O PAPEL DA CONTROLADORIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7810958


Camila Gomes Muniz


RESUMO

O presente artigo tem a finalidade de apresentar a importância da controladoria para o processo de gestão organizacional, o impacto que a controladoria traz para o crescimento das empresas e como ela pode ser utilizada como ferramenta para o processo de tomada de decisão. A controladoria é um órgão administrativo de apoio responsável pela gestão econômica e financeira da organização. Sua função é dar suporte ao processo decisório, fornecendo de forma ágil, informações seguras e confiáveis e sua missão é assegurar a eficácia organizacional através da otimização de seus resultados. Neste trabalho será abordado também a função do controller, a relevância de seu papel e dos controles internos como instrumento da gestão e a influência exercida por esse nas mudanças estruturais da empresa. O controller gerencia toda a dinâmica do setor de controladoria passando todas as informações obtidas da contabilidade, do departamento financeiro e demais setores de forma sintetizada aos gestores facilitando, assim, as tomadas de decisões dentro da empresa. Será exposto os conceitos oriundos da controladoria e do controller, discriminar as funções que cabem à controladoria e como estas competências afetam direta e indiretamente a empresa no cenário que está implantada mostrando a diferença de tomadas de decisões.

Palavras-Chaves: Controladoria, Controller, Tomada de decisão, Controle interno.

1 INTRODUÇÃO

A controladoria é considerada um órgão administrativo, que tem como principal função facilitar o fornecimento de informações aos demais departamentos, tendo a figura do controller como responsável pelo departamento de controladoria. Este profissional vem ao encontro das informações numa condição de analista e de principal instrumento no fornecimento de soluções, que na esfera da empresa vai auxiliar os gestores a tomar decisões mais cabíveis para a organização.

De acordo com Almeida (2009), a controladoria supre os gestores de diversas áreas no processo de gestão, com instrumentos gerenciais que fornecem demonstrativos contábeis sobre o desempenho e resultados econômicos.

Diante deste contexto, pode-se visualizar a controladoria como um órgão facilitador de informações que tem como objetivo auxiliar os gestores na tomada de decisão tornando-se cada vez maior o campo de atuação do profissional da controladoria dentro das instituições em que através dele os administradores conseguem obter maior segurança e garantia de qualidade em suas decisões e metas.

Ao abordar o tema da controladoria como ferramenta de gestão, tem-se como objetivo definir o conceito de controladoria, suas principais funções e as funções do controller, que hoje está muito mais ligada em sua contribuição para a administração geral das operações do que apenas aos processos financeiros; elencando características organizacionais e experiências de melhorias significativas na gestão de uma empresa por meio das ferramentas fornecidas pela controladoria aos seus dirigentes. Sua função é acompanhar as rotinas contábeis visando evitar possíveis falhas e proporcionando melhor desempenho na tomada de decisões.

2 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para este estudo é a revisão bibliográfica de base qualitativa que se constitui de acervo bibliográfico científico de contribuições sobre o tema abordado. De posse desse material, são estabelecidas considerações pertinentes ao desenvolvimento da pesquisa.

De acordo com Ruiz (1996, p.58) a pesquisa bibliográfica “consiste num exame de produção registrada em livros, artigos e documentos”, complementado por Vitelo (1998, p. 86) que pondera, “a pesquisa bibliográfica não condiz com a necessidade de reportar todas as pesquisas e revisões já publicadas sobre o tema, mas sim que conseguem sumariar incluir na publicação aspectos realmente importantes”.

Medeiros (2000, p.24) conclui que a “pesquisa bibliográfica ou levantamento

bibliográfico caracteriza-se com uma documentação indireta, constituída pela coleta de dados de fonte secundária”.

3 DISCUSSÃO

3.1 História da Controladoria

A origem da controladoria está relacionada à escola italiana, precursora da contabilidade como ciência.

Numa visão histórica e tradicional, a controladoria surgiu por volta de 1950, com suas funções orçamentárias, tendo não só o registro e o relato dos fatos econômicos, mas também, o fornecimento do feedback aos gestores de negócios, necessário à tomada de decisão. Sendo assim, estabelece relação nos processos financeiros, contábil e operacional devido a todo conhecimento sistêmico da organização e informação.

Para Marion (2005, apud FRANCISCO, AMARAL, BERTUCCI e NOGUEIRA, 2013), a controladoria surgiu nas grandes organizações norte Americanas no início do século XX com o propósito de estabelecer o controle das empresas subsidiárias e filiais, tendo eles identificado que um grande número de empresas concorrentes que haviam proliferado a partir da evolução industrial, começou a se fundir no final do século XIX, dando assim início a grandes empresas, estruturadas por departamentos e divisões, mas com controle centralizados, ou seja, através das funções da controladoria.

