A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS NO CONTROLE E NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR

THE IMPORTANCE OF HANDS HYGIENIZATION IN THE CONTROL AND PREVENTION OF HOSPITAL INFECTIONS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7909235


Josepson Maurício da Silva1
Éverton Prado Lima2
Alexandre Maslinkiewicz3
Bruno Vinicius Pereira da Silva4
Carlos Henrique Nunes Pires5
Cosme Michael Santos Farias6
Carina Luzyan Nascimento Faturi7
Denise Espindola de Castro8
Katia da Silva dos Santos9
Dandara Martins Santos10
Sandra da Silva Calage11
Allyne Dantas Matias12
Maria Cildeni da Rocha Gomes13
Agda Stella Cunha Mainoth14
Paulo Gomes do Nascimento Corrêa15


RESUMO 

Introdução: A higienização das mãos é reconhecida como uma medida primária no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde, considerada um dos pilares da prevenção e do controle de infecções nos serviços de saúde. Objetivo: Identificar as principais estratégias utilizadas na adesão da higienização das mãos e os principais procedimentos utilizados no controle e prevenção das infecções hospitalares. Metodologia: Estudo descritivo de revisão integrativa, realizado com artigos originais disponíveis nas línguas portuguesa e inglesa, publicados nas bases de dados SCIELO e LILACS, no período de 2015 a 2021. Resultados e Discussões: Encontrados 175 artigos, dos quais, 16 estão nesta pesquisa. Os resultados foram classificados em dois eixos temáticos: as principais estratégias utilizadas para aumentar a adesão da higienização das mãos e os principais procedimentos utilizados no controle e prevenção das infecções hospitalares. As estratégias mais relatadas pelos artigos inclusos foram: o incentivo ao uso do álcool (100%) e Treinamento (68,75%). Já os procedimentos mais relatados foram: higienização das mãos com preparações alcoólicas (100%) e uso de equipamentos de proteção individual (50%). Conclusão: A aplicação de produtos antissépticos, especialmente com base alcoólica, mostrou ser a estratégia e o procedimento mais utilizado no controle e na prevenção das infecções hospitalares. Apesar do conhecimento da importância da higienização das mãos e dos avanços e medidas estabelecidas para prevenção e controle das infecções, a baixa adesão pelos profissionais às recomendações, vem sendo um desafio para as instituições, devido à dificuldade na mudança de hábitos.

Palavras-chave: Higienização das mãos, controle de infecções, prevenção, hospital.

ABSTRACT

Introduction: Hand hygiene is recognized as a primary measure in the control of infections related to health care, considered one of the pillars of infection prevention and control in health services. Objective: To identify the main strategies used in adherence to hand hygiene and the main procedures used in the control and prevention of nosocomial infections. Methodology: Descriptive study of integrative review, carried out with original articles available in Portuguese and English, published in the SCIELO and LILACS databases, from 2015 to 2021. Results and Discussions: Found 175 articles, of which, 16 are in this research . The results were classified into two thematic axes: the main strategies used to increase adherence to hand hygiene and the main procedures used in the control and prevention of nosocomial infections. The strategies most reported by the articles included were: encouraging the use of alcohol (100%) and Training (68.75%). The most reported procedures were: hand hygiene with alcoholic preparations (100%) and use of personal protective equipment (50%). Conclusion: The application of antiseptic products, especially alcohol-based, proved to be the most used strategy and procedure in the control and prevention of nosocomial infections. Despite the knowledge of the importance of hand hygiene and the advances and measures established for the prevention and control of infections, the low adherence by professionals to the recommendations has been a challenge for institutions, due to the difficulty in changing habits.

Keywords: Hand hygiene, infection control, prevention, hospital.

1 INTRODUÇÃO

Sendo o hospital local de cura e de atendimento para aqueles que possuem alguma necessidade de saúde, deveria propor uma assistência humanizada e segura perante suas ações assistenciais. Entretanto, infelizmente esta não é a realidade enfrentada atualmente no Brasil. Segundo Mello e Oliveira (2021) os altos índices de infecções adquiridas no ambiente hospitalar são habitualmente registrados nos serviços de saúde no Brasil, o que compromete a assistência prestada nesses locais e nos faz pensar sobre a não consolidação de práticas seguras e eficazes de controle condizentes ao saber epidemiológico.

Segundo Almeida et al. (2018), as infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um grave problema de saúde, exigindo dos responsáveis pelos serviços de saúde, ações efetivas de prevenção e controle. Tais infecções assustam e ao mesmo tempo ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde, podendo provocar-lhes sofrimentos e resultar em gastos excessivos para o sistema de saúde, podem ainda, ter como efeito processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada.

