A UTILIZAÇÃO DE FLÚOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

THE USE OF FLUORIDE IN EARLY CHILDHOOD: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7892697


Thainá Dias de Oliveira Daneu1
Cristina de Carvalho Guedes Abreu2


RESUMO 

Os cuidados com a saúde bucal, bem como as consultas recorrentes ao dentista devem ser hábitos adotados desde a infância. A odontopediatria, especialidade da odontologia direcionada aos cuidados de bebês e crianças, tem como função desenvolver a prevenção, diagnóstico e tratamento das condições bucais. Dentre os cuidados habituais como escovação e uso de fio dental, outro importante componente é o uso de flúor, presente na água, cremes dentais, enxaguantes bucais, materiais restauradores, géis e verniz. Assim, esse projeto tem como objetivo identificar a indicação do uso do flúor nos cuidados bucais na primeira infância, baseado nas evidências científicas mais atuais. Para tanto, será realizada uma revisão de natureza qualitativa, na qual são levados em consideração a qualidade e não a quantidade de dados obtidos. Além disso, quanto a sua metodologia, tem-se cunho bibliográfico, na qual a fonte de dados são pesquisas realizadas anteriormente, os resultados das mesmas são utilizados para alcançar o objetivo elencado, bem como, para o mapeamento dessas pesquisas, utilizando a plataforma Google Acadêmico e Pubmed para análise de artigos, trabalhos de conclusão de curso, teses e dissertações, concluindo que a necessidade do uso de cremes dentais fluoretados, na concentração de 1000 a 1500 ppm de flúor, com uma quantidade similar a um grão de arroz de flúor para fazer tal higienização em bebês de 0 a 3 anos, é fundamental para prevenção de doença cárie, ainda tão prevalente em nossa população.   Utilizando essa quantidade, duas vezes ao dia, não existe risco para contraindicar o uso de cremes dentais que contenham flúor, podendo a criança ter contato com essa quantidade, além do que já consumido em paralelo a quantidade administrada na água. Dessa forma, o flúor consiste em uma substância para auxiliar a higiene bucal de forma medicamentosa mantendo a manutenção do pH bucal, levando o mesmo ao equilíbrio. 

Palavras-Chave: Odontopediatria, Flúor, Saúde da criança.

ABSTRACT

Oral health care, as well as recurring visits to the dentist, should be habits adopted from childhood. Pediatric dentistry, a specialty of dentistry aimed at the care of babies and children, has the function of developing the prevention, diagnosis and treatment of oral conditions. Among the usual care such as brushing and flossing, another important component is the use of fluoride, present in water, toothpastes, mouthwashes, restorative materials, gels and varnish. Thus, this project aims to identify the indication for the use of fluoride in oral care in early childhood, based on the most current scientific evidence. To this end, a qualitative review will be carried out, in which the quality and not the quantity of data obtained are taken into account. In addition, regarding its methodology, it has a bibliographic nature, in which the data source is research carried out previously, the results of which are used to achieve the listed objective, as well as, for the mapping of these searches, using the Google platform Academic and Pubmed for analysis of articles, course conclusion works, theses and dissertations, concluding that the need to use fluoride toothpastes, in the concentration of 1000 to 1500 ppm of fluorine, with an amount similar to a grain of fluorine rice to carry out such hygiene in babies from 0 to 3 years old, it is fundamental for the prevention of caries disease, still so prevalent in our population. Using this amount, twice a day, there is no risk to contraindicate the use of toothpastes containing fluoride, and the child may have contact with this amount, in addition to what has already been consumed in parallel with the amount administered in the water. In this way, fluoride consists of a substance to aid oral hygiene in a medicinal way, maintaining the maintenance of oral pH, bringing it to balance.

Keywords: Pediatric dentistry, Fluoride, Children’s health.

