Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 15, nº 86, Maio/Junho de 2012. http://www.novafisio.com.br
Sugestão para inserção de softwares durante a avaliação dos alunos de estúdios de Pilates: uma revisão de literatura
(Suggestion for inclusion of software during the evaluation of students in Pilates studios: a literature review)
Tadeu Wergnaude Soares*; Rodrigo Silva Perfeito**
* Graduado em Educação Física Licenciatura Plena – UniverCidade; Diretor da Empresa Ativitá; Diretor do Congresso Santa Bárbara Fitness: tadeuwsoares@gmail.com
** Graduado em Educação Física – Licenciatura – UERJ; Graduando em Educação Física – Bacharelado – UERJ; Graduado em Fisioterapia – FRASCE; Pós Graduando em Educação Física Escolar – UERJ; Diretor do Instituto FisArt: rodrigosper@yahoo.com.br
Revisado por: Rodrigo Silva Perfeito (rodrigosper@yahoo.com.br)
Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 15, nº 86, Maio/Junho de 2012. http://www.novafisio.com.br
Resumo
Esse estudo tem por objetivo sugerir a aplicação de softwares como ferramenta auxiliadora da avaliação em alunos que portam diferentes necessidades físicas matriculados em estúdios de Pilates. Diversos estudos abordados durante este texto, demonstram que a avaliação computadorizada agiliza e facilita o armazenamento e análise dos dados avaliativos. Assim, dinamizará o complexo trabalho de estudo e adequação de exercícios do instrutor de Pilates diante da individualidade biológica que cada aluno porta. Para tanto, esse artigo utilizará de revisão de literatura pertinente à utilização dos softwares em locais que realizem atividades contra resistência semelhantes ao método Pilates, já que inexistem estudos com tal tema e talvez, sua prática, até o momento, seja nula.
Palavras chave: Informática; Avaliação funcional; Método Pilates.
Abstract
This study aims to suggest the application software as an auxiliary tool in assessing students who hold different physical needs enrolled in Pilates studios. Several studies have addressed during this text shows that the computerized assessment faster and easier storage and analysis of data collected. Thus, the complex will boost work-study exercise and fitness Pilates instructor before the biological individuality of each student to door. To this end, this article uses a literature review of the use of software in local resistance against conducting activities similar to the Pilates method, since no studies on this topic and perhaps his practice, so far, is zero.
Keywords: Computers, functional assessment, the Pilates Method.
Introdução
No Brasil, o método Pilates se tornou uma das modalidades que mais cresce e movimenta o mercado da saúde, desportivo e da estética. Diversos nomes de visibilidade social passaram a praticá-lo e consequentemente, expor sua satisfação por resultados completos e em curto prazo de tempo.
Porém, o crescimento de estudos científicos não acompanhou o aumento do status do método. Alguns poucos instrutores praticantes escrevem textos sobre seus benefícios e sua apaixonante essência através dos princípios filosóficos descritos por Joseph Pilates, seu inventor. No entanto, quando pensamos em ciência, precisamos de comprovações científicas que atestem o resultado e não apenas informações que correlacionem possíveis efeitos ou possibilidades. Nesse montante, o método Pilates, no Brasil, deixa a desejar, já que uma busca no banco de dados do Cielo (pode ser acessado em: http://www.scielo.br) através da palavra “Pilates” nos explana o surpreendente resultado de apenas 5 artigos científicos.
Nesses estudos, verificamos que a avaliação no método se resume apenas em averiguar níveis de flexibilidade do tronco, quadril e, em menor proporção, outras partes do corpo. Com isso, é reminiscente pensar que a avaliação que antecede a elaboração do programa de treinamento e aquela que ocorre em momento posterior para diagnosticar a conduta, apresente falhas.
Sugerimos a implementação de outros muitos tipos de avaliação, como: antropométrica, análise da dor, força, flexibilidade, velocidade, tensão corporal, anamnese, inspeção física. Essas são apenas algumas possibilidades diante dos diversos protocolos e testes que deverão ser aplicados de acordo com o perfil do praticante e suas necessidades.