Historicamente comprovada, a higienização das mãos caracteriza-se como importante método na prevenção a tais infecções, sendo considerada a medida primordial contra a propagação dos microrganismos no âmbito hospitalar. A adoção desta prática, possui relevância importância no fato de que grande parte das infecções hospitalares podem ser evitadas, em virtude de que a maioria dos microrganismos associados à microbiota transitória das mãos, ou seja, aquela adquirida pelo contato com pessoas ou materiais colonizados ou infectados, poderiam ser facilmente eliminados por meio de uma adequada higienização, deixando de ser condição básica para a sua disseminação (CHAVALI; MENON; SHUKLA, 2014).

Para Almeida et al. (2018), a utilização das mãos é a principal ferramenta de trabalho dos profissionais de saúde, pois é através delas que eles realizam suas atividades laborais. Assim, a segurança dos pacientes, nesses serviços, está sujeita a higienização cuidadosa e frequente das mãos desses profissionais. Segundo Barbosa (2019), a infecção é uma entidade clínica de múltiplos fatores envolvidos, e a necessidade de minimizar e controlar sua incidência determina a aplicação de medidas preventivas, educativas e de controle epidemiológico que visam, através de um processo de sensibilização coletiva, levar a taxas de infecção para limites aceitáveis.

Na tentativa de minimizar os casos de infecção hospitalar, o Ministério da Saúde por meio da portaria n° 2.616, de 12 de maio de 1998, estabeleceu ações mínimas a serem desenvolvidas sistematicamente, levando em consideração à redução da incidência e da gravidade dessas infecções. Destaca também a necessidade da higienização das mãos nos serviços de saúde. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 50 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre normas e projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, determinando, entre outras, a necessidade de lavatórios/pias para a higienização das mãos. Essas normativas reforçam o papel dessa prática como a ação mais importante na prevenção e no controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (GRAVETO et al., 2018a).

Além de atender os requisitos legais e éticos, o controle de infecções nos serviços de saúde, incluindo as práticas de higienização das mãos, incide na melhoria da qualidade no atendimento e na assistência ao paciente. Os benefícios dessas práticas são indiscutíveis, desde a redução da morbimortalidade dos pacientes até a redução de custos associados ao tratamento dos quadros infecciosos (DUTRA et al., 2015).

Embora a higienização das mãos seja considerada primordial e reconhecida há muitos anos na prevenção e controle das infecções no âmbito hospitalar, colocar tais assuntos em prática é uma tarefa difícil e complexa. Apesar de todas as evidências sobre a importância da higienização das mãos, os profissionais de saúde ainda são os maiores disseminadores das infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS). Estudos evidenciam que uma maior adesão às práticas apropriadas de higienização das mãos, está relacionada com uma redução das taxas de IRAS (PAULA et al., 2016).

De acordo com Paula et al. (2016) os principais motivos relacionados para a não adesão dos profissionais de saúde a higienização das mãos são: falta de motivação, ausência ou não adequação de pias ou dispositivos de álcool gel próximos ao leito, falta de material como álcool e sabão, ausência de toalhas de papel e lixeiras, falta de tempo devido ao grande número de tarefas e ignorância sobre a importância das mãos como principal transmissor de microrganismos.

Diante do exposto, reconhecendo a prevalência da infecção hospitalar associada a complicações decorrentes desta condição, surgiu a motivação para o desenvolvimento do presente estudo. Neste contexto esta pesquisa, teve como objetivo identificar as principais estratégias utilizadas na adesão da higienização das mãos e os principais procedimentos utilizados no controle e prevenção das infecções hospitalares.

2 METODOLOGIA 

Trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão integrativa, cuja finalidade é proporcionar a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Combina também dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular (ERCOLE, MELO & ALCOFORADO, 2014).

Esse método científico constitui a Prática Baseada em Evidência (PBE), a qual permite a utilização de resultados para prática clínica. A enfermagem baseada em evidências é caracterizada pela tomada de decisões do profissional ocasionada pela aplicabilidade de informações válidas, testadas e baseadas em pesquisas. Uma das finalidades da PBE é encorajar a utilização de resultados experimentados e avaliados em pesquisas na assistência prestada à saúde em seus níveis de atuação, reforçando a importância da pesquisa para prática profissional (HOCHMAN et al., 2005).

Para elaboração da presente revisão, foram utilizadas as seguintes etapas: formulação da questão de pesquisa; seleção dos descritores, estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; obtenção dos artigos que constituíram a amostra; avaliação dos artigos; interpretação dos resultados e apresentação da revisão integrativa. 

A pesquisa foi elaborada a partir da seguinte questão norteadora: Quais são as evidências científicas publicadas nos últimos seis anos (2015-2021) que abordam as principais estratégias utilizadas na adesão da higienização das mãos e os principais procedimentos utilizados no controle e prevenção das infecções hospitalares?

Os critérios de inclusão adotados foram: estudos publicados na língua portuguesa e inglesa entre os anos de 2015 e 2021, disponíveis na forma gratuita e online, e que compartilhem da temática e objetivo proposto. 