De acordo com Peleias (2002, apud FRANCISCO, AMARAL, BERTUCCI e NOGUEIRA, 2013) a controladoria é uma área da entidade a qual é concedida autoridade para tomar decisões sobre eventos, transações e atividades que proporcionem devida assistência ao processo de gestão. Para o autor, as decisões tomadas na controladoria estão relacionadas a critérios de identificar, registrar, explicar eventos e transações, sempre buscando assegurar a eficácia empresarial.

Conforme Beuren (2002, p.20), “a Controladoria surgiu nas grandes corporações norte-americanas, no início do Século XX”. Até aquele momento, a contabilidade era a encarregada por conceder as informações relevantes a tomadas de decisão, contudo, com a crise de 1929 e a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, surge a necessidade de aperfeiçoar as funções anteriormente realizadas pela Contabilidade nas empresas, com intuito de tornar as informações mais relevantes enfatizando as novas características dos negócios nos âmbitos gerenciais, administrativos e econômicos. Mendes (2002), complementa que “a Controladoria ocupou o espaço deixado pela Contabilidade, isto é, atender as expectativas por informações que auxiliassem o gestor em sua tomada de decisão”.

Para Scalon (2012), a controladoria apareceu em razão da demanda que as corporações sentiram em ter um controle melhor no processo de gestão, demanda esta intensificada pelo crescimento das mesmas, e também para assegurar que se manterão competitivas entre seus concorrentes. Já para Kanitz (1976, p. 5), “a Controladoria originou-se de pessoas que exerciam cargos de responsabilidade no departamento contábil, ou no departamento financeiro, uma vez que esses profissionais possuem uma visão ampla da empresa, capacidade esta que os tornou capazes de detectar as dificuldades e propor soluções”.

3.2 Origem da Controladoria no Brasil

O ano é 1960. O Brasil passa por momentos instáveis na economia; os próximos desencadeariam uma mudança abrupta no regime político. Mas antes nosso então presidente Juscelino Kubitschek abriria as portas para indústrias internacionais se instaurarem no Brasil.

A partir desse ponto, multinacionais como Ford e Volkswagen se instalam no país. Logo no início, essas empresas entendem que precisam de informações relevantes sobre sua produção e desenvolvimento econômico. Afinal, a chegada de uma empresa em outro país exige grandes esforços de planejamento e gestão.

Foi ao serem introduzidas nessa realidade que entenderam a necessidade de uma área de Controladoria nas empresas.

E um dos motivos da origem da Controladoria no Brasil é a alta competitiva que se instaurou no mercado. Com novas empresas no mercado, foi importante extrair informações e relatórios de desempenho. Além disso, um controle eficiente contábil era prioridade nesse período.

Todo esse conceito ainda prevalece atualmente, mas em uma perspectiva um tanto quanto diferente. Por ter sido introduzida pelas multinacionais, muitas empresas (principalmente as menores) acreditam que a Controladoria é uma área destinada apenas para grandes negócios. O que não é verdade. O contexto do seu surgimento, e até mesmo o seu conceito, podem passar uma imagem errada do real objetivo da área. A Controladoria não existe para suprir necessidades em planejamento e decisões estratégicas para grandes empresas, mas sim para todas as empresas inseridas em um contexto competitivo.

3.3 Controladoria

Diante da conjuntura atual, em que está ocorrendo grande evolução tecnológica, as mudanças estão cada vez mais rápidas e as empresas necessitam evoluir na mesma proporção. Dessa forma, precisam ter informações precisas e rápidas para a tomada de decisão, e é neste momento que entra a controladoria, que tem como objetivo auxiliar os gestores na tomada de decisão.

Pode-se visualizar a controladoria como um órgão facilitador de informações, ou seja, que fornece informações precisas para as demais áreas e também como uma área que procura o objetivo global da empresa com o processo de tomada de decisões.

De acordo com Almeida (2009), a controladoria supre os gestores de diversas áreas no processo de gestão, com instrumentos gerenciais que fornecem demonstrativos contábeis sobre o desempenho e resultados econômicos.

Para Mosimann e Fisch (1999, p.99), a controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica, podendo ser visualizado sob o enfoque de um órgão administrativo com uma missão, funções e princípios norteadores definidos no modelo de gestão e sistema ou uma área do conhecimento humano com fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências.

Borinelli (2006) afirma que a controladoria, como função gerencial-estratégica, engloba as atividades relativas a prover informações de natureza contábil, patrimonial, econômica, financeira e não financeira para o processo de gestão, como ferramenta para os gestores estarem devidamente preparados em relação as tomadas de decisões.