No entanto, a evolução do método Pilates para avaliações mais completas deve ocorrer de maneira sistematizada, utilizando protocolos e estatísticas de análise dos dados adequados para o perfil do estúdio. Ocorrendo o contrário, estaremos diante de dados mais completos que os atuais, entretanto, não tão fidedignos.
É justamente nesse momento de complexidade que devemos utilizar o auxilio da tecnologia, empregando a informática através de softwares de avaliação, auxiliando o professor, instrutor ou terapeuta na difícil tarefa de adequar o programa de treinamento aos dados coletados e necessidades biológicas do aluno ou paciente. Dessa maneira, ao decorrer desse artigo, iremos conceituar e refletir sobre ideias que podem se tornar inovação, no sentido de obter resultados ainda melhores, nos estúdios de Pilates.
A avaliação física
Existem diversos tipos de avaliações específicas, como: antropométrica, anamnese, funcional, de dor, de arco de movimento, força, flexibilidade, velocidade. Como entendemos que todas detêm o objetivo em comum, que é o de avaliar o corpo e suas capacidades fisiológicas, anatômicas e biomecânicas, utilizaremos o termo Avaliação Física para descrever os processos da avaliação como um geral, independente de seu tipo. Para tanto, iniciaremos nossa explanação científica abordando conhecimentos de uma das avaliações mais utilizadas: a avaliação denominada antropométrica.
A antropometria é a ciência que estuda e avalia o tamanho, peso e as proporções do corpo humano, através de medidas de rápida e fácil realização, não necessitando de equipamentos sofisticados e de alto custo financeiro (CARVALHO, 2009; FERNANDES FILHO, 2003). No método Pilates, a variável mais mensurada atualmente é a flexibilidade (KOLYNIAK et al., 2004).
As avaliações físicas são testes antropométricos, funcionais e ergométricos que identificam o estado atual de condicionamento físico, muscular e cardiorrespiratório do avaliado (FERNANDES FILHO, 2003). Segundo o autor:
A avaliação física é um processo pelo qual, utilizando-se medidas, pode-se, subjetiva e objetivamente, exprimir e comparar critérios. É uma forma utilizada para traçar o perfil físico do aluno a fim de preparar o programa adequado às suas condições e limitações, além de identificar contra indicações, podendo-se evitar com isso possíveis incidentes (FERNANDES FILHO, 2003, p.33).
A realização da avaliação funcional serve ainda para avaliar o nível de condicionamento físico atual do aluno, determinar objetivos, coletar dados para a elaboração do programa, identificar possíveis limitações, entre outros.
Desta forma, tem a capacidade de auxiliar na determinação dos exercícios mais adequados e verificar, posteriormente, o quanto o sistema de trabalho utilizado foi eficiente. Segundo Domingues Filho (2002):
A avaliação da aptidão física serve para classificar o cliente conforme o seu condicionamento físico atual e deve levar em conta os custos, os riscos, o tempo e a praticidade dos testes. Assim, esta tem como objetivo aprimorar as formas e a segurança das atividades físicas e comparar a evolução e o progresso do cliente (DOMINGUES FILHO, 2002, p.45).
Assim, é necessário que, na realização de uma avaliação sejam executados testes compatíveis com os objetivos propostos pelo cliente e cientificamente válidos para garantir a reprodutividade dos resultados.
Dada a importância das estimativas precedendo o trabalho de treinamento, a elaboração e execução da bateria de testes deve ser muito cuidadosa. A avaliação deve ser feita em cada qualidade física que será posteriormente desenvolvida no programa de treinamento.
Conforme citado por Fernandes Filho (2003, p.34), “é preciso traçar o perfil físico do aluno a fim de preparar o programa adequado às condições do aluno, respeitando seus limites e suas deficiências”.
Delgado (2004) complementa:
As medidas antropométricas devem ser feitas de forma correta, seguindo uma metodologia definida, a fim de que os resultados estejam claramente entendidos e possam apresentar informações valiosas para a predição e a estimação dos vários componentes corporais de indivíduos nas fases de crescimento, desenvolvimento e envelhecimento (DELGADO, 2004, p.38).