Já aos critérios de exclusão, destaca-se: artigos duplicados, em forma de resumos e carta ao editor. Publicações, como teses e dissertações, estudos em que o objetivo proposto não foi claro e adequadamente descrito ou não estavam disponíveis na íntegra também foram excluídas da revisão. A coleta de dados ocorreu em maio de 2021.

A busca ocorreu através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas seguintes bases de dados eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) utilizados para pesquisa foram: “higiene das mãos”, “controle de infecção”, e “hospital”. Para refinamento do material, foi utilizado o operador booleano and combinado da seguinte forma: “higiene das mãos” and “hospital”, “controle de infecção” and “higiene das mãos” e “hospital” and “controle de infecção”. O uso do operador booleano and permitiu acessar os artigos com intersecção entre os descritores e palavras-chave. 

Na Tabela 1 é possível evidenciar os cruzamentos dos descritores e seus resultados de acordo com cada base de dados e a quantidade de artigos selecionados para a pesquisa.

Tabela 1 – Relação dos artigos selecionados conforme a base de dados (2021).


Bases dedados
Cruzamento 1(higiene das mãosand hospital)Cruzamento 2(controle de infecção and higiene das mãos)Cruzamento 3(hospital and controle de infecção)Artigos selecionados

LILACS

28

11

24

6

SCIELO

17

13

82

10

Fonte: Elaboração própria do autor, 2021.

Para análise crítica dos artigos foi realizada uma leitura completa com as respectivas sínteses. Os dados utilizados neste estudo foram devidamente referenciados, respeitando e identificando seus autores e demais fontes de pesquisa, observando rigor ético quanto à propriedade intelectual dos textos científicos que foram pesquisados, no que diz respeito ao uso do conteúdo e de citação das partes das obras consultadas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Sobre o levantamento bibliográfico, na SCIELO, 112 artigos foram resgatados, posteriormente, 102 estudos foram excluídos e 10 permaneceram na amostra, destes, 7 em língua portuguesa e 3 na língua inglesa. Já na LILACS, 63 artigos foram resgatados, posteriormente, 57 estudos foram excluídos e 6 permaneceram na amostra, destes, 3 em língua portuguesa e 3 na língua inglesa. Ao todo, foram localizadas 175 publicações, sendo que 16 artigos foram elegíveis a fim de compor a amostra do presente estudo.

Em relação ao tipo de abordagem na pesquisa, 81,25% (13) são do tipo quantitativa, 12,50% (2) utilizaram o método qualitativo e 6,25% (1) são do tipo qualitativa-quantitativa. Após avaliar os artigos quanto à autoria verificou-se que os 16 trabalhos utilizados na pesquisa foram realizados por enfermeiros. Quanto ao ano de publicação dos artigos variou de 2016 a 2019, com a maioria, 75,00% (14) sendo publicados nos últimos três anos, sendo 50,00% (8) publicados em 2018. Sobre o Qualis dos periódicos incluídos na pesquisa, constatou-se que 50,00% (8) encontram-se estratificados na categoria A2, enquanto 25,00% (4) na B1, e 25,00% (4) na B2. Com relação aos participantes dos estudos incluídos, verificou-se que suas equipes foram formadas por enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, técnicos em radiologia, e outros profissionais da saúde, que atuam, predominantemente em hospitais, clínicas médicas, departamentos de emergência e clínicas cirúrgicas. Ressalta-se que todos os artigos empregados trouxeram a discussão da educação em saúde como mediadora no processo da higienização das mãos no controle e prevenção de infecção em unidades de saúde.

No entanto, as principais informações extraídas do artigo original para esse estudo estão apresentadas nos Quadros 1 e 2, onde estão organizadas de acordo com o ano de sua publicação, partindo do mais recente para o mais antigo. Em seguida serão apresentados os principais resultados dos artigos analisados, tendo sido separados em duas linhas temáticas, sendo elas: (1) as principais estratégias utilizadas para aumentar a adesão da higienização das mãos e (2) os principais procedimentos utilizados no controle e prevenção das infecções hospitalares. 

Quadro 1 – Identificação dos artigos, conforme autores, ano de publicação, título, periódico e quais.