1 INTRODUÇÃO

Os cuidados bucais são essenciais para a saúde geral, estética e, consequentemente, o bem-estar das pessoas. De modo geral, as práticas cotidianas utilizadas para a manutenção da saúde bucal são a escovação após as principais refeições e o uso de fio dental. No entanto, apenas esses cuidados não são o suficiente, pois a realização da escovação e uso de fio dental nem sempre são de forma eficiente, sendo importante a utilização de escovas dentais macias, uso de dentifrício fluoretado, além de consultas regulares ao dentista, para avaliação precoce, orientações e acompanhamento (DOMINGOS, 2018).

Essas consultas recorrentes ao dentista, mesmo que o paciente tenha bons cuidados com a sua saúde bucal, são essenciais, uma vez que alguns problemas/doenças bucais podem ser diagnosticados apenas por um profissional da área e seu tratamento também, somente realizado pelo mesmo (DIAS, 2020).

Dentre os cuidados habituais como escovação e uso de fio dental, outro principal componente é o uso de flúor, presente na água, cremes dentais, enxaguantes bucais, materiais restauradores, géis e verniz. Segundo Carvalho (2018), o uso de flúor pode ajudar a evitar a doença cárie e auxiliar na manutenção de dentes saudáveis. No entanto, quando aplicado em excesso pode gerar prejuízos à saúde bucal. 

De acordo com Santos (2021), os cuidados com a saúde bucal, bem como as consultas recorrentes ao dentista devem ser hábitos adotados desde a infância. A odontopediatria, especialidade da odontologia direcionada a bebês e crianças, tem como função desenvolver a prevenção, diagnóstico e tratamento das condições bucais. Quanto mais cedo o paciente cria o hábito de fazer consultas com o dentista, menores são as chances de problemas bucais (SANTOS, 2021). 

De acordo com Pineda, Osorio e Franzin (2014) o flúor deve ser utilizado na primeira infância como prevenção de cárie e manutenção da saúde bucal, uma vez que:

Considerando a quantidade de dentifrício com flúor a ser utilizada  na  escovação  dentária  das  crianças  na primeira  infância,  os  residentes  indicaram  a  quantidade  correspondente a um grão de arroz. De fato, a quantidade recomendada de dentifrício fluoretado a  ser  utilizada nessa fase da infância é não mais do que um esfregaço ou tamanho de um grão de arroz ou 0,01g. Essa orientação sobre a pequena quantidade de dentifrício fluoretado a ser utilizada pela  criança  constitui  um  processo  educativo  de  conscientização dos pais, para evitar a fluorose dental e garantir o benefício anticárie do fluoreto. Assim, deve-se regular a quantidade, para que haja o máximo de benefício e mínimo de risco para toxicidade aguda e/ou crônica (BOTACIM, 2020, p.68).

Como consequência, tem-se como evidência que o uso de flúor na primeira infância tem como função a remineralização dos dentes e auxílio na manutenção da saúde bucal, independentemente da quantidade e meio de aplicação, a partir de então surgem anseios sobre como e quando o mesmo pode ser utilizado. Neste sentido esta pesquisa teve como objetivo identificar a indicação do uso do flúor nos cuidados bucais na primeira infância, baseado nas evidências científicas mais atuais, tendo como objetivos específicos identificar a atuação do flúor na saúde bucal; avaliar as indicações e quais tipos de flúor podem ser empregados na primeira infância; compreender os benefícios e/ou malefícios do uso de flúor na primeira infância (LIMA, 2021). 

Dessa forma, foi realizada uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, na qual a fonte de dados são pesquisas realizadas anteriormente, utilizadas para embasar o que está sendo desenvolvido, para atingir o objetivo estabelecido. 

2 REVISÃO DE LITERATURA

A promoção da saúde bucal é essencial em todas as fases da vida e, consequentemente, em todas as idades. Dessa forma, tem-se a subárea de estudos e especialização denominada odontologia para bebês na qual o dentista tem foco em crianças entre 0 e 36 meses de idade. Assim, a odontologia para bebês, referente a primeira etapa da vida, tem como foco não só a parte odontológica ligada aos dentes, mas também o desenvolvimento do sistema estomatognático da criança (GALBATTI, GIMENEZ, 2010).  