Assim, quanto maior o número de informações que o professor coletar de seu aluno através das diversas avaliações, mais personalizado será o programa de treinamento no método Pilates ou em qualquer outra modalidade de treinamento contra resistência. Em posse dos dados, os exercícios podem ser prescritos de acordo com as individualidades biológicas, possibilitando o alcançar do objetivo com segurança e eficiência.
A importância de uma avaliação bem planejada
É muito comum observarmos em diversos centros de avaliação, certo descaso, por parte do avaliador, diante de suas rotinas. Para Artioli (2005):
Os problemas são muitos, mas os mais importantes são: imprecisão na coleta das medidas; equívocos na seleção dos testes, protocolos e fórmulas de cálculo; erros na interpretação dos resultados; e, utilização inadequada dos dados obtidos (ARTIOLI, 2005, p.01).
Para que a avaliação seja a mais completa possível é necessário analisar diversas variáveis: antropométricas; composição corporal; análise postural; avaliações metabólicas e neuromusculares; avaliações nutricionais, psicológicas e sociais. Estas duas últimas são essenciais para que um programa de treinamento tenha pleno sucesso, já que nos cedem prerrogativas quanto aos hábitos e à personalidade da pessoa.
Como afirma Pinheiro (2000):
A falta de orientação especializada e adequada aos objetivos e limitações de cada pessoa acaba por conduzi-las à prática de exercícios sem nenhum tipo de avaliação, pondo em risco a saúde, principalmente, daqueles que apresentam fatores de risco cardiovasculares. Isso faz da avaliação física um componente indispensável para a elaboração de um correto e eficiente programa de exercícios (PINHEIRO, 2000, p.5).
Comumente, a pouca importância atribuída pelo aluno à avaliação revela-se na precariedade de salas e equipamentos: salas pequenas, barulhentas, abafadas e desconfortáveis podem resultar em alterações nas suas respostas fisiológicas que certamente interferirão em seu bem estar e nos resultados da avaliação. Além disso, sem uma abordagem série e reveladora do professor, o aluno iniciante acusa certo temor, já que a mensuração é um dos modos de autoavaliação corporal. Considerar medidas altas em um teste de gordura corporal total ou ainda, verificar desvios posturais, geralmente, já são suficientes para afastar os alunos da avaliação.
De acordo com Artioli (2005, p.1), “uma avaliação imprecisa poderá comprometer a eficácia do treinamento ou dificultar a avaliação de seu progresso”. Assim, a avaliação inicial é fundamental para averiguar as condições do praticante de Pilates, assim como, suas necessidades, potencialidades e limitações. Somente com base nesses resultados, poderemos planejar um programa de exercícios sério e realmente efetivo.
Segundo Pinheiro (2000):
Uma avaliação bem feita é aquela em que se utiliza critérios e protocolos bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indique, através de análises e comparações, a real situação em que se encontra o avaliado. Além disso, as avaliações devem ser periódicas e sucessivas, permitindo uma comparação para que possamos acompanhar o progresso do avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Dessa forma, é possível reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas (PINHEIRO, 2000, p.6).
Destituídos da avaliação, torna-se impossível definir objetivos, metas e traçar estratégias. De maneira semelhante, as reavaliações periódicas são imprescindíveis para que seja possível verificar se o treino prescrito está sendo efetivo e se os objetivos estão sendo alcançados. Assim, tem-se uma base concreta para que eventuais mudanças no treino sejam realizadas.
Baseado em Norton e Olds (2005):
É de suma importância que as qualidades físicas sejam diagnosticadas, analisadas, classificadas e orientadas individualmente. É com este intuito que o trabalho em boas academias no nosso dia a dia oferecem testes que possam nos dizer o percentual de gordura e massa magra (músculos), capacidade cardiorrespiratória, flexibilidade, grau de força, análise nutricional e comprometimentos físicos dos alunos individualmente, além da questão emocional e psicológica do aluno (NORTON & OLDS, 2005, p.57).