Autores e ano depublicação
Título do artigo
Título e qualis doperiódico
1Alvim, Couto, Starling e Vaz (2019)Avaliação das práticas de higienização dasmãos em três unidades de terapia intensiva.Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção / B2
2Faria, Santos, Faustino, Oliveira e Cruz (2019)Conhecimento e adesão do enfermeiro àsprecauções padrão em unidades críticas.Revista Texto & Contexto Enfermagem / A2
3Magnago et al.(2019)Infraestrutura para higienização das mãosem um hospital universitárioRevista Gaúcha de Enfermagem / A2

4
Neri  (2019)Comportamento sobre prática de higienedas mãos de acompanhantes em enfermarias de internação.Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste / B1

5
Graveto et al. (2018b)Gestão do procedimento higiene das mãos por enfermeiros: desafios para saúde coletiva.Revista Brasileira de Enfermagem / A2
6Oliveira e Pinto (2018)Patient participation   in   hand   hygieneamong health professionals.Revista Brasileira de Enfermagem / A2
7Silva, Marques, Galhardi, Orlandi e Figueiredo (2018)Hands hygiene and the use of gloves bynursing team in hemodialysis service.Revista Brasileira de Enfermagem / A2
8Graveto et al. (2018a)Higiene das mãos – adesão dos enfermeiros após processo formativo.Revista Brasileira de Enfermagem / A2
9Giroti et al.(2018)Programas de Controle de Infecção Hospitalar: avaliação de indicadores deestrutura e processo.Revista da Escola de Enfermagem da USP / A2
10Janotti & Mendes (2018)Adequacy of an instrument to monitor the hygiene of the hands of a hospital in Rio de Janeiro.Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção / B2
11Feldhaus et al.(2018)Knowledge of nursing and physiotherapystudents on hand hygiene.Revista Mineira de Enfermagem / B1
12Silva, Carreiro, Simões e Paula (2018)Monitoramento da adesão à higiene dasmãos em uma unidade de terapia intensiva.Revista enfermagem da UERJ / B2
13Oliveira e Paula (2017)Healthcare workers’ perception regarding hand hygiene.Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online / B2
14Jezewski, et al. (2017)Conhecimento de profissionais de enfermagem de um hospital privado acerca da higienização das mãos.Revista Cuidarte / B1
15Zottele, C (2017)Hand hygiene compliance of healthcare professionals in an emergency department.Revista da Escola de Enfermagem da USP / A2
16Derhun, Souza, Costa, Inoue e Matsuda  (2016)Conhecimento de profissionais de enfermagem sobre higienização das mãos.Revista Cogitare Enfermagem / B1

Fonte: Elaboração própria do autor, 2021.

Quadro 2 – Identificação dos artigos, conforme objetivo geral, tipo do estudo e principais resultados.

