FATORES QUE INFLUENCIAM NA DECISÃO DA VIA DE PARTO: UMA REVISÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7636634


Maria Eduarda Wanderley de Barros Silva¹
Mariana Santana de Lira²
Jéssica Batista dos Santos³
Marcia Rodrigues dos Santos4
Tauana Reinstein de Figueiredo5
Mariah Stephanie Albuquerque de Oliveira6
Ívany Karla Alves da Silva7
Bruno Henrique de Andrade8
Yasmin Bezerra Ribeiro9
Jamile Sales Rocha10
Renata Mendes do Nascimento11


RESUMO

As práticas de assistência ao parto sofreram profundas transformações, sendo transferidas do ambiente domiciliar para o hospitalar, tornando a prática dependente de intervenções tecnológicas. Isso explica assim a crescente incidência de cesarianas. Percebe-se que a determinação da via de parto é multifatorial, sendo um processo biopsicossocial complexo com consequências para a vida da mãe, do bebê e da população. Identificar na literatura os fatores que influenciam na decisão da via de parto. O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A elaboração do levantamento metodológico para a pesquisa foi realizada no período de janeiro de 2023, as bases de dados foram utilizadas foram a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde, Base de Dados em Enfermagem e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online utilizando os Descritores de Ciências em Saúde, sendo eles: Cesárea, Pré-natal, Parto normal e Preferência do paciente. Em seguida, foi selecionado o quantitativo de oito artigos para compor o corpus de análise de artigos elegíveis. Identificaram-se dimensões que refletem os fatores que influenciam a parturiente no momento da decisão da via de parto sendo esses: medo do trabalho de parto, dor ou ausência de dor no momento do parto, recuperação no pós-parto, influência da família e médicos, dor no pós-parto e experiências anteriores de outras parturientes. É perceptível que a assistência ao pré-natal é de extrema importância, sendo o momento em que é exposto a gestante sobre as opções da via de parto e retirado todas as possíveis dúvidas que possam surgir.

Palavras-chave:  Cesárea, Pré-natal, Parto normal, Preferência do paciente.

ABSTRACT

Delivery care practices underwent profound transformations, being transferred from the home to the hospital environment, making the practice dependent on technological interventions. This thus explains the increasing incidence of caesarean sections. It is noticed that the determination of the mode of delivery is multifactorial, being a complex biopsychosocial process with consequences for the life of the mother, the baby and the population. Identify in the literature the factors that influence the decision on the mode of delivery. The present study is an integrative literature review. The elaboration of the methodological survey for the research was carried out in the period of January 2023, the databases used were Latin American and Caribbean Literature in Health Science, Database in Nursing and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online using the Health Sciences Descriptors, namely: Cesarean section, Prenatal care, Normal delivery and Patient preference. Then, the quantity of eight articles was selected to compose the corpus of analysis of eligible articles. Dimensions were identified that reflect the factors that influence the parturient when deciding on the mode of delivery, namely: fear of labor, pain or absence of pain at the time of delivery, postpartum recovery, influence of family and physicians, postpartum pain and previous experiences of other parturients. It is noticeable that prenatal care is extremely important, and it is the moment when the pregnant woman is exposed to the options for the mode of delivery and all possible doubts that may arise are removed.

Keywords: Cesarean section, Prenatal, Normal birth, Patient preference.

INTRODUÇÃO

Anteriormente, as mulheres realizavam os partos de forma natural sem nenhum tipo de processo invasivo, sendo realizado nas próprias residências e feitos com acompanhamento de parteiras. Apenas no início do século XX, ocorreram mudanças significativas no processo de parturição quanto ao local a ser realizado e o tipo de parto. Após a sua institucionalização, o parto passou a ser realizado com procedimentos invasivos, contudo as parturientes se beneficiaram com a assistência médica e de enfermagem (RODRIGUES et al. 2022).

As práticas de assistência ao parto sofreram profundas transformações, sendo transferidas do ambiente domiciliar para o hospitalar, tornando a prática dependente de intervenções tecnológicas. Isso explica assim a crescente incidência de cesarianas, considerando que antes eram realizadas apenas em mulheres mortas para salvar a vida do feto, com o passar do tempo passou a proporcionar segurança à gestante e seu filho em situações de maior complexidade (MASCARELLO et al. 2018).