Sabe-se que a avaliação deve ser um instrumento cuidadosamente planejado e executado. Os cuidados devem envolver desde a escolha do espaço, até os equipamentos (boa qualidade, equipamentos testados e manutenção correta) e o treinamento dos avaliadores (devem saber realizar as medidas, inspecionar o corpo do aluno, realizar diversos testes e por último, diante dos resultados, interpretá-los e explicá-los aos alunos).
Portanto, em relação à importância de uma avaliação planejada, conforme afirmado por Artioli (2005, p.2) “vale a pena investir mais na avaliação para que ela possa melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais de Educação Física e Fisioterapeutas, garantindo maior satisfação aos alunos e retorno financeiro”.
O uso da informática na avaliação
Hoje, as avaliações computadorizadas presentes nas academias de musculação, ou seja, aquelas que utilizam o auxílio do computador, têm se mostrado uma ótima ferramenta de apoio científico, assim como, de informação, marketing e de benefícios diretos aos alunos, familiares e escola. A sugestão de tal artigo, é que o mesmo processo seja empregado nos estúdios de Pilates, seja por parte do professor de Educação Física, Fisioterapeuta, ou de outros profissionais que utilizem o método.
Já não se pode negar a presença da informática auxiliando profissionais em academias. A utilização do computador torna mais simples a realização de cálculos complexos, com grande velocidade e precisão, se tornando um excelente gerenciador de multitarefas.
Segundo Delgado (2004):
A informática tem se mostrado uma ferramenta de grande utilidade e importância, sendo um instrumento agilizador na execução de tarefas, em diversas áreas de produção. Isto tem sido possível graças à capacidade de registrar e processar grande volume de informações de forma ordenada, através do seu elemento fundamental, o computador (DELGADO, 2004, p.18).
Com a melhora da intervenção profissional através dos computadores e a facilitação de sua acessibilidade, é tendencioso que em poucos anos, os estúdios de Pilates também façam uso deste instrumento que tem agilizado o cotidiano de diversos segmentos profissionais.
Ainda de acordo com Delgado (idem):
A utilização de computadores na avaliação de alunos e atletas tem permitido significativo aumento na precisão e rapidez, para obtenção das informações relevantes não só para tomada de decisões, como também para emissão de relatórios contendo prescrição de exercícios (DELGADO, idem, p.19).
Na avaliação computadorizada, após coleta e análise dos dados, o sistema emite um laudo. Tal documento assessora as ponderações do profissional atuante, complementando a orientação quanto aos procedimentos a serem adotados em busca de um melhor estilo de vida.
Para tanto, com este propósito, vem surgindo diversos aplicativos (softwares) dedicados à atividade física, que em dado momento, ainda não estão sendo utilizados de forma relevante nos estúdios de Pilates, diferentemente, das academias de musculação e estúdios de personal training.
Ao comentar sobre os softwares, Delgado (ibidem) afirma que:
Os programas de computadores nada mais são do que algoritmos (uma sequência finita de passos que levam a execução de uma tarefa). Possuem um poder de criação ilimitado, desde jogos, editores de texto, sistemas empresariais até sistemas operacionais e que são interpretados e executados por uma máquina, no caso um computador (DELGADO, ibdem, p.01).
Por isso, para um sistema ser válido e fidedigno deve incluir, além de uma anamnese direcionada à prática de exercício, uma série de protocolos, testes e medidas relacionadas à elaboração dos programas de condicionamento físico ou tratamento e prevenção de lesões.
É valioso ressaltar que, alguns profissionais detêm certo medo diante da inserção dos computadores complementando as avaliações, como relatam Almeida e Marcelo (1990) citados por Souza (2002):
A substituição do professor pelo computador está intimamente relacionada com a substituição do professor pela máquina. O computador usado como meio facilitador não torna dispensável o professor, e sim o liberta de tarefas rotineiras e cansativas, dando mais tempo para a aplicação dos cálculos e assim o aprofundamento de seus resultados. Assim, o professor jamais será substituído pela máquina, pelo simples fato desta ser programada e o professor não (ALMEIDA E MARCELO, 1990 citados por SOUZA, 2002, p.6).