Objetivo geralTipo do estudoPrincipais resultados
1Avaliar as práticas de Higiene das Mãos  em três Unidades de Terapia Intensiva de um hospital privado de Belo Horizonte, MG, Brasil.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaA taxa de adesão à Higiene das Mãos  variou entre 27,3 e 88,2%, com média de 47% (±16,8%). O consumo de preparação alcoólica e sabonete líquido obtiveram, respectivamente, uma média de 32 e 47 ml/paciente-dia. Houve correlação positiva entre o consumo de preparação alcoólica e a taxa de adesão (r2=0,49, p=0,01).
2Identificar o conhecimento e a adesão de enfermeiros às precauções padrão em unidades de atendimento a pacientes críticos.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaFoi identificado déficit de conhecimento e adesão dos enfermeiros em relação ao uso das precauções padrão de  higienização das mãos. Em geral, o conhecimento não significou necessariamente a adesão às medidas corretas de precauções padrão. Destaca-se também a não disponibilidade de materiais, equipamentos, insumos e estrutura adequada para estes profissionais.
3Avaliar a infraestrutura hospitalar e o conhecimento dos coordenadores sobre a estrutura da unidade para a higienização das mãos.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaTodas as unidades possuíam preparações alcoólicas, e 93,8% dos dispensadores eram substituídos quando vazios. Observaram-se falta de cartazes ilustrativos, dispensadores de álcool gel, pias em algumas enfermarias, e pouca disponibilidade de dispensadores ao alcance das mãos próximos ao leito/maca do paciente.
4Avaliar a rotina de higiene das mãos de acompanhantes em unidades de internação.Estudo observacional, de natureza quantitativa e qualitativaEvidenciou-se uso de sabão líquido, gel alcoólico, toalha de uso coletivo, papel descartável, maior frequência depois de usar banheiro e em instituições de saúde. Os enfermeiros apresentaram as maiores taxas de higiene das mãos. 
5Descrever fatores determinantes na gestão da higiene das mãos por Enfermeiros e identificar desafios inerentes para a saúde coletiva.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaIndagou a formação continuada dos profissionais de saúde, como fatores determinantes para atingir níveis superiores de adesão à higiene das mãos.
6Investigar a percepção e atitude dos profissionais de saúde (PS) sobre a participação do paciente na higienização das mãos (HM).Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaA higiene simples das mãos foi o método preferido dos PS, em detrimento da fricção com preparação alcoólica. Dos PS, 83,3% apoiavam a participação do paciente em lembrá-los sobre a HM, mas 48% relataram que se sentiriam desconfortáveis; 45,3%, confortáveis; e 20,7% conheciam o programa “Paciente pela Segurança do Paciente”.
7Analisar a adesão da equipe de enfermagem à prática de higiene das mãos (HM) e o uso de luvas de látex em um serviço de hemodiálise.Estudo descritivo-exploratório, com abordagem quantitativaA taxa de HM e a adesão ao uso de luvas estão muito aquém do ideal, contribuindo para o aumento do risco de infecção, tanto para o usuário como para o profissional.
8Conhecer a adesão dos enfermeiros ao procedimento e identificar estratégias de atuação de forma a aumentar a mesma.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaEstudos demonstram o aumento da adesão à higienização das mãos por parte dos enfermeiros de 42,9% para 61,4% após intervenção específica.
9Avaliar os comitês de controle de infecção hospitalar em relação à estruturae indicadores de processo de programas de controle de infecção hospitalar.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaApresentou valores médios de conformidade de 80,58% onde foi evidenciada na avaliação da estrutura técnico-operacional indicador, 60,77% para as diretrizes operacionais de controle e prevenção de infecções 81,59% para o indicador de avaliação do sistema de vigilância epidemiológica, e 63,44% para indicador de avaliação de atividades de controle e prevenção de infecções hospitalares.
10Adequar um instrumento de monitoramento da higienização das mãos dos profissionais de saúde de um hospital do Rio de Janeiro.Estudo transversal, descritivo de natureza qualitativaVerificou-se avanços na adesão da higienização das mãos no ambiente hospitalar por meio de um novo instrumento de monitoramento. Esse instrumento potencializou os métodos de trabalho, permitindo que sejam cada vez mais eficazes e seguros os processos de higiene das mãos. 
11Analisar o conhecimento em relação à higienização das mãos (HM) na perspectiva de acadêmicos de Enfermagem e Fisioterapia de uma Universidade Privada.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaOs participantes afirmaram ser as mãos o principal meio de transmissão de microrganismos patogênicos. Acadêmicos de Fisioterapia, em sua maioria, desconhecem o tempo mínimo necessário para a preparação alcoólica ter efetividade. A totalidade dos participantes afirmou que é necessária a Higienização das Mãos (HM) antes do contato com o paciente. Acadêmicos de Enfermagem demonstram conhecimento superior no que se refere à necessidade de HM
12Caracterizar a adesão da prática de higienização das mãos pelos profissionais de saúde.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaEm 13% das observações foi alcançado o padrão ouro que corresponde a higiene das mãos antes e após o contato com o paciente com a técnica correta. Todas as categorias profissionais realizaram higienização das mãos após o contato com o paciente.
13Verificar os aspectos relacionados à percepção dos profissionais de saúde em relação à higienização das mãos.Estudo transversal, descritivo de natureza qualitativaA taxa auto reportada para adesão à higiene de mãos foi de 76% para a equipe de enfermagem e 72,5% para a equipe médica, porém, inferiores a 60% para os colegas de trabalho.
14Identificar o conhecimento das equipes de enfermagem atuantes em unidades de internação clínica, médica e cirúrgica, sobre a higienização das mãos.Estudo transversal, descritivo de natureza quantitativaEvidenciou a necessidade de promover educação permanente referente a higienização das mãos no controle de infecções em serviços de saúde, a qual, contribui para a segurança do paciente e do profissional.
15Analisar a conformidade com a higiene das mãos por profissionais de saúde em uma unidade de emergência.Estudo longitudinal, descritivo de natureza quantitativaA taxa de conformidade foi de 54,2%. Enfermeiros e fisioterapeutas apresentaram uma taxa de adesão de 66,6% e médicos residentes, 41,3%. 
16Analisar o conhecimento de profissionais de enfermagem sobre higienização das mãosEstudo analítico, de abordagem quantitativaConcluiu-se que 86,52% dos profissionais investigados não conheciam na íntegra as instruções para higienização das mãos, mas avaliam positivamente a importância da higienização das mãos dentro do ambiente hospitalar.

Fonte: Elaboração própria do autor, 2021.

3.1 AS PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PARA AUMENTAR A ADESÃO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Tabela 2 – Estratégias utilizadas para aumentar a adesão da higienização das mãos.

EstratégiasN%
Treinamento1168,75
Mudança no sistema318,75
Lembretes425,00
Atividades de influência social637,50
Incentivo ao uso do álcool16100
Normas rígidas425,00

Nota: N= quantidade de artigos que relatam tais estratégias.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2021.

Os artigos incluídos mostraram uma não conformidade entre eles, pois houve uma diferença nos resultados, conforme ilustra a Tabela 2; as variáveis “Incentivo ao uso do álcool” e “Treinamento” obtiveram as maiores pontuações.

