O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7856711


Vinicius Costa Maia Monteiro1
Paulo Roberto Araújo Santiago2
Jocasta Maria Oliveira Morais3
Jamille de Castro Oliveira4
Michelle Vanessa Pedroso de Figueiredo da Silva5
Márcia Tamires Uchoa Bezerra6
Maria América Filgueiras dos Santos7
Patricia Garcia da Silva Gondim de Vasconcelos8
Érica Paulinne Pereira Brandão9
João Lucas dos Reis Cozer10
Andréa Márcia Soares da Silva11
Igor Marcelo Ramos de Oliveira12
Ana Gabrielle Pinto dos Santos13
Maria Atunilda Bezerra Pinho14
Claudênia da Silva Façanha15
Camila Lima Ribeiro16
Luana Conceição de Jesus17
Rayla Lacerda Maciel dos Santos18
Gabriela de Sousa Lira19
Karolina da Silva Sousa20
Maria Dalila Monteiro da Silva21


RESUMO

Objetivou-se, com esta pesquisa, identificar o papel do enfermeiro na prevenção da depressão Pós-parto. Trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem qualitativa da literatura publicada nos últimos 06 anos. Realizou-se levantamento bibliográfico em bases de dados como SciELO (Scientific Electronic Library Online) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e a coleta dos dados se baseou em análise de 10 artigos. Os artigos foram agrupados conforme o foco central da presente pesquisa, dessa forma, foram divididos nas seguintes categorias temáticas: o pré-natal e a prevenção da depressão pós-parto; O papel do enfermeiro na prevenção da depressão pós-parto no cotidiano da Atenção Primária à Saúde; e Fatores que dificultam na prevenção e detecção precoce da Depressão Pós-parto. Os eixos abordados demonstraram que o profissional enfermeiro precisa estar apto para desenvolver ações de prevenção e detectar precocemente as gestantes com predisposição a desenvolver a depressão pós-parto e prevenir possíveis traumas. Os resultados revelaram que a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo pode ser uma ferramenta facilitadora para identificação de depressão Pós-parto na assistência às gestantes e às puérperas. Sugere-se a realização de ações educativas que possibilitem a construção de novos espaços de reflexão/discussão, e a capacitação da equipe de saúde que compõem a Estratégia de Saúde da Família, com a finalidade de auxiliar os profissionais que estão envolvidos com essa temática em sua práxis.

Descritores: Depressão Pós-Parto; Enfermeiro; Prevenção.

1 INTRODUÇÃO

A depressão surgiu desde a antiguidade, Hipócrates, considerado o “pai da medicina” usava o termo melancolia para caracterizar esse distúrbio, que ocasionava no indivíduo sentimentos negativos e que se tornaram tão fortes e constantes que incapacitam o indivíduo para atividades cotidianas.1 

No ano de 1660, o termo depressão foi inicialmente utilizado no idioma inglês para descrever o desânimo, a falta de entusiasmo e predisposição para a realização de atividades em geral, e só foi utilizado comumente a partir de meados do século XIX.1

A depressão pode ser considerada um transtorno de caráter psiquiátrico, onde compromete o estado físico, o humor e, em consequência, o pensamento, ou como uma doença ocasionada pelo mau funcionamento cerebral ou ocupacional.2

Nas últimas décadas a depressão vem se destacando como problema comum em muitos países, constituindo-se em um grave problema de saúde pública e chegando a uma prevalência entre a população mundial de 3 a 11%, o tempo de duração de uma crise depressiva pode variar de indivíduo para indivíduo, podendo durar ou perdurar de meses ou até anos, atingindo pessoas de ambos os sexos.1

A depressão pode se manifestar de várias formas, uma delas é a Depressão Pós-parto (DPP), a qual provoca nas mulheres uma série de alterações emocionais e comportamentais, que podem vim a aparecer geralmente entre a quarta e oitava semana após o parto e podendo desaparecer após o 15º dia, mais sua maior intensidade acontece nos primeiros seis meses, configurando-se assim um sério problema para a saúde das mulheres devido sua alta prevalência.3

