INFECÇÃO POR HIV DURANTE A GESTAÇÃO

Vanessa Fontes¹
RESUMO: A AIDS, ou síndrome da imunodeficiência adquirida trata-se de uma doença sexualmente transmissível. Sua infecção em mulheres grávidas representa graves implicações. Atualmente essas mulheres representam o segmento com crescimento mais rápido da população infectada pelo HIV. Apesar disso, as mulheres que permanecem saudáveis durante a gravidez reduzem o risco de transmitir o vírus para seu feto porque a placenta proporciona uma barreira para sua transmissão. Em alguns casos, a mulher não sabe que é HIV-positiva, até que seja descoberto na consulta pré-natal, depois que a gravidez começou. O tratamento recomendado para tratar a mulher grávida infectada, a fim de reduzir a carga viral da mãe e minimizar o risco de transmissão para o feto é a terapia-retroviral combinada. Na hora do parto, o mais recomendado é a cesariano, representando menos risco de transmissão. Se no parto ocorrer tudo correto sem a infecção do bebê, ainda é necessário os cuidados com a amamentação, uma vez que o risco de transmissão com o aleitamento materno depende da saúde da mãe, mesmo assim as mães com HIV que amamentam aumentam esse risco para seus filhos.
Palavras chave: Aids, Gestação, aleitamento materno.
The AIDS, or syndrome of the acquired imunodeficiência is about a sexually transmissible illness. Its infection in pregnant women represents serious implications. Currently these women represent the segment with faster growth of the population infection for the HIV. Although this, the women who remain healthful during the pregnancy reduce the risk to transmit the virus for its embryo because the placenta provides a barrier for its transmission. In some cases, the woman does not know that she is HIV-positive, until she is discovered in the prenatal consultation, later whom the pregnancy started. The recommended treatment to treat the infectada pregnant woman, in order to reduce the viral load of the mother and to minimize the risk of transmission for the embryo is the agreed therapy-retroviral. In the hour of the childbirth, the most recommended it is the cesariana, representing little risk of transmission. If in the childbirth to occur all correct one without the infection of the baby, still is necessary the cares with breast-feeding, a time that the risk of transmission with the maternal aleitamento depends on the health of the mother, exactly thus the mothers with HIV that they suckle increase this risk for its children.
Words key: AIDS, Gestation, maternal aleitamento.
INTRODUÇÃO
A síndrome da imunodeficiência adquirida, mais comum conhecida como AIDS é uma patologia que esta associada a parte de defesa do organismo, sendo os seus agentes etiológicos os vírus da imunodeficiência humana, HIV-1, sendo o mais abrangente e o HIV-2 que ocorre apenas na África.
Sua transmissão se da através de relação sexual, e também pelo sangue ou produtos contaminados por sangue, sendo assim; existe grande chance de mães que possuem essa doença serem transmissoras para seus lactentes.
Estudos comprovam que o HIV não é apenas uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres, mas as mulheres também são responsáveis pelos aumentos mais rápidos de casos.
Pela ligação entre AIDS e a imunidade celular, pode se garantir a ocorrência de varias infecções oportunistas e neoplasias.
O período de incubação desde a infecção até a doença clinica geralmente é de 2 a 3 meses.
A gravidez relacionada a infecção pelo HIV é um tema muito assustador e que causa discursos polêmicos, principalmente entre profissionais da saúde; pelo fato de mulheres que tem o conhecimento do agravante, mais mesmo assim chegam grávidas ao serviço de saúde.
A transmissão da AIDS de mãe para lactente é definida com transmissão vertical. Embora seja bastante complicado, existem formas de prevenção para este tipo de infecção, sendo as principais, tratamentos anti-retroviral e cesariana.
Se for o caso de essa transmissão já tenha ocorrido, serão possível a prevenção da transmissão para a equipe médica e pessoas envolvidas, para isso são adotadas medidas para esse fim.