O incentivo ao uso do álcool e o fornecimento dele, foi descrito em 100% (16) dos artigos inclusos. Segundo Nere et al. (2017), o álcool é um produto de baixo custo e de fácil aplicabilidade, apresenta excelentes propriedades microbicidas reconhecidamente eficazes para eliminar microrganismos (bactérias, vírus e fungos) e sua toxicidade é relativamente reduzida. Por apresentar um extraordinário custo-benefício, o uso do álcool é a estratégia mais recomendada e frequentemente utilizada no ambiente hospitalar, sendo imprescindível na realização de ações simples de prevenção como a antissepsia das mãos, a desinfecção do ambiente e de artigos médico-hospitalares.

No que diz respeito ao treinamento da equipe de saúde como estratégia para aumentar a adesão da higienização das mãos foi descrito por 68,75% (11) artigos da pesquisa. Mathai et al. (2010), revelam que o treinamento dos profissionais de saúde é essencial para melhoria das práticas, sendo apontado como parte integrante de estratégias que promovem a higiene das mãos. As atividades educativas, com base em Diretrizes para a Higiene das Mãos segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), têm um impacto positivo na melhoria da higiene das mãos e consequente redução das IRAS.

Já as atividades de influência social foram consideradas como estratégia de adesão em 37,50% (6) dos estudos elencados. Conforme Assanasen, Edmond e Bearman (2008), a influência social pode ser conceituada como proposições teóricas que são testadas e confirmadas empiricamente, mantendo o papel da autonomia do sujeito-alvo ou a oportunidade de examinar resultados sobre diferentes perspectivas de um assunto que se pretende tomar uma ação. Essa estratégia pode ser desenvolvida através de ações em que os resultados pesquisados são repassados em tempo real ou não para os profissionais participantes da pesquisa. Segundo Paula et al. (2017), a influência social tem se mostrado eficaz no que diz respeito à conscientização dos profissionais de saúde em relação à higienização das mãos, e seu efeito surge em um curto período após ser implementado.

Ressalta-se ainda, que a influência social direcionada ao paciente e/ou acompanhantes, apresentam resultados significativos relacionados à adesão à higiene das mãos, devendo esta, ser incorporada em estágio inicial na inserção do paciente e/ou acompanhantes no âmbito hospitalar (PAN et al., 2013).

Já com relação a utilização de normas rígidas como estratégia utilizada para aumentar a adesão da higienização das mãos, seu uso foi relatado em 25% (4) dos estudos selecionados. Tendo como característica a elaboração de um plano de metas que visa aumentar a adesão dos profissionais de saúde à higiene das mãos. A implementação de procedimentos operacionais padrão e protocolos elaborados a partir de projetos e auditoria com as equipes, foram apontados como normas que otimizam a correta técnica de higiene das mãos, além de reduzir o número de indicações desnecessárias para a higiene das mãos (JEZEWSKI et al., 2017; ZOTTELE et al., 2017).

No que se refere ao uso de lembretes como estratégia de adesão, foi reportado em 25% (4) dos estudos avaliados. Essa estratégia de adesão à higiene de mãos, foi exemplificada através da utilização de pôsteres, panfletos e avisos sonoros. Contudo, alguns estudos afirmaram que ferramentas passivas, como pôsteres e panfletos, não garantem uma melhor adesão às práticas de higiene das mãos. No entanto, fazem parte de uma base multifatorial para a mudança do comportamento e que programas como educação continuada, feedback e um gerenciamento presente são componentes essenciais para sustentar a adesão à higiene das mãos (ABELA & BORG, 2012).

Ainda conforme Abela e Borg (2012), deve se dar merecida atenção ao uso de ferramentas tecnológicas exemplificadas através de dispositivos sonoros que atuam como lembretes à higiene das mãos. Porém, de acordo com Paula et al. (2017), esse tipo de tecnologia, talvez não seja a mais adequada para uma enfermaria podendo esta ser trocada por um dispositivo com mensagem visual.

Já as estratégias relacionadas às mudanças no sistema estavam presentes em 18,75% (3) dos resultados avaliados. A evidência aponta ainda que, para uma mudança no comportamento dos profissionais e consequente aumento da adesão à higiene das mãos, a estratégia a ser utilizada deve demonstrar problemas e barreiras existentes nos serviços de saúde (VALIM et al., 2019).

3.2 OS PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NO CONTROLE E PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES

Tabela 3 – Procedimentos utilizados no controle e prevenção das infecções hospitalares.

ProcedimentosN%
Uso de   Equipamentos   de   Proteção Individual (EPIs)850,00
Uso de   Equipamentos   de   ProteçãoColetiva (EPCs)425,00
Esterilização e desinfecção de materiais e equipamentos médico-hospitalares16,25
Higienização das mãos com preparações alcoólicas16100
Higienização das   mãos   com   água   esabonete e/ou sabão743,75

  Nota: N= quantidade de artigos que relatam tais estratégias.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2021.

Com relação aos artigos incluídos que apresentaram os principais procedimentos utilizados no controle e prevenção das infecções no ambiente hospitalar, pode-se evidenciar que eles exibiram diferença nos resultados, conforme esclarece a Tabela 3; as variáveis “higienização das mãos com preparações alcoólicas” e “uso de equipamentos de proteção individual” foram as mais relatadas entre os artigos.