Assim, sabemos que os computadores podem desempenhar um papel importante na avaliação geral, pois são facilitadores na análise dos dados coletados. Porém, nunca substituirão os conhecimentos advindos da reflexão humana. A respeito desse assunto, Tritschler (2003) afirma que:
[…] muitos programas comerciais convertem dobras cutâneas e/ou outras medidas antropométricas em estimativas de porcentagem de gordura corporal e apresentam recomendações de exercícios baseadas nessas estimativas. Na maioria dos casos, esses programas incluem a avaliação da composição corporal como uma parte da avaliação abrangente da aptidão (TRITSCHLER, 2003, p.266).
Sabemos que a tecnologia está transformando rapidamente o mundo em que vivemos, independente das áreas de atuação no mercado de trabalho. Em alguns casos, a informática fornece uma sofisticação que ultrapassa as necessidades atuais. Assim, alguns softwares de avaliação, podem ser considerados precursores das novidades do mercado.
Baseado na utilização de softwares, Delgado (2004) relata que:
[…] um software de avaliação física deve proporcionar uma série de vantagens tais como: maior controle da integridade e redundância dos dados; facilidade de constante atualização dos dados; compartilhamento de valores obtidos durante o processo de avaliação entre os diferentes usuários finais; garantia de segurança de dados; maior precisão nos processos quantitativos; padronização dos laudos emitidos; eliminação de manuscritos; melhor visualização dos dados; acompanhamento estatístico comparando-se avaliações anteriores; e possibilidades múltiplas de avaliar a tendência de populações em estudo (DELGADO, 2004, p.2).
A definição de informática aplicada à avaliação pode ser entendida como um sistema cujo objetivo é obtenção de informações, tratamento específico e armazenamento de dados, produzindo relatórios relacionados à avaliação da conformidade e aptidão física. Assim, Delgado (idem) afirma ainda que:
Entende-se dados como itens elementares de informação que, tomados isoladamente, não transmitem nenhum conhecimento, ou seja, não possuem significado intrínseco, no entanto, através do tratamento específico, essas informações passam a ter um significado funcional (DELGADO, idem, p.2).
Para Nunes et al (2005, p.2) “os sistemas de informações e outras ferramentas de gerenciamento vêm se mostrando importantes na avaliação física, o que pode ser traduzido como uma melhoria na qualidade de vida de clientes”.
A utilização da informática na área da saúde e do esporte intensificou-se após a difusão do uso dos microcomputadores e avanço tecnológico nos últimos anos. Ainda de acordo com Nunes et al (idem) é dito que:
A informática é descrita como sendo o campo científico que diz respeito ao armazenamento, recuperação, interpretação e uso de informações, dados e conhecimentos para a solução de problemas e a tomada de decisão, tanto na prática quanto na pesquisa na área da saúde e do esporte (NUNES et al., idem, p.2).
A informação é obtida através da compilação de dados, logo, a determinação de quais dados são necessários para obtermos uma determinada informação é o primeiro e um dos mais importantes passos para elaboração de um sistema de dados.
Em relação às vantagens da utilização dos sistemas informatizados quando comparado aos métodos tradicionais de avaliação, Nunes et al. (ibidem) esclarece que:
Uma vez coletados os dados, os sistemas informatizados são capazes de realizar os cálculos e as tabulações necessárias antes mesmo de armazená-los, o que pode facilitar muito o trabalho quando comparado a sistemas não informatizados. Estes sistemas permitem ainda a recuperação integral de cada registro no banco de dados e auxiliam na análise e formatação de um grande número de dados simultaneamente, tornando-os mais fáceis de serem entendidos e interpretados. Outros recursos disponíveis são a classificação dos registros em grupos, a criação e aplicação de filtros e a pesquisa no banco de dados por vários campos. Sem dúvida, a transformação dos dados armazenados em informações é extremamente facilitada com os sistemas informatizados (NUNES, ibidem, p.3).