Por isso é importante que mulheres HIV positivas sejam aconselhadas no inicio da gravidez, se possível, sobre os perigos, e sobre os cuidados devidos que devem ser adotados durante a gestação, caso a escolha seja a continuação de sua gravidez.
METODOLOGIA
O instrumento utilizado para o desenvolvimento desse artigo foi pesquisa bibliográfica nos acervos da biblioteca do Centro Universitário Luterano de Ji-paraná e via internet. Tendo suas referências obtidas através de pesquisa por meio de sites de busca, artigos científicos, e livros.
Primeiramente foi feito um estudo amplo sobre o assunto referido, seguido de comparações de diversos autores, entrando em um consenso sobre as abordagens observadas para que seja passada de forma clara e objetiva o que é de desejo do mesmo.
INFECÇÃO POR HIV DURANTE A GESTAÇÃO
A infecção é causada por um retrovírus que visa às células T, que possuem o antígeno CD4+. O vírus se integra na constituição genética das células, causando a disfunção celular que rompe a resposta imune, que são controladas pelo CD4+.
Existem três rotas principais de transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV): (1) contato físico íntimo (principalmente sexual); (2) transmissão vertical (perinatal) (3) exposição a sangue infectado.
Na literatura inicial havia alguma evidência de que a própria gestação poderia acelerar o desenvolvimento da AIDS (BARRON, 1995). Sabe-se porém, que a gravidez em uma mulher soropositivo trás conseqüências tantos para a mãe quanto para a criança.
Muitas mulheres que já tem consciência da situação e descobrem a gravidez, tendem a isolar-se, uma vez que pode ter a falta de apoio de muitos. Outras buscam o aborto como solução para o problema, mas menos da metade busca recurso.
Em função das complicações atuais em achar um indivíduo soropositivo (em termos de saúde futura, emprego, dentre outros aspectos) os testes não são justificados sem o consentimento informado da paciente.
Os sinais e sintomas da infecção por HIV incluem linfadenopatia, pneumonia bacteriana, febres, sudorese noturna, perda de peso, problemas dermatológicos, trombocitopenia e diarréia. Além disso, as mulheres comumente apresentam graves infecções vaginais por leveduras que são difíceis de tratar (CABRAL, 2005).
O aleitamento materno para recém-nascidos é muito importante, mas as mães com HIV quando amamentam aumentam a probabilidade de transmissão para seus filhos.
“A tava de transmissão do HIV, pelo aleitamento materno, se encontro em torno de 14%, sendo maior nos primeiros seis meses” (DUNN, 1992 apud FREITAS, 2006)
A lactação deve ser evitada desde o inicio, para isso há medidas que podem ser uma simples compreensão mamária com ataduras elásticas até o uso de inibidores da lactação.
Quando a via de parto e sua influência na transmissão vertical do HIV, estudos mostram que a cesariana fornece menor risco de transmissão da mãe para o bebê. Mas ressaltando que esse procedimento também aumenta o risco de infecção puerperal nessas mães.
Embora haja evidências de que a cesárea possa ser benéfica para diminuir a transmissão materno-fetal do HIV, sua indicação é para aquelas que apresentam carga viral superior a 1.000 cópias/ml após 34 semanas ou para aquelas com carga viral desconhecida (Ministério da saúde 2004; Public Heath Service Task FORCE, 2003 apud FREITAS, 2006).
Se por ventura essas gestantes entrarem em trabalho de parto em data anterior à prevista, devem procurar o hospital o mais rápido possível, minimizando assim a exposição do feto às secreções maternas, pois a bolsa rota por mais de quatro horas eleva a taxa de transmissão progressivamente, sendo estimado um aumento de 2% a cada hora.
MANEJO DA GESTANTE HIV-POSITIVO
O pré-natal da gestante HIV-positivo se diferencia em alguns pontos ao pré-natal normal. A gestante soropositivo deve ter cuidados principalmente com o feto no que diz respeito ao uso de anti-retrovirais. Deve contar com uma equipe multidisciplinar, ter uma freqüência maior nas consultas, estas devem ser mensais até o sétimo mês, quinzenais do sétimo mês ao nono mês e semanais no último mês até o parto.
