ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO CUIDADO DO PACIENTE COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7697112


José Helessandro do Amaral Ferreira1
Dylana Suely de Castro Amorim2
Marcos Aurélio Favacho Alves3
Adriano Portugal de Oliveira4
Raysa Pereira de Souza5
Sheila Santos Torres6
Elidelson Macedo Farias7
Marlene Pinheiro Sena8
Gisele Viana Teixeira9
Edson Cássio Vasconcelos Santos10
Jéssica de Sousa Nascimento11
Viviane Chaves Fonseca12
Matheus Amorim Paulucio13
Deivison Machado Silva14


RESUMO

O papel do enfermeiro é fundamental na identificação precoce dos sinais e sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e é de suma importância que o profissional de Enfermagem que atua na Atenção Primária à Saúde (APS) tenha o conhecimento necessário para detectar estes sinais e prestar uma assistência adequada ao paciente autista que faz acompanhamento em sua Unidade Básica de Saúde (UBS). Considerando o contexto do transtorno de desenvolvimento esse estudo teve como objetivo analisar as evidências científicas acerca da atuação dos enfermeiros, da atenção primária, frente à identificação e no cuidado à pacientes com TEA no período de 2015 a 2020. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo e com abordagem metodológica do tipo revisão integrativa da literatura, onde foram analisados estudos sobre a atuação do enfermeiro da APS frente ao paciente autista. Resultados e Discussão: A amostra inicial encontrada, no período estipulado da pesquisa, foi de 54.077 artigos, sendo 7.600 na base de dados SCIELO, 31.008 na LILACS e 15.469 na BDENF-BIREME. Referente à modalidade de artigo científico, constatou-se que eram pesquisas originais em sua grande maioria do tipo qualitativa. Das 11 publicações, 05 destacavam a importância da criança no estudo do autismo e por consequência mais 01 artigo enfatizando o diagnóstico precoce para um tratamento e cuidado ainda mais eficaz. Em outros 04 artigos, vemos a questão da atenção primária á saúde como importante serviço de acompanhamento de pacientes autistas, abordando ainda o Sistema Único de Saúde (SUS) e suas redes de Atenção. E mais 01 artigo abordando a respeito das práticas e conhecimentos do profissional enfermeiro acerca do autismo. Considerações finais: Reforça-se que é de suma importância que o enfermeiro atuante da APS esteja capacitado para atender o portador do autismo proporcionando a ele um atendimento de qualidade e digno, além de oferecer à família o suporte psicológico necessário.

Palavras-chave: Autismo; Cuidado; Enfermagem; Atenção Primária a Saúde.

ABSTRACT

The nurse’s role is from primary importance in the signs and symptoms identification of Autism Spectrum Disorder (ASD) and it is very important that the nursing professional, working in Primary Health Care (PHC), detect these signs wisely, providing properly assistance to autism patients who has their heath assistance in Basic Health Units (UBS). Giving the context of this development disorder, the present study aimed to analyze the scientific evidence about the nurse’s role in primary health care, regarding the identification and assistance of patients with ASD from 2015 to 2020. Methodology: This is a descriptive, qualitative research with literature review methodological approach, in which were revised studies about the role of a PHC nurse to autism patients. Results and Discussion: The sample, in this research period, was a total of 54,077 articles, from which 7,600 were found in SCIELO database, 31,008 in LILACS and 15,469 in BDENF-BIREME. Regarding scientific articles, mostly were original researches of qualitative type. Out of 11 articles, 05 highlighted the importance of the children in autism studies and, consequently, another article emphasizing early diagnosis for even more effective treatment and assistance. In other 04 articles it is approached the primary health care issue as an important service for monitoring autism patients, also addressing the Single Health System (SUS) and its assistance networks. And 01 article about knowledge and practices of professional nurses on autism. Final Considerations: We reinforced that it is from prior importance that the nurse in PHC can be able to assist the autism patient by providing them quality and worthy care, in addition to offer the family all psychological support that is necessary.

Key-Words: Autism; Assistance; Nurse; Nursing; Primary Health Care.

1. INTRODUÇÃO

1.1. PROBLEMATIZAÇÃO E OBJETO DE ESTUDO

O autismo é um transtorno de desenvolvimento, que prejudica a capacidade de um indivíduo se comunicar e interagir com outra pessoa, de acordo com a intensidade de seus sintomas. Segundo Lopez-Pison et al., (2010), é definido como uma síndrome comportamental que compromete o desenvolvimento motor e psiconeurológico dificultando a cognição, a linguagem e a interação social da criança.

Um transtorno psiquiátrico em comorbidade com o autismo agrava muito o quadro de Transtorno do Espectro Autista. Uma associação de transtornos intensifica os sintomas do autismo e agrava os prejuízos sociais e cognitivos. É necessário identificar se e quando ele se manifesta, pois pode atrapalhar a criança a progredir socialmente e academicamente (COUTINHO AA; CARRIJO C; CIQUEIRA D ET AL., 2013).

A atuação do enfermeiro na atenção primária visa o acompanhamento e monitoramento da área de atuação de sua unidade, visto isso, diante de um paciente que apresenta transtorno do espectro autista, tem o papel de identificar os primeiros sinais característicos do TEA ainda na primeira infância, uma vez que a identificação precoce em crianças auxilia no acompanhamento e possibilita ao paciente o não desenvolvimento de um quadro severo do transtorno. (NASCIMENTO et al.,2018).

O diagnóstico é essencialmente clínico. Baseia-se nos sinais e sintomas e leva em conta os critérios estabelecidos por DSM–V (Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS) (FONSECA,M., 2015).

Sousa e Erdmann (2012) afirmam que, o cuidado à criança deve ser desenvolvido por ações de interdisciplinaridade visando à integralidade enriquecida pela subjetividade do enfermeiro de forma a atender todas as alterações que possa interferir durante o crescimento e o desenvolvimento infantil.

Santos, Veiga e Andrade (2011) discorrem que, a sistematização da assistência do profissional de enfermagem da Unidade Básica de Saúde (UBS), durante a realização da consulta do Crescimento e Desenvolvimento Infantil deve ser empregada, principalmente, para a identificação das alterações apresentadas pela criança, pois o infante necessita ser avaliado minuciosamente para que o enfermeiro possa diagnosticar planejar e executar suas ações de forma eficaz.

A enfermagem é uma área simbolizada por um olhar cuidadoso, desprovido de preconceitos, com predominância na escuta qualificada e da prestação de assistência individualizada. Sendo necessário um olhar além do que é visível aos olhos, como ocorre no caso da assistência a pessoa autista, evidenciando que o enfermeiro deve ter obstinação para oferecer uma assistência qualificada, e que não deve se omitir por medo das dificuldades, pois contribui satisfatoriamente para a prevenção, promoção e reabilitação da saúde (SENA et al., 2015).

Diante do exposto, é indiscutível o valor do profissional de enfermagem na avaliação inicial, diagnóstico das alterações, apoio à família, tratamento e acompanhamento do paciente com TEA. Desta maneira, esse estudo tem como objeto de pesquisa o papel e o desempenho do enfermeiro na identificação precoce e cuidados dos pacientes diagnosticados com o TEA.

1.2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

A produção desse trabalho possibilitará um maior conhecimento acerca da atuação do profissional enfermeiro frente a uma UBS e seu desempenho no cuidado ao paciente portador do TEA nos trâmites da Atenção Primária. Contribuindo com informações importantes para um possível diagnóstico precoce, antecipando seu tratamento e acompanhamento, o enfermeiro possui papel fundamental na investigação e coleta de dados na estratégia saúde da família.

O autismo, segundo a associação Americana de Psiquiatria, é uma doença que atinge em sua maioria o sexo masculino, afetando áreas do neurodesenvolvimento responsáveis pela interação social, comunicação e comportamento do indivíduo. São necessárias ações específicas e precoces para potencializar o desenvolvimento desde a primeira infância, minimizar os sintomas e ampliar propostas terapêuticas. É um transtorno que começa a se manifestar antes dos 3 anos de idade (SANTOS,SA, 2016).