A DPP pode atingir de 10 a 15% de mulheres, após o nascimento do filho, exigindo assim um tratamento adequado. Ocorre em todo o mundo, conforme a região e o instrumento de mensuração; sua incidência varia de 10% a 20%, na proporção de um caso para 1.000 mães.1 O quadro clínico pode se caracterizar por meio de alterações de humor, cognitivas, psicomotoras e vegetativas, manifestando-se através da irritabilidade, choro frequente, sentimento de desamparo, culpa e desesperança, tristeza, falta de energia e motivação, transtornos alimentares e do sono, mudanças comportamentais, agitação, retardo psicomotor, concentração diminuída, sensação de desvalia frente às novas situações, problemas relacionados à autoimagem, baixa estima, bem como queixas psicossomáticas.3

A DPP pode ter causas multifatoriais, tendo como fatores de risco aspectos socioeconômicos, histórico de transtornos psiquiátricos, genética, podendo estar relacionada ainda a perdas, estresse, gravidez não planejada, conflitos na relação conjugal e dificuldade para cuidar do bebê.4

Devido à instabilidade emocional de uma mãe depressiva, à interação mãe-filho pode ser prejudicada, e consequentemente poderá acarretar sérias dificuldades de desenvolvimento tanto neurobiológico e psicológico na criança, com principal influencia nas primeiras fases de vida. lembrando que uma das manifestações que pode acarretar na mãe é a agressividade, onde está pode ser impulsionada a tentativas de suicídio e infanticídio.

O diagnóstico da DPP é complexo, devido à dificuldade de se estabelecer os limites entre o fisiológico e o patológico da puérpera, sendo muitas vezes não identificado pelo enfermeiro ou pelo obstetra em um primeiro momento, pois como a puérpera apresenta ajustamento emocional após o parto, pode ser confundida com outros sentimentos, como por exemplo, tristeza pós-parto. Por conta disso é necessário um bom vínculo entre o profissional e a puérpera, para que assim seja realizado um diagnóstico precoce.3 

Tendo em vista os referidos fatores e a escassez de informação acerca do tema, surgiu o interesse na realização desta pesquisa, inclusive por perceber que geralmente a doença “depressão” pouco é trabalhada pelos profissionais nas ações de promoção à saúde, e quando são trabalhadas não são direcionadas às gestantes e as puérperas. Por isso, ressalta-se que, quanto mais precocemente ocorrer a percepção dos sinais e sintomas depressivos e a procura de ajuda qualificada, mais rapidamente ocorrerá o tratamento, evitando-se, assim, os impactos causados na vida da mulher, na interação com o bebê e com a família.2

O profissional enfermeiro, especificamente da Estratégia de Saúde da Família – ESF, tem a necessidade de conhecer esta realidade e ter um olhar vigilante sobre esses casos, visto que, ele é o responsável pelo planejamento do cuidado para assistir a mulher desde o planejamento familiar, pré-natal até o período puerperal, apropriando-se do reconhecimento das informações, crenças e valores familiares, possibilitando detectar agravamentos, sinais de alterações de humor e comportamentos que possam apontar para uma DPP.5

Neste sentido, a pesquisa torna-se necessária e relevante por evidenciar as ações dos enfermeiros para com as mulheres na prevenção da depressão pós-parto, bem como identificar fatores de riscos para o desenvolvimento da patologia em destaque, de modo que os serviços de saúde possam programar medidas ou estratégias que promovam assistência de qualidade e integral às pessoas de acordo com suas necessidades, além de permitir a visibilidade desta temática e permitir reflexões críticas entre os profissionais da área da saúde e a sociedade em geral, direcionadas para a prevenção da DPP.4 Deste modo, esta pesquisa teve enquanto objetivo identificar o papel do enfermeiro na prevenção da Depressão Pós-parto.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem qualitativa da literatura, para a identificação de produções sobre o tema o papel do enfermeiro na prevenção da Depressão Pós-parto, entre 2012 a 2017, indexadas nas bases de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde).

Foram adotadas as seis etapas indicadas para a constituição da revisão integrativa da literatura: seleção da pergunta de pesquisa; definição dos critérios de inclusão de estudos e seleção da amostra; representação dos estudos selecionados em formato de tabelas, considerando todas as características em comum; análise crítica dos achados, identificando diferenças e conflitos; interpretação dos resultados e; reportar, de forma clara, a evidência encontrada.6

O estudo pretendeu responder o seguinte questionamento: qual o papel do enfermeiro na prevenção da depressão Pós-parto?