Para Pereira et al. (2011), no processo de gestão, a controladoria tem o objetivo de integrar os esforços dos gestores, garantindo que a missão e o objetivo da empresa sejam atingidos de forma a assegurar sua continuidade, gerando informações relevantes, fidedignas e tempestivas para a tomada de decisão.

Na concepção de Anthony e Govindarajan (2002) a Controladoria desempenha importante papel na elaboração dos planos estratégicos e orçamentários das organizações modernas. Contudo, segundo Lunkes, Schnorrenberger e Rosa (2013) o surgimento desse setor se deu a partir da prática gerencial, e evoluiu inicialmente, sem ter uma definição clara de sua área de atuação, portanto, o seu entendimento foi muito influenciado pelas reações à aplicação prática.

A Controladoria é responsável pelo gerenciamento das informações, com a adoção das normas internacionais de contabilidade, além de realizar e a apoiar novos procedimentos de mensuração e evidenciação.

Um setor de Controladoria bem-organizado é capaz de melhorar o desempenho dos gestores e da eficácia e eficiência das unidades através de atividades como o monitoramento dos controles gerenciais e apontamento de possíveis deficiências em setores específicos. Logo, com as deficiências encontradas fica mais fácil para cada setor isolar o problema e criar medidas preventivas para saná-los.

De forma mais analítica, Almeida, Parisi e Pereira (2001) relatam que a Controladoria deve ser entendida sobre duas vértices: como ramo do conhecimento e como unidade administrativa. Na primeira, está vinculada à teoria da contabilidade e em um contexto multidisciplinar e, na segunda, deve ser tratada como órgão responsável pela gestão dos dados nos diversos níveis hierárquicos existentes na entidade.

De acordo com Oliveira, Júnior e Silva (2011), a Controladoria é um departamento dentro da entidade, que através da Ciência Contábil e do sistema de informação, coordena a gestão econômica da instituição. Nesse sentido, a missão da Controladoria é garantir a eficácia da organização por meio da otimização de resultados (CATELLI; GUERREIRO, 1993 citado por PADOVEZE, 2011).

O papel da Controladoria é assessorar os diversos gestores da entidade, ao fornecer mensurações das alternativas econômicas e, por meio da visão da instituição como um sistema integrado, fornecer informações precisas quando favorece o processo decisório. Segundo Padoveze (2011), cabe à Controladoria o processo de garantir a eficácia da instituição, ao controlar as operações e resultados planejados.

Segundo Oliveira (1998, p. 21), a controladoria faz parte da rotina de empresas de todos os portes, no entanto, pode haver variação de funções e atividades de empresa para empresa, e isto depende de diversos fatores como: porte das empresas, diversificação de atividades, centralização ou descentralização da administração, quantidade de fábricas e filiais etc.

Nas empresas de médio e grande porte o setor de controladoria encontra-se bem definido, tendo o controller como gestor e ocupando um lugar de destaque na alta administração. Segundo Oliveira (1998, p. 21 e 22), nestas empresas, a controladoria compreende quatro principais áreas que são: contabilidade financeira, contabilidade gerencial, custos de produção de bens e serviços e a contabilidade fiscal ou tributária. E é a responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis.

Desta forma, Borinelli (2006) apud Bruni e Gomes (2010, p.16) define a Controladoria como: “um conjunto de conhecimentos que se constituem em bases teóricas e conceituais de ordem operacional, econômica, financeira e patrimonial, relativas ao controle dos processos de gestão organizacional”.

3.4 Controller

O controller tem papel preponderante no auxílio aos gestores da empresa na implementação das melhores práticas de controle, até mesmo porque ele tem interesses que tais controles sejam exercidos da melhor maneira possível para garantir informações com integridade, que, por sua vez, alimentarão a contabilidade.

Esse profissional tem a responsabilidade de ordenar os processos de gestão econômica, financeira e patrimonial. Com o desenvolvimento de relatórios gerencias ele efetua estudo do ambiente interno e externo, trazendo informes para expor ações que influenciam todos os setores da empresa, assim efetua aplicações em níveis estratégicos, tático e operacional

O controller tem que prever os impasses que poderão acontecer, e desenvolver informações essenciais para tomada de decisão, planejando atos de melhoria sendo sempre claro e direto.

Oliveira, Peres e Silva (2002, p. 10) têm a definição que se considera mais próxima do perfil do controller: “responsável pelo projeto, elaboração, implementação do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade, com o atual estágio evolutivo da Contabilidade”.