A informática ganhou definitivamente o seu espaço nos setores da saúde e desportivo. O crescente número de profissionais que se utilizam da tecnologia nos diversos tipos de avaliação pode ser considerado a maior prova de sua eficácia. Assim, a destacamos, unida a outras tecnologias, como um dos fatores responsáveis pelo crescente índice positivo no alcançar dos resultados. Dados que antes pareciam impossíveis de se controlar, atualmente, são totalmente viáveis através do uso de softwares especialmente desenvolvidos. Por isso, destacamos também a necessidade de implementação de um sistema mais tecnológico nas avaliações do Pilates.
Para Costa (2001, p.1), “a facilidade de operação dos equipamentos de informática, permite que as pessoas não acostumadas a operar computadores possam também alcançar excelentes resultados”.
Desta forma, a informática é extremamente útil para agilizar a análise dos dados na área do esporte, condicionamento físico, estética ou terapia, assim como também para as áreas administrativas, entre outros.
Ainda de acordo com Costa (idem):
Todo profissional que tem utilizado a tecnologia informatizada é categórico: para que o programa dê certo é preciso aliar o conhecimento do usuário com o do programador. Assim, para o bom funcionamento de todo este método de trabalho é preciso que os profissionais tenham suas ferramentas de trabalho sempre em ordem, ou seja, o computador munido de programas atualizados (COSTA, idem, p.2).
Fernandez et al. (2005), indaga sobre a utilização dos softwares:
Os softwares demonstram possibilidade de serem utilizados com sucesso na mensuração de medidas antropométricas, podendo ser adotado em protocolos de avaliação física, possibilitando a análise da aptidão física […], além de proporcionar ao próprio cliente, a visualização do seu estado e assim acompanhar sua evolução física (FERNANDEZ et al., 2005, p.2).
Um dos grandes desafios para o desenvolvimento e maior aceitação dos testes e protocolos de avaliação dos resultados, é o de considerar a diversidade de características físicas de cada indivíduo. É indiscutível que a informática aplicada à avaliação é um componente imprescindível para um bom planejamento da atividade, constituído por componentes que devem ser utilizados para orientar a tomada de decisão em relação à prescrição da atividade física ou tratamento, de modo rápido e eficaz.
Através de uma simples busca pela internet, encontramos um verdadeiro arsenal de softwares específicos para musculação, personal trainer, avaliação física, composição corporal, treinamento desportivo, flexibilidade, nutrição, terapias e controle administrativo de estabelecimentos.
Existem assim, inúmeras possibilidades, tanto à venda como gratuitos, com a finalidade de realizar a avaliação e prescrição do programa de exercícios, que envolvem cálculos e emissão de laudos com tabelas e gráficos comparativos.
Considerações finais
Sabemos que antes da elaboração e execução de qualquer programa de exercícios, independente do objetivo, é imprescindível que exista uma avaliação para determinar as intensidades, cargas, repetições, intervalo entre os exercícios ou séries, intensidade ou tipo de alongamento, tipo de tratamento, entre outros. Em outras palavras, a avaliação irá nos apontar quais os procedimentos que são indicados e quais são contra indicados para alcançar o objetivo proposto. Além disso, num momento posterior, a avaliação pode ser utilizada como um parâmetro que mensurará o grau de eficiência do programa, nos possibilitando o julgamento do processo para que o mesmo seja modificado ou mantido.
Por mais que saibamos da importância da avaliação, Pinheiro (2000) diz que a mesma precisa ser sistematizada, ou seja, os avaliadores precisam utilizar critérios e protocolos que estejam em harmonia com o proposto. Pata tanto, o uso de softwares está se tornando constante nas academias de musculação, facilitando e agilizando o complexo tratamento das informações coletadas de cada aluno.
No método Pilates, o uso da tecnologia para avaliação não acompanha o mesmo ritmo. No mercado atual, encontramos, geralmente, apenas 3 tipos de avaliação – sem o uso da informática – sendo empregadas: teste de flexibilidade, anamnese e inspeção física e funcional. Talvez, somente essas avaliações ateiem no método, pois são de mais fácil aplicação e rapidez, não necessitando de tanto dispêndio de tempo. Porém, quando pensamos em estética, lesões ou condicionamento físico, é imprescindível que ocorram também outros tipos de avaliação, como a antropométrica. Consequentemente, avaliações mais completas carecerão do difícil momento de análise e aplicação de protocolos, além de procedimentos estatísticos e matemáticos de altíssima complexidade. Dessa forma, sugerimos a implementação de novas avaliações no método Pilates, como já vem sendo empregado nas academias de musculação, e a conseguinte utilização de softwares para auxiliar e dinamizar o processo de análise dos dados, tornando os resultados do método os mais próximos do rendimento máximo.
Finalizando o artigo, convidamos outros pesquisadores a estudar conosco o processo de implementação da tecnologia na avaliação dos alunos participantes do método Pilates, vide que não foi encontrado qualquer artigo sobre o tema na língua portuguesa. Acreditamos ainda, que inexistam, mesmo em outras línguas, artigos que preconizem a utilização de softwares para a avaliação no Pilates.
Referências bibliográficas
ARTIOLI, G. A importância de uma avaliação física bem planejada e conduzida. In: Softwares em Educação Física. Sistema Avalon. São Paulo, 2005. Disponível em: <http://www.sistema-avalon.com.br/artigos/artigo_54.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2008.
CARVALHO, C. et al. A influência dos exercícios do método Pilates na flexibilidade de mulheres. EFdeportes. Ano 14. n.139, Dezembro de 2009.
CERVO, A; BERVIAN, P. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERCIDADE. Manual técnico para elaboração do trabalho de conclusão de curso. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2007.
COSTA, R. Softwares para emissão de laudos. In: Avaliação Física. Fitmail Portal. São Paulo, 2001. Disponível em: <http://www.fitmail.com.br/si/site/060119>. Acesso em: 25 mar. 2008.
DELGADO, L. Avaliação da aptidão física: projeto de elaboração de sistema de informações. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação Física) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2004.
DOMINGUES FILHO, L. Manual do personal trainer brasileiro. 2 ed. São Paulo: Ícone Editora, 2002.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
FERNANDEZ, G. et al. Método de avaliação biomecânica de movimentos utilizando programa de processamento de imagens livres. Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. São Paulo, v.2, p.1-14, jul.2005.
GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
KOLYNIAK, I. et al. Avaliação isocinética da musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco; efeito do método Pilates. Rev Bras Med Esporte, 2004, vol.10, no.6, p.487-490.
LAKATOS, E; MARCONI, M. Metodologia do trabalho científico. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
NORTON, K; OLDS, T. Antropométrica. Porto Alegre: Artmed, 2005.
NUNES, M. et al. Uso da informática na avaliação funcional do joelho através do formulário do International Knee Documentation Committee. Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. São Paulo, v.9, p.1-7, set.2005.
PINHEIRO, D. A qualidade faz a diferença. In: A importância da avaliação física. Cooperativa do Fitness. Minas Gerais, 2000. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/avalia1.htm#14>. Acesso em: 27 mar. 2008.
SOUZA, S. Educação e informática: temas transversais e uma proposta de implementação. Revista Conect@ on-line. Manaus, n.4, 2002.
TACHIZAWA, T; MENDES, G. Como fazer monografia na prática. 11 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
TRITSCHLER, K. Medida e avaliação em Educação Física e Esportes de Barrow & McGee. 5 ed. São Paulo: Manole, 2003.
VENTURA, D. Monografia jurídica. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002.
Gostei muito do artigo. Comecei a trabalhar com Pilates em maio, gostaria muito de fazer avaliação com todos meus alunos, pois acredito que esse é um grande diferencial e nos dá mais segurança para seguir nosso trabalho com os alunos.