Enquanto critérios de inclusão foram selecionados os artigos relacionados com a temática abordada nesta pesquisa, publicados na íntegra, em língua portuguesa, dos últimos seis anos. Como critérios de exclusão: os artigos que trabalhavam ou abordavam somente a evolução e os tratamentos da Depressão Pós-parto, os que possuíam ambiguidade entre estudos, trabalhos incompletos e que apresentavam fuga do tema. O recurso utilizado na pesquisa foi a expressão “termo exato”, associada aos descritores específicos: enfermeiro e depressão pós-parto; Depressão Pós-parto e o papel do enfermeiro na prevenção da depressão Pós-parto. 

Após a aplicação destes critérios, foram selecionados 10 artigos, sendo agrupados conforme o foco central da presente pesquisa. A análise do material foi realizada através de leitura crítica e qualitativa que permitiu construir as seguintes categorias temáticas: o pré-natal e o diagnóstico da depressão pós-parto; O papel do enfermeiro na prevenção da depressão pós-parto no cotidiano da Atenção Primária à Saúde; e Fatores que dificultam na prevenção e detecção precoce da Depressão Pós-parto. 

Os aspectos éticos foram respeitados, na medida em que os autores dos artigos selecionados foram referenciados no decorrer do trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

A partir das pesquisas realizadas, foram selecionados e analisados 10 (dez) artigos conforme os critérios de inclusão e exclusão desta pesquisa. A análise dos artigos está organizada em 3 (três) categorias: O pré-natal e a prevenção da depressão pós-parto; O papel do enfermeiro na prevenção da depressão pós-parto no cotidiano da Atenção Primária à Saúde; Fatores que dificultam na prevenção e detecção precoce da Depressão Pós-parto.

A seguir, encontram-se expostos no quadro (Quadro 1) os artigos analisados neste estudo. Os artigos estão identificados (ID) como A1 até A10, seguidos da referência, base de indexação e o ano de publicação do artigo. 

Quadro 1: Artigos selecionados e analisados nesta pesquisa.

IDREFERÊNCIABASE DE INDEXAÇÃOANO 
A1ARRAIS, AR; MOURÃO, MA; FRAGALLE, B. O pré-natal psicológico como programa de prevenção à depressão pós-parto. Saúde Soc. São Paulo, v.23, n.1, p.251-264, 2014.BVS2014
A2BORGES, DA; FERREIRA, FR; MARIUTTI, MG. A depressão na gestação: uma revisão bibliográfica. Revista de Iniciação Científica de Libertas – São Sebastião do Paraiso, v. 1, n. 1, p. 85-99, dez. 2011.SciELO2011
A3BOTH, CT et al. Depressão pós-parto na produção científica da enfermagem brasileira: revisão narrativa. Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 4, 2016, p. 67-81.BVS2016
A4COSTA, LM. Depressão Pós-parto. 2013. 29f. Monografia (Especialização em Saúde Coletiva e da Família). Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp, Piracicaba, 2013.BVS2013
A5LAMDIM, LS; VELOSO, LS; AZEVEDO, FHC. Depressão Pós-Parto: uma reflexão teórica. Rev. Saúde em Foco, Teresina, v. 1, n. 2, art. 1, p. 41-59, ago. / dez. 2014.SciELO2014
A6MEIRA, BM et al. Desafios para profissionais da atenção primária no cuidado à mulher com depressão pós-parto. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2015 Jul-Set; 24(3): 706-12.SciELO2015
A7MENEZES, FL et al. Depressão Puerperal, no âmbito da Saúde Pública. Revista Saúde (Santa Maria), v.38, n.1, p. 21-30, 2012.SciELO2012
A8MOURA, SG et al. Assistência pré-natal realizada pelo enfermeiro (a): um olhar da mulher gestante. J. res.: fundam. care. online 2015. jul./set. 7(3):2930-2938.BVS2015
A9OLIVEIRA, EA. Atuação do enfermeiro na detecção e prevenção da depressão pós-parto. 2014. 31f. Monografia (Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Enfermagem na Atenção Psicossocial). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC, 2014.SciELO2014
A10SANTOS, IRA. Fatores determinantes da depressão pós-parto avaliados pelo enfermeiro durante o acompanhamento do pré-natal. 2014. Artigo científico (Curso de Bacharelado em Enfermagem). Centro Universitário de Brasília Faculdade de Ciências da Educação e Saúde Graduação em Enfermagem – UniCEUB, Brasília, 2014.BVS2014

No tocante aos objetivos deste estudo, todos os artigos tiveram uma abordagem relevante acerca do assunto e todos reforçam que o enfermeiro tem papel fundamental na prevenção e detecção precoce da depressão pós-parto no cotidiano da Atenção Primária à Saúde, como será discutido a seguir.