Durante o acompanhamento, as gestantes devem ser preparadas para não amamentarem seus filhos, já que 16% das transmissões acontecem por meio do aleitamento. O uso de anti-retrovirais depende do estado imunológico da gestante. No estanto, é importante salientar que, embora a carga viral seja um fator relevante no risco de transmissão vertical, esta pode ocorrer mesmo com níveis indetectáveis (FREITAS, 2006)
O risco do tratamento anti-retroviralds, deve ser suspenso quando ocorrer hiperêmese grávida, para que não haja resistência aos fármacos. Para evitar a resistência aos medicamentos, também é importante ver a adesão ao tratamento, que é fundamental para uma boa resposta imunológica e virológica.
TRATAMENTO PARA PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL
Os gestantes infectados pelo HIV devem receber a terapia anti-retroviral para diminuir a possibilidade de transmissão para o feto.
O AZT deve ser utilizado por via oral a partir de 14 semanas de gestação. Antes da iniciação é importante a coleta de sangue da mãe para a contagem de linfócitos CD4+ e a média da carga viral, a fim de que se faça um diagnostico que se aproxime ao máximo de ser bem sucedido.
Em casos de cesárea eletiva o AZT será injetado via intravenosa 3 horas antes da operação e mantido até a finalização.
Após o processo, o recém-nascido pode receber o AZT por solução oral, se entendendo o tratamento para o mesmo por seis semanas.
Se o tratamento ocorrer bem, praticada a cesárea eletiva, proscrito o aleitamento, a taxa de transmissão vertical para o HIV é de 2%.
CONCLUSÃO
A expansão do vírus do HIV é motivo de grande preocupação na sociedade e trabalhadores de saúde no mundo inteiro, pelo crescente numero de infectados a cada ano. A infecção pode ser adquirida (transmissão sexual, por agulhas infectadas, ao receber transfusão de sangue infectada) e congênita (de mãe portadora pra filho durante a gravidez ou no aleitamento).
O maior porcentual de casos de HIV congênito ocorre em lactentes filhos de mães portadoras ou com fatores de risco.
A transmissão mãe-filho se dá durante a gestação, o parto e através do leite materno. Entre 50% e 70% das transmissões ocorrem no período próximo ao parto ou durante a evolução dele. A operação cesariana não previne a infecção ao delivramento.
Uma serie de fatores está associada à maior transmissão do HIV da mãe para o filho. Entre eles, citam-se a doença avançada da mãe, a carga viral do HIV-1 elevada, o aleitamento materno, os tipos de ruptura das membranas amnióticas e a corioamnionite.
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana é a causa de uma pandemia grave, ainda incurável, que se transmite pelos líquidos orgânicos. Todo paciente infectado é potencialmente infectante e deve ser alertado para não exercer atividades sexuais sem uso de preservativo e para não doar sangue, leite, esperma e órgãos.
“As mulheres infectadas ou expostas aos riscos devem ter acesso a métodos anticoncepcionais para evitar o nascimento de crianças doentes; e se ficarem grávidas, se informar e fazer seguimento o mais cedo possível num centro médico”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CABRAL, I, Enfermagem no cuidado materno e neonatal. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan; 2006
MACDONALD, C, P. Williams Obstetrícia. 20ª ed. Rio de janeiro; Guanabara Koogan; 2000
MONTENEGRO, R. Obstetrícia Fundamental. 10ª ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan; 2006
FREITAS, F. Rotinas em Obstetrícia. 5ª ed. Porto Alegre; Artmed; 2006
REZENDE, de J. 10ª ed. Obstetrícia. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan; 2005
Disponível em: www.adital.com.br acessado em 20/08/07
Disponível em: http://www.universodobebe.com.br acessado em 20/08/07
Disponível em: www.scielosp.org acessado em 20/08/07