De acordo com Sena et al. (2015), ainda percebe-se que os enfermeiros enfrentam um grande déficit de conhecimento em relação ao TEA. E que parte desses profissionais não obteve oportunidade de trabalhar com crianças que apresentassem esse diagnóstico. Além de revelarem que não participaram de nenhuma ação que promovesse a melhoria para um diagnóstico precoce, precisando assim de uma educação permanente e continuada.

Visto isso, para que o profissional se torne capacitado no cuidado do paciente com o transtorno, faz-se necessário uma visão holística diferenciada, voltada para a adaptação do cuidado, sendo específico para cada paciente portador do autismo, uma vez que cada indivíduo possui sua singularidade e diferentes graus (leve ou severo) do espectro.

Esse estudo é relevante, pois auxiliará em levantamentos futuros, relacionados ao transtorno do espectro autista, e cuidados de enfermagem com o aprimoramento de novas técnicas que ajudem a melhorar o serviço prestado a esse público em destaque ou, através do acompanhamento realizado pelo enfermeiro na atenção primária, contribuir para o convívio e aceitação da família com pacientes autistas.

Desta forma, o presente estudo também contribuirá para que os profissionais que atuam na área da enfermagem tenham ciência da importância do exercício de sua função no diagnóstico precoce e acompanhamento de pacientes portadores do espectro e, em vista do crescente aumento do número de portadores, busquem se especializar para o atendimento específico, efetivo e qualitativo dessas pessoas ao procurarem atendimento na atenção primária.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral

Analisar as evidências científicas acerca da atuação dos enfermeiros, da atenção primária, frente à identificação e no cuidado à pacientes com transtorno do espectro autista no período de 2015 a 2019.

1.3.2. Objetivos Específicos

  • Destacar a importância do enfermeiro da atenção primária, na identificação precoce dos pacientes com transtorno do espectro autista;
  • Descrever a atuação do enfermeiro acerca do cuidado ao paciente autista;
  • Verificar na literatura as principais dificuldades dos enfermeiros da atenção primaria sobre autismo.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. DESVELANDO O QUE É O AUTISMO

É um distúrbio do desenvolvimento que vem sendo estudado pela ciência há anos. A doença foi descrita pela primeira vez em 1943 pelo médico austríaco Leo Kanner, que destacou algumas características como um quadro psiquiátrico, podendo ser percebida a diferença no desenvolvimento normal das outras crianças (SEGURA, NASCIMENTO, KLEIN, 2011).

O autismo também conhecido como transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno neuropsiquiátrico que compreende alterações nas interações sociais e na comunicação. É caracterizado pela presença de interesses restritos, fixos e intensos além de comportamentos repetitivos e estereotipados, assim como padrão de inteligência variável, o qual é possível serem detectados nos três primeiros anos de vida e persistem para a vida adulta. Essa síndrome comportamental que compromete o desenvolvimento motor e psiconeurológico dificulta a cognição, a linguagem e a interação social da criança (GOMES et al., 2017).

Segundo o Ministério da Saúde (2013), não existe uma etiologia especifica que o identifique, vários estudos sugerem a presença de alguns fatores genéticos e neurobiológicos que podem estar associados ao autismo como (anomalia anatômica ou fisiológica do SNC; problemas constitucionais inatos, predeterminados biologicamente); Além de Fatores de risco psicossociais que também foram associados.

Pode se manifestar de forma muito peculiar entre diferentes pessoas e em uma mesma, de uma fase a outra do desenvolvimento. Por isso, utiliza-se o termo Transtorno do Espectro do Autismo, sendo que muitos autores referem-se a autismos, no plural, para se referir às diversas formas de manifestação da doença. Apesar dessa diversidade, os transtornos do espectro do autismo, de modo geral, caracterizam-se por alterações qualitativas nas interações sociais, na comunicação e no comportamento (BRASIL,2014).

Calcula-se que uma em cada 88 crianças apresentam TEA, com uma proporção de três a quatro meninos para cada menina, sendo que mais de dois terços dessas crianças apresentam déficit cognitivo/retardo mental associado. A etiologia da doença é complexa, heterogênea e multifatorial, de tal forma que não há uma única causa específica (FRANZOI,2016).

O TEA apresenta padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades, com sintomas precoces no período do desenvolvimento, causando prejuízos no funcionamento social da vida do indivíduo. Além dos principais sintomas estarem frequentemente relacionados ao atraso de linguagem, compreensão pobre do discurso, fala ecolálica, uso de linguagem literal e unilateral e pouca ou nenhuma iniciativa social. Esses sintomas estão presentes desde o início da infância, acarretando limitações e prejuízos na vida diária (MERGL, AZONI 2015).

Com relação à idade de diagnóstico, Mergl e Azoni (2015) relatam que, há algum tempo, as crianças eram diagnosticadas na faixa etária de três a quatro anos. Porém, várias pesquisas recentes indicam que o estudo acerca das características e comportamentos de crianças com TEA ainda bebês mostra que há sinais de reconhecimento de desenvolvimento atípico e, assim, é cada vez mais comum o diagnóstico precoce.

Em 2013, o Ministério da Saúde Brasileiro em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), criaram uma cartilha denominada “Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)”. Essas diretrizes têm como objetivo central salientar as orientações às equipes multiprofissionais para o cuidado à saúde do indivíduo com TEA e sua família, nos diferentes pontos de atenção da rede de cuidados à pessoa com deficiência.

Para sua elaboração, foram utilizados o Código Internacional de Funcionalidade e Incapacidade (CIF) e os sistemas internacionais de Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) (BRASIL, 2013).

O autismo afeta áreas do neurodesenvolvimento responsáveis pela interação social, comunicação e comportamento, necessita de intervenções específicas e precoces para potencializar o desenvolvimento infantil, diminuir a possibilidade de cronificação e ampliar propostas terapêuticas (ZANON RB, BECKES B, BOSA CA, 2015).

2.2. LINHA DE CUIDADOS PARA PACIENTES COM TEA

Muitos tratamentos já foram propostos e estudados para o TEA, incluindo terapia comportamental, estratégias educacionais e tratamentos médicos, porém ainda não há nenhum consenso global sobre que estratégia de intervenção é mais eficaz (OLIVEIRA, 2015, p. 18).

Atualmente, não existe um tratamento específico e eficaz para trabalhar com autistas, pois cada situação exige que o profissional possa lhe dar com realidades ou níveis diferentes, para cuidar o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é necessário conhecer seu cliente em suas características e assisti-lo mediante a suas necessidades (BARBOSA; NUNES, 2017).

A psicoterapia tem como objetivo auxiliar a interpretar a linguagem corporal, a comunicação não verbal, a aprendizagem e também as emoções e as interações sociais (BARROS; SENRA; ZAUZA, 2015). A terapia cognitiva comportamental (TCC) contribui para o ensinamento dos autistas em relação a diferentes formas de utilizar, recordar e processar as informações, como treinamento de autoinstrução (WHITMAN, 2015).

Em associação à terapêutica medicamentosa, são utilizadas terapias comportamentais, estímulos de desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas, estratégias de comunicação, direcionadas por profissionais fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. O tratamento das crianças autistas está na realização do diagnóstico precoce integrado as outras terapêuticas, contribuindo para o prognóstico positivo do TEA (MONTEIRO AF; PIMENTA RA; PEREIRA SM ET AL., 2017).

Uma importante estratégia a ser utilizada como apoio social, a internet, vem conectando indivíduos com interesses em comum, funcionando como espaço de troca de informações, reivindicações e suporte entre seus usuários, capaz ainda de influenciar o cotidiano e a atitude das pessoas perante o autismo (RIES IL; DEMETERCO IC, 2017).