O pré-natal e a prevenção da depressão pós-parto

Conforme A8 (p. 2931)7, através da lei do exercício profissional de enfermagem, de decreto nº 944006/87, define que o enfermeiro é responsável para acompanhar o pré-natal de baixo risco, e caso o pré-natal seja de alto risco, o enfermeiro deve intervir junto de outros profissionais, constituindo assim uma equipe multidisciplinar.

Deste modo, as consultas de pré-natal constitui-se em uma preparação física e psicológica da mulher para o parto e para a maternidade e, como tal, é um momento de educação em saúde e uma oportunidade para os profissionais da equipe de saúde desenvolverem o acolhimento como dimensão do processo de cuidar.8

A3 (p. 9)9 aponta que as mulheres que são acompanhadas durante o pré-natal, recebem informações e orientações para enfrentar as etapas da maternidade mais tranquilas, pois a falta de informações pode gerar conflitos desnecessários e expectativas frustradas. As consultas são programadas e intercaladas entre cuidados médicos e de enfermagem, a fim de monitorar a evolução da gravidez e preparar a gestante para ciclo gravídico-puerperal.

A DPP é um episódio de depressão, que ocorre dentro das quatro primeiras semanas após o parto, caracterizada por humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades. Quando não diagnosticada e tratada precocemente, ela pode dificultar o estabelecimento do vínculo afetivo seguro entre mãe e bebê, podendo também interferir nas futuras relações interpessoais estabelecidas pela criança.10

Sua prevalência no Brasil chega em torno de 10% a 29%, dependendo do grupo social, mas que pode chegar a até 60%, em diferentes regiões do mundo.11 E pode acontecer em alguma das três etapas: Puerpério imediato que compreende do 1° ao 10° dia pós-parto, tardio do 11° ao 42° dia, e remoto que inicia a partir do 43° dia.12

A7 (p. 26)13 refere que diagnosticar a depressão puerperal é difícil, pois muitas vezes ela passa despercebida pelos profissionais da saúde, devido os profissionais se preocuparem com os aspectos físicos da mãe e o bebê, deixando de lado o aspecto psicológico. A6 (p. 709)14 também enfatiza que os profissionais às vezes cometem iatrogenias durante avaliação, devido os sinais de exaustão e depressão ser comumente avaliados pelos mesmos como normais da maternidade, por isso é imprescindível que o enfermeiro conheça os múltiplos fatores de risco e os sintomas relacionados à DPP, bem como as estratégias assistenciais de rastreio desta sintomatologia depressiva. 

Dados do Ministério da Saúde referem que 70% das mulheres apresentam sintomas depressivos que caracterizam o blues puerperal, ou seja, é o estado depressivo mais brando e transitório marcado por fragilidade, hiperemotividade e sentimentos de incapacidade da puérpera.5

A1(p.260)15 cita alguns fatores de risco para a ocorrência da DPP, dentre eles: gestante solteira, conflitos conjugais, histórico familiar de depressão, antecedente de transtornos depressivos, gravidez não programada, frágil suporte social e eventos de vida negativos na gravidez, histórico obstétrico de risco (aborto, prematuridade, placenta prévia, natimorto, más-formações), assim como a idealização do bebê e da maternidade.

Já para 10% a 15% das mulheres, os fatores de risco estão associados ao isolamento social de mulheres, que, por exemplo, migraram recentemente e que vivenciam barreiras geográficas e linguísticas; eventos de vida negativos, tais como a perda de um emprego ou a morte de um familiar próximo; privação do sono ao final da gravidez, no parto e no período imediatamente após o parto; fatores relacionados ao bebê, tais como o temperamento da criança, estresse pelos cuidados com ela ou complicações neonatais têm sido preditores da depressão pós-parto.16

A10 (p. 78)17 evidencia a importância de que profissionais que atuam na atenção básica adotem práticas cuidadoras que visem à prevenção da DPP, ou seu diagnóstico precoce e acolhimento dessas mulheres para minimização de seus impactos para a mulher, bebê e família. Desse modo, torna-se imprescindível a realização do acompanhamento no pré-natal, uma vez que as mulheres que o realizam obtêm menor índice de sintomas depressivos.