Nesta primeira etapa, o Cirurgião-dentista deve conscientizar os pais a respeito do seu papel na prevenção e manutenção da saúde bucal do bebê. O aconselhamento preventivo deve incluir: 1- a responsabilidade dos pais pela higiene bucal, explicando como e quando realizá-la; 2- a importância da amamentação natural; 3- a influência dos hábitos alimentares; 4- a importância de uma alimentação adequada, rica em nutrientes essenciais e com redução da sacarose para as gestantes e bebês; 5- esclarecimento sobre o uso do flúor. Salientando, ainda, que quanto mais cedo forem adquiridos conhecimentos relacionados aos hábitos de higiene, normas de conduta e dieta, menor será o risco da instalação de futuros problemas bucais (GALBATTI, GIMENEZ, 2010, p.153). 

Quanto ao esclarecimento sobre o uso do flúor, de acordo com Cury e Tenuta (2012), os resultados de pesquisas apontam que o dentifrício fluoretado podem ser  fatores de risco de fluorose. Esses apontamentos direcionam a necessidade de investigação sobre a ingestão de fluoreto por crianças e quais são os potenciais de risco, visto que o ideal seria uma base de 0,07 mg F/dia/kg. 

Por outro lado, a utilização do mesmo é essencial para evitar a cárie, ao qual essa inclui o uso na escovação, estando contido na água e no creme dental, mas, por as crianças ainda não terem o reflexo de cuspir, a ingestão do mesmo pode acabar sendo alta, podendo ocasionar riscos à saúde (CURY, TENUTA, 2012).

Além da discussão atual sobre fluorose estar centrada nessa estimada dose de risco de 0,07 mg F/kg de peso corporal/dia, a prevalência de fluorose dental encontrada em crianças expostas somente a dentifrício fluoretado é menor do que a esperada com base na dose de ingestão de dentifrício (CURY, TENUTA, 2012, p.24). 

A tabela 1 demonstra uma tabela contendo a dose estimada de ingestão de fluoreto para crianças na primeira infância, relacionada à sua idade e peso corporal, a qual essa ingestão é feita por cremes dentais (CURY,TENUTA 2012).

Tabela 1: Dose estimada de ingestão de fluoreto (mg F/dia/kg peso corporal) a qual crianças seriam submetidas considerando o fluoreto total(FT) declarado no tubo de pasta, e FTe fluoreto total solúvel (FTS) encontrado nas análises, de acordo com os cremes dentais usados (Média± dp; n).

Dose (mg F/dia/kg), considerado
CREMES DENTAISFT DeclaradoFT EncontradoFTSEncontrado
Familiares* (n=80)0.074 ± 0.007 A,a 0,074 ± 0,007 A,a 0,039 
Infantis** (n=79)0.040 ± 0.007 B,a 0,039 ± 0,003 B,a 0,039 ± 0,005 A a
Todos (n-169)0,057 ± 0.004 a0,057 ± 0.004a0,039 ± 0,003 b
*Usado por toda família**Usado exclusivamente pela criançaMédia seguida por letras distintas diferem estatisticamente (p<0.05); letras maiúsculas entre tipos de creme dental (valores nas colunas) e minúsculas para cada creme dental(valores nas linhas).
Fonte: CURY, TENUTA (2012).

Dessa forma, o acompanhamento com o dentista nos primeiros anos de vida é essencial para orientar os pais quantos a esses cuidados que deve-se ter com as crianças. Segundo De Oliveira (2010), os profissionais da área da odontologia indicam e acreditam que as mães, pais e responsáveis devem encaminhar as crianças ao dentista a partir dos primeiros doze meses de vida. No entanto: 

Muitos autores recomendam que o encaminhamento ao dentista deva ser  feito  antes  da  época  de  erupção  dos  dentes,  até o primeiro ano de idade, para que o dentista orienta sobre  dieta  e  higiene  bucal  adequada  e  dê  explicações  necessárias  às  mães  sobre  outras  medidas  preventivas,  sendo,  portanto,  uma  consulta  mais  para  prevenção  e  orientação (DE OLIVEIRA, 2010 P.14). 