Para Whitman (2015), a linguagem de sinais para as crianças autistas pode ser uma das melhores formas de tratamento, dependendo de suas capacidades cognitivas, motoras e sensoriais, pois não há necessidade do uso de dispositivos físicos. Esse autor enfatiza que a tecnologia e os avanços dos programas de computador são excelentes aliados da comunicação, pois são capazes de converter palavras impressas, imagens e outros símbolos na forma de fala. O foco do tratamento é melhorar a adaptação, principalmente quando se sentem aflitos com mudanças, salientando seus pontos fortes (WHITMAN, 2015).

A escolha do tratamento adequado é de extrema importância, pois o TEA acompanha o indivíduo por todo seu período de vida. Assim como qualquer indivíduo, o autista é único dentro da sua singularidade, e os resultados desse tratamento serão variáveis. Eles dependerão do nível de comprometimento e da interatividade de cada indivíduo. Por isso, não existem métodos únicos ou engessados que possibilitem um desenvolvimento regular em todos os autistas, independente de gênero ou idade cronológica.

2.3. O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CUIDADO AOS PACIENTES COM TEA

Há mais de quarenta anos, a Atenção Primária à Saúde (APS) é reconhecida como a base de um sistema de saúde eficaz e responsivo. A Declaração de Alma-Ata de 1978 reafirmou o direito ao mais alto nível de saúde, com igualdade, solidariedade e o direito à saúde como seus valores fundamentais (COFEN 2018).

Sublinhou a necessidade de serviços de saúde abrangentes, não apenas curativos, mas também serviços que atendam às necessidades em termos de promoção da saúde, prevenção, reabilitação e tratamento de condições comuns. Um forte nível resolutivo de atenção primaria de saúde é a base para o desenvolvimento de sistemas de saúde (COFEN 2018).

Um dos contextos para identificação dos sinais precoces do Transtorno do Espectro Autista (TEA) são os serviços de atenção primária, por constituírem o primeiro nível de acesso à assistência à saúde. No âmbito internacional a “Atenção primária à Saúde” (APS) tem sido apresentada como uma estratégia de organização da atenção à saúde voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades (MATTA; MORSINI, 2009).

No Brasil, a estratégia de organização da atenção primária insere-se no programa denominado Saúde da Família, cujas ações ocorrem a partir da atuação de equipes multiprofissionais compostas por médicos da família e enfermeiros, mas também por profissionais de nível de formação técnica e\ou de Ensino Médio (agentes comunitários de saúde – ACS e técnicos de enfermagem) (BRASIL,2012).

A organização da rede de saúde no território, com seus equipamentos públicos e complementares no nível da atenção básica, devem preparar e fortalecer as unidades básicas com suas equipes de saúde da família para atenção integral, individual e coletiva à criança e ao adolescente, principalmente nos casos de crianças com TEA e suas famílias (DAMASCENO SS; NÓBREGA VM; COUTINHO SED ET AL., 2016).

A atuação integrada da atenção básica com diversos serviços reforça a necessidade de atividades voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, além da recuperação e reabilitação da saúde na perspectiva da qualidade de vida. Para isso, é também necessário considerar a efetivação do matriciamento dos serviços de saúde, fortalecendo, assim, a rede de atenção psicossocial por meio das articulações com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) (ARANTES LJ; SHIMIZU HE; HERMANN EM, 2016).

Em 2012, o Ministério da Saúde instituiu, através da Lei no 12.764, a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que definiu a implantação de Centros Especializados de Reabilitação (CER), com acompanhamento psicossocial e avaliação para atendimento na rede pública (BRASIL, 2012). De acordo com as leis orgânicas 8080/90 e 8142/90 das políticas públicas do SUS, estão consolidadas e regidas pelos princípios da integralidade, equidade, igualdade e a universalidade e crianças portadoras ou não de agravos à saúde estão respaldadas e inseridas nesse contexto (BRASIL, 2001).

O tratamento na rede pública é definido de acordo com o grau de intensidade do transtorno. Os que apresentam menor comprometimento são atendidos no CER, enquanto aqueles que apresentam maior intensidade são encaminhados aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), recebendo acompanhamento individual das equipes multidisciplinares, segundo suas necessidades (BRASIL, 2014).

Na ESF é possível trabalhar na perspectiva da promoção da saúde e redução dos agravos, acompanhando o crescimento e o desenvolvimento infantil durante as ações de puericultura. O enfermeiro, dentro da APS, é um dos responsáveis por esse acompanhamento e deve estar preparado para avaliar o desenvolvimento infantil, a fim de detectar precocemente qualquer anormalidade e tomar as medidas resolutivas para a melhoria da qualidade de vida, principalmente da criança com TEA e de sua família (ANDRADE RD; SANTOS JS; PINA JC ET AL., 2013).

2.4. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA IDENTIFICAÇÃO E CUIDADO DE PACIENTES COM TEA

Segundo o Ministério da Saúde (2013), o profissional deverá ter uma postura ética e humana, além de ser claro, conciso e disponível a perguntas dos familiares, é importante esclarecer que os cuidados serão compartilhados entre o profissional e a equipe responsável pelo tratamento com a família. É importante fazê-lo notar que não vai estar sozinha durante o processo e que sua autonomia será respeitada na tomada de decisões.

Configura-se o enfermeiro como parte da equipe multidisciplinar que atende o usuário com TEA, o qual deve ter conhecimento sobre a temática que engloba esse transtorno, uma vez que o mesmo se mantém constantemente próximo ao paciente, além de ser o responsável pelas consultas de avaliação e acompanhamento de crescimento e desenvolvimento infantil nas unidades básicas de saúde e ambulatórios (SENA; REINALDE; SILVA ET AL., 2015).

A assistência de enfermagem é de extrema importância na prestação do cuidado, auxiliando na promoção do desenvolvimento da criança, facilitando o acesso às informações sobre o transtorno e promovendo o bem estar do paciente e do seu familiar direcionando-os aos serviços de saúde essenciais (EBERT M; LORENZINI EM; SILVA EF, 2015).

Os sinais apresentados pelo paciente autista devem ser avaliados e verificados pelo enfermeiro juntamente com a equipe nos seguintes momentos, para perceber alterações: na entrevista inicial com os pais ou responsáveis, na história social, familiar e de saúde da criança; e na avaliação propriamente dita do desenvolvimento e comportamento da criança (BRASIL, 2014).

Espera-se, assim, que o enfermeiro identifique as diferentes necessidades por meio do planejamento de cuidado flexível e individualizado, que considere a aplicação de intervenções e tecnologias de Enfermagem e de metas possíveis e concretas, além de auxiliar os pais, quando se tratando de crianças recém- diagnosticadas, orientando-os sobre os desafios e cuidados ao paciente diagnosticado com TEA (SENA RCF; SOBREIRA MVS, 2018).

É primordial que profissionais de saúde que realizam o acompanhamento de crescimento e desenvolvimento conheçam e se mantenham atualizados sobre as diretrizes diagnósticas para o TEA, a fim de que a emissão de seus pareceres sobre a situação do paciente possa contribuir para o melhor processo terapêutico, o que certamente gerará maior segurança das famílias (PINTO RNM; TORQUATO IMB; COLLET N; ET AL., 2016).

O enfermeiro possui responsabilidade de acompanhamento à consulta, avaliação do desenvolvimento da criança a favor da detecção precoce de possíveis anormalidades. Também detecta alterações disfuncionais e ausência de sinais para a idade, para assim sequencialmente obter medidas a serem aplicadas conforme a necessidade de cada caso, com o intuito de promover resoluções para melhorias à qualidade de vida da criança autista e de seus acompanhantes (LIMA GSB ET AL., 2019).

Uma das principais dificuldades em realizar o diagnóstico precoce do autismo são as inúmeras condições clínicas adversas e comorbidades associadas, que infelizmente acabam por se confundir com o TEA ou agravar o quadro e resultar em diagnósticos equivocados. Por isso é tão importante a capacitação dos profissionais, para que saibam distinguir as condições clínicas características de cada transtorno e as possíveis comorbidades associadas a cada caso, por mais semelhantes que esses possam se parecer (PESSIM; FONSECA, 2014).