O controller corrige as falhas para eliminar os problemas e ultrapassar os obstáculos a fim de conquistar as metas elaboradas no planejamento. Ao realizar essas ações, o controller efetivamente agrega valores, ao contribuir para a elaboração de relatórios gerenciais, que subsidiam as ações dos gestores e a efetivação do planejamento estratégico da empresa. Isso pode melhorar o desenvolvimento da empresa. As consequências são decisões mais rápidas e adequadas, que levam ao sucesso organizacional e ao crescimento sólido da entidade (PAVODEZE 2011).

Oliveira (1998, p.26) afirma que, este profissional dever ter conhecimento dos aspectos relevantes do negócio e da real importância no processo de tomada de decisões, deve elaborar relatórios construtivos para o negócio, traçar objetivos estratégicos e ter conhecimento das principais áreas da empresa (técnicas e especializadas, produção, marketing) e do retorno ou da reciprocidade bancária da empresa.

Padoveze (2005) afirma que o papel do controller nas operações da empresa é estratégico, sendo que a atuação dele deve focalizar cinco premissas básicas: controle, estratégico, operacional, econômico e contábil.

Nascimento e Reginato (p.142, 2010) dizem que, o controller não só é um profissional eficaz pelo conhecimento que lhe cabe, mas também pelas características humanas que devem ser desenvolvidas pelo indivíduo, sendo estas: a capacidade de liderança, ética profissional, capacidade de comunicação e poder de síntese, inclinação para a cooperação e para a disponibilização, imparcialidade, ponderação e discrição, visão sistêmica, capacidade de persuasão e consciência de suas próprias limitações. Estes atributos não resumem tudo o que o profissional da controladoria deve ser, mas ficam como premissas de um profissional de controladoria cobiçado no mercado.

Para Crepaldi (2006), o controller é responsável por uma série de importantes áreas dentro da administração de uma empresa, como por exemplo, pela parte contábil geral, que compreende os processos de escrituração, análise de contas e elaboração de relatórios contábeis. O controller também pode ser responsável pelas áreas de contabilidade de custos e contabilidade fiscal, pelo controle patrimonial da empresa, pelo planejamento, pelas finanças, pelo centro de processamento de dados, também conhecido como CPD, além de poder realizar auditoria interna e desenvolver, implantar e aperfeiçoar a organização e os métodos utilizados na empresa. Verifica-se então que esse profissional é de suma importância para o bom desenvolvimento de uma organização visando o sucesso empresarial.

É necessário que o controller seja um profissional altamente qualificado, acumular experiências nas áreas contábeis, financeiras e administrativas, pois será o profissional que definirá e controlará todo fluxo de informações da empresa e será ele que garantirá que se tais informações são corretas e assim asseguram a credibilidade da informação, garantindo que cheguem aos interessados dentro de prazos adequados.

3.5 Controle Interno

O controle interno integra-se no processo gerencial completo, que contempla as compras, vendas, faturamento, estando ligado às atividades operacionais fundamentais para a operação de um negócio.

Almeida (1996, p. 25) “o controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa”.

Diante disso, o controle interno abrange sensatez em obter um controle com grande eficácia nos níveis estratégicos, tático e operacional, com intuito de evitar ilegalidade, e proporcionar o desenvolvimento da empresa.

O COSO subdivide o processo de controles internos em cinco elementos que se interrelacionam, e se desempenhados corretamente podem garantir a eficácia e eficiência do setor, e com isso melhorar a confiabilidade e veracidade das informações fornecidas à controladoria. O processo de controles internos é subdividido em: Ambiente de Controle; Avaliação e Gerenciamento de Riscos; Atividades de Controle; Informação e Comunicação e Monitoramento.

Esta subdivisão mostra que os controles internos dentro de uma organização é um processo que, como citado anteriormente, deve ser seguido corretamente para alcançar o seu desempenho ótimo. Ainda seguindo o raciocínio de que a empresa é um sistema e que este sistema é alimentado por informações dos diversos setores, o setor de controles internos pode ser entendido como o centro de geração, lapidação e julgamento destas informações, as quais serão tomadas como base para auxiliar os gestores e a alta administração nas tomadas de decisões.

Segundo Giongo e Nascimento (2005, p.4), “uma sólida base de controles internos representa a segurança necessária nas informações geradas pela área de controladoria e, consequentemente, o apoio adequado em todas as etapas do processo de gestão”:

Crepaldi (2008) ainda ressalta que, “o bom desempenho do sistema de controles internos torna fácil a percepção do ganho que a empresa poderá ter, além das demais vantagens do regimento, tornando mais confiáveis os procedimentos adotados e as informações geradas.