Se por um lado a cesariana é representa como algo inerente a evolução, modo normal de parir ou condição moderna, contudo nem sempre os critérios de elegibilidade para a cesárea são ponderados visto que, de acordo com os estudos a escolha do tipo de parto, considera a preferência ou o desejo da mulher de um lado, e a conveniência, interesse médico e indicação do outro (CAVALER et al. 2018).

A Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda que as taxas de parto cesáreos estajam entre 10 a 15% do total.  De acordo com uma nova pesquisa realizada, o uso de cesariana continua crescendo mundialmente, respondendo por mais de um em cada cinco partos, este número continua aumentando na próxima década, com quase um terço de todos os partos provavelmente ocorrendo por cesariana até 2030. Nesse contexto, visando reduzir o número de cesarianas, a OMS estabelece recomendações sobre o trabalho de parto, buscando assim a menor interferência no processo (NEGRÃO et al. 2017).

Existem diversos benefícios puerperais precoces e tardios do parto vaginal quando comparado ao cesáreo, como menor índice de infecções, tempo de recuperação e complicações relacionadas à anestesia. A adesão ao primeiro, é significativamente menor no Brasil, devido a fatores socioeconômicos e culturais que assim são estabelecidos ao longo do tempo em que as mulheres criaram assim uma imagem de sofrimento e dor sobre o parto normal de acordo com as pesquisas (FERNANDES et al. 2019).

Percebe-se que a determinação da via de parto é multifatorial, sendo um processo biopsicossocial complexo com consequências para a vida da mãe, do bebê e da população. Não só argumentos estritamente médicos e baseados em evidências são utilizados para a opção do parto cirúrgico, mas também de outras ordens como nível socioeconômico, região geográfica, tipo de instituição, crença de que o uso de tecnologia é sinal de qualidade, idade avançada, experiências com partos cesáreos, influências midiáticas, rapidez do procedimento e início das contrações (VIANA et al. 2018). 

Assim este estudo poderá influenciar positivamente nas relações interpessoais, elevando a mulher a sujeito ativo durante todo o processo do nascimento, e incentivando a valorização do ser humano, e por conseguinte, a melhoria da assistência do parto humanizado, para que a partir dessa assistência às parturientes possam decidir com confiança a via de parto pela qual seus filhos nascerão (ALONSO et al. 2017). Este estudo justifica-se pela necessidade de atrair a atenção ao tema, tendo como objetivo verificar na literatura os fatores que influenciam na decisão da via de parto. 

MÉTODO

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que consiste em abordagens metodológicas mais amplas entre as revisões (SOUSA et al., 2017). Essa metodologia possui principal finalidade de gerar síntese de como os resultados foram adquiridos na pesquisa sobre uma determinada temática, de forma literária e ordenada concedendo assim diversas informações amplas, permitindo os estudos experimentais e não experimentais para que seja possível a compreensão completa de um fenômeno estudado (ANDRADE et al., 2017). 

Assim foram realizadas as seguintes etapas: 1- Elaboração da pergunta norteadora; 2- Amostragem da literatura; 3- Coleta de dados; 4- Análise crítica dos estudos incluídos; 5- Discussão dos resultados; 6- Apresentação da revisão/conclusão (SOUZA et al., 2010). Sendo assim, foi possível estruturar a pergunta norteadora: “Quais os fatores que influenciam na decisão da via de parto?”.

O método de pesquisa que possui relevância por realizar a busca, síntese e análise do que existe de produção sobre determinado fenômeno, além de possuir como objetivo a formação de novos questionamentos sobre a temática abordada com críticas e reflexões, auxiliando assim na identificação de lacunas existente e em seguida no avança de novos conhecimentos (MENDES et al., 2008). 

A elaboração do levantamento metodológico para a pesquisa foi realizada no período de janeiro de 2023, as bases de dados foram utilizadas foram a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS), Base de Dados em Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) utilizando os Descritores de Ciências em Saúde (DeCS), sendo eles: Cesárea, Pré-natal, Parto normal e Preferência do paciente. Com isso, foi feita o seguintes cruzamentos: I) Cesárea AND Pré-natal AND Parto normal e II) Parto Normal AND Cesárea AND Preferência do paciente, sendo cruzados com operador booleano AND. 