Diante destes fatos o que realmente favorece, é o acompanhamento e adotar as orientações de profissionais, se criando novas regras e mudanças para os hábitos diários. Sendo assim ressalta-se que é de suma importância a presença de profissionais qualificados, diante do acompanhamento e tratamento, e através deste acompanhamento criam-se estratégias diante dos sintomas e da necessidade da criança. Tornando assim uma intervenção de qualidade e eficaz para todos os envolvidos (MARQUES; MARQUES; MAIA, 2020).

3. METODOLOGIA

3.1. TIPO DE ESTUDO

O estudo é descritivo, do tipo Revisão Integrativa da Literatura (RIL). Segundo Gil (2010), as pesquisas descritivas têm como propósito descrever as características de determinada população ou fenômeno, além de determinar relações entre as suas variáveis. Diversos estudos se reproduzem sob essa definição, sendo uma de suas características mais relevantes, a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Teixeira et al., (2013), nos diz que a RIL é uma abordagem metodológica que permite o manuseio de estudos experimentais e não-experimentais para um entendimento mais íntegro do fenômeno. Segundo Mendes et al., (2008) a revisão integrativa de literatura integra seis partes importantes, expressada pelo fluxograma abaixo:

Figura 1: Fluxograma das etapas da elaboração de uma Revisão Integrativa da Literatura.

Fonte: Mendes et al. 2008

3.1.1. Identificação do tema e elaboração da questão de pesquisa

Definiu-se como tema ‘’ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO CUIDADO DO PACIENTE PORTADOR DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA’’, para assim buscar responder a seguinte questão de pesquisa: Quais são as principais evidências na literatura científica no período de 2015 a 2020 que demonstram a ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO CUIDADO DO PACIENTE PORTADOR DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA?

3.1.2. Critérios de inclusão e exclusão/amostragem ou busca na literatura.

Os critérios de inclusão para seleção dos artigos foram publicações em português, disponíveis online e na íntegra no período de 2015 a 2019, nas modalidades pesquisa de campo e estudo de coorte. Como critérios de exclusão eliminaram-se os artigos escritos em língua inglesa ou espanhola, as publicações em português que não estavam disponíveis na integra e online, ou em um período inferior a 2015 e na modalidade relato de experiência e pesquisa de campo.

As bases de dados eletrônicas usadas foram a Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Banco de Dados em Enfermagem (BDENF- BIREME) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), todas voltadas para a área da saúde e enfermagem. Foram estabelecidos os seguintes descritores (DeCS): Autismo; Enfermagem; Cuidado; Atenção Primária à Saúde.

As estratégias de busca estabelecidas basearam-se em suas combinações na língua portuguesa e utilizando o operador booliano AND. O recorte temporal utilizado foi de 5 anos, de 2015 a 2019.

3.1.3. Procedimento de coleta de dados

A coleta de dados ocorreu por meio da utilização de um instrumento validado, ficha de URSI (Anexo B), que permitiu fazer a identificação dos artigos, as metodologias aplicadas, bem como analisar os resultados relevantes de cada estudo.

Nesse contexto, houve a seleção dos estudos primários da coleta de dados de acordo com a questão norteadora e os critérios de inclusão previamente definidos, com o refinamento no período de 2015 a 2019 e em seguida, realizou-se a leitura e análise por título e resumo para a filtragem e determinação de quantos trabalhos seriam realizados a leitura completa do texto, para assim obter-se a amostra final de artigos.

3.2. ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois, a partir dela, é que serão apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa, conclusão essa que poderá ser final ou apenas parcial, deixando margem para pesquisas posteriores (MARCONI; LAKATOS, 2010).

  1. Pré-análise: É a fase de organização e sistematização das ideias, onde ocorre à seleção dos documentos para análise, a retomada das hipóteses e dos objetivos iniciais da pesquisa em relação ao material coletado, e a elaboração de indicadores que orientarão a interpretação final.
  2. Exploração do Material: Refere-se à fase em que os dados brutos do material são codificados para se alcançar o núcleo de compreensão do texto, a codificação integra procedimentos de recorte, contagem, classificação, desconto ou enumeração em função de regras pré-formuladas.
  3. Tratamento dos Resultados Obtidos e Interpretação: Nessa etapa os dados brutos são submetidos a operações estatísticas, a fim de se tornarem importantes e válidos e destacarem-se as informações obtidas.

Nesse contexto, os estudos foram categorizados em três núcleos temáticos, que subsidiaram a interpretação e apresentação dos resultados da revisão. O fluxo que demonstra o número de identificação e categoria de núcleo temático da pesquisa.

Figura 2: Organograma das categorias do núcleo temático da pesquisa, período de 2015 a 2019.

Fonte: Autores da pesquisa, 2020.

3.3. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

Em relação aos aspectos éticos, não houve a necessidade de envio ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), uma vez que a Resolução nº 510 de 07 de abril de 2016, dispõe que não serão avaliadas pelo sistema CEP/CONEP a pesquisa realizada exclusivamente com textos científicos para a revisão da literatura científica. Nesse sentido, houve a preocupação em respeitar os direitos autorais dos trabalhos escolhidos, conforme a Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, no qual regula os direitos de autor e os que lhe são conexos.

3.4. RISCOS E BENEFÍCIOS

Considerando que todo estudo oferece algum tipo de risco, nesta pesquisa o risco pode ser classificado em baixo risco, uma vez que na mesma não houve qualquer interação com seres humanos, e nem com pesquisa de campo, para coletar os dados. Porém há a possibilidade de cometer plágio ao não referenciar o autor citado da maneira correta, por isso esse risco foi amenizado com o comprometimento de citar os autores envolvidos na construção desse estudo, assim como a organização de todas as citações e referências de acordo com as normas da Faculdade Pan Amazônica (FAPAN) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Esta pesquisa tem como benefícios a identificação da atuação dos Enfermeiros da APS, acerca dos cuidados prestados aos portadores do TEA, além de conhecer os fatores que contribuem em um possível diagnóstico precoce através do acompanhamento na ESF, contribuindo dessa forma para melhor resolução sobre tal problema em estudo, além disso, a pesquisa contribui para comunidade cientifica com a publicação de novos estudos sobre o tema.

Para os Enfermeiros, os benefícios serão os conhecimentos adquiridos sobre a conduta frente ao paciente com TEA e os possíveis cuidados prestados a eles no acompanhamento realizado na Atenção Primária em Saúde através do Programa ESF, além do suporte direcionado a família do paciente ofertando de forma efetiva o cuidado direcionado.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. IDENTIFICAÇÃO DOS ARTIGOS ANALISADOS

Foram encontrados no período estipulado da pesquisa 54.077 artigos, sendo 7.600 na base de dados SCIELO, 31.008 na LILACS e 15.469 na BDENF- BIREME.

Os respectivos descritores correspondentes, bases de dados e a quantidade de artigos encontrados estão registrados no Quadro 01.

Quadro 01. Descritores, bases de dados, resultados de artigos encontrados, período de 2015 a 2019.

COMBINAÇÃO DE DESCRITORES BASE DE DADOSRESULTADOS
 “Autismo and Enfermagem” “Autismo and Cuidado” “Autismo and Atenção primária à Saúde” “Enfermagem and Cuidado” “Enfermagem and Atenção primária à Saúde” “Cuidado and Atenção primária à Saúde”    SCIELO7.600
“Autismo and Enfermagem” “Autismo and Cuidado” “Autismo and Atenção primária à Saúde” “Enfermagem and Cuidado” “Enfermagem and Atenção primária à Saúde” “Cuidado and Atenção primária à Saúde”LILACS31.008
“Autismo and Enfermagem” “Autismo and Cuidado” “Autismo and Atenção primária à Saúde” “Enfermagem and Cuidado” “Enfermagem and Atenção primária à Saúde” “Cuidado and Atenção primária à Saúde”BDENF-BIREME15.469
Fonte: Autores da Pesquisa, 2020

Mediante o citado, foi demonstrado na pesquisa que na combinação dos descritores ‘Autismo and Enfermagem’’. Encontrou-se 44 artigos, onde após a aplicação dos critérios de inclusão selecionaram-se 9, posteriormente na leitura de títulos e resumos foram excluídos 5 trabalhos, 2 por repetição e 3 por não ter relação direta com o tema, restando apenas 4 para a coleta de dados.