Assim, compete à equipe de saúde, segundo o Ministério da saúde, que no primeiro contato com a gestante, tanto na unidade de saúde ou na comunidade, deve-se buscar compreender os múltiplos significados da gestação para aquela mulher e sua família.18

Por seguinte, A10 (p. 9)17 refere que durante o pré-natal deve-se preparar as mulheres e suas famílias com informações sobre fatores de risco para a DPP, educando-os sobre os sintomas, fornecendo materiais educativos valiosos e organizando mecanismos de acompanhamento, com visitas domiciliares para acompanhar o seu progresso pós-parto.

O papel do enfermeiro na prevenção da depressão pós-parto no cotidiano da Atenção Primária à Saúde

A saúde da família é uma das estratégias do Ministério da saúde de reorientação do modelo assistencial individual para o integralizado, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em Unidades Básicas de Saúde (UBS), para desenvolver ações individuais e coletivas, de acompanhamento e promoção da saúde, oferecendo assim, um atendimento humanizado, onde favorece a criação de vínculo entre profissionais e usuários.19

O profissional de enfermagem da Estratégia Saúde da Família (ESF) é responsável pela assistência à mulher durante o ciclo gravídico/puerperal, ele quem realiza a consulta pré-natal, logo tem importante papel nos programas de educação em saúde para essa clientela, evitando dúvidas e possíveis complicações no pós-parto. Assim, quando se trata da prevenção da DPP, sua atuação direciona-se a identificação de gestantes com pré disposição depressiva, devendo ser realizada durante a assistência pré-natal.20

O pré-natal configura-se como consultas programadas e realizadas pelos enfermeiros com as gestantes, no intuito de monitorar a evolução da gravidez; preparar adequadamente a gestante para o parto; orientar sobre o aleitamento materno e os cuidados com o bebê, bem como, detectar doenças maternas; prevenir, diagnosticar e tratar precocemente as complicações da gravidez; além de exercer a vigilância do crescimento e da vitalidade fetal.18

A Consulta de Enfermagem, na atenção primária à saúde, é realizada de acordo com o roteiro estabelecido pelo Ministério de Saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde e é amparada pela Lei do Exercício Profissional.21

Nela o enfermeiro tem oportunidade de criar um vínculo de confiança com a gestante, onde sua conduta deve ir além do aspecto biológico, dando especial atenção ao processo psicológico vivido pela mulher no devido momento, assim este deve realizar uma escuta qualificada durante a consulta, já que os sintomas da doença são parecidos com os da depressão que ocorre em período não-puerperal.20

Os estudos evidenciaram que o modelo assistencial proposto pela Estratégia da Saúde da Família é fundamentado na promoção à saúde e na prevenção de doenças e agravos, buscando atender o indivíduo em seu contexto familiar e comunitário. A equipe de enfermagem por ser responsável em receber os pacientes nas Unidades Básicas e realizar ações de caráter gerencial e assistencial, está no seu cotidiano a identificação dos problemas apresentados pelos indivíduos em todas as fases da vida.19

Conforme afirma A6 (p. 707)14, os profissionais da atenção primária em saúde inseridos na ESF tem mais facilidade para contribuir na prevenção transtornos psíquicos nas puérpera, uma vez que eles acompanham a maioria das mulheres desde a gestação até o pós-parto, tendo, assim, maior facilidade para identificar fatores ou condições relacionados aos riscos e agravos à saúde da mulher e seu bebê. 

A4 (p. 18)22 enfatiza a importância da ESF para identificação de grupos de mulheres com perfil de risco para desenvolver depressão pós-parto e, com base nas necessidades levantadas, cabe ao enfermeiro, integrante da equipe, realizar as ações inerentes à esta estratégia, particularmente no que diz respeito ao pré-natal, seja capaz de identificar fatores ou condições relacionados aos riscos e agravos à saúde da mulher, em especial, a Depressão Pós-parto (DPP). 

As estratégias preventivas para a DPP a serem desenvolvidas no pré-natal na saúde da família, A6 (p. 710)14 refere que, os enfermeiros devem basear sua assistência nos protocolos definidos pelo Ministério da Saúde, sintetizados no Manual Técnico de Pré-natal e Puerpério, este documento expõe a importância da atenção aos aspectos emocionais durante a gestação, parto e puerpério.

Segundo A7 (p. 26)13 a detecção precoce poderia ser realizada através da prevenção primária e secundária de saúde, por meio das maternidades e o acompanhamento sistemático das mães nos períodos do pré-natal, perinatal e pós-parto, tanto nos hospitais, como Unidades Básicas de Saúde (UBS). 