Isto demonstra o quanto o setor de controles internos é importante para a controladoria, sendo este capaz de garantir a veracidade, integridade e confiabilidade de suas informações para que estas sirvam como importantes ferramentas de tomada de decisões utilizadas pelos gestores.

Contudo, ter um sistema de controles internos bem estruturado e que funcione de forma prática e coesa não é tarefa fácil. A empresa deve ter um modelo de gestão bem definido com as funções claramente especificadas em níveis hierárquicos. Deve-se ter um ambiente formal para que os papéis sejam respeitados, com poderes e responsabilidades devidamente delegados. O modelo de gestão deve ser estruturado de acordo com a crença, os valores e missão da empresa e de seus dirigentes.

3.6 A Controladoria como ferramenta de gestão

Com já mencionado nos tópicos anteriores, a controladoria é considerada um órgão administrativo, que tem como principal função o fornecimento de informações aos demais departamentos, estando em sua regência a figura do controller, responsável pelo departamento de controladoria e financeiro. Figueiredo (1995, p. 4), define a controladoria “como um órgão administrativo que tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborando com os gestores na busca da eficácia gerencial”:

Segundo Giongo e Nascimento (2005, p. 3), a participação da controladoria no processo de gestão inicia quando são implementados e monitorados os controles internos da organização. Ainda segundo os autores, a implantação de uma sólida estrutura de controles internos proporciona a geração de um adequado sistema de informações, que por sua vez, permite à controladoria atender ao processo de gestão com informações consistentes, necessárias à tomada de decisões.

Como instrumento de gestão, a Controladoria tem por finalidade, estruturar e moldar um sistema de informação, a fim de garantir que informações relevantes aos processos decisórios cheguem aos seus usuários em tempo hábil e total veridicidade. Além disso, é também de responsabilidade do setor da controladoria, a elaboração e implantação de um rígido sistema interno, bem como sua manutenção e acompanhamento. Ter um rígido sistema interno nas empresas significa diminuir os riscos de fraudes e aumentar a confiabilidade das informações prestadas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo permitiu constatar que a Controladoria compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas executivas prescritas. Sendo assim, esse setor nas instituições se mostra como instrumento de grande importância para o controle e fiscalização dos diversos setores dessas entidades, ao se tornar cada vez mais importante para evitar a falência dessas empresas nos primeiros anos de existência.

Destaca-se que para se alcançar o sucesso num empreendimento deve-se saber evitar ou neutralizar as ameaças, identificar as oportunidades em ambientes turbulentos, escolher o negócio mais oportuno e suscetível ao êxito, além de um bom planejamento e do capital financeiro adequado para manter o negócio. Assim, a Controladoria contribui para auxiliar as entidades no que se refere ao período de sobrevivência, pois a falência dessas gera prejuízos para a sociedade como um todo, uma vez que afeta a renda de diversas famílias e o desenvolvimento nacional. Desse modo, esse departamento configura-se como uma ferramenta indispensável para o sucesso da empresa, quando disponibiliza informações importantes para o gerenciamento dos negócios.

Dessa forma, a qualificação do profissional de Controladoria é indispensável, bem como uma formação acadêmica continuada que assegure a capacitação suficiente para análise e tomada de decisões. Por conseguinte, as organizações precisam de profissionais aptos para o processo decisório, ao interpretar as informações, analisar e tomar decisões, de maneira que caminhe para um processo de crescimento continuado e estabilizado.

Cabe ressaltar que, dentro das entidades, tomar decisões sem planejamento e conhecimento dos riscos é um erro muito comum quando não se utilizam esse instrumento. Portanto, erros na tomada de decisão, principalmente, quando envolvem recursos financeiros pode afundar uma empresa. Nesse sentido, não estabelecer metas aos gestores e colaboradores pode ser também um erro, pois é através dessas metas que se pode conseguir tornar a organização mais eficiente e competitiva. Logo, metas são essenciais para o ser humano, porque ajudam a desenvolver novas habilidades das pessoas, o que vai refletir na qualidade de produtos e serviços do empreendimento.

Sendo assim, a Controladoria é uma garantia de que a empresa está nocaminho certo para seu objetivo, otimizando resultados, sendo eficiente e tendo um bom desempenho de todas as áreas de forma administrativa e econômica. Um trabalho bem-feito da Controladoria é quando a área consegue construir uma boa estrutura organizacional, comcritérios eficazes de controle e qualidade.

Também é uma fonte rica de informações sobre a empresa e suas áreas, sendo capaz de montar o planejamento orçamentário ideal para a empresa, considerando as necessidades da área e objetivo central.

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