Para os descritores ‘’Autismo and Cuidado’’, visualizou-se 100 artigos que após a aplicação dos critérios de inclusão selecionaram-se 20 artigos, posteriormente na leitura de títulos e resumos foram excluídos 7 por repetição e 11 por falta de relação direta com o tema, restando apenas 2 para a coleta de dados.

Na busca pelos descritores ‘’Autismo and Atenção primária à Saúde’’, 3 artigos foram encontrados onde após a aplicação dos critérios de inclusão selecionaram-se 2, posteriormente na leitura de títulos e resumos foi excluído 1 trabalho por não ter relação direta com o tema, restando apenas 1 para coleta de dados.

Para os descritores ‘’Enfermagem and Cuidado’’, encontraram-se 37.378 artigos, onde após a aplicação dos critérios de inclusão selecionaram-se 50, posteriormente na leitura de títulos e resumos foram excluídos 28 por repetição e 20 trabalhos por não ter relação direta com o tema, restando apenas 2 para coleta de dados.

Para descritores ‘’Enfermagem and Atenção primária à Saúde’’, foram encontrados 3.470 artigos disponíveis e após os critérios de inclusão selecionaram- se 40, posteriormente na leitura de títulos e resumos foram excluídos 25 por repetição e 14 trabalhos por não ter relação direta com o tema, restando apenas 1 para coleta de dados.

Já para os descritores ‘‘Cuidado and Atenção primária à Saúde’’, 13.081 artigos foram encontrados e após a aplicação dos critérios de inclusão, nenhum atendeu aos pré-requisitos da pesquisa selecionaram-se 10, posteriormente na leitura de títulos e resumos foram excluídos 6 por repetição e 3 trabalhos por não ter relação direta com o tema, restando apenas 1 para coleta de dados.

Nesse sentido, após a leitura na íntegra dos resumos, 131 artigos foram selecionados, sendo 120 descartados por incompatibilidade temática ou repetição, restando apenas 11 artigos para análise por completo na coleta de dados. A triagem contendo o processo de seleção dos artigos está representada pela figura 02.

Figura 03 – Fluxograma do processo de seleção de artigos para a coleta de dados, de 2015 a 2019.

Fonte: Autores da Pesquisa, 2020.

Em sequência, no Quadro 2, há identificação dos artigos em relação aos títulos, autores, base de dados e ano de publicação. Percebeu-se que dos artigos encontrados: 6 estavam na base de dados SCIELO, 2 artigos na base de dados BDENF e 4 na base de dados LILACS.

Quadro 2. Identificação dos artigos por título, autores, base de dados e ano, período de 2015 a 2019.

Título do ArtigoAutoresBase de DadosAno
01Prática e conhecimento dos enfermeiros sobre o autismo infantilSena et al.LILACS2015
02Discursos sobre cuidados na Alta de Crianças com necessidades especiais de saúdeGóes FGB, Cabral IEBDENF2016
03Políticas para o autismo no Brasil: entre a atenção psicossocial e a reabilitaçãoOliveira et al.  SCIELO2017
04Criança com transtorno do espectro autista: cuidado na perspectiva familiarMapelli LD et al.SCIELO  2018
05A enfermagem no cuidado da criança autista no ambiente escolarSousa et al.LILACS2018
06Ações e articulações do enfermeiro no cuidado da criança na atenção básicaFurtado et al.LILACS2018
07Transtorno do espectro autista: Detecção Precoce pelo enfermeiro na Estratégia Saúde da FamíliaNascimento YCML et al.LILACS2018
08O sujeito autista na Rede SUS: (im)possibilidade de cuidadoSilva; FurtadoSCIELO2019
09Ações do apoio matricial na Atenção Primária à Saúde: estudo fenomenológicoOliveira et al.SCIELO2019
10Redes de atenção à saúde na formação em enfermagem: interpretações a partir da atenção primária à saúdeDalmolin et al.SCIELO2019
11Redes de atenção à saúde na formação em enfermagem: interpretações a partir da atenção primária à saúdeMaffissoni et al.SCIELO2019
Fonte: Autores da pesquisa, 2020

Por conseguinte, o Quadro 03 apresenta os objetivos e as principais evidências encontradas nas literaturas, onde os mesmos relacionam-se às temáticas sobre opinião masculina acerca da prevenção do câncer de próstata, fatores de risco para a sua ocorrência e o cuidado de enfermagem voltado ao assunto.

Quadro 3. Objetivos e principais evidências encontradas nas pesquisas selecionadas, período de 2015 a 2019.

  Título do Artigo  Objetivos  Principais Evidências
        01Prática e conhecimento dos enfermeiros sobre o autismo infantilAnalisar a prática e o conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família acerca do transtorno autístico.Evidenciou-se insegurança e fragilidade no conhecimento dos enfermeiros sobre transtorno autístico em virtude de não terem conseguido definir autismo nem demonstrado vivência com pessoas autistas e relataram a inexistência de capacitações voltadas para o tema exposto.
02Discursos sobre cuidados na alta de crianças com necessidades especiais de saúdeAnalisar o discurso de profissionais e familiares sobre os cuidados contínuos e complexos de crianças com necessidades especiais de saúde; compreender a alta hospitalar como processo centrado nas demandas das crianças e na aprendizagem da família.Evidenciou-se que na alta, os familiares cuidadores querem aprender o cuidado inovador para assegurar a manutenção da vida de seus filhos no domicílio, mas o preparo é pontual.
03Criança com transtorno do espectro autista: cuidado na
perspectiva familiar
Conhecer a experiência da família no cuidado da criança com Transtorno do Espectro Autista e discutir possibilidades de cuidado em saúde.A família percebe sinais do Transtorno do Espectro Autista; entretanto, acredita que não existem comportamentos suspeitos, mas personalidades próprias da criança. Quando o diagnóstico é definido, a aceitação familiar é aflitiva. A mãe demonstra-se cuidadora principal, enquanto o pai permanece na retaguarda.
04A enfermagem no cuidado da criança autista no ambiente escolarDescrever uma reflexão acadêmica acerca da enfermagem no cuidado da criança autista no ambiente escolar.Foram apresentados de forma descritiva em duas categorias temáticas: o primeiro contato e o acompanhamento com a criança autista; e dificuldades encontradas no cuidado prestado à criança autista em ambiente escolar. 
05Ações e articulações do enfermeiro no cuidado da criança na atenção básicaCompreender como se configura a assistência de enfermagem a crianças menores de cinco anos em Unidades de Saúde da Família, com foco na integralidade do cuidado.Algumas ações foram elencadas para alcance do cuidado integral, e valorizou-se a compreensão da criança como sujeito singular no contexto familiar e comunitário e revelou a consulta de enfermagem como instrumento de valor às enfermeiras, para as quais a disponibilidade de outros setores e serviços de saúde para atender a criança em suas necessidades viabiliza um cuidado integral
06Transtorno do espectro autista: Detecção Precoce pelo enfermeiro na Estratégia Saúde da FamíliaIdentificar a atuação do enfermeiro da Estratégia Saúde da Família na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista em crianças.Foram áreas temáticas: percepção, estratégias e intervenções do enfermeiro sobre sinais e sintomas; dificuldades relatadas à detecção precoce; construção do conhecimento sobre a temática; e sentimentos dos profissionais ao acompanharem crianças com Transtorno do Espectro Autista.
07O sujeito autista na Rede SUS (im)possibilidade de cuidadoConhecer o discurso presente nesses documentos e, nesse contexto, quais relações podemos tecer entre eles e o conceito de integralidade.Os documentos lançados pelo Ministério da Saúde são dissonantes, pois a Linha de Cuidado para a Atenção às Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo aponta filiações teóricas e uma lógica de rede distintas do apresentado nas Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo.
08Ações do apoio matricial na Atenção Primária à Saúde:
estudo fenomenológico
Compreender o significado das ações do apoio matricial em saúde mental na Atenção Primária à Saúde, na perspectiva de apoiadores matriciais e enfermeiros.Foi desvelado que os apoiadores matriciais vivenciam o fenômeno das ações do apoio matricial na Atenção Primária, por meio da instrução e participação nos processos de cuidar, representadas nas seguintes categorias concretas: (1) Instruir os profissionais de saúde das unidades; e (2) Participar do cuidado em saúde mental no território. 
09Práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde: desvelando
potências e limites
Compreender a percepção de profissionais da Estratégia Saúde da Família e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família quanto à utilização das práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde, desvelando potências e limites.Foram identificadas as potências das práticas integrativas e complementares para o fortalecimento do sistema de saúde como um modelo de atenção diferenciado, de abordagem integral, holística e empoderadora, todavia, a sobrecarga de trabalho e os diferentes tipos de resistências constituem limites para a sua consolidação.
10 Redes de atenção à saúde na formação em enfermagem: interpretações a partir da atenção primária à saúdeObjetivam o atendimento 
Integral e Qualificado no Sistema Único de Saúde do Brasil.
Identificou-se como ocorre a abordagem do tema na formação em enfermagem, e as principais metodologias utilizadas e períodos nos quais é abordado.
Fonte: Autores da Pesquisa, 2020