O procedimento de higienização das mãos com preparações alcoólicas, foi relatado por 100% (16) dos artigos elencados na pesquisa. O uso de álcool seja em gel ou solução são amplamente usados como desinfetante no âmbito hospitalar, tanto o álcool etílico, 70% (p/v), como o isopropílico, 92% (p/v), por terem atividade germicida, menor custo e pouca toxicidade, sendo que o álcool etílico tem propriedades germicidas superiores ao isopropílico. O seu uso é restrito pela falta de atividade esporádica, rápida evaporação e inabilidade em penetrar na matéria proteica. É recomendável para desinfecção de nível médio de artigos e superfícies, com tempo de exposição de 10 minutos, sendo recomendáveis 3 aplicações intercaladas pela secagem natural. Não é recomendado para borrachas, plásticos e cimento de lentes (BRASIL, 2000).

Os vários estudos, utilizando diversas metodologias revelam importantes fatos curiosos e particularidades do álcool etílico como germicida: as concentrações por peso guardam uma ação mais eficaz que concentrações por volume além disso o álcool etílico é provavelmente o único agente químico onde a ação germicida é maior na sua formulação mais diluída. O porquê exatamente da formulação a 70% peso/volume ser mais tóxica para as bactérias que outras concentrações de álcool etílico, deve-se à importante desordem bioquímica na célula microbiana que tem uma relação com a evaporação mais lenta do álcool etílico nesta concentração que aumenta o poder bactericida deste agente químico em contato com os microrganismos. Quando usado adequadamente, o álcool etílico apresenta excelente ação germicida, especialmente sobre bactérias na forma vegetativa (BRASIL, 2000; PAULA, PINTO, SILVA & PAULA, 2017; VALIM et al., 2019).

Com relação a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) como ferramenta de controle e prevenção de infecções no ambiente hospitalar, seu uso foi descrito em 50% (8) dos artigos inclusos. Segundo Souza et al. (2011), os EPIs são materiais ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade. No âmbito hospitalar os EPIs são utilizados quando se prevê uma exposição a material biológico e a produtos químicos tóxicos.

Durante a assistência ao paciente, os trabalhadores de enfermagem podem contribuir para redução dos índices de infecção hospitalar através da adoção de tais precauções, porém tem se observado na prática o uso inadequado ou o desuso dos EPIs por esses profissionais, além da não lavagem das mãos após a realização dos procedimentos. Isso acontece porque, na prática, muitas vezes os trabalhadores de enfermagem executam o “cuidar” dentro da perspectiva do “fazer” e, consequentemente, não adotam as medidas de biossegurança necessárias à sua proteção durante a assistência que realizam, o que pode ocasionar agravos à sua saúde e à do paciente sob seus cuidados (SOUSA; SOUSA; OLIVEIRA, 2019).

De referir que a utilização correta e frequente de EPIs pelos profissionais, associada à higienização das mãos e ao seguimento de técnicas assépticas nos procedimentos invasivos, desempenha um papel importante na redução do risco de infecção, bem como, para sua própria proteção (SOUSA,  SOUSA & OLIVEIRA, 2018).

No que diz respeito ao uso de equipamentos de proteção coletiva (EPCs) foi descrito por 25% (4) dos artigos elencados. Conforme Duarte e Mauro (2010), os EPCs são dispositivos que visam eliminar ou minimizar a exposição das pessoas aos riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. No ambiente hospitalar trata-se de equipamentos, ferramentas ou sistemas que são aplicados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger o coletivo, embora também possam ser equipamentos de uso individual compartilhados pelo grupo como kit de primeiros-socorros, chuveiros de segurança, cabine da área química, sistema de ventilação e exaustão entre outros.

Hospitais, postos de saúde, laboratórios, centros de análises clínicas e demais estabelecimentos que lidam com saúde são ambientes de trabalho que oferecem variados riscos biológicos, químicos, físicos e ergonômicos. Isso porque as atividades realizadas nesses locais envolvem a manipulação de produtos químicos, fluidos corporais, amostras contaminadas e contato com pessoas adoecidas. Por conta dessas características, os ambientes hospitalares são considerados insalubres. Para evitar acidentes associados à contaminação dos colaboradores, é essencial investir na conscientização da equipe e no uso de EPIs hospitalares. Além disso, é obrigatório que esses locais contem com EPCs específicos e que visam reduzir prejuízos humanos e materiais (LORO, ZEITOUNE, GUIDO, SILVEIRA & SILVA, 2016).