Com isso, foram apresentados 807 estudos os quais passaram pela análise dos resumos e critérios de elegibilidade. Ao aplicar as estratégias de busca nas bases de dados, os artigos foram transferidos para uma pasta reservada no computador em formato de arquivo RIS. Em seguida, os arquivos foram transportados para o software Rayyan, que se caracteriza como uma ferramenta gratuita e online, que auxilia na triagem dos estudos de uma revisão, minimizando erros (OUZZANI et al., 2016).

Assim que os estudos estavam disponíveis no Rayyan, os dois revisores que continham pleno conhecimento dos critérios de inclusão/exclusão que de forma independente e em duplo cego detectaram as duplicidades, mantendo-se apenas uma versão válida de cada documento científico. Após a exclusão de duplicatas, seguiu-se com a análise de títulos e resumos para verificar a temática e tipo de estudo de cada documento científico. Em seguida, os artigos elegíveis foram lidos na íntegra. 

Os critérios de inclusão adotados foram: (I) estudos que respondem a questão norteadora sobre os fatores que influenciam na decisão da via de parto, a partir da leitura do título e resumo; II) período de publicação entre os anos de 2018 a 2022; III) estar nos idiomas português, inglês ou espanhol; IV) artigos originais, disponíveis na íntegra.

Como critério de exclusão decidiu-se por não utilizar artigo que não estava ajustado ao objeto de estudo, que fugiram do tema proposto pelos autores, os que se encontravam duplicados nas bases de dados eletrônicas, textos que encontram-se incompletos, indisponível na íntegra, as revisões de literatura, guias, manuais técnicos e cartas ao leitor. Em seguida, foi selecionado o quantitativo de oito artigos para compor o corpus de análise de artigos elegíveis.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com isso, diante do levantamento dos dados literários adquiridos na pesquisa de revisão integrativa, foi construído um corpus de análise, contendo as seguintes informações sobre os referentes estudos: autores, título do artigo e resultados. Sendo assim, foi eleito o total de artigos para composição da pesquisa, permitindo assim a discussão dos resultados. A tabela do corpus de análise está representada pelo Quadro 1, a seguir.

Quadro 1. Corpus de análise dos estudos selecionados, quanto aos autores, ano de publicação, título e resultados.

AutoriaTítuloResultados
QAMAR, M. K. et al.Women s preference of vaginal or caesarean delivery: a cross sectional study from a tertiary care hospital in district rawalpindi, PakistanA maioria (87,5%) preferiria o parto vaginal por ser a forma natural de parto e sua recuperação ser mais rápida. Além disso, as mulheres percebem que seria mais fácil prestar cuidados imediatos e amamentar o recém-nascido. O medo da cirurgia foi o principal impedimento para uma cesariana.
MORTAZAVE, F. et al.Predictors of fear of childbirth and normal vargonal birth among Iranian postpartum women: a cross-sectional studyO medo do parto pode contribuir para a depressão pós-parto, comprometimento da relação mãe-bebê e preferência pela cesariana em futuras gestações.
KOSAN, Z. et al.Delivery preferences of pregnant women: do not understimate the effect of friends and relativesA família e os parentes são essenciais para a tomada de decisão, o que sugere considerar a educação entre pares como método de transmissão de informações.
SILVA, M. M. J. et al.Autonomia da gestante na escolha do tipo de partoA expectativa da mulher quanto ao tipo de parto é consequência do modo como as informações são disponibilizadas a ela e de como estas são interpretadas conforme o seu meio sociocultural.
PEEL, A. et al. If i do 10-15 normal deliveries in a month i hardly ever sleep at home. A qualitative study of health providers reasons for high rates of caesarean deliveries in private sector maternity care in Delhi, IndiaUma ampla variedade de explicações foi proposta para o aumento das taxas de cesariana, variando de fatores médicos e demográficos a mudanças nas expectativas dos pacientes e nas práticas dos provedores
KOTTWITZ, F. et al. Via de parto preferida pelas mães e suas motivações77,6% das mulheres preferiram o parto vaginal e o motivo relatado por 81,8% delas foi a recuperação pós-parto mais fácil; 20,5% acreditam ter participado da decisão sobre o tipo de parto; 64,5% acreditavam que o tipo de parto que vivenciaram não envolveu risco para si, enquanto 21,9% acreditavam que envolveu risco para o recém-nascido.
LÓPEZ, J. J. V. et al. Tendencia de la cesárea: uma reflexión desde la éticaFatores recorrentes citados pelas mães estar relacionada ao medo do trabalho de parto, preocupação com o bem-estar materno-fetal comprometido, disfunção sexual, histórico de más experiências, autonomia da mulher e uma relação médico-paciente cada vez mais horizontal 
SALVETTI, M. G. et al. Characteristics of pregnant women at risk and relationship with type of delivery and complicationsProblemas como acesso desigual aos serviços de saúde, demora na identificação e tratamento de complicações associadas à gravidez e falta de orientação ainda são obstáculos a serem superados. Se, por um lado, a cobertura do parto assistido em instituições de saúde é quase universal no Brasil, por outro, há uso excessivo de medicalização e intervenções cirúrgicas, com altas taxas de partos cesáreos.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2023