Conforme pôde se observar, os anos de 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019 foram os períodos que compuseram os artigos científicos publicados referentes à temática investigada, onde nos anos de 2015, 2016 e 2017 obtivemos uma publicação em cada ano e identificamos, nos anos de 2018 e 2019, 04 Publicações em cada.

Referente à modalidade de artigo científico, constatou-se que eram pesquisas originais em sua grande maioria do tipo qualitativa. Das 11 publicações, 05 destacavam a importância da criança no estudo do autismo e por consequência mais 01 artigo enfatizando o diagnóstico precoce para um tratamento e cuidado ainda mais eficaz. Em outros 04 artigos, vemos a questão da atenção primária á saúde como importante serviço de acompanhamento de pacientes autistas, abordando ainda o SUS e suas redes de Atenção. E mais 01 artigo abordando a respeito das práticas e conhecimentos do profissional enfermeiro acerca do autismo.

Os artigos, de uma maneira geral, salientavam, como dito anteriormente, a importância do diagnóstico precoce de um paciente autista, trazendo consigo o papel do enfermeiro e da Atenção Primária nesse possível diagnóstico e cuidados específicos desses pacientes. Deste modo, no que se refere ao enfoque das publicações e aos objetivos da  pesquisa, as três categorias temáticas se desenvolveram abaixo.

4.2. CATEGORIAS ANALISADAS

Categoria I – Perspectiva familiar quanto ao diagnóstico do Transtorno Autístico.

Essa categoria demonstra o conhecimento das famílias acerca do autismo e suas perspectivas e ações a partir do recebimento de um possível diagnóstico de um ente, sendo assim, o estudo de número 04 revela que quando o diagnóstico é definido, a aceitação familiar é aflitiva, e que ao saber do diagnóstico dos filhos produz um impacto emocional negativo nos pais, o que pode ser amenizado com estratégias de enfrentamento e comunicação diagnóstica que passe informações técnicas, ofereça suporte emocional, além de esperança quanto ao desenvolvimento do filho.

Ainda conforme o estudo 04, a família é o primeiro ambiente de socialização da criança e o contexto primário de seu cuidado; tendo a potencialidade de acolher suas necessidades, com vistas ao suporte e promoção de seu potencial de desenvolvimento. Nessa perspectiva, o surgimento de uma condição crônica e o seu manejo no seio das interações familiares são um desafio, o que pode determinar o enfraquecimento dos laços familiares e de sua estrutura (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

O diagnóstico de uma doença crônica no âmbito familiar especialmente em se tratando de crianças, constitui uma situação de impacto, podendo repercutir na mudança da rotina diária, na readaptação de papeis e ocasionando efeitos diversos no âmbito ocupacional, financeiro e das relações familiares. Frente ao momento de revelação da doença ou síndrome crônica, a exemplo do TEA, a família comumente perpassa por uma sequência de estágios, a saber: impacto, negação, luto, enfoque externo e encerramento, as quais estão associadas a sentimentos difíceis e conflituosos (EBERT M, LORENZINI E, SILVA EF, 2016).

Deste modo, compreende-se que a revelação diagnóstica do autismo torna-se um momento complexo, delicado e desafiador para a família, assim como para os profissionais de saúde responsáveis por essa missão.

O estudo de número 02, nos alerta que a família precisa de novos saberes e habilidades para prestar um tipo de cuidado diferenciado, que se aproxima mais do saber da Enfermagem do que do saber familiar. Afirmando isso, o estudo de número 04 demonstra que a forma com que a família interpreta os símbolos expressados pela criança com TEA na interação com os membros familiares e sociedade dá maior significado aos comportamentos característicos.

Estima-se que, atualmente, a prevalência mundial do TEA esteja em torno de 70 casos para cada 10.000 habitantes, sendo quatro vezes mais frequente em meninos. No Brasil, apesar da escassez de estudos epidemiológicos que possam melhor estimar os dados nacionais, constatou-se em recente pesquisa que os índices de acometimento pelo autismo pelo autismo são de 27,3 casos para cada 10.000 habitantes (LEVENSON D, 2015).

Segundo o estudo de numero 07, os membros do núcleo familiar têm a maior probabilidade de perceberem precocemente as primeiras alterações ou manifestações do autismo em seu filho. Esta possibilidade concretizada, bem como a participação desses nas intervenções terapêuticas, coloca a criança em situação favorável à experiência de uma vida mais próxima da autonomia. Para contribuir com tais familiares e com as equipes multiprofissionais para o cuidado à saúde da criança com TEA no âmbito do SUS, o Ministério da Saúde lançou, em 2014, diretrizes para diagnóstico precoce e tratamento, que contemplam o projeto terapêutico singular na perspectiva da habilitação e reabilitação, apoio e acolhimento à família, fluxograma de acompanhamento e atendimento na rede do SUS (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

O estudo 07 ainda nos diz que a família passa a ter um papel fundamental em todo o processo desde a identificação até a adesão ao tratamento, no entanto há situações em que a família pode tornar-se fator de risco para o desempenho de uma criança com TEA, principalmente quando, por influência de estigmas sociais, a família cria barreiras que impedem a reabilitação da criança.

De acordo com Mazurek MO et al, o estabelecimento de um vínculo entre paciente-família e o profissional de saúde é muito importante no momento da revelação do diagnóstico, visto que a qualidade das informações pode repercutir positivamente na forma como os familiares enfrentam o problema, encorajando-os a realizarem questionamentos e a participarem nas tomadas de decisões quanto ao tratamento da problemática vivenciada.

Categoria II – Cuidado de enfermagem frente a um paciente autista.

Essa categoria demonstra a atuação e o papel do profissional de enfermagem frente ao cuidado de um paciente autista, conforme evidenciado no estudo número 01, o profissional enfermeiro pode colaborar de forma positiva para o diagnóstico e acompanhamento do TA, através de observações comportamentais de crianças, mediante a consulta para analisar o crescimento e o desenvolvimento, como também, podem auxiliar os progenitores dando apoio e informando-os quanto aos desafios e procedimentos assistenciais que os mesmos utilizarão no processo de cuidar da criança com autismo.

De todos os profissionais da saúde envolvidos na assistência, é da competência do enfermeiro o grande papel de humanização e isto deve ser o grande diferencial de todos os profissionais envolvidos. A presença humanizada de quem cuida poderá representar ao profissional de saúde a certeza de ter promovido, dentro de suas possibilidades, uma melhor qualidade de vida e bem-estar àquele que estava temporariamente sob seus cuidados (COSTA; TELO; EVALDO, 2018).