Nas UBS, A2 (p.87)23 cita como estratégias as visitas domiciliares e os grupos de gestantes para educação em saúde, favorecendo o conhecimento do contexto de vida familiar, social e cultural da mulher, bem como a identificação de redes de apoio ou suporte social. A3 (p. 75)24 afirma que elas contribuem para o enfermeiro ter uma abordagem integral da gestante e para a puérpera sentir-se acolhida e amparada pela equipe de saúde. Outra importante ferramenta para o cuidado dessas mulheres é a consulta puerperal que deve ser feita até 42 dias após o final da gestação.5

Aponta A2 (p. 87)23 que os grupos de gestantes podem ser pensados como momentos para uma abordagem precoce sobre a DPP, através da avaliação da autoestima, da rede de suporte social e dos sentimentos das futuras mães. Complementa A9 (p. 14-15)9 que se pode utilizar como instrumento adequado de triagem, a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EDPE), ela é uma escala de auto avaliação de sintomas depressivo, composta por 10 enunciados, onde cada um tem uma pontuação de 0 a 3 e no final somam-se os valores para se chegar ao resultado que varia de 0 a 30, caracterizando assim a presença ou a intensidade de sintomas psíquicos.

Outro fator importante, segundo A9 (p. 15)9 para a mulher se sentir mais segura e confiante é a participação de um acompanhante durante o pré-natal, no trabalho de parto, no parto e no pós-parto, pois proporcionará a compreensão da mulher e do companheiro, sobre as emoções e sentimentos provenientes deste período, além de propiciar ao exercício materno saudável e essencial ao desenvolvimento futuro no relacionamento entre o binômio mãe-bebê. A criação de vínculo entre profissional e paciente é um fator importante durante as consultas, devido estimular a autonomia e a cidadania, promovendo uma atenção humanizada e qualificada da assistência.

O Ministério da Saúde refere que o relacionamento entre enfermeiro e paciente deve estar pautado no respeito mútuo e na experiência vivenciada pela mulher gestante, onde além da competência técnica, o enfermeiro deve demonstrar interesse pela gestante e pelo seu modo de vida, fazendo uso de uma escuta qualificada, de modo a ouvir suas queixas.5

Além da escuta ativa, A9 (p. 1623)9 considera o exame físico uma ferramenta fundamental para avaliar o bem-estar materno e fetal, já que o mesmo oferece parâmetros para a identificação de diagnósticos e intervenções de enfermagem. Desse modo, a detecção precoce das anomalias fetais e possíveis alterações na saúde materna, permite que os familiares deem o apoio necessário a mesma e ao profissional a possibilidade de encaminhamento a centros de assistência terciária que ofereçam estrutura para atendimento pré e pós-natal adequado. 

Fatores que dificultam na prevenção e detecção precoce da Depressão Pós-parto

Os dados evidenciaram a existência de poucos estudos demonstrando as dificuldades enfrentadas do ponto de vista da enfermagem. No estudo realizado por A2 (p. 92)23 apontou que os profissionais que atuam na atenção primária acompanhando o pré-natal desde o início da gestação relatam uma assistência focada no aspecto fisiológico, desenvolvimento da gestação e pós-parto e, com isso, geram atrasos na detecção precoce da DPP, e a realização de intervenção e encaminhamentos para os serviços de referência, e com isso as puérperas são admitidas com mais frequência nos hospitais psiquiátricos pelos distúrbios graves.

Atribui-se a demora do diagnóstico a falta de informação e de conhecimentos específicos sobre a DPP, fazendo com que alguns profissionais da ESF deixem passar despercebidos por não valorizarem a relevância do problema, dificultando a identificação precoce.25

A6 (p. 710)14 aponta a falta de protocolos elaborados pelo Ministério da Saúde para a assistência na atenção primária, além da necessidade de pesquisas sobre a criação de formas de treinamento para os profissionais identificarem e tratarem a DPP, sem trazer risco para a família e para o desenvolvimento do bebê.

A5 (p. 13)26 refere que embora o manejo da EPDS seja fácil, os profissionais apresentam limitações quando da inferência sobre a real frequência da depressão pós-parto, superestimando sua ocorrência.