Oliveira (2010), faz uma investigação acerca do acompanhamento odontológico de crianças em unidades de saúde, para analisar se há cuidados em relação à saúde bucal na primeira infância. Assim, tem-se variáveis, números de paciente e a porcentagem em relação ao encaminhamento e acompanhamento dos mesmos, conforme apresentado na tabela 2.

Tabela 2: Encaminhamento para acompanhamento de saúde bucal na primeira infância em uma Unidade de Saúde no município de Fortaleza, Ceará.

Fonte: Oliveira (2010).

Neste contexto, uma vasta gama de produtos fluoretados e agentes antimicrobianos permite a intervenção na primeira fase do desenvolvimento da cárie. As intervenções preventivas (como a aplicação tópica de flúor) são defendidas para crianças com cárie ativa e tais abordagens não-invasivas são importantes para construir a confiança em crianças ansiosas e seus pais.  O objetivo das intervenções tem sido considerado pela OMS como um dos principais desafios na tarefa de melhorar os resultados na saúde geral e bucal (SALMEA, 2016, p.17). 

Desde o século XX e continuando a tendência no início da década do século XXI, alguns estudos observaram uma diminuição na prevalência de cárie dentária não apenas em países industrializados mas também em alguns países emergentes. Este é um fenômeno principalmente devido ao uso de produtos fluoretados, seja por métodos locais ou com fluoretação da água de abastecimento público (FERREIRA, 2013).

As questões em torno do uso de flúor, tanto na primeira infância quanto nas demais etapas da vida geram dúvidas e afirmações equivocadas devido a lacunas no conhecimento, tendo a saúde pública, principalmente a brasileira, que melhorar os níveis e canais de disseminação de informações sobre essas questões. 

O flúor é o 13º elemento mais abundante na natureza – e, também, o mais eletronegativo dos halogênios, grupo que inclui ainda o cloro, o bromo e o iodo. Com grande capacidade de reagir com outros elementos químicos e formar compostos orgânicos e inorgânicos, o flúor está presente no ar, no solo e nas águas (NAVAI, 2000, p.3).

Levando em consideração a abundância do flúor, a água fluoretada foi uma iniciativa pública desenvolvida no Brasil principalmente devido ao consumo excessivo de açúcar nesse país, pela larga produtividade da transformação da cana-de-açúcar.  “Tal padrão de consumo está na base da transformação da cárie dentária em pandemia. Na maioria dos países, mesmo os desenvolvidos, o século XX começou com a cárie dentária atingindo significativamente vastos contingentes populacionais” (NARVAI, 2000, p.18). 

Tabela 3: Evolução da fluoretação das águas de abastecimento público no Brasil no período 1953-1996

População com água fluoretada
AnoPopulaçãon%
1953 56.593.016 6.100 0,01 
1956 61.660.772 56.100 0,09 
1958 65.288.953 395.553 0,61 
1959 67.182.332 505.456 0,75 
1961 72.053.450 785.678 1,09 
1963 76.189.381 1.369.338 1,80 
1965 80.562.718 1.558.731 1,93 
1967 85.187.088 1.738.813 2,04 
1969 90.076.902 2.500.000 2,78 
1970 93.139.037 2.930.000 3,15 
1972 98.690.200 3.339.000 3,38 
1977 113.208.500 10.772.000 9,52 
1982 123.640.593 25.757.000 20,83 
1989 141.343,519 60.003.000 42,45 
1995155.196.72565.500.00042,20

Fonte: NARVAI (2000).

Por meio da tabela 3, é possível identificar um padrão histórico crescente do consumo de água fluoretada no país, tendo como acesso toda população que possui água encanada em suas residências (SILVA, 2021). 

A presença do flúor na higiene bucal auxilia no processo de remuneração, devido ao acúmulo de bactérias, para tanto o uso do mesmo deve ser equilibrado no que tange a sua função. No caso pediátrico, nos primeiros meses de vida, o cuidado deve ser redobrado, uma vez que a ingestão de alimentos é restrita e as alterações no Ph bucal são mais complexas (CARVALHO, 2018). 