Segundo Nogueira et al (2011), há pouca informação quanto a dar assistência de enfermagem aos portadores do autismo e aos familiares. Destacam também que a enfermagem tem papel importante nas intervenções, porém é necessário ter responsabilidades para avaliar diagnóstico precoce do autismo, de maneira a diminuir os sofrimentos das pessoas envolvidas.

Ainda segundo o estudo 01, A ligação entre o enfermeiro, a pessoa autista e seus familiares torna-se de fundamental importância, uma vez que no desempenhar do trabalho da enfermagem denota-se um olhar cuidadoso, desprovido de preconceitos, atento às necessidades do outro e ao seu sofrimento, visto que na maioria das vezes haverá a dificuldade de expressão oral por parte do autista, cabendo ao enfermeiro a escuta e prestação de assistência diferenciada. É necessário ler as entrelinhas, olhar além do que é visível aos olhos, pois saber cuidar implica em preocupar-se, atentar-se ao outro, sendo essa, a essência da vida humana.

Não existe uma única abordagem a ser privilegiada no atendimento de pessoas com transtorno do espectro autista. Recomenda-se que a escolha entre as diversas abordagens existentes considere sua efetividade e segurança e seja tomada de acordo com a singularidade (BRASIL, 2015).

Segundo FRANZOI et al (2016), é importante que os profissionais de enfermagem busquem conhecimentos específicos sobre métodos e estratégias do uso da música terapêutica em saúde mental com o objetivo de ampliar a sua utilização no cuidado ás crianças autistas.

Inicialmente, uma das dificuldades encontradas, em relação ao acompanhamento à criança autista, referiu-se à aproximação, pois, o universo infantil possui suas particularidades, em que a entrada de um adulto desconhecido para o convívio diário pode representar um desafio para a realização efetiva do acompanhamento em saúde.

É notável a dificuldade na identificação precoce do TEA e isso se dá por diversos motivos, entre eles o reconhecimento de sinais e sintomas chaves para uma melhor avaliação diagnóstica, outro motivo é que o ainda se tem pouco preparo dos profissionais para que essa avaliação seja realizada de forma minuciosa e atenta para os detalhes importantes (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2015).

Segundo de Melo et al, observa-se que o papel do enfermeiro é crucial na assistência e diagnóstico de pacientes com suspeita de autismo. Esse profissional, fundamentado teoricamente e tendo uma visão integral do ser humano, percebe sinais que facilitam a identificação do transtorno do espectro autista. Além disso, o enfermeiro tem a missão de acompanhar e auxiliar famílias com algum membro autista, dando assistência, encorajando-os, transmitindo-lhes tranquilidade, focando no bem estar do portador, esclarecendo dúvidas, incentivando o tratamento e acompanhamento fidedigno a esse portador, buscando com isso a evolução em seu prognóstico.

De acordo com o artigo 05, perante a necessidade de acompanhamento e cuidado à criança autista, a enfermagem dispõe de todo conhecimento prático e científico para auxiliar as crianças com autismo a tornarem-se indivíduos ativos na construção de sua vida e de sua independência. A enfermagem, no contexto de educar, pode atuar na educação especial promovendo o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com deficiência em todo o aspecto biopsicossocial.

O estudo número 06 nos diz que o cuidado de enfermeiras a crianças menores de cinco anos na ESF envolve ações em saúde diretamente relacionadas à assistência, como a realização de exame físico, coleta de material para exames e imunização, e outras que dizem respeito ao aleitamento materno, alimentação infantil e orientações acerca da prevenção de acidentes. Este cuidado se inicia com o primeiro atendimento da criança na ESF, mediante a consulta de enfermagem, agendada ainda na maternidade.

O paciente, quando diagnosticado com autismo, necessita de um apoio multidisciplinar para seu acompanhamento, não só o paciente, mas sua família também. A enfermagem se faz de extrema importância na prestação desse cuidado, auxiliando na promoção do desenvolvimento da criança, escutando os familiares, facilitando o acesso às informações sobre o transtorno e procurando promover ações que proporcionem o bem-estar do paciente e do seu familiar ligando esses aos serviços de saúde essenciais (EBERT; LORENZINI; SILVA, 2015).

Voltando ao estudo de número 01, vemos que dessa forma, sugere-se aos enfermeiros pesquisar e se aprofundar sobre o assunto, elaborar estudos com o intuito de se criar cuidados e intervenções específicos de enfermagem para estas pessoas e seus familiares, além de tentar proporcionar uma melhor qualidade de vida, como também, planejar ações que visem à inserção do mesmo na sociedade, estimulando os familiares a participarem ativamente desse processo de ressocialização. São de competência do enfermeiro a criação e condução de um ambiente terapêutico, visto que são os profissionais que passam maior tempo em contato com os pacientes em relação aos outros profissionais na área da saúde.

Portanto, o enfermeiro tem capacidade de proporcionar uma assistência adequada para as crianças com autismo, como também perceber as pessoas com necessidades especiais como parte do mundo, a qual não se deve omitir por medo dos obstáculos. Estes devem ser enfrentados com perseverança, pois, fica claro a importância do auxílio e participação dos enfermeiros no processo de prevenção, promoção e reabilitação da saúde, promovendo melhor qualidade de vida a estes pacientes e seus familiares, finaliza o artigo número 01.

Categoria III – Importância da Atenção primária à Saúde no diagnóstico precoce e cuidado ao autista

Na categoria III temos retratado a importância da Atenção Primária à Saúde no diagnóstico e cuidado ao paciente autista, conforme evidenciado no estudo número 06 a Estratégia Saúde da Família (ESF), no contexto do cuidado infantil, mostra-se um importante espaço promotor de aproximação entre equipe de saúde e cuidador/família, por entrelaçar possibilidades de acesso aos serviços e aos cuidados efetivos e eficazes para a manutenção da saúde.

A Atenção Básica (AB) ocupa o lugar de ordenadora das diferentes Redes de Atenção, sendo uma das portas principais de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS). É no âmbito da AB que ocorre o acompanhamento ao longo da vida das pessoas e, no caso da organização da atenção às pessoas com TEA, destaca-se o acompanhamento do pré-natal e do processo de desenvolvimento infantil (Brasil, 2015).

Os sinais possuem expressividade variável e geralmente iniciam-se antes dos três anos de idade. A criança com TEA apresenta uma tríade singular, a qual se caracteriza pela dificuldade e prejuízos qualitativos da comunicação verbal e não verbal, na interatividade social e na restrição do seu ciclo de atividades e interesses. Neste tipo de transtorno, podem também fazer parte da sintomatologia movimentos estereotipados e maneirismos, assim como padrão de inteligência variável e temperamento extremamente lábil (Adams C et al., 2016).

Visto isso, o artigo de número 10 nos vem relatar que no âmbito da organização das redes de atenção no SUS, a Atenção Primária à Saúde (APS) constitui uma das entradas do sistema para as necessidades e problemas. Esta realiza intervenções à pessoa como um todo, proporciona continuidade do cuidado, criação de vínculos e trabalha no contexto da integralidade, para a promoção da saúde. Em território nacional, a APS está orientada com base no modelo da Estratégia Saúde da Família (ESF), que prevê uma equipe básica de trabalho junto à comunidade, com o suporte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).

No Brasil, a Atenção Básica é encarregada de desenvolver as ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, para a promoção, proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnósticos, tratamentos, reabilitação, redução de dados e manutenção de saúde (BRASIL, 2016).

A Atenção Básica à Saúde é desenvolvida pelas equipes de Atenção Básica (Equipes de Saúde da Família e outras modalidades de Equipes de Atenção Básica), pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), pelas equipes dos consultórios na Rua e pelas de Atenção Domiciliar (Melhor em Casa) (BRASIL, 2012). Todas atendem uma população especifica em um território definido.

