 metros de largura, para dar mais conforto aos usuários, principalmente aos alunos representados no percentil 95%. 

Com o desenvolvimento deste trabalho surgem ideias para futuras pesquisas:

Como usar uma unidade amostral que abrange a todos os ocupantes do colégio (todas as turmas), aplicar as medidas antropométricas em outros ambientes do colégio, podendo ser em salas de aulas e refeitório.  

6.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABERGO, Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em: <www.abergo.org.br> Acesso em novembro de 2017.

Alencar, L. A.; Pacheco, K. M. M.; Vieira, M. S. Estudo da adaptação antropométrica de mobiliário residencial em madeira maciça produzido na cidade de Manaus. Universitat Politècnica de València, Spain, p. 16, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13962: Móveis para escritório – Cadeiras – Classificação e características físicas e dimensionais. Rio de Janeiro, 1997.

BITTENCOURT, F. Ergonomia e Conforto Humano: Uma visão da arquitetura, engenharia e design de interiores. 1 ed. Rio Books. Rio de Janeiro, 2011.

CAMPISTA, F. L. Descrição de variáveis antropométricas e de composição corporal de escolares da rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro, 2003. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2008.

CASTELLUCCI, H. I; AREZES, P. M; VIVIANI, C. A. Mismatch between classroom furniture and anthropometric measures in Chilean schools. Applied Ergonomics, 41, 563 – 568, 2010. 

CORBIOLI, N. Cadeiras e Poltronas: ergonomia e produtos. Projeto Design, 2005. Edição 304.

COUTO, H. A. Como implantar ergonomia na empresa: a prática dos comitês de ergonomia. Belo Horizonte: Ed. Ergo, 2002.

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Controle do Peso Corporal. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. 9º Ed. Edgard Blucher, São Paulo, 1990. 

Kroemer, K. H. E; Kroemer, H. J; Kroemer-Elber, K. E. Engineering Physiology: Bases of Human Factors Engineering/Ergonomics: Springer, 2010.

KROEMER, K.H.E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia: Adaptando o trabalho ao homem. 5. Ed. Bookman, Porto Alegre, 2005.

MENEGHINI, V. Alterações antropométricas em idosos longevos residentes no município de Antonio Carlos/SC, entre 2010 E 2012. 2013. (Monografia – Graduação em Educação Física), UFSC, Florianópolis.

MINETTI, L. J; SOUZA, A. P.; ALVES, J. U.; FIEDLERS, N.C. Estudo antropométrico de operadores de motosserra. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande – PB, v.6, n.1, p.166-170, 2002.

MORAES, A.; PEQUINI, S. M. Ergodesign para terminais informatizados. Rio de Janeiro: 2AB, 2000. 124p.

MORO, A. R. P. Ergonomia da sala de aula: constrangimentos posturais impostos pelo mobiliário escolar. Laboratório de Biomecânica – BIOMEC. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. 2004.

NEKATSCHALOW, A. F; HIAR, C. P; GUIMARÃES, J. A. B. Análise da altura das mesas de trabalho para escritório em conformidade com a norma regulamentadora NR 17 e as normas da associação brasileira de normas técnicas NBR 13965 e NBR 13966 para usuários da cidade de Ponta Grossa – PR. 2009. (Trabalho de conclusão de curso – Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho), UEPG, Ponta Grossa.

NUNES, F. P.; ÁVILA, A.V.; MORO, A. R. & MELLO, O. S. Mobiliário ocupacional: uma perspectiva ergonômica. V Congresso Brasileiro de Biomecânica. Sociedade Brasileira de Biomecânica. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. Anais, pp. 101-106. 1993.

OLIVATTI, P. R. Ergonomia nas salas de aula. 2010. (Monografia – Especialista em Construção de Obras Públicas), UFPR, Curitiba.  

PANERO, J.; ZELNIK, M.. Dimensionamento humano para espaços interiores – Um livro de consulta e referência para projetos. Editora Gustavo Gili, S.A. Barcelona, 2002.

Rocha, L. E; Casarotto, R. A; Sznelwar, L. Uso de computador e ergonomia: um estudo sobre as escolas de ensino fundamental e médio de São Paulo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p. 79-87, jan./jun. 2003.

ROBBINS, M;  JOHNSON, I. P; CUNLIFFE, C. Encouraging good posture in school children using computers. Clinical Chiropractic, 12(1), 35-44, 2009.

RODRIGUES, J. Estudo dos Desvios Posturais da Coluna Vertebral em Alunos de 10 a 12 anos de idade do Colégio Marista de Maringá. 2003. (Monografia – Graduação em Educação Física), UEM, Maringá.

SAKAMOTO, F. S. Análise ergonômica dentro de um setor de tecnologia de informação. 2014.  (Monografia – Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho), UTFPR, Curitiba.