O ideal é seja aplicada uma quantidade referente a um grão de arroz cru na manutenção bucal diária de uma criança na primeira infância, levando em consideração todos os componentes de um creme dental Caso haja uma aplicação superior pode haver uma intoxicação pelo flúor ou uma intoxicação crônica ao longo do tempo pela fluorose. 

A fluorose dentária é o único efeito colateral conhecido da ingestão excessiva de flúor e é considerada uma forma crônica de toxicidade causada pela ingestão de flúor durante a mineralização dos dentes, nele o esmalte dentário afetado pela fluorose é mais poroso, então a aparência do dente muda. A fluorose dentária é uma das várias manifestações crônicas da ingestão excessiva de flúor e está relacionada à exposição a altas concentrações de flúor durante a formação do esmalte dentário (CARVALHO, 2018). 

Os efeitos adversos da exposição ao flúor dependem de vários fatores, como tempo e quantidade de ingestão, idade, presença de problemas cardiovasculares ou alterações renais hereditárias.

Por outro lado, a ausência de flúor pode auxiliar no aumento de cárie, como é possível observar na tabela 4. 

Tabela 4: Quantidade (g) de dentifrício de 1.000 ou 1.500 ppm F que crianças de idade de 1 a 6 anos (10 a 21 kg) teriam que ingerir para serem submetidas a DPT

Dentifrício (ppm F)
Idade (anos)Peso da criança (kg)1.0001.500
1105033
2126040
3157550
4178557
5199563
62110570

Fonte: CURY, TENUDA (2018)

 Em geral, a idade e o peso do sujeito irão determinar a dose letal, e estima-se que existam 32-64 mg de flúor por quilograma de peso corporal. Por sua vez, a American Dental Association (ADA) recomenda que os dentistas prestem, no máximo, uma única dose de 264 mg de NaF (120 mg de flúor) para prevenir ou prevenir acidentes em crianças menores de 6 anos. O valor acima é igual a 132 ml de enxaguatório bucal NaF a 0,2% (LIMA, FILHO, 2021). 

Assim, o tipo de escova também deve ser levado em consideração, precisa-se usar uma com formato e material ideal que alcance todas as regiões da boca ou tomar cuidado com como utilizar gases nessa higienização, a fim de não machucar a gengiva ou os dentes (BOTACIN, 2020).  

Alguns autores e algumas literaturas afirmam que o uso do flúor em cremes dentais é proibido, no entanto, essa informação não procede. Deve-se usar cremes dentais destinados para crianças, uma vez que estes são menos agressivos em relação a quantidade de componentes e até mesmo ao gosto (GALBATTI, 2010).

Também, pode ser interessante o uso de alguns protocolos adotados em hospitais para a manutenção da saúde bucal de crianças. Mesmo estas não estado hospitalizadas, a disseminação desses protocolos podem ser interessantes de serem utilizados em residências, principalmente por os pais de recém nascidos e crianças não terem informações de como e se devem ou não realizar algum tipo de manutenção a higiene bucal de seus filhos (SALEMA, 2016). 

3 CONCLUSÃO 

Nesse sentido, foi possível observar que de modo geral as questões em torno do uso de flúor na primeira infância, é indispensável e eficiente, embora deve-se ter um cuidado com a quantidade atribuída nesse processo de higienização, principalmente pelo fato que essas crianças tendem a engolir e não expelir tal substância.

Assim, tem-se como ideal utilizar uma quantidade similar a um grão de arroz de flúor para fazer tal higienização em crianças menores de 5 anos, pelo menos duas vezes ao dia . Tomando esse cuidado, não há contraindicação ao uso de cremes dentais que contenham flúor, podendo a criança ter contato com essa quantidade, além do que já consumido em paralelo a quantidade administrada na água. 

Dessa forma, o flúor consiste em uma substância fundamental para auxiliar a higiene bucal, de forma terapêutica medicamentosa, auxiliando no processo de DES-RE, contribuindo para o equilíbrio do meio bucal.

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1Graduanda em Odontologia pela Faculdade de Ilhéus.
2Docente no curso de Odontologia na Faculdade de Ilhéus.