Para que o atendimento a gestante seja qualificado, é preciso que o profissional de enfermagem esteja preparado para perceber os sinais iniciais da DPP, intervindo de maneira ágil e competente, tenha habilidade de comunicação, permitir a presença de um acompanhante nas consultas, disponibilizar o número de consultas suficiente de acordo com as necessidades de atendimento da paciente, bem como programar ações de educação em saúde, para que o trabalho realizado seja sistematizado, garantindo assim qualidade na assistência prestada.18 

Para implementar e programar as atividades do controle pré-natal, é necessário identificar os riscos a que cada gestante está exposta e de acordo com a sua realidade, fato este que permitirá a orientação e os encaminhamentos adequados em cada momento da gravidez.19 Lembrando que esta avaliação do risco seja realizada em todas as consultas de pré-natal, independente se é uma gestante de baixo risco ou não, pois a mesma pode tornar-se de alto risco e apresentar indícios de DPP, o acompanhamento deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42ª dia de puerpério, período em que deverá ter sido realizada a consulta puerperal.19

Fica evidenciado que o profissional enfermeiro apresenta-se como elemento ativo da equipe de saúde, por exercer um papel educativo de mostrar a importância do acompanhamento da gestação na promoção da saúde, prevenção e tratamento de distúrbios, durante e após a gravidez, bem como informá-la dos serviços disponíveis, contribui também para a ocorrência de mudanças concretas e saudáveis nas atitudes das gestantes, sempre em busca de bem-estar e qualidade de vida.21

Outra limitação citada por A6 (p. 710-711)14 é o conhecimento incipiente dificultando os enfermeiros na prestação de uma assistência qualificada, sendo necessária a participação de outros profissionais para prestar suporte no atendimento às pacientes portadoras de DPP. Então alguns autores chamam a atenção para a necessidade dos enfermeiros estarem capacitados, pois, além de uma assistência qualificada, podem contribuir para a educação continuada de sua equipe.3

A3 (p. 74)24 evidencia a urgência de maiores investimentos na formação de enfermeiros sobre a DPP e a identificação dos elementos implicados no seu desenvolvimento, bem como por meio de ações de educação permanente de enfermeiros que atuam no período gravídico puerperal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste trabalho ficou evidente que normalmente a gravidez traz alterações hormonais e emocionais, dificultando o diagnóstico da depressão pós-parto e quando os sintomas apresentados durante a gestação são associados aos fatores de risco aumenta a chance de desenvolvimento de sinais e sintomas depressivos.

O presente estudo mostrou a importância da realização do acompanhamento pré-natal realizado pelo enfermeiro, para a prevenção e detecção precoce da depressão pós-parto, destacando a necessidade do rastreamento de mulheres em relação aos fatores de risco. Ressaltou-se ainda a realização de ações educativas que possibilitem a abordagem dessa temática, e a importância da capacitação da equipe de saúde que compõem a ESF, para que os profissionais tenham condições de prestar uma assistência de qualidade.

Reafirmou também que o desenvolvimento de estratégias de rastreamento da depressão pós-parto contribui para a diminuição da mortalidade, pois quanto mais cedo for diagnosticado, maiores serão as chances de cura. Por esta razão, considera-se relevante a educação permanente em saúde e o estabelecimento de parcerias entre os diferentes níveis assistenciais em saúde.

Por último, assevera-se a importância dos profissionais enfermeiros na assistência à saúde da mulher, em particular, na prevenção e detecção precoce da depressão-pós-parto no contexto da Atenção Primária à Saúde. A pesquisa desenvolvida demonstrou importantes avanços, no entanto é preciso superar alguns desafios, principalmente na capacitação dos profissionais inseridos na Atenção Primária à Saúde, para propiciar uma melhor assistência à mulher durante o ciclo gravídico/puerperal.

REFERÊNCIAS

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1Faculdade do Complexo Educacional Santo André
2Universidade Potiguar
3Universidade Potiguar
4Universidade do Estadual do Ceará
5Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – SIAPE 2214591
6Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH
7Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH
8Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH
9Universidade Federal do Amazonas
10Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
11Estácio de Teresina
12Estácio de Teresina
13Maternidade Escola Assis Chateaubriand-UFC/EBSERH
14Maternidade Escola Assis Chateaubriand-UFC/EBSERH
15Maternidade Escola Assis Chateaubriand-UFC
16Escola Assis Chateaubriand
17Universidade Cruzeiro do Sul
18Estácio de Teresina
19Estácio de Teresina
20Faculdade Estácio de Teresina
21Faculdade Estácio de Teresina