Já a higienização das mãos com água e sabonete, foi relatado por 43,75% (7) dos artigos inclusos. De acordo com Lopes et al. (2012) a lavagem das mãos com água e sabonete visa remover a maioria dos micro-organismos da flora transitória, células descamativas, suor, sujidade, oleosidades e outros fluidos. A lavagem de mãos está associada à redução de infecções transmitidas por contato manual no ambiente hospitalar. Trick et al. (2007), revelam que o sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os contêm em baixas concentrações, funcionando apenas como conservantes. Os sabonetes para uso em serviços de saúde podem ser apresentados sob várias formas: em barra, em preparações líquidas (as mais comuns) e em espuma. O uso adequado favorece a remoção de sujeira, substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica.

Em geral, a higienização com sabonete antisséptico líquido remove a microbiota transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos serviços de saúde. Porém, a eficácia da higienização simples das mãos, com água e sabonete, depende da técnica e do tempo gasto durante o procedimento, que normalmente dura em média 8 a 20 segundos, sem contar o tempo necessário para se deslocar para e retornar da pia. O processo completo leva muito mais tempo – estimado em 40 a 60 segundos (LOPES et al., 2012).

A esterilização e desinfecção de materiais e equipamentos médico-hospitalares como procedimento de controle e prevenção de infecções, foi descrito por apenas 6,25% (1) entre os artigos relacionados. Segundo Costa et al. (2018), a esterilização nada mais é do que a destruição de todas as formas de vida microbiana (vírus, bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos) por um processo que utiliza agentes químicos ou físicos. Já a desinfecção é o processo que elimina todos os micro-organismos ou objetos inanimados patológicos, com exceção dos endósporos bacterianos com a utilização de agentes químicos ou físicos.

A esterilização e desinfecção de materiais e equipamentos médico-hospitalares como procedimento de controle e prevenção de infecções, foi descrito por apenas 6,25% (1) entre os artigos relacionados. Ainda segundo Costa et al. (2018), a esterilização nada mais é do que a destruição de todas as formas de vida microbiana (vírus, bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos) por um processo que utiliza agentes químicos ou físicos. Já a desinfecção é o processo que elimina todos os micro-organismos ou objetos inanimados patológicos, com exceção dos endósporos bacterianos com a utilização de agentes químicos ou físicos.

No contexto atual dos serviços de saúde, onde predominam os procedimentos diagnósticos e terapêuticos de caráter invasivo, os processos seguros de higienização, desinfecção e esterilização dos produtos médico-hospitalares são de extrema relevância, para o controle das infecções hospitalares. Contudo, sua aplicabilidade tem sido mal-empregada, e sua eficácia no processo de controle das infecções tem se tornado cada vez mais frágeis (FREITAS & PINTO, 2019).

4 CONCLUSÃO

A higienização das mãos é considerada uma medida de grande eficácia na prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde, uma vez que impede principalmente a transmissão cruzada de microrganismos. Já que as mãos dos profissionais de saúde são um dos maiores mecanismos de disseminação de microrganismos dentro dos ambientes hospitalares, onde ocorre à transmissão, contaminação do paciente ao ser manipulado pelo profissional e posterior desencadeamento do processo infeccioso, ou pela manipulação de trato estéril durante os procedimentos invasivos que ocorrem nesse ambiente.

Diversos são as ocasiões em que deve ocorrer a lavagem das mãos. onde a OMS preconiza os momentos cruciais: antes de contato com o paciente, antes de realizar procedimentos assépticos, após risco de exposição a fluidos corporais, após contato com o paciente e após contato com as áreas próximas ao paciente. As mãos precisam ser lavadas com água e sabonete e/ou sabão quando estão visivelmente sujas ou contaminadas com matéria orgânica (fluidos corporais, material protéico), quando houver suspeita ou confirmação de exposição a microrganismos potencialmente formadores de esporos ou após o uso do banheiro.

Além do uso de água e sabonete e/ou sabão, a OMS estabelece como padrão ouro o uso de preparação alcoólica para a fricção das mãos, seu uso é justificado pelas seguintes vantagens; eliminação da maioria dos microrganismos, disponibilidade da preparação alcoólica perto do ponto de assistência e/ou tratamento, pouco tempo necessário para a realização da prática, boa tolerância da pele, além de não ser necessária uma infraestrutura especial (rede de fornecimento de água limpa, lavatório, sabonete, papel toalha).

As infecções relacionadas à assistência à saúde elevam os custos hospitalares, onde a promoção da higienização das mãos requer vários recursos, onde geralmente os produtos à base de álcool para higienização das mãos são mais caros que os sabonetes comuns. Porém os custos destes produtos são menores quando comparados aos custos adicionais que se tem para o tratamento dessas infecções. Mesmo a higienização sendo, comprovadamente, uma importante medida para o controle da infecção hospitalar, existem várias razões para dificultar a adoção das recomendações de lavagem das mãos, nos níveis individual, grupal ou institucional, e para serem sanadas, se faz necessário um processo de mudança comportamental dos profissionais.

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