A partir da Portaria MS/GM nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010 (BRASIL, 2010), e do Decreto presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011 (BRASIL, 2011a), o SUS passou a ser orientado a partir da estruturação de Redes de Atenção à Saúde (RAS), que consistem de arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que – integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão – buscam garantir a integralidade do cuidado.

O objetivo das RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde, com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do sistema em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária, além de eficiência econômica (BRASIL, 2010; 2011).

Formada por uma equipe multiprofissional, a ESF visa ofertar assistência à saúde a uma população de determinado território. O enfermeiro, como membro desta equipe, tem papel relevante para que se atinjam alguns dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS). É ele quem realiza consultas de enfermagem e avalia o estado de saúde de cada usuário.

O reconhecimento da sintomatologia manifestada pela criança com autismo é fundamental para a obtenção do diagnóstico precoce. Comumente, as manifestações clínicas são identificadas por pais, cuidadores e familiares que experienciam padrões de comportamentos característicos do autismo, tendo em vista as necessidades singulares dessas crianças (CARDOSO C ET AL., 2016).

Segundo o artigo de numero 03, que o estudo aborda, no Brasil, por diferentes motivos, as iniciativas governamentais propriamente direcionadas ao acolhimento das pessoas com diagnóstico de autismo desenvolveram- se de maneira tardia. Até o surgimento de uma política pública para saúde mental de crianças e adolescentes, no início do século XXI, esta população encontrava atendimento apenas em instituições filantrópicas, como a Associação Pestalozzi e a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), ou em instituições não governamentais.

Com o passar do tempo (com ênfase nos dias atuais), vem ocorrendo o avanço das redes de atenção voltadas aos pacientes autistas. Vemos isso no estudo 06, que aponta como meta importante dos sistemas de saúde a implementação da cobertura universal de saúde e do acesso universal à saúde, com ênfase no amplo acesso da APS, por meio do reconhecimento de que, indistintamente, pessoas e comunidades devem ter equidade no ingresso a serviços de saúde de qualidade no decorrer do ciclo vital.

Ainda, os enfermeiros possuem capacidade para melhor ofertar cuidados na APS, no sentido de contribuir com mudanças nos indicadores de saúde, como a redução da morbimortalidade mediante o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção da doença, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.

As famílias de crianças com risco para TEA devem encontrar na Atenção Básica sua possibilidade mais imediata de apoio no que se refere aos cuidados básicos de saúde, ao diagnóstico, à prevenção de agravos e às ofertas de reabilitação. A articulação com outros pontos de atenção deve ser feita institucionalmente, de maneira a evitar que as famílias se desloquem desnecessariamente e tentem individualmente seu acesso a outros pontos de atenção que se façam necessários (BRASIL, 2015).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa acerca da Atuação do Enfermeiro frente ao cuidado do Paciente portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Atenção Primária à Saúde: Uma Revisão de Literatura destaca a relevância do tema para possíveis levantamentos futuros, relacionados ao transtorno do espectro autista, e cuidados de enfermagem com o aprimoramento de novas técnicas de enfermagem que ajudem a melhorar o serviço prestado a esse público em destaque ou, através do acompanhamento realizado pelo enfermeiro na atenção primária, contribuir para o convívio e aceitação da família.

Observou-se que a enfermagem é uma área simbolizada por um olhar cuidadoso, desprovido de preconceitos, com predominância na escuta qualificada e da prestação de assistência individualizada, sendo necessário um olhar além do que é visível aos olhos. É indiscutível o valor do profissional de enfermagem na avaliação inicial, diagnóstico das alterações, apoio à família, tratamento e acompanhamento do paciente com TEA.

Para que o profissional se torne capacitado no cuidado do paciente com transtorno, faz-se necessário uma visão holística diferenciada, voltada para a adaptação do cuidado, sendo específico para cada paciente portador do autismo, uma vez que cada indivíduo possui sua singularidade e diferentes graus do espectro.

Nota-se também que o enfermeiro, dentro da APS, é um dos responsáveis pelo acompanhamento do paciente autista e deve estar preparado para avaliar o desenvolvimento do mesmo desde a infância, a fim de detectar precocemente qualquer anormalidade e tomar as medidas resolutivas para a melhoria da qualidade de vida, principalmente da criança com TEA e de sua família.

Entre os fatores cruciais para um bom tratamento e cuidado, destacamos a necessidade do enfermeiro trabalhar junto à família, proporcionando a troca de informações e conhecimento entre familiares-profissionais com o intuito de aprimorar o cuidado a criança com TEA, visando assegurar uma melhor qualidade de vida ao indivíduo, porém ainda há entraves associados a esse cuidado, dentre os quais destacamos o acompanhamento à criança autista, com ênfase na aproximação, pois, o universo infantil possui suas particularidades, em que a entrada de um adulto desconhecido para o convívio diário pode representar um desafio para a realização efetiva do acompanhamento em saúde.

Portanto, reforça-se que é de suma importância que o enfermeiro atuante da Atenção Primária à Saúde esteja capacitado para atender o portador do autismo proporcionando a ele um atendimento de qualidade e digno e oferecer à família o suporte psicológico necessário. O autismo não tem cura, mas possui tratamento, portanto quanto mais rápido o diagnóstico e o tratamento, melhor a qualidade de vida desses indivíduos.

Visto isso, é necessário que o profissional de enfermagem esteja atento e buscando sempre o aperfeiçoamento e o seu crescimento como profissional, se adequando a cada cuidado ofertado. Entrar no mundo azul do autismo é alcançar êxito e viver em constante aprendizado e atualização.

Assim, espera-se que as informações contidas nesse trabalho possam contribuir para o conhecimento acerca da atuação do profissional da área da enfermagem frente a um paciente autista e a importância e papel da Atenção Primária à Saúde nesse cuidado e diagnóstico precoce, aos profissionais da área, e à sociedade em geral.

REFERÊNCIAS

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American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5a ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.

Andrade RD, Santos JS, Pina JC, Silva MAI, Mello DF. A puericultura como momento de defesa do direito à saúde da criança. Ciênc Cuid Saúde. 2013 dez;12(4):719-27.

Arantes LJ, Shimizu HE, Hermann EM. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão de literatura. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21(5):1499-509.

BARBOSA, P. A.S.; NUNES, C. R. Relação entre o enfermeiro e a criança com transtorno do espectro do autismo. Revista Científica Interdisciplinar, São Carlos, v.2, n.2, p.100-196, dez. 2017.

Bardin (2011, p.47). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

BARROS Ana Lucia; SENRA Luciana Xavier; ZAUZA, Clara Miranda Ferraz. O processo de inclusão de portadores do transtorno do espectro autista. 2015. Disponível em: www.psicologia.pt/artigos/textos/A0896.pdf. Acesso em: 16 de Maio de 2020.

BRASIL. Decreto nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Regulamenta a lei nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial, Brasília, 07 de julho de 2015. p.2.

Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com transtorno do espectro autista. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde; 2013. p. 5-74.

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1Enfermeiro – Faculdade Pan Amazônica (FAPAN)
2Enfermeira – Faculdade Pan Amazônica ( FAPAN)
3Enfermeiro – Faculdade Pan Amazônica (FAPAN)
4Enfermeiro – Centro Universitário da Amazônia (UNIESAMAZ)
Adrianoportugal88@gmail.com
5Enfermeira – Centro Universitário da Amazônia (UNIESAMAZ)
raysa_pereira@outlook.com
6Graduanda em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
sheilatorres933@gmail.com
7Graduando em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
elidelsontorres1522@gmail.com
8Graduanda em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
senamarlene313@gmail.com
9Graduanda em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
giselevianateixera53@gmail.com
10Graduando em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
cassioosantooss@gmail.com
11Graduanda em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
jessicasousanascimento354@gmail.com
12Graduanda em Enfermagem- Faculdade de tecnologia da Amazônia ( FAM )
Vivianefonseca469@gmail.com
13Graduando em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
Teteupaulucio@hotmail.com
14Graduando em Enfermagem – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM)
deivison.machado@yahoo.com