   Após a leitura dos estudos selecionados, identificaram-se dimensões que refletem os fatores que influenciam a parturiente no momento da decisão da via de parto sendo esses: medo do trabalho de parto, dor ou ausência de dor no momento do parto, recuperação no pós-parto, influência da família e médicos, dor no pós-parto e experiências anteriores de outras parturientes. 

No que diz respeito ao medo indiscriminado da dor no momento do parto vaginal faz com que a decisão da gestante seja pelo parto cirúrgico, pois o alívio da dor é realizado através da administração de anestésico. Com a implicação do medo as gestantes possuem uma visão distorcida de que o parto cesáreo é o mais rápido e indolor. As mulheres com medo alto ou grave do parto tendem a optar por uma cesariana eletiva (MORTAZAVE et al., 2021).

No momento do parto, foram achados que o sofrimento e a dor é um achado constante para a decisão da via de parto, o que atenta para o fato de que existe uma cultura que se solidificou sobre o estereótipo da dor do parto, para que se tenha uma redução nas taxas de cesáreas, é necessário desconstruir a ideia de sofrimento relativo ao parto. Fornecer informações à mulher sobre o funcionamento do seu corpo, a fisiologia do parto e os mecanismos da dor podem ser ferramentas importantes para ressignificar o parto normal, além de empoderar a mulher (KOTTWITZ et al., 2018). 

A presença de dor no pós-parto, a cesariana é a mais citada visto que, provoca um dano maior que o parto natural devido sua realização ser feita através de uma incisão cirúrgica no abdome provocando dores no pós-parto e uma recuperação mais lenta do que o parto vaginal. Além disso, trata-se de uma cirurgia com riscos e com recuperação pós-anestésica e pós-operatória (SALVETTI et al., 2021).

As gestantes que sofrem influência dos seus familiares e médicos em relação à decisão da via de parto, levam em consideração o conhecimento e a experiência vivenciadas anteriormente por outras parturientes, independente da influência ser para o parto normal ou cesáreo. Apesar da família exercer uma enorme influência diante dessa decisão, os médicos são apontados como um dos maiores pesos no momento da decisão final da via de parturição (KOSAN et al., 2019).

De acordo com o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), estabelecem que a realização de cesarianas por razões não médicas é eticamente justificada e não implica benefícios adicionais para a mãe ou para o recém-nascido. Existindo assim evidência suficientes de que, devido as cesáreas, as internações são mais longas, os problemas respiratórios no recém-nascido são mais frequentes com uma maior probabilidade de complicações posteriores para a mulher como ruptura uterina, risco de realização de histerectomias e problemas de implantação da placenta (LÓPEZ et al., 2021). 

Uma das atribuições dos médicos e enfermeiros durante o pré-natal é o fornecimento de orientações e informações sobre a maternidade às gestantes. É apontada a falha dos profissionais diante dessa etapa tão importante. Apenas 60% das gestantes no Brasil recebem essas informações cruciais, pela rede do Sistema Único de Saúde (SUS), durante a realização do pré-natal. Essas orientações vão desde os cuidados básicos com o recém-nascido, técnicas de aleitamento materno, até a preparação para o momento do parto (SILVA et al., 2019).

A assistência pré-natal é o primeiro passo para o parto e, portanto, é nele que devem ser discutidas todas as dúvidas e medos da gestante. Deve ser ressaltado que o parto é um processo natural e fisiológico que, normalmente, quando bem conduzido, não precisa de condutas intervencionistas. Também devem ser discutidos os valores culturais, sentimentos e as necessidades da gestante. Deve ser informado e orientado à parturiente sobre a evolução do trabalho de parto, lembrando e reconhecendo o papel principal da mulher nesse processo, até mesmo aceitando a sua recusa a condutas que lhe causem constrangimento ou dor. E é claro discutir sobre os tipos de parto e qual é o desejo da mulher naquele momento.

O presente estudo mostrou que os fatores que influenciam na decisão da via de parto são: o medo da dor no pós-parto cirúrgico; a recuperação rápida no parto normal; a recuperação lenta no pós-parto cirúrgico; não sentir dor no momento do parto cirúrgico; o medo da dor no momento do parto normal; segurança da via de parto da primeira gestação e a influência da família, amigos e profissionais da saúde. Em uma nova gestação, as secundaristas acabam optando pela mesma via de parto anterior, devido à segurança que têm por terem vivenciado a experiência do processo de parturição. Independente da preferência da via de parto, diante do conflito da decisão, o profissional de enfermagem pode prestar assistência à parturiente encorajando-a e esclarecendo suas dúvidas acerca das vias de parto, permitindo, assim, que o momento da parturição seja vivenciado de forma tranquila e satisfatória.

CONCLUSÃO

Com isso, o estudo mostrou os fatores que influenciam na decisão da via de parto sendo esse o medo do trabalho de parto, dor ou ausência de dor no momento do parto, recuperação no pós-parto, influência da família e médicos, dor no pós-parto e experiências anteriores de outras parturientes. É imperioso que os profissionais e os serviços que atendem as parturientes ofereçam assistência qualificada, baseada em evidências científicas e humanizada 

Assim, é perceptível que a assistência ao pré-natal é de extrema importância, sendo o momento em que é exposto a gestante sobre as opções da via de parto e retirado todas as possíveis dúvidas que possam surgir. Dessa forma, o repasse de informações e orientações durante o pré-natal na rede básica de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), pode minimizar o aumento de cesáreas sem indicação clínica, uma vez que suas dúvidas, medos e anseios podem ser minimizados no tocante as suas inseguranças a respeito do parto normal, gerando, assim, confiança e autonomia para escolha do parto, tornando-as protagonistas de uma experiência única na sua vida, frente aos impasses ocasionados por influências internas e externas do seu seio familiar.

REFERÊNCIAS

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1Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. E-mail: eduarda.wanderley@outlook.com. Recife – PE
2Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. E-mail: marianasantana_@outlook.com.br. Recife – PE
3Enfermeira pela Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste. E-mail: jessicabatista12373@gmail.com. Maceió-AL
4Enfermeira pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: marcia.cavatto@gmail.com.
5 Enfermeira pelo Hospital Escola – UFPEL – EBSERH. E-mail: tauanafigu@yahoo.com.br. Pelotas – RS
6Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. E-mail: mariah.stephanie@ufpe.br. Recife –PE
7Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. E-mail: ivany.karla@ufpe.br. Recife –PE
8Acadêmico de Medicina pelo Centro Universitário Municipal de Franca – UNI-FACEF. E-mail: brunoandrade1896@luciene9Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. E-mail: yasmin.bezerraribeiro@ufpe.br. Recife –PE
10Acadêmica de Psicologia pela Universidade Federal de Roraima – UFRR. E-mail: jamilesalesrocha@gmail.com

11Enfermeira pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. E-mail: renata.mendesn@gmail.